FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

quarta-feira, 23 de julho de 2008

TODOS COMERAM


“13 Jesus, ouvindo isso, partiu dali, de barco, para um lugar deserto, afastado. Assim que as multidões o souberam, vieram das cidades, seguindo-o a pé. 14 Assim que desembarcou, viu uma grande multidão e, tomado de compaixão, curou os seus doentes. 15 Chegada a tarde, aproximaram-se dele os seus discípulos, dizendo: ‘O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si’. 16 Mas Jesus lhes disse: ‘Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer’. 17 Ao que os discípulos responderam: ‘Só temos aqui cinco pães e dois peixes’. Disse Jesus: 18 ‘Trazei-os aqui’. 19 E, tendo mandado que as multidões se acomodassem na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu e abençoou. Em seguida, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. 20 Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. 21 Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças”.



Em Mt 14, 13-14 diz: “Jesus, ouvindo isso, partiu dali, de barco, para um lugar deserto, afastado. Assim que as multidões o souberam, vieram das cidades, seguindo-o a pé. Assim que desembarcou, viu uma grande multidão e, tomado de compaixão, curou os seus doentes”.

Cristo Jesus, Nosso Senhor, entra num barco e retira-se para um lugar deserto, afastado e de difícil acesso; mesmo assim, a multidão, a pé, foi à sua procura levando doentes impossibilitados de andar: “Desembarcando em lugar solitário, Jesus vê-se rodeado de multidão de gente pobre que o seguiu até ali, levando consigo os doentes com a secreta esperança de encontrar nele aquela compreensão, aquele socorro de que tanto necessitavam” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).
Católico, quem ama verdadeiramente a Jesus Cristo, enfrenta e vence todos os obstáculos. Quem ama a Deus não desiste diante das dificuldades, por maiores que sejam, porque sabe que o Senhor recompensa um coração fiel: “Curou-os sem que lho pedissem, por terem conduzido àquele lugar distante os enfermos, mais que súplica, é tácita expressão de fé” (Idem).
A multidão carregava os seus enfermos; carreguemos nós as nossas cruzes, pequenas e grandes, sem murmurar, e o Senhor nos recompensará: “Se o Bom Deus nos envia cruzes, desanimamos, nos queixamos, murmuramos, somos de tal modo inimigos de tudo o que nos contraria, que gostaríamos de estar sempre numa caixa de algodão. No vosso batismo aceitastes uma cruz que só deveis deixar com a morte. Acaso a vida de um bom cristão pode ser algo de diferente do que aquela de um homem preso à cruz com Jesus Cristo?” (São João Maria Vianney).
Santo Agostinho escreve: “O evangelista refere isto à continuação da paixão de João; de onde resulta que depois destas coisas se verificaram as que se referiram acima e que levaram Herodes a dizer: ‘Este é João’ (Mt 14, 2). Se deve olhar como posterior, o que a fama levou aos ouvidos de Herodes (o qual refere São Lucas) e o fez duvidar, e o obrigou a perguntar quem era esse de quem havia ouvido tantas maravilhas, fazendo o mesmo tirar a vida de João” (De Consensu Evangelistarum, 2, 45), e: “O Salvador, quando soube da morte do que lhe havia batizado, se retirou para um lugar deserto” (Glosa), e também: “Mas não se retirou a um lugar deserto por temor de que lhe tirassem a vida, como alguns dizem; mas para perdoar a seus inimigos, não era para que acrescentassem a um homicídio outro homicídio. Ou para adiar sua morte até o dia da Páscoa, dia em que o cordeiro pascal era imolado como figura, e as portas dos fiéis borrifadas de sangue. Ou se retirou para dar-nos o exemplo de que não devemos expor-nos com imprudência à perseguição, porque nem todos os que se apresentam a ela, perseveram com a mesma constância. Por esta razão, ordena em outro lugar: ‘Quando os perseguirem numa cidade, fuja para a outra’ (Mt 10, 23). A expressão do evangelista é admirável; não disse: Fugiu para um lugar deserto, mas, se retirou, mais para evitar, que por temer aos perseguidores. Pode também ter-se retirado ao deserto depois de saber da morte de João, com o objetivo de pôr à prova a fé dos fiéis” (São Jerônimo), e ainda: “Ou também fez isto porque quis fazer ainda muitas coisas de uma maneira humana, não havendo chegado ainda o tempo de retirar o véu para descobrir sua Divindade. E por esta razão, ainda que Ele soubesse do acontecimento antes que lhe disseram (Mt 16), não se retirou, até que o dissessem, para desta maneira demonstrar a verdade de sua Encarnação, e fazê-la crer não só com palavras, mas com obras. E ao retirar-se não se foi a uma cidade, mas a um deserto, e em um barco para que ninguém lhe seguisse; porém, mesmo assim, o povo não o abandonou, mas o seguiu, sem que lhes aterrorizasse o que havia acontecido com João. Por isso segue: ‘E tendo o povo lhe ouvido, o seguiu” (São João Crisóstomo, Homiliae In Matthaeum, hom. 49, 1), e: “O povo lhe seguiu a pé, não a cavalos nem em carros, mas enfrentando os trabalhos de uma caminhada a pé, a fim de manifestar o ardor de sua alma” (São Jerônimo), e também: “E por esta razão, receberam em seguida a recompensa. Por isso segue: ‘E quando saiu, viu uma grande multidão de gente e teve compaixão, e curou os enfermos’. Ainda que era muita a estima daqueles que abandonavam as cidades e o buscavam com ansiedade, sem, entretanto, o que o Senhor fez em favor deles excede a quanto puderam merecer, e, por isso nos põe sua misericórdia como causa dessas curas” (São João Crisóstomo, Homiliae In Matthaeum, hom. 49, 1), e ainda: “Em sentido místico, o Verbo de Deus, terminado o tempo da lei, visita a Igreja, embarcando, e se dirige para o deserto, porque abandonando a Judéia, passa aos corações desertos dos que não tinham conhecimento de Deus. Mas as gentes, ao ouvir isto, seguem o Senhor desde a cidade ao deserto, isto é, se dirigem desde a sinagoga à Igreja, e ao ver isto, o Senhor se move de piedade e lhes cura todo abatimento e toda enfermidade, isto é, os purifica dando-lhes os princípios da nova pregação, a seus espíritos abatidos e seus corpos que estavam desfalecidos pela indolência da incredulidade” (Santo Hilário, In Matthaeum, 14), e: “Mas as gentes abandonam suas cidades, isto é, seus antigos costumes e suas diferentes crenças. E a saída de Jesus significa que apesar das gentes terem desejos de ir onde Ele estava, se encontravam sem forças para chegar ali, e por esta razão, o Salvador sai de seu lugar e caminha ao seu encontro” (São Jerônimo).

Em Mt 14, 15-21 diz: “Chegada a tarde, aproximaram-se dele os seus discípulos, dizendo: ‘O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si’. Mas Jesus lhes disse: ‘Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer’. Ao que os discípulos responderam: ‘Só temos aqui cinco pães e dois peixes’. Disse Jesus: ‘Trazei-os aqui’. E, tendo mandado que as multidões se acomodassem na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu e abençoou. Em seguida, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças”.

Os discípulos, vendo que a hora passava e já estava tarde, disseram ao Senhor: “Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si”. Mas, Cristo Jesus, Deus Eterno e Onipotente, que sabia muito bem o que estava fazendo lhes diz: “Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Os discípulos disseram ao Senhor: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. Jesus lhes diz: “Trazei-os aqui”.
Católico, jamais duvidemos do poder de Cristo Jesus; o que para nós parece impossível, para Ele é possível, porque Ele é Deus e nós míseras criaturas: “Aos homens é impossível, mas não a Deus, pois para Deus tudo é possível” (Mc 10, 27).
Ofereçamos ao Senhor os poucos “tijolos” que possuímos, e Ele construirá um grandioso edifício; mas Ele quer que ofereçamos os “tijolos”, por pouco que sejam.
Os discípulos trazem cinco pães e dois peixes; e a multidão era de cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças.
A Palavra de Deus diz: “E, tendo mandado que as multidões se acomodassem na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu e abençoou. Em seguida, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram”.
Católico, Cristo Jesus quis os cinco pães e os dois peixes: “O Senhor cuida dos seus, dos que o seguem, mesmo nas necessidades materiais quando é necessário, mas procura a nossa colaboração, que sempre é pequena” (Pe. Francisco Fernández - Carvajal), e: “Se o ajudares, mesmo que seja com uma ninharia, como fizeram os Apóstolos, Ele estará disposto a realizar milagres, a multiplicar os pães, a mudar as vontades, a dar luz às inteligências mais obscurecidas, a fazer – mediante uma graça extraordinária – que sejam capazes de retidão os que nunca o foram. – Tudo isto... e mais, se o ajudares com o que tens” (São Josemaría Escrivá, Forja, n° 675).
O Pe. Francisco Fernández-Carvajal escreve: “O milagre daquela tarde junto do lago manifestou o poder e o amor de Jesus pelos homens. Poder e amor que hão de possibilitar também, ao longo da história, que o Corpo de Cristo seja encontrado, sob as espécies sacramentais, pelas multidões dos fiéis que o procurarão famintas e necessitadas de consolo. Como diz Santo Tomás no hino que compôs para a Missa do Corpus Christi: tomam-no um, tomam-no mil, tomam-no este ou aquele, mas não se esgota quando o tomam...”, e: “O milagre da multiplicação dos pães adquire assim todo o seu significado, sem perder nada da sua realidade. É grande em si mesmo, mas torna-se ainda maior pelo que promete: evoca a imagem do bom pastor que alimenta o rebanho. Dir-se-ia que é como um ensaio de uma nova ordem. Multidões inteiras virão tomar parte no festim eucarístico, onde serão alimentadas de uma maneira muito mais milagrosa, com um manjar infinitamente superior” (M. J. Indart).
Esta multidão que se prende ao Senhor, revela a forte pressão que a sua Pessoa produzia no povo, pois são tantos os que se dispõem a segui-lo até paragens desérticas, a uma grande distância das vias mais transitadas e das aldeias, sem provisões, não querem perder tempo em procurá-las pelo receio de perderem de vista o Senhor. Um bom exemplo para quando tivermos alguma dificuldade em visitá-lo ou recebê-lo. Para encontrar o Mestre, vale a pena qualquer sacrifício.
São João indica-nos que o milagre causou um grande entusiasmo naquela multidão que se tinha saciado (Jo 6, 14). “Senhor, se aqueles homens, por um pedaço de pão, embora o milagre da multiplicação tenha sido muito grande, se entusiasmam e te aclamam, que não deveremos nós fazer pelos muitos dons que nos concedeste, e especialmente porque te entregas a nós sem reservas na Eucaristia?” (São Josemaría Escrivá).
O Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena escreve: “Quem segue decididamente a Cristo, encontra nele tudo o que necessita para a vida terrena e para a eterna. Mas cumpre segui-lo com fé inabalável, apoiada na certeza de seu amor infinito” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).
São João Crisóstomo escreve: “O que demonstra a fé do povo é que apesar de sofrer os incômodos da fome, esperam ao Senhor até a tarde. Por isso segue: ‘E chegando a tarde, se aproximaram d’Ele seus discípulos e lhe disseram: Este lugar é deserto’. O Senhor esperava para dar-lhe de comer o que o pediram, para dar-nos a entender que não fez Ele primeiro os milagres, mas depois que foi chamado. E por esta razão, não se aproxima d’Ele ninguém da multidão; o respeitavam muito, e sua presença lhes fazia esquecer os estímulos da fome. Ao aproximarem os discípulos disseram: dá-lhes de comer (porque ainda não estavam dispostos com toda perfeição), mas o dizem: ‘Este lugar é deserto’. Porque parecia aos judeus como um milagre no deserto, quando eles disseram: ‘Acaso pode preparar uma mesa no deserto?’ (Sl 77, 19). Isso é o que realiza Jesus: Ele os leva ao deserto, a fim de que não possam duvidar do milagre e ninguém possa crer que se havia usado a comida de alguma aldeia vizinha... E ainda que prevenindo o Senhor a seus discípulos, curou muitos enfermos; entretanto, eram tão imperfeitos os discípulos, que não podiam compreender como ia dar de comer a tanta gente com tão poucos pães: Por isso dizem: ‘Despede o povo’, etc. Olhai a sagacidade do Mestre: não lhes disse em seguida: Eu lhes darei de comer (porque ainda não haviam crido facilmente), mas acrescenta: ‘Disse-lhe Jesus: não tem necessidade de ir-se: dá-lhes vocês de comer” (Homiliae In Matthaeun, hom. 49, 1-2), e: “Ele estimula aos apóstolos para que partam o pão, a fim de que ficasse mais claro àqueles que testemunhavam que não tinham o que comer, a grandeza do milagre” (São Jerônimo), e também: “Mas se pode fazer aqui essa objeção. Se o Senhor, segundo a narração de João (Jo 6), depois de olhar a multidão perguntou a Felipe a maneira de alimentá-la, como pode ser verdade o que sobre isso refere São Mateus, que os discípulos disseram primeiro ao Senhor que despedisse o povo a fim de que pudessem comprar seus alimentos nos lugares vizinhos? Deve entender-se isso no sentido de que o Senhor depois dessas palavras olhou a multidão, e disse a Felipe o que refere João, porém que omitem Mateus e outros; e não deve ninguém inquietar-se nem olhar como uma dificuldade o que um evangelista refere o que outro passa em silêncio” (Santo Agostinho, De Consensu Evangelistarum, 2, 46), e ainda: “As palavras anteriores não deram mais ajuste aos discípulos, que ainda falam ao Senhor como a um homem. Por isso segue: ‘Lhe responderam: Não temos aqui senão cinco pães’... Olham, efetivamente, com desprezo para as coisas materiais, e estavam cheios das espirituais. Porém, como seus pensamentos ainda eram terrenos, o Senhor começa a ensinar-lhes o que era próprio do seu poder. Por isso segue: ‘Jesus lhes disse: trazei-os aqui’. Por que para alimentar a multidão não tira os pães do nada? Sem dúvida para fechar a boca a Marcião e aos Maniqueus, que olham para as criaturas como coisas estranhas a Deus, e para manifestar por suas obras que todo o visível é obra e criação sua, e fazer-nos ver deste modo que Ele é o que dá os frutos e o que disse no princípio do mundo: ‘Que a terra germine a erva verde’ (Gn 1, 11). Porque a obra que vai realizar agora não é menor, porque indubitavelmente não é menor operação o alimentar com cinco pães e dois peixes a tão numerosa multidão, que o fazer que a terra produza frutos, e as águas produzam répteis e outros seres; tudo nos prova que Ele é o Senhor da terra e do mar. O exemplo dos discípulos deve ensinar-nos que ainda que seja pouco o que possuímos, convém que o distribuamos entre os necessitados; porque ao mandar o Senhor a seus discípulos que trouxessem os cinco pães, estes não disseram: E nós, com que mataremos a nossa fome? E por isso segue: ‘E tendo mandado o povo sentar-se sobre a grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, abençoou’. E por que ergueu os olhos ao céu e abençoou? Porque quis fazer-nos ver que Ele veio do Pai e era igual a Ele, demonstrava que era igual ao Pai pelo poder, e que vinha do Pai referindo-o tudo a Ele e invocando-o em todas as suas obras. E para demonstrar as duas coisas, algumas vezes realiza os milagres com poder e outras com súplicas. É de advertir, que para as coisas pequenas levanta os olhos ao céu, e nas coisas maiores realiza com o seu poder; assim quando perdoou pecados, ressuscitou mortos, deu vista aos cegos de nascimento (obras todas próprias de Deus), não o fez com súplicas; mas na multiplicação dos pães (obra menor que todas as anteriores), ergueu os olhos ao céu, a fim de ensinar-nos que seu poder, ainda nas coisas pequenas, lhe vem unicamente do Pai. Também nos ensina que antes das refeições devemos dar graças a Deus que nos dá a comida, e por esta razão levantou os olhos ao céu” (São João Crisóstomo, Homiliae In Matthaeun, hom. 49, 1), e: “Com a partição dos pães, fez o Senhor bastante comida, porque se estivessem inteiros, e não os houvessem partido em pedaços, nem os teria multiplicado em tamanha abundância, não teria alimentado uma multidão tão grande. Mas as gentes receberam do Senhor, por mãos dos Apóstolos, os alimentos; e por esta razão segue: ‘E os deu aos discípulos” (São Jerônimo), e também: “No qual não só honrou o Senhor a seus discípulos, mas quis que não ficassem incrédulos à vista deste milagre, que não deviam esquecer ainda depois de constatar, posto que tinham por testemunhas dele as suas mesmas mãos. E, portanto, deixa que o povo sinta, primeiramente, a necessidade da fome, se aproximem seus discípulos e lhe perguntem. E recebeu os pães de suas mesmas mãos para que fossem muitas as provas do milagre que fazia e tivessem muitos motivos para recordá-lo. E não lhes deu mais que os pães e os peixes, e de tudo isso fez participar a todos igualmente, para ensinar-nos a humildade, a economia e a caridade, que olha todas as coisas como comum a todos. E os pães e os peixes aumentavam nas mãos dos discípulos. Por isso segue: ‘E comeram todos’, etc. Mas não consistiu só neste o milagre, mas que sobraram não pães, mas pedaços de pão, a fim de fazer ver que estes restos eram os pães que deviam anunciar aos ausentes a realidade do milagre e convencer a todos de que não era uma fantasia este prodígio. Por isso segue: ‘E recolheram doze cestos cheios de pedaços” (São João Crisóstomo, Homiliae In Matthaeun, hom. 49, 2-3), e ainda: “Cada um dos Apóstolos encheu um cesto com as sobras que restaram do milagre do Salvador, com o objetivo de fazer ver pelas sobras, que realmente eram pães os que foram multiplicados” (São Jerônimo), e: “E fez que sobraram doze cestos, para que Judas levasse também o seu. Entregou os fragmentos que sobraram aos discípulos e não ao povo, porque as disposições deste eram ainda mais imperfeitas que as dos discípulos” (São João Crisóstomo, Homiliae In Matthaeun, hom. 49, 3), e também: “Os pães eram cinco e os convidados cinco mil. Por isso segue: ‘E o número dos convidados que comeram foi cinco mil, sem contar as mulheres e os meninos” (São Jerônimo), e ainda: “Não foram multiplicados os cinco pães em grande quantidade de pães, mas sucederam pedaços a pedaços. Foi a matéria do pão a que aumentou, porém, ignoro se o foi no lugar que servia de mesa ou nas mãos dos convidados” (Santo Hilário, In Matthaeum, 14), e: “São João nos disse, antes de referirmos este milagre (Jo 6), que a Páscoa estava próxima, e São Mateus e São Marcos colocam esse fato imediatamente depois da morte de João, donde resulta, que João foi decapitado nos dias próximos à Páscoa. E no ano seguinte, próximo à Páscoa, foi consumado o mistério da Paixão do Senhor” (Rábano), e ainda: “Todas as coisas estão cheias de mistérios. O Senhor fez este milagre, não pela manhã nem ao meio-dia, mas pela tarde, quando morreu o sol da justiça” (São Jerônimo), e: “Pela tarde, nos designa o evangelista a morte do Salvador, porque depois que aquele sol da verdade morreu na cruz, todos seus servidores receberam o alimento. Ou também, pela palavra tarde, significa a última era do mundo, na que virá o Filho de Deus a saciar a todos os que crêem n’Ele” (Remígio), e também: “Na súplica dos discípulos ao Senhor para que despeça o povo, a fim de que comprem o que havia de comer, se expressa o desgosto dos judeus para com os gentios, a quem os discípulos julgavam mais aptos para buscar seu alimento nas escolas dos filósofos, que nos livros sagrados” (Rábano), e ainda: “Porém lhes respondeu o Senhor: ‘Não tem necessidade de caminhar’, manifestando desta maneira, que não tinham necessidade aqueles a quem havia curado, nem de alimentar-se de uma comida corruptível, nem de voltar à Judéia para comprá-la; e manda aos Apóstolos, que lhes dêem de comer. Mas, ignorava acaso, que não havia coisa alguma que lhes pudesse dar? Porém, tudo isso devia ter uma aplicação típica: os Apóstolos não haviam recebido ainda o dom de confeccionar o pão do céu e distribuí-lo, e sua resposta deve entender-se completamente num sentido espiritual. Eles não tinham para alimentar-se, mais que cinco pães, isto é, os cinco livros da lei, e dois peixes, isto é, as pregações dos profetas e de João” (Santo Hilário, In Matthaeum, 14), e: “Pode entender-se também por dois peixes, as profecias e os salmos, porque todo o Antigo Testamento está contido na lei, os profetas e os salmos” (Rábano), e também: “Os Apóstolos, pois, ofereceram primeiramente o que ainda possuíam; porém a pregação do Evangelho desenvolveu neles com abundância o que antes possuíam. Depois disso, fez sentar o povo, que já não está arrastando na terra, mas apoiado na lei, sobre a grama. Cada um se senta sobre o fruto de suas obras, como sobre a erva do solo” (Santo Hilário, In Matthaeum, 14), e ainda: “Ou também os manda sentar sobre a grama, e segundo outro evangelista (Mc 6), em grupos de cinqüenta e cem, a fim de que, depois de haver pisado sua carne e os prazeres do mundo, como se fossem grama seca, elevaram pela penitência desde o número cinqüenta ao de cem. E olha ao céu para ensinar-lhes aonde devem dirigir seus olhos. Rompe a lei e os profetas, e lhes põe diante os mistérios, a fim de que o que não lhes alimentava quando estava inteiro, alimente dividido em partes a multidão” (São Jerônimo), e: “E entregam os pães aos Apóstolos, porque mediante eles deviam ser dados os dons da graça divina. O número dos convidados é o dos futuros crentes. Porque se diz no livro dos Atos dos Apóstolos (4, 4), que do grande número do povo de Israel, que se achava presente, só creram cinco mil homens” (Santo Hilário, In Matthaeum, 14), e também: “Mas, comeram cinco mil homens que haviam chegado à idade madura; as mulheres e os meninos, o sexo fraco e os pequenos não eram dignos de ser contados neste número, por isso, no livro dos Números (Nm 1) não se contam os servos, as mulheres, os meninos e o povo humilde” (São Jerônimo).

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