FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Missão e evangelização urbanas....


Há muitos desafios à tarefa das missões urbanas; talvez os maiores estejam relacionados ao preconceito que costumamos ter contra certas pessoas. Isso forma uma espécie de “barreira humana”. Nas cidades, tais barreiras nos saltam mais aos olhos, pois há pessoas que são consideradas indesejáveis ou pelo menos ignoradas no cotidiano urbano. Como devemos agir para com esses seres humanos, segundo a Palavra de Deus? Para a nossa reflexão sobre a missão e a evangelização urbanas, analisemos o episódio da cura efetuada pelo Senhor Jesus no geraseno endemoninhado. Podemos extrair desse episódio alguns princípios gerais que nos orientem na nossa tarefa de evangelização em nossa cidade. I. A cura do endemoninhado geraseno Assim que Cristo e os seus discípulos desembarcaram no Mar da Galiléia, na terra dos gerasenos, foi ao seu encontro um homem possuído por demônios, que havia tempos vivia em condições animalescas, sem roupas e que residia nos sepulcros. Ao ver o Filho de Deus, o reconheceu escandalosamente e lhe rogou que não o perturbasse, pois Cristo havia ordenado aos espíritos imundos que saíssem dele (vs.26-29). Identificando-se como Legião, em resposta à pergunta do Senhor Jesus, os demônios solicitaram permissão para entrar nos porcos que pastavam ali próximo. Após a permissão do Senhor, os demônios entraram na manada, o que resultou na precipitação dela despenhadeiro abaixo, rumo ao mar, fato que espantou os porqueiros, os quais foram narrar o ocorrido na cidade e pelos campos (vs.30-34). Tendo ouvido o relato, o povo foi verificar o ocorrido e se espantou ao ver o antigo endemoninhado em perfeita sanidade, aos pés de Cristo. O fato ocorrido foi confirmado por outras testemunhas, mas os gerasenos, amedrontados pelos relatos e pela visão do homem recuperado, rogaram ao Filho de Deus que se retirasse daquele lugar, pelo que Cristo voltou ao barco (vs.35-37). O homem que fora curado pelo Senhor pediu permissão para segui-lo, mas Jesus o despediu dizendo que ele deveria voltar para a sua casa e anunciar aos seus familiares o que Deus fizera; então aquele homem passou a anunciar por toda a cidade tudo o que Cristo havia feito (vs.38,39). Esse relato bíblico é impressionante, pois apresenta muitos dados incomuns, não apenas quanto à anormalidade da presença e da atuação demoníacas, mas também quanto ao fato de Jesus ter sido evidenciado como Messias através dos espíritos imundos. Comumente os demônios o reconheciam rápida e publicamente (Mc 1.24), o que não é uma virtude em si, mas a confirmação incontestável de uma verdade (Tg 2.19): Cristo tem absoluto poder sobre todos os seres, homens e anjos, fiéis e rebeldes (Mt 28.18; Cl 2.10). Certamente tais manifestações serviam para evidenciar a singular autoridade do Senhor como o Messias (Lc 4.18,19,33-37). Essa autoridade foi compartilhada em alguma medida com os apóstolos e discípulos missionários, responsáveis pela implantação do Cristianismo (Lc 10.9; Mt 17.16-18,21), ainda que eles não a possuíssem na mesma medida, pois neles era apenas delegada. Além desse papel confirmador de Jesus como o Messias, não se deve negar que o poder espiritual do mal exerça influência devastadora no mundo sem Cristo. Ainda que as formas de atuação malignas não precisem ser obrigatoriamente as mesmas, as finalidades continuam sendo manter os pecadores sem Cristo nas trevas espirituais (2Co 4.4,5), conservando-os mortos (1Jo 5.19) na escravidão moral do pecado (1Jo 3.8; Jo 8.34,44). Vejamos agora como esse relato nos ensina importantes princípios para a evangelização nos centros urbanos. II. O evangelho como causa eficiente Analisando o texto, destacamos o poder eficiente que Cristo tem para transformar a vida das pessoas. Os efeitos da ação salvadora que o Senhor Jesus produz podem ser mais claramente percebidos no grande contraste experimentado por aqueles que foram libertos da escravidão do pecado através do encontro com o Filho de Deus. O anúncio do evangelho é o meio através do qual o próprio Redentor se revela aos homens (Jo 5.39) atraindo-os para uma relação graciosa com Deus (Jo 1.12; Gl 3.26), com todas as graças daí decorrentes, desde a salvação (Rm 1.16) da condenação dos pecados até à nossa glorificação (1Pe 1.5-7), passando pela salvação do poder escravizador dos pecados (1Pe 1.23). As ações do Estado e dos cidadãos podem trazer alguns benefícios às pessoas, mas o farão apenas na esfera natural, preservando a manutenção digna das relações sociais (Rm 12.18; 13.4). Contudo, essas ações não têm poder para produzir eficiente mudança no coração das pessoas (seus desejos malignos e as suas práticas pecaminosas); a ação humana, inclusive a sua religiosidade, apenas consegue coibir parcialmente a manifestação das malignidades que estão nos corações (Mt 23.27,28), mas sem efetivar a mudança interior e sobrenatural que só o evangelho pode produzir (Ef 1.13). Essa convicção de que o evangelho é o poder de Deus para salvar e libertar pecadores deve nos motivar e acompanhar a fim de realizarmos a tarefa de evangelização em uma sociedade que, estando sob trevas e perdida espiritualmente, ainda terá muitas pessoas libertas e salvas do maligno poder escravizador do pecado (Cl 1.13). Esse é o poder que o evangelho (1Jo 3.8,9) tem de transformar vidas, unindo-as a Cristo Jesus (2Co 5.17), salvando-as da condenação dos pecados exclusivamente pela soberana graça divina (Ef 2.8,9) e reconciliando-as com Deus (Rm 5.1), mediante a fé por ele mesmo concedida. O Espírito Santo atua de forma gracioso através do anúncio do evangelho (Jo 3.3; Gl 3.3-5) produzindo verdadeiros milagres ao transformar as pessoas para a glória de Deus (Ez 36.25-27). Essa convicção no poder eficiente do evangelho deve nos levar em direção aos milhares de pessoas que estão vivendo sem Deus neste mundo, escravizadas por toda sorte de práticas pecaminosas, sob o poder maligno das trevas, ainda que estejam sem consciência do terrível estado da sua alma imortal (Ef 2.1-3). Devemos ir ao encontro delas na plena certeza de que a misericórdia e o poder de Deus são capazes e suficientes para transformá-las positivamente (Ef 2.4-7), chamando-as para o louvor da sua glória, mediante o evangelho (2Ts 2.13,14), o qual produz gloriosas mudanças na vida dos incrédulos quando recebido com fé (1Ts 1.5,9; 2.13). Com base nessas convicções, não devemos nos acomodar ou até mesmo nos acovardar diante do desafio de resgatar para Deus aqueles que ele já preparou, ainda que estejam nos mais baixos níveis da escravidão maligna. A Palavra de Deus nos enche de ânimo aos nos afirmar: “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20), e também aos nos recordar que fomos libertos das trevas para nos tornarmos libertadores de outros que ainda estão escravizados (1Pe 2.9,10). III. A restauração da imagem de Deus como meta O nosso propósito diante do desafio das inúmeras pessoas perdidas e escravizadas pelo maligno através de uma vida pecaminosa na qual vivem não se encerra em apenas anunciarmos o evangelho. Na verdade, esse anúncio é para que um projeto glorioso se inicie nas suas vidas, o qual só se encerrará com o maravilhoso encontro final com Cristo (Fp 1.6). Esse projeto consiste basicamente na restauração da perfeita imagem de Deus no homem através do poder eficiente da sua obra (Rm 8.29). Essa é a única maneira de efetivamente neutralizar o poder devastador do pecado em nós, inclusive em relação a Deus (Rm 5.10-12). Costuma-se chamar esse processo de santificação, no qual é operada eficazmente uma crescente transformação gloriosa em nosso ser como fruto da graça de Deus (2Co 3.18). Apesar de ser uma graça divina, a santificação se processa com a ativa participação dos fiéis, os quais naturalmente a perseguem como um reflexo esperado da presença de Deus em suas vidas (1Jo 3.1-3). É por isso que a mudança de vida serve de indício para se reconhecer a genuína experiência espiritual de conversão (1Jo 3.7-9). Sendo assim, não se espera que os cristãos interpretem as condutas pecaminosas dos incrédulos e ímpios que lotam as cidades como evidentes sinais da preterição deles (Gl 1.23), como se eles demonstrassem dessa forma que não foram eleitos por Deus para uma vida diferente. Tal conhecimento não nos é dado (Dt 29.29). Não é saudável nem recomendável procurar identificar aqueles que serão condenados por Deus tendo como evidência a permanência em sua incredulidade. Enquanto ainda estiverem vivos (Hb 9.27), poderão ser alcançados pela imensa misericórdia de Deus (Ef 2.3,4,10; Rm 11.23). Antes, devemos seguir o exemplo de Cristo, o qual, ciente dos decretos divinos, não apenas convidava a todos (Mt 11.25-30), mas também se compadecia das pessoas escravizadas em seus pecados, as quais rejeitavam a oportuna ocasião da visitação divina (Lc 19.41-44). Certamente, o deleite do coração de Jesus seria acolhê-los amorosamente (Lc 13.34). Caso tenhamos o nosso coração despertado pela graça divina, devemos nos encorajar a pregar, na certeza do poder divino para transformar pecadores em santos instrumentos para a sua glória, segundo o exemplo de Jesus Cristo (Mc 6.34). Um convertido não sabe se outro pecador também irá a Cristo. Ainda assim ele deve se empenhar por evangelizar os incrédulos na esperança de alcançá-los e na certeza de que a misericórdia de Deus é eficiente para trazer a si quem ele quiser e quando quiser (Rm 9.15,16). Sendo assim, lembremo-nos que, embora algumas conversões pareçam impossíveis, não o são para Deus (Mt 19.25,26). Conclusão Devemos realizar as missões urbanas buscando a restauração da imagem de Deus na vida dos descrentes, sem nos esquecer de que não devemos sentenciar previamente ninguém à exclusão no reino de Deus. Devemos ir em busca de todos, sem nos esquecer dos marginalizados e inconvenientes, como o homem geraseno, porque há muitos escolhidos dentre eles (Mt 22). Estes serão alcançados pela igreja fiel nessa tarefa missionária. Empenhemo-nos por ver toda a igreja, a noiva de Cristo, completamente reunida para as bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Aplicação Quais são os grupos de pessoas que estão à margem da sociedade e da igreja e que poderíamos tentar alcançar com o evangelho? Quais seriam as dificuldades que a igreja teria para alcançar e receber essas pessoas? Elabore um projeto. >> Texto publicado na revista Palavra Viva – Sua Cidade Para Cristo, pela Editora Cultura Cristã. >> Autor do Estudo: Raimundo M. Montenegro Neto

Aprendam a fazer o bem....


O ministério profético de Isaías foi longo – cerca de 40 anos, e difícil – em meio à grande agitação política e grande ruína moral. A ascensão do império assírio criava uma forte tensão política em toda a região, acarretando uma desconfiança teológica (“Deus pode nos salvar?”) e, como consequência, uma estratégia de independência (alianças militares). O povo, começando pelos seus governantes, era guiado por um misto de individualismo, hipocrisia, auto satisfação e cinismo. As assembleias e festas, sempre cheias, e a engrenagem cúltica, girando a todo vapor, poderiam dar a impressão de fervor espiritual, mas a realidade era bem diferente, como mostra a denúncia do profeta. A questão, que não é nova e nem fácil de resolver, está de novo sobre a mesa. É a velha queda de braço entre vitalidade espiritual e religiosidade. Idealmente, as duas deveriam andar lado a lado, mas isso nem sempre acontece. É possível perceber quando uma espiritualidade real sustenta a religiosidade? Existe algum sinal confiável sobre isso? Ou, olhando a partir de outro ângulo, uma vida justa e correta é garantia de uma espiritualidade autêntica? Existe um ponto de convergência para estas duas possibilidades? Para entender o que a Bíblia fala No verso 2 a totalidade da criação (céus e terra) é convocada como testemunha para o processo que Deus instaura contra todo o povo. Qual é a principal acusação? Como isso era “verificável” no dia a dia da nação? (vv. 2-4) A seguir, o profeta pinta um quadro de desolação, causado pela própria desobediência do povo (vv. 5-9). Aparentemente, nem há mais espaço para novas repreensões (v. 5). Nem tudo aqui é literal, mas as imagens mostram várias dimensões da vida nacional que estavam sendo impactadas pelo pecado. Quais são essas dimensões? Sacrifícios, holocaustos, ofertas, festas, orações… Eram prescrições centrais e visíveis da religião do Antigo Testamento. Embora o próprio Deus as tivesse instituído, essas práticas agora estavam sendo rejeitadas (vv. 10-15). Por que? Qual era o problema com a religiosidade do povo? Era a religiosidade em si, ou faltava algum coisa, algum complemento? (vv. 16-17) A última parte do verso 13, de acordo com a tradução da Bíblia de Jerusalém, diz o seguinte: “não posso suportar iniquidade e solenidade”. A declaração de Deus, através do profeta, nos ajuda a perceber que as práticas religiosas, por mais nobres que sejam os sentimentos e emoções que as acompanham, se não nos conduzirem à pratica efetiva do bem em prol do nosso próximo, especialmente daqueles que estão no lado mais fraco do elo econômico (“órfãos e viúvas”), não terão valor para Ele. Não passarão de “solenidade” misturada com “iniquidade”. Pensando em sua vida, e na sua comunidade de fé, faça uma avaliação honesta e corajosa de suas práticas religiosas. Como acha que Deus as vê? Nosso trecho termina com um convite à reflexão, feito pelo próprio Senhor (v. 18). Há esperança, porque “não existe falta que esgote o perdão divino” (Bíblia de Jerusalém). Qual é a única condição imposta por Deus, de acordo com o texto (vv. 19-20)? Hora de Avançar Parar de fazer o que é mal, arrepender-se do mal praticado e dispor-se a voltar para Deus quer dizer simplesmente mudar de vida, pôr-se no caminho outra vez… A verdade é que nós nos convertemos e somos convertidos. Só voltamos para Deus quando somos por ele voltados. Não podemos empurrar tudo para o Senhor nem empurrar tudo para nós. Para pensar O trecho que estamos estudando é um rico exemplo da combinação, presente em várias partes de Isaías, da justiça e da graça de Deus. As palavras de juízo são fortes, mas a força do perdão também é grande. Tanto o julgamento quanto o perdão dos pecados é obra divina. O que Deus espera é a confissão e o arrependimento do seu povo, uma disposição para mudar de rumo, para fazer diferente. A “espada” mencionada no final deste trecho representava a invasão estrangeira, com todos os seus males, mas era uma ameaça que poderia ser afastada pela submissão a Deus (v. 19). A nossa religiosidade pode nos lançar numa falsa experiência de transcendência. Ela faz isso nos afastando do próximo, nos prendendo num comodismo auto centrado e nos cegando para a realidade à nossa volta. Uma piedade integral (holística), ao contrário, nos faz experimentar uma transcendência genuína, pois nos permite experimentar a realidade espiritual, o relacionamento com Deus, mas nos joga de volta para a realidade do nosso mundo carente, uma realidade de sofrimento e necessidade. É aí que a nossa piedade precisa fazer diferença. O que disseram Não apenas crentes individuais, mas a igreja como um todo em um determinado local pode cair em pecado. Portanto, o lembrete a resistir ao mal é dado ao crente individual e à igreja como um todo em toda parte… De fato, a conversão é o modo de Deus renovar e mudar a face da igreja, e também de levá-la a novos caminhos e capacitá-la a cruzar novas fronteiras… A conversão cristã tem como objetivo colocar mulheres e homens a serviço de Deus e do próximo… é a passagem de uma existência desumanizada e desumanizadora para uma vida humanizada e humanizadora. Orlando Costas (1942-1987), missiólogo porto-riquenho Para responder Nossas práticas exteriores devem ser um reflexo de nossa vida interior, e nossa vida interior deve se expressar em nossas práticas exteriores. Essa relação precisa ser orgânica, como uma coisa só. Seu amor a Deus o leva a amar seu próximo? E seu amor ao próximo tem sido maior devido ao seu amor a Deus? Uma parte do texto nos mostra um convite duplo da parte de Deus: “Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem!” (vv. 16b-17a). Ou seja, não podemos nos contentar em apenas nos “desviar” do mal, mas precisamos também ser proativos no “fazer o bem”. E, neste contexto, “fazer o bem” tem a ver com buscar o direito do próximo, corrigir o opressor, fazer justiça ao órfão e defender a causa da viúva (v. 17, Bíblia de Jerusalém). Como vimos antes, os órfãos e as viúvas representavam as pessoas economicamente mais vulneráveis. No seu contexto de vida, quem representaria melhor os “órfãos e viúvas”? O que você tem feito pelo direito deles? Eu e Deus Pai, fico pensando que tenho de correr e fazer algo; tu continuas a me chamar de volta para ser alguém. Usa esta vida que criaste e redimiste para preservar e beneficiar aqueles entre os quais vivo hoje. Amém. (Eugene Peterson) >> Autor do estudo: Reinaldo Percinoto Júnior.

Luz Acesa: proteção e testemunho


No capítulo 19 do livro de Atos é narrado o início da igreja cristã em Éfeso, capital da província romana da Ásia, por meio do ministério do apóstolo Paulo. Devido à localização estratégica da cidade, esta igreja desempenhou um importante papel na expansão do cristianismo. A estadia de Paulo na cidade durou cerca de dois anos (mais longa que de costume), e algum tempo depois ele escreveu a carta que contém o texto que embasará nosso estudo. O foco geral da carta é a igreja de Cristo, que representa “a nova humanidade de Deus, […] uma comunidade onde o poder de Deus de reconciliar as pessoas a si próprio é experimentado e compartilhado através de relacionamentos transformados” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1399). Paulo desenvolve o argumento de que os cristãos receberam uma nova vida em Cristo, e por isso conformam uma nova humanidade, uma nova sociedade humana que, sendo nova, deve adotar novos padrões de comportamento, despindo-se do “velho homem” e revestindo-se “do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Ef 4.22-24). É no contexto desta boa notícia de novidade, e renovação no “modo de pensar”, que somos convidados a vivermos como “filhos da luz” (Ef 5.8), em contraposição às trevas de outrora. Qual o significado desta nova e resplandecente “filiação”? Qual a origem desta luz? É sobre isto que pretendemos refletir, entre outras coisas, no estudo a seguir. Para entender o que a Bíblia fala Em todo o trecho, Paulo faz uso do rico simbolismo da luz e das trevas. Note que Paulo não diz que antes eles estavam nas trevas e agora estão na luz, mas sim que antes eles eram trevas e agora são luz (v. 8). Por que esta pequena diferença ortográfica é tão significativa? Em que esfera, afinal, havia ocorrido essa radical transformação? Qual era, de fato, a fonte ou origem desta mudança? (v.8; cf. João 8.12) Já que agora os cristãos são luz no Senhor, eles devem também viver como filhos da luz (v.8b). O que isto significava na prática? Segundo Paulo, quais seriam os resultados, ou frutos, de uma vida sob esta condição? (vv.9,10) No v. 11, o apóstolo apresenta o outro lado da moeda, ao se viver como luz. Ele menciona dois aspectos, um negativo e outro positivo, da atitude que devemos ter em relação às trevas, quando andamos na luz. Quais são eles? Você consegue citar exemplos práticos desses dois aspectos, que devem fazer parte da nossa vivência cristã? Paulo esperava também que a luz de Cristo, brilhando por meio dos cristãos, tivesse um efeito duplo à medida que fosse revelado o que estava encoberto pelas trevas. Você consegue perceber esse efeito duplo sendo expresso no v.13? Muitos comentaristas acreditam que o v. 14 é uma citação de um hino cristão, que era utilizado na Páscoa ou mesmo no batismo. Com que metáforas é descrita a condição anterior dos homens, ou seja, antes de conhecerem a luz de Cristo? Esta poderia ser uma boa descrição do processo que temos chamado de “conversão”? Hora de Avançar Assim, aprendemos, desde cedo, que esse simbolismo [da primeira Páscoa] fala de escravidão e de libertação; de trevas e de luz. A servidão no Egito, hoje, materializa-se no jugo do pecado; e a celebração da Páscoa transforma-se em memorial de libertação pelo poder de Deus. (Rubem Amorese) Para pensar Paulo procura incentivar e motivar seus leitores, e todos nós, com relação às implicações práticas do fato de que agora são luz no Senhor. Eles não são luz em si mesmos, ou por causa de algo que fizeram, mas por causa do que Cristo fez por eles, dando-lhes vida quando ainda estavam “mortos em transgressões” (Ef 2. 4-10). Devemos notar a preocupação do apóstolo em mostrar a seus leitores que não é suficiente deixar algumas práticas, mas serem proativos e passarem à pratica de novas obras, como “filhos da luz”. Uma vez unidos a Cristo, que é “a luz do mundo” (Jo 8. 12; 9. 5), os cristãos passam a ser também luz para o mundo (Mt 5. 14-16). E sua presença acabará iluminando as obras do mal, da injustiça e da mentira, promovendo o “fruto da luz”: bondade, justiça e verdade. O que disseram Cristo é ainda a luz verdadeira, totalmente estranha à mentira; sabemos então que também nossa vida tem de ser iluminada pelos raios da verdadeira luz. Os raios do sol da justiça são as virtudes que dele emanam para iluminar-nos, “para que rejeitemos as obras das trevas e caminhemos nobremente como em pleno dia”; pelo repúdio de toda ação vergonhosa e escusa, agindo sempre na claridade, tornamo-nos nós também luz e, o que é próprio da luz, resplandeceremos para os outros pelas obras. (Gregório de Nissa, bispo, século IV) Para responder As lâmpadas só emitem luz a partir de energia. Era assim nos tempos do Novo Testamento (tendo o azeite como combustível), e é assim hoje em dia, com as nossas lâmpadas (usando energia elétrica). Metaforicamente, podemos nos considerar “lâmpadas” de Cristo, pois não emitimos luz própria; a fonte de nossa luz é Cristo. Com qual “combustível” você tem alimentado sua “luz”? Nos seus vários relacionamentos, você tem se comportado como uma “testemunha da luz” (Jo 1. 8)? Pensando em seu contexto particular de atuação diária – família, bairro, cidade, como você poderia “encarnar” o fruto da luz descrito por Paulo, envolvendo-se em atividades que promovam a bondade, a justiça e a verdade? Eu e Deus Tu, Senhor, a luz do mundo, sê luz em mim para que minha vida mostre a claridade e o calor de tua salvação. Amém. (Eugene Peterson, “Um ano com Jesus”, Ed. Ultimato) >> Autor do estudo: Reinaldo Percinoto Júnior >> Este estudo bíblico foi desenvolvido a partir do artigo Que haja luz em tua casa, de Rubem Amorese.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Nunca deixar de ser um vencedor, sem esperar a coroa da vida......


Ser um vencedor, a começar no aqui ‘’O evangelho nos chama para a vida, para existir em favor do outro e nisto nos incluímos, observar que pessoas de fé tem a coragem para enfrentar e acreditar na vida.’’ A palavra vencedor tem uma conotação de ser reconhecido, de pertencimento e de aceitação. Faz – se notar, com maior ênfase, dentro de uma realidade cultural regida pela competitividade, por essa ética do (s) bem sucedido. Sem titubear, nessa corrida tresloucada pelo ter, como parâmetro para um suposto ser, empanturramo – nos com uma gama de autores sobre o tema vencedor, tanto na considerada esfera secular quanto como religiosa, mística, ideológica e por ai vai. De certo , somos levados a visualizar com uma visão de vencedores veiculados pela mídia, pelas revistas, pela internet e, no caso dos evangélicos, de testemunhos apoteóticos, de predestinados e escolhidos. As vezes, sinto uma sensação de jamais conseguir obter esse patamar de vencedor, principalmente, ao folhear os relatos feitos, nos arraiais evangélicos. Em direção oposta, Jesus aponta para outra direção, de vencedores do dia – a – dia, sujeitos as vicissitudes sociais, marcados por períodos de opressão e incertezas, envoltos por uma tradição desconectada das relações interpessoais. Eis, grosso modo, o cenário trilhado por Jesus, pelo Carpinteiro dos Recomeços, diante de um povo subjugado pelo caudilho ditatorial do império romano, pela superficialidade de uma espiritualidade teocrática ideológica dogmática (mais compromissada a manter as pessoas no conformismo), pela vergonhosa aplicabilidade do nome de Deus e, de tal sorte, manter os miseráveis na miséria de pão, água, vinho, ou seja, de esperança, tolerância, alegria, reconciliação, restauração, bondade e vida. Atentemos como Jesus apresenta uma alteridade, com relação aos nossos parâmetros de ser um vencedor, e traz a figura da mulher sírio – fenícia, do centurião romano, da mulher samaritana, dos leprosos, dos publicanos e, enfim, de gente, como eu e você, ao qual tinham uma história toda peculiar. Vou adiante, em todos esses personagens, percebe – se uma decisão pela vida, sensíveis de não terem, em seu currículo, nenhum feito de milagres, de sinais, de maravilhas, de conquistas de fazer qualquer um ficar de queixo aberto; simplesmente, gente sem fugir da vida, de uma filha adoecida, de um servo preste a morrer, de uma mulher com os pesos de ser vista como algo de segunda espécie, para não dizer – uma escória (caso da Samaritana), de leprosos falidos na concepção de dignidade e respeito. Ultimamente, tenho observado uma perda dessa noção de que ser vencedor se estende as pessoas simples e que não arredam o pé, em prol da vida. São mães que lutam por seus filhos; são jovens que arriscam sonhar; são pessoas, embora doentes, não perderam o sabor pela vida; são pessoas que choram, passam por momentos de querer desistir, de se conformar, de deixar tudo como está. Em outras palavras, não são angelicais, não são os grandes profetas, não são os eloquentes pregadores e seus retumbante sermões, não são os astros da música gospel, não são os escritores do momento. Simplesmente, gente que levanta as cinco e retornar depois das onze, que se depara com o sistema caótico de uma metrópole, como São Paulo, que não foge da luta, dos nãos, dos desafios, das mudanças e ser renovam, diariamente. Então, os vencedores, segundo a narrativa dos meandros de Jesus, elencado nos evangelhos, pouco ou quase ou nem faz referência aos pais da fé, mas sim a pessoas invadidas por uma bondade incessante pela vida, como dito acima. Tristemente, estamos acostumados com o fenomenal, os super – heróis da fé, uma espécie de gente divinizada, canonizada, imune as aflições, as angustias, as dúvidas, as murmurações, as inquietudes, as oposições, aos embates, as contradições, as contrariedades e outras expressões de situações conflituosas da vida. Agora, noutro lado da moeda, Jesus teima e bate o pé para prosseguir a escrever nas páginas da vida, com a tinta de que somos todos humanos e com a pena de que fomos criados para espiritual, cognitiva, volitiva, emocional e afetuosamente a vivermos em parceria, o partilhar e compartilhar, em participação. Desde já, sem qualquer pieguice, ser vencedor passa e perpassa por uma releitura da nossa própria caminhada, com Cristo, pelo qual muitos fardos são lançados fora, culpas e condenações idem. Ou seja, ao utilizar, no título desse texto, sem esperar a coroa da vida, propositadamente, procuro demonstrar a importância de resgatarmos quantos vencedores há, em nosso meio, em nossa biografia, em nossa vida e isto implica redimensionarmos, com propriedade, que os vencedores, a partir de Jesus, não foram identificados, por virtudes, atributos, dons, vocações e, ademais, por assumirem, talvez, sem nunca saber, seu papel de ser sal, em direção a vida e ao próximo, e luz, na mesma proposta. Paz e bem

Será que sei quem sou eu .....?


Em um mundo tão competitivo, tão duro e difícil, criar máscaras parece ser a solução ideal para evitar ou ao menos amenizar o sofrimento. Esse hábito, se é que podemos assim chamar, ganhou tanta força nos últimos tempos que na realidade, muitos já não sabem nem quem são de fato. Ao falarmos a respeito de nós, encontramos tantas dificuldades, obstáculos que impedem a nossa exposição verdadeira e honesta, exigindo uma análise profunda para tal. É incrível a nossa capacidade de falar do outro, de fazer julgamentos precipitados, de julgarmos conhecer a fundo, aquilo que nem mesmo conhecemos em sua superficialidade. Mas, ao falarmos de nós mesmos, nos deparamos com uma muralha, muito bem reforçada e adornada com aparatos, luzes, cores que camuflam os portões de entrada. E assim as máscaras que vestimos não servem apenas para iludir ou enganar o próximo, mas para iludir e enganar a nós mesmos. Prezamos pela honestidade e transparência, principalmente, porque nós mesmos somos carentes de tais virtudes. E como seremos capazes de lidar com as nossas crises, com as nossas insatisfações, com o nosso desapontamento, com os nossos fracassos, com as nossas fraquezas, se muitas vezes somos incapazes de reconhecê-los? Como descobrir o que é verdadeiro dentro de nosso ser , se nos escondemos de nós mesmos? As Escrituras afirmam que "antes de apontarmos o cisco no olho do irmão, devemos tirar a trave dos nossos olhos". Na verdade, se formos sinceros conosco, muitas vezes, em muitas situações, nós colocamos a trave nos nossos e ignoramos a verdade acerca dos fatos, acerca da vida, acerca de nós. Precisamos reconhecer as nossas limitações; reconhecer que somos seres humanos; que não somos perfeitos, que jamais seremos perfeitos nesta terra. Precisamos aceitar essa realidade, a realidade da nossa imperfeição, a realidade da imperfeição alheia. Essa aceitação, de forma alguma conduz ao conformismo, pelo contrário, conduz ao aperfeiçoamento. Aqui, estaremos sempre em processo de aperfeiçoamento, de evolução, de conhecimento e crescimento. Reconhecer as fraquezas é o primeiro passo, o passo que nos introduz ao caminho certo. Em um procedimento estético os "defeitos" são procurados e expostos e consequentemente, trabalhados. Sem a exposição das "falhas" fica impossível a intervenção. Assim também o nosso interior; se não expormos as nossas falhas, as nossas fraquezas, se não formos sinceros com o nosso ser, jamais conseguiremos ser sinceros com os demais, e jamais alcançaremos a tão sonhada satisfação pessoal, a qual chamamos, felicidade. Paz e bem

Um culto. Muitas gerações...


Um dos maiores desafios da igreja contemporânea é comunicar o evangelho de forma integrada, reunindo e envolvendo em um mesmo culto as diferentes gerações e suas distintas formas de pensar, viver o cristianismo e adorar a Deus. Mas será isso possível? A beleza do culto cristão está especialmente relacionada à unidade entre as pessoas. O salmista diz no Salmo 133.1: “Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. Essa afirmação não restringe público, tampouco estabelece faixa etária, ela diz “os irmãos” de forma geral. Esse é apenas um dos muitos versículos que apontam para o estilo de vida, ou seja, de culto que agrada a Deus, pois cremos que a celebração comunitária é uma extensão do culto que prestamos diariamente. No culto que agrada a Deus deve haver unidade. Ainda no livro de Salmos, encontramos uma instrução específica sobre como as diferentes gerações devem se relacionar: “Uma geração contará à outra a grandiosidade dos teus feitos; eles anunciarão os teus atos poderosos” (Sl 145.4). Esse trecho me faz lembrar um hino muito conhecido que diz: “Conta-me a velha história”. É exatamente isso que se espera dos anciãos: que contem do amor de Cristo, dos feitos dele na história do mundo e de suas vidas aos mais novos. Isso só será possível se estiverem unidos, reunidos. Nos últimos anos, a reflexão sobre as diferentes gerações e os conflitos entre elas aumentaram bastante, especialmente no que diz respeito ao mundo do trabalho. Pesquisadores passaram a elaborar o que podemos chamar de “teoria das gerações”, classificando-as como: “baby boomer”, “geração x”, “geração y”, “geração z”, e, mais recentemente, “geração alpha”. Cada uma delas tem suas particularidades e diferenças, por vezes, gritantes umas das outras. Não iremos nos aprofundar nelas, no entanto, devemos considerar que, dadas as características distintas de uma e outra geração, conflitos existem e sempre existirão e a igreja terá que aprender a lidar com isso para que a unidade, que tanto agrada a Deus, não se perca. De forma geral e para atender as necessidades de cada grupo etário, as igrejas criaram diferentes ministérios (crianças, adolescentes, jovens, casais, adultos solteiros e terceira idade). Essa divisão tem um fim didático e busca facilitar a aprendizagem bíblico-cristã à medida que aborda os temas concernentes ao público correspondente e na linguagem adequada a cada um. No entanto, vejo que essa praticidade pedagógica, embora necessária, tem criado um abismo ainda maior entre as gerações. Tiramos os bebês do culto e colocamos em berçários; criamos o culto infantil; em algumas igrejas até mesmo os adolescentes e jovens foram segregados. Será que isso é saudável? Ou será que ao invés de unir a igreja nós a estamos fragmentando. Onde fica a unidade nesse caso? De que forma faremos convergir os corações de uns aos outros, praticar a tolerância com o que nos é diferente? Precisamos abandonar o egoísmo de querermos um culto que “nos agrada”, que é o “nosso perfil”, que não tenha o ruído das crianças ou que se utilize das músicas mais contemporâneas para agradar aos jovens e estes por sua vez também devem exercitar a paciência, que é um dos frutos do Espírito, e celebrar com hinos; junto ao coro. Enfim, precisamos lutar contra a natureza egocêntrica do nosso velho homem e promovermos a unidade. Não digo que devamos extinguir os ministérios e seus momentos de ensino direcionado, mas devemos lutar para que eles não sejam exclusividade; a busca é pelo equilíbrio. Não podemos abrir mão de termos a igreja reunida. Creio que tal unidade é fundamental para a permanência das novas gerações na igreja, pois, quando houver a necessidade de transição, elas já estarão inseridas; frequentar os cultos não lhes será uma experiência nova. Mas, a pergunta permanece: como conseguiremos tal unidade? Acredito no diálogo entre as gerações como forma de unificação e fortalecimento da igreja, pois como diz Both (1999, p. 58): “O diálogo entre gerações possui a propriedade de fortalecer o sentido da conscientização intersubjetiva e o sentido do respeito e do engajamento dos participantes do diálogo nas mudanças necessárias”. Já Moragas (1997) diz que as relações intergeracionais podem ser solidárias, pois proporcionam ajuda em certos momentos vitais. Segundo o autor: “Quando se reconhece a necessidade da compreensão entre gerações e os jovens são educados para praticá-la, fomenta-se a integração entre as diferentes idades e consequentemente reduz-se o conflito social”. Embora saiba que os conflitos geracionais continuarão a existir, creio que o Espírito de Deus pode e quer nos dar um só coração e uma só mente (At 4.32) e a nós, líderes dessa nova geração, cabe incentivar o diálogo e trabalhar para que essa união e integração se estabeleçam de forma plena e profunda no seio de nossas comunidades, de forma a “conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3). Que o Deus que concede perseverança e ânimo dê a vocês um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus (Rm 15.5). • Reinaldo Vieira Lima Jr., o Juninho, tem quase 32 anos, é pastor adjunto na Primeira Igreja Batista em São Paulo (SP). Tem Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Dá aulas de ética e cidadania no Seminário Betel Brasileiro.