FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Respeitar, uma palavra esquecida no universo do nosso égo........


Respeitar o próximo é uma tarefa difícil, conviver com as diferenças, com o jeito de cada um ser exige paciência, compaixão e amor ao próximo. Cada pessoa tem uma maneira de ser, de agir e viver, não pode cobrar dos outros atitudes que eles não podem dar, é difícil viver em sociedade com pessoas singulares e tão diferente de nós, mas é necessário respeitar a cada um do jeito que é. Para aceitarmos e respeitar o próximo exatamente como ele é, é necessário uma maturidade espiritual, agir respeitando todas as diferenças é o resultado de nossa evolução. É saber dar e receber, é não julgar, é reconhecer a importância do outro e ser consciente de tudo que fazemos tem suas conseqüências tanto para o bem quanto para o mal. Por mais que as idéias sejam diferentes é necessário ter a humildade de ouvir o ponto de vista alheio, respeitar seu espaço, suas opiniões. Vivemos hoje uma época onde o respeito quase não é utilizado, a máxima de seu direito termina quando começa o meu foi deixada de lado, e estamos todos invadindo o espaço do outro, sem respeitar, sem pedir licença. Existem pessoas que são mais introspectivas, que gostam de ficar sozinhas e para essas pessoas sempre existem aqueles amigos que ficam em cima, dizendo que tem que sair mais, que tem que se divertir. Estamos em uma era egoísta, em que centramos em nós mesmos e esquecemos o outro, quando queremos algo nos achamos do direito de receber e esquecemos que o outro também tem suas vontades. Isso acontece muito em relacionamentos amorosos, relações de amizades e até mesmo no profissional, quando sempre um acaba invadindo o espaço do outro e algumas vezes o outro consente para evitar brigas maiores. Existem dois lados da moeda nessas relações, os invasivos e os invadidos. Os invasivos são geralmente pessoas egoístas, egocêntricas que pensam somente em seu bem estar, respeitar o próximo não está nem perto de seus objetivos, ele sempre quer tudo do seu jeito, como uma criança mimada, por outro lado são pessoas que se sentem vazias, geralmente só tem a simpatia forçada das pessoas, geralmente por status e poder sobre os outros. Os Invadidos são pessoas generosas, de bom coração, mas acabam se prejudicando com toda essa passividade, ser bom é diferente de ser burro, muitas vezes os invasores se aproveitam de pessoas assim, não respeitam, invadem seus espaços, humilham, força que essas pessoas façam seus trabalhos. Limite é respeito, temos que saber que o outro também tem seus direitos, e respeitar é o mínimo que temos que fazer. E nossa sociedade nos mostra todos os dias a falta de respeito pelo próximo, isso se aplica até mesmo nos comandantes de nosso país, que mostram a falta de respeito pela sua população, somos constantemente forçados com obrigações, impostos e nos deparamos com injustiças. Precisamos nos controlar para não invadir o espaço do outro e acabarmos magoando e perdendo relacionamentos com pessoas queridas, diferenças de opiniões, de gostos, de visões sobre certos fatos da vida e é isso que faz tudo ficar mais democrático, o que seria do azul se todos gostassem do amarelo? Respeitar as diferenças e o espaço do outro é algo que só nos acrescenta, nos faz sermos melhores, não desabona em nada, as vezes deixar o orgulho de lado, mesmo não concordando como o outro pensa ou age é ser evoluído, é ter muito amor e compreensão e isso nos torna pessoas melhores, em paz com os que nos cercam e com nós mesmos. Paz e bem.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Renove sua vida em Cristo Jesus.....


Sabemos que o mundo por si só, nossa natureza por si só, tende a caminhar para longe de Deus, levando-nos a se afastar de Deus, isso cria em nós uma necessidade enorme de retornar aos Braços do Pai, fazendo com que nossa alma nos conduza para uma longa jornada em busca de “NOVIDADES”, de cruzadas, de milagres, de ondas de renovação, de ministérios, mistérios, milagres, agentes de renovação e avivamento, queremos o NOVO a todo instante, queremos ser RENOVADOS, cheios e esperança por uma grande mudança no MUNDO. Vejo homens, mulheres, além de milhares de jovens e adolescentes, em busca dessa renovação, em buscas frenéticas pelo YouTube, Facebook, Twitter, Instagram e de igreja em igreja, em busca desse “NOVO”, pregado em forma de barganhas e campanhas, onde ecoa uma frase, que ele só acontecerá, mediante barganhas, petições, sacrifícios e entregas materiais, sim vejo isso aos montes, pois MENTIRAM para nós, qual foi a barganha de Moisés, de Neemias, de Davi para chegarem onde chegaram? Há uma verdade e essa verdade precisa ser dita para você, O NOVO de Deus, quando não é encontrado em nenhum lugar ele é Revelado em Você! Obviamente, temos inúmeros Sacerdotes sérios que estão entregando suas vidas por amor e pela expansão do Reino de Deus e quando você encontrar um homem e uma mulher assim faça o possível para permanecer ao seu lado e apoiá-lo fortemente, pois quando a capa cair sobre você certamente coisas maiores que ele, você estará pronto para realizar. Mas não se prenda a surtos de ondas de renovação, você quer O NOVO? Quer um Ministério Novo? Uma unção Nova? Um Bairro e uma Cidade Nova? Um País NOVO? Pois bem O NOVO chegou e esse NOVO está em você: “… Nos finais dos tempos, derramarei Do MEU Espirito sobre toda a criatura…”, esta sobre mim, sobre você, assim cheios de limitações, dificuldades, trejeitos, mas é em você, o Moisés de 2018, através de você que Deus vai conduzir o povo para caminhar até a terra prometida, vamos nos preparar? Levante-se! Deus toca em seu Espírito, não seja apenas mais UM no Reino de Deus, se é que isso é possível, seja um Embaixador de Verdade, seja aquele que traz a existência o Reino de Deus, seja você o NOVO! Que Deus seja louvado, Paz e bem.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Uma escola chamada dor.....





A dor e o sofrimento são inevitáveis! Nessa vida, a dor e o sofrimento são inevitáveis! Nascemos em meio ao sofrimento, vivemos expostos ao sofrimento e quando partirmos será em sofrimento, deixando sofrimento ou ambos. Todavia não gostamos de sofrer. Tendemos a fugir do sofrimento. Questionamos a respeito do propósito e do sentido do sofrimento. Não aceitamos bem o sofrimento em nossas vidas. E perguntamos: Se Deus existe, por que Ele permite o sofrimento? Por que há tanta dor, choro, desespero e tragédias no mundo e na vida? Como os ateus não conseguem conciliar a graça, a bondade e o amor de Deus com o choro, o lamento, o sofrimento do homem, eles gritam: Deus não existe! E qual é a nossa resposta, como cristãos, diante do mundo que sofre? Qual é a sua resposta diante da dor quando ela vem? Porque ela vem! Deus não é o culpado por toda dor e sofrimento que existe no mundo. Deus criou o mundo sem sofrimento! No princípio, quando Deus criou todo o Universo, a Bíblia declara que tudo era bom (leia o relato no livro de Gênesis capítulo primeiro)! Antes da rebelião do homem, a vida era agradável o tempo todo: não havia choro, dor, lamento, não havia ausência de Deus. Porém o homem se rebelou, veio a queda e a rebelião do homem trouxe a dor pra dentro da nossa história! Deus apenas permitiu que o mal fosse possível. Por quê? Porque Ele sabia que amar é dar liberdade, é presentear com outra escolha. Quem ama não exige amor. Quem ama espera ser amado genuinamente, mas amor que não é livre não é amor. Se fossemos forçados a amar a Deus ou outra pessoa, isso não seria amor! O mal é o resultado de não se ter escolhido o bem, é unicamente o efeito da ausência do bem! Muitos entendem erroneamente que o mal é o oposto do bem, entrementes dizer que o mal é o oposto é colocar o mal em posição de igualdade com o bem, quando, na verdade, o mal não pode ser o oposto do bem, pois ele não tem o mesmo peso que o bem tem. Satanás é aquele que personifica o mal e ele precisa da permissão de Deus para agir. Deus é soberano e tem opositores, oposição, não oposto! Se até o mal, de modo misterioso, serve a Deus, certamente todo sofrimento que existe na Terra não é de todo mal, pois Deus é bom, toda criação é alvo do amor de Deus, a compaixão de Deus está presente em cada situação, e toda dor, angústia e sofrimento cumprem um propósito no amor e na misericórdia de Deus. “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:1 A filosofia do mundo é “pare de sofrer para ser feliz; pare de sofrer e seja feliz“. O mundo acredita que a felicidade está na ausência do sofrimento e que a felicidade é o bem maior que se deve buscar! Quantas vezes amoldamos nosso pensamento e nosso discurso ao do mundo e proclamamos: “Venha para Jesus e pare de sofrer!” Será que existe esse contrato entre Deus e nós de que, quando nos rendermos a Jesus, Ele nos livrará de toda dor e sofrimento terreno? Jesus pregou que não sofreríamos mais nessa vida? Não! Jesus disse que no mundo teremos aflições e que podemos ir a Ele sempre que estivermos cansados e sobrecarregados, pois ficaremos cansados e sobrecarregados! Por isso, Paulo nos conclama, ele nos ROGA que não pensemos como o mundo pensa. Carecemos renovar nossas mentes para que sejamos capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, pois se Deus é bom e existe sofrimento no mundo, o sofrimento cumpre um propósito na bondade de Deus. O sofrimento, depois da queda, cumpre um papel na história da humanidade caída. Pense na dor física, por exemplo. Após milhares de pesquisas e milhões investidos, cientistas e médicos chegaram à conclusão de que o melhor sistema de defesa do corpo humano é a dor! Uma doença que revela o quanto a dor é importante para o nosso bem-estar e saúde é a Hanseníase, comumente conhecida como lepra, inclusive bastante citada nas Escrituras Sagradas! A lepra atua como um anestesiante, incapacitando a pessoa de sentir dor. Na época em que Jesus viveu como homem na Terra, os leprosos eram rechaçados da sociedade e viviam em total isolamento e Jesus curou muitos leprosos. O que Jesus fez ao curar os leprosos? Restituiu-lhes a aptidão de sentirem dor! A cura para os leprosos foi ter a dor de volta! Por quê? Como diz o cantor e pregador Juliano Son: “a dor é um alarme que nos livra de um perigo maior!“. O sofrimento é um mecanismo que nos faz perceber que algo não está bem para clamarmos por ajuda e socorro! Será que o homem buscaria alguém, além dele mesmo, se tudo estivesse muito bem aqui, se não houvesse sofrimento? Quantos não são aqueles que buscam a Deus no momento de desespero, que recebem a salvação em Jesus por causa do sofrimento, que reconhecem necessitar de Deus porque estão sofrendo?! Não somos os únicos a sofrer, pois Deus, sendo bondoso e todo cheio de compaixão, sofre junto. Deus apenas permitiria o sofrimento se fosse possível Ele mesmo sofrer. Somente um Deus cruel permitiria a existência da dor e do sofrimento sem que Ele mesmo fosse atingido! Percebemos ao longo das Escrituras Sagradas a angústia, o sofrimento do coração de Deus por conta da dor da humanidade, por causa do homem sofrendo as consequências de suas más escolhas, de sua rebelião, e de todo um ciclo que afeta não só a si mesmo como também todos que estão ao seu redor. Lembre-se sempre: Deus se importa com nossa dor e sofrimento, se compadece e sofre conosco (Romanos 5:8). E Ele usa o sofrimento para nos aproximar dEle e para dizer: “Eu sei que vocês ficarão desalentados pelo caminho. Sei que a dor física, a perda de pessoas amadas, o abandono, a traição, a rejeição, a solidão e o fracasso assolarão seu coração, esgotarão a sua fé e o seu espírito, por isso achegue-se a Mim e Eu me achegarei a você, Eu o salvarei, o curarei, o restaurarei e lhe darei a Minha paz, paz que o mundo não dá. Lhe darei gozo que é completo e independe das circunstâncias. Em meio ao sofrimento, venha a mim e Eu O aliviarei, porque Eu o amo!“ Paz e bem

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Viver a palavra através de atitudes.....



Muitas vezes achamos que a melhor forma de se viver é quando prestamos toda a atenção que as pessoas ao nosso redor requerem. Eu acho muito oportuno e ético estarmos sempre atentos as necessidades que se apresentam naqueles que são os “nossos próximos de cada dia”. Porém, é bom pensar que a melhor maneira de se fazer tudo isso, e muito mais, é quando em primeiro lugar entendemos o que significa, à luz da Bíblia: “cuidar de nós mesmos”. Deixe-me explicar: É muito desagradável quando exigimos que as pessoas façam coisas que, no fundo-no-fundo, reprovamos ou pelo menos deixamos de fazê-las quando deveríamos. É a tal da coisa: “faça o que eu mando e não o que eu faço”. Esse tipo de disciplina deforma o caráter, fere a personalidade e converte quem quer que seja, em perfeito fariseu. O apóstolo Paulo sabia muito sobre a gravidade que um senso de hipocrisia poderia gerar, tanto é que quando foi passar recomendações ao jovem Timóteo foi logo dizendo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina, continua nestes deveres, porque fazendo assim salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes. “1 Tm. 4:16. Paulo queria que, em primeiro lugar, Timóteo cuidasse de si mesmo, por que assim sendo, as consequências seriam agradáveis. Hipocrisia é quando aplicamos e exigimos o cumprimento de uma lei ou um comportamento, que na prática desprezamos. Diz que o homem que criou a sinalização para as linhas férreas, morreu atropelado numa passagem de nível. Não fez questão do seu famoso e recomendado: PARE, OLHE E ESCUTE. Sua ideia foi maravilhosa, mas ele mesmo não fez questão de observá-la como deveria. Pagou com a vida. Outro dia vi numa revista um fato interessante que dizia sobre um policial americano que multou a si mesmo ao cometer uma infração de trânsito. Quanta virtude haveria em nós se esta postura fizesse parte de nossa devoção? Você já imaginou o quanto é sério ficarmos exigindo que o fulano tire o mosquito do olho, enquanto que no nosso pode estar um elefante? Cuida de ti mesmo! Jesus enquanto esteve por aqui em pessoa, demonstrou poder e autoridade diante de todos os poderes da terra e do inferno. O diabo quando veio até Jesus viu que nele não havia nada que lhe pertencesse. “Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo, e ele nada tem em mim”.(João 14:30) Por quê Jesus pôde dizer assim? Simplesmente, porque Ele vivia o que pregava e pregava o que vivia. Não foi um túmulo caiado ou um simulador de santidade, mas provou que era e que é possível ser uma fortaleza que apresenta Deus em todos os modos que a vida requer. Jesus não fez muita coisa para atingir o necessário; fez apenas o necessário para se atingir muita coisa. Para que o bambu seja aproveitado como canal propício ao fluir da água, é preciso que o seus nós – aqueles bloqueios internos – sejam eliminados. Podemos realizar a obra de Deus muito mais: sendo do que fazendo. É preciso que todos os bloqueios do nosso interior sejam queimados até as raízes. Assim o poder das maquiagens do fingimento ou as caricaturas da religiosidade, sejam valores inoperantes no nosso dia-a-dia. Assim o mundo verá que: por cuidarmos de nós mesmos, cuidamos bem de todos. Quem adora ao Pai em Espírito e em verdade é porque, também vive, diante dos homens em Espírito e em verdade. Paz e bem.

Saber esperar em Deus....


Uma das coisas que mais causam ansiedade no ser humano é ter de esperar por algo que ele quer “pra ontem”. Existem coisas que, assim que pedimos a Deus, logo acontecem. Outras, temos que esperar um pouco. Algumas, temos que esperar sentados! São essas que “matam”. Quem gosta de esperar? Mas, o fato é, que há certas coisas que não adianta o quanto queiramos que aconteçam logo, pois elas só irão acontecer no tempo certo. E, na maioria das vezes, este “tempo certo” não é hoje nem amanhã. Essas coisas tiram o sono de muitos. Veja o caso específico de Adão; “O SENHOR Deus fez com que o homem caísse num sono profundo” – Gênesis 2.21.O que se lhe fazia necessário? De alguém para lhe fazer companhia. Sim, todos os animais tinham sua companheira, mas ele não. Muitas vezes este tem que ser o primeiro milagre que Deus precisa operar a fim de que possa fazer outros milagres na vida do homem. E quão grande é este milagre, descansar! Não é fácil ver todo mundo com uma companhia e nós “sozinhos”. Ver os outros colocando em seu perfil na rede social “em relacionamento sério”, e a gente, nada. Ver até mesmo a irmã mais nova arrumando sua “tampa”, e a gente… É nessa hora que muitas pessoas perdem a paciência, se deixam vencer pela ansiedade e arrumam “sarna pra se coçar”. É nessa hora que surge a sensação de que se tem que ir para a luta, dar seus pulos, dar uma ajudinha pra Deus. Não foi isso que Abraão fez quando arrumou um filho com Hagar? Aliás, este é outro caso típico, um filho que não vem. A bíblia diz que os filhos são herança do Senhor. É Deus quem os dá, ou não, tudo no seu tempo e do jeito de Deus. Mas, está ai outra coisa que muitos, recusando-se a acreditar na sabedoria e soberania de Deus, acabaram puxando o freio de mão em suas vidas (quem lê, entenda). Com Adão, Deus começou operando o milagre de fazê-lo dormir. Não seria este o pedido que deveríamos fazer a Deus hoje? “Senhor, faze-me descansar em tua vontade. Faze-me esquecer deste assunto. Ensina-me a me contentar com o que tenho hoje. Cura-me da ansiedade”. Todos já passamos pela experiência de vermos algo acontecer quando já não estávamos pensando mais naquilo. Deus quer que aprendamos o valor de sossegar nossa alma e deixarmos de ser ansiosos. Paz e bem

terça-feira, 4 de setembro de 2018

O que somos......




Igreja ou Templo, o que somos? O que as Escrituras nos fala é que somos templos do Senhor. A igreja não é o templo, mas sim o ajuntamento de pessoas, ou seja, a reunião dos templos vivos de Deus. Mesmo assim, essa falácia tem sido disseminada por aí. Quando Jesus instituiu a igreja, essa palavra não tinha um sentido religioso. O Dicionário Bíblico define assim: No Novo Testamento, a palavra “igreja” é uma tradução da palavra grega ekklesía, que nunca se refere a um lugar de adoração, mas tem em vista uma reunião de pessoas. Na maioria esmagadora dos casos, ekklesia indica uma associação local de cristãos. (…) No mundo grego, a palavra ekklesia normalmente se refere a uma reunião. Também era usada tecnicamente para referir-se às assembleias regularmente agendadas dos cidadãos de uma cidade grega. Uma pessoa sozinha não é igreja! Jesus é o cabeça da igreja e disse que estaria no meio onde dois ou mais estivessem reunidos. Se alguém está sozinho e Jesus está nessa pessoa (isso é uma verdade bíblica), isso faz dela um templo, morada de Deus. Quando essa pessoa se une a outros pares, então Ele estará no meio. Jesus não está dissociado de Sua igreja. Ao declarar que “eu sou a igreja“, declaramos nossa independência e praticamos a intolerância porque julgamos que “estamos acima da média” (talvez essa não seja uma intenção consciente). Se você não gostou da declaração da celebridade, autor dessa frase, e pensa assim, pode está cometendo erro parecido. Muitas vezes essa é uma forma de dizermos “não tenho nada com esses erros cometidos dentro da igreja, eu estou fora desse rolo”. Mas todos nós pecamos. Pecados podem diferenciar-se uns dos outros em sua forma e execução, mas continuam sendo pecado e nisso nos tornamos parecidos: pecadores perdoados por Cristo. Os homens tornam a igreja de Cristo um lugar distante do idealizado por muitos de nós. Mas Jesus já havia declarado que haveriam os escândalos. Apesar de tudo que vemos e ouvimos por aí, creiamos que está tudo sob o controle de Deus! E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.(Hebreus 10: 24 – 25 ) Algumas das finalidades de nos reunirmos como igreja estão listadas no versículo chaves desse post: 1) incentivar uns aos outros ao amor; 2) incentivar uns aos outros à prática das boas obras; 3) encorajarmos-no uns aos outros. E isso não será possível se não estivermos inseridos na comunidade. Afinal o amor não busca o próprio interesse. Se amamos a Cristo busquemos os interesses dEle, assumamos a nossa responsabilidade de, como igreja, cumprir o nosso papel de incentivar e encorajar, mantendo-nos firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o nosso trabalho não é vão no Senhor .(1 Corintios 15: 58) Paz e bem.

Ser cristão no mundo......


A vida do cristão – O Cristão vive em meio à sociedade, onde trabalha, tem seus momentos de lazer, cria os filhos, além disso, ele é cercado por diversos fatores que permitem uma interação do sujeito com a sociedade em que vive. No que se refere às atitudes dos cristãos diante do meio social, logo nos deparamos como texto de 1º Coríntios 10. 23, que diz: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. O texto nos mostra que tudo é permitido, mas será que convém? A vida é consentida por Deus, Ele criou o ser humano do pó, para que o homem contemple a Glória de Deus, e o exalte sobremaneira, ou seja, as atitudes dos cristãos diante da sociedade devem ser pensadas, como o próprio texto acima relata tudo é permitido, entretanto nem todas as coisas são lícitas. Quando surgir certas dúvidas é preciso perguntar, será que Jesus estaria naquele local? Os prazeres que o mundo oferece são bons, são deleitosos, entretanto são passageiros e jamais serão comparados com as dádivas concedidas por Deus. Temos inúmeros exemplos a respeito do que não convém fazer. Temos o satanás, que quis se engrandecer, ser semelhante ao Deus altíssimo e foi expulso do reino de Deus, levando consigo uma legião de anjos. Outro exemplo é Eva, que foi seduzida por satanás, pecou contra Deus e, além disso, induziu Adão a pecar e ele ao ser questionado por Deus logo acusou Eva, a mulher que Deus havia lhe concedido. Assim é também a sociedade, apresenta maravilhas, muitas vezes oferece alegria, mas no fundo produz morte. É inevitável viver em sociedade, mas faz-se necessário atentar para o que é oferecido, pois todas as nossas atitudes têm consequências, visto que há um Deus para o qual prestaremos conta, pois ele é o autor da vida. Também se deve ter em mente que o cristão deve ser diferente, é imperativo influenciar o meio onde se vive, para que cada vez mais o mundo conheça o Deus altíssimo o Rei da Glória. Portanto viver em sociedade não nos permite fazer tudo que o mundo faz, ainda que pareça “legal”, o fim é morte espiritual, separação da glória. Estar inserido na sociedade é oportuno para proclamar a glória de Deus e nada mais especial que valorizar o presente da vida, viver na presença de Deus, ser exemplo, luz em meio às trevas. Devemos amar uns aos outros Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. 1ª João 4.10 A vida é um presente de Deus, todos os dias ele trabalha nos detalhes mais especiais de cada vida, tem um cuidado inexorável por cada uma delas. Paz e bem.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Deus tem um proposito de vida para você.....


Hoje eu venho aqui para dizer que Deus Se importa com você. Quem sabe, em alguns momentos, você imagine que ninguém se importa com você. Mas isso não é verdade. Jesus te ama e tem o melhor para a sua vida. Será que você tem desperdiçado o melhor que Deus tem? Talvez você tenha jogado fora tantos anos, dias e semanas. Sabe, a nossa vida não é marcada só pela quantidade de tempo, mas pela qualidade dele. E a qualidade faz toda diferença. É possível recomeçar de onde nós paramos. Em Isaías 41.13 está escrito: “Porque Eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: não temas, Eu te ajudo”. Quem está dizendo isso não é um pastor, anjo ou querubim. É o próprio Deus falando com você. Nas páginas da Bíblia, nós encontramos 366 vezes a expressão “Não temas”. Há um “Não temas” para cada dia. Mas por que 366 se o ano tem 365 dias? Porque, até quando o ano é bissexto, ou seja, há um dia a mais, existe um “Não temas”. Você foi feito por Deus, para Ele e para a glória dEle. Por mais que você queira se esconder, por mais que você queira fugir de Deus, você não vai conseguir. E sabe por quê? Porque você está cercado. A própria natureza proclama a glória do Senhor. A lua e as estrelas, a beleza de uma rosa. Tudo foi feito por Ele e para a glória dEle. Deus pode resolver o seu problema ou te ajudar a resolvê-lo. Sim, é verdade que Ele te deu algo chamado livre arbítrio. Você é livre para fazer o que você quiser. Livre tanto para amá-Lo quanto para rejeitá-Lo. Você é livre, mas Ele te diz: “Eu te ajudo”. Deus quer ajudar você. Talvez este ano tenha começado de modo tão difícil, mas saiba que você pode terminá-lo de modo diferente, porque o Senhor te diz: “Eu te ajudo”. Não pense que é o dinheiro que vai ajudar você. A sabedoria de um médico ou a astúcia do seu advogado também não. Quem vai ajudar você é Aquele que mais te ama, é o Senhor Deus. É aquele que Se importa com você e tem o melhor para a sua vida. Ele deu a Sua vida para que nós tivéssemos a vida, o perdão e o recomeço. Que haja uma colheita em sua vida. Seja na sua saúde física e financeira, seja paz em seu coração. Seja libertação daquele pecado que te atormenta tanto ou das quedas que você levou. Segure nas mãos de Deus e caminhe para a glória dEle. Deus abençoe! Paz e bem .

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Postura nas celebrações.....


FORMAÇÃO IV - Posturas nas Celebrações Nas celebrações litúrgicas, as diversas posturas ou atitudes são expressões corporais simbólicas que expressão uma relação com Deus. O participante deve conhecer as posições em que ficará durante a celebração da santa missa. No entanto, o verdadeiro cristão deve conhece-las. A seguir você ira aprender as principais posturas: Estar em pé: é a posição do Cristo Ressuscitado, atitude de quem está pronto para obedecer, pronto para partir.Indica também a atitude de quem acolhe em sua casa.Estar de pé demonstra prontidão para pôr dm prática os ensinamentos de Jesus. Estar sentado: é a posição se esculta, de diálogo, de quem medita e reflete.Na liturgia, esta posição cabe principalmente ao se ouvir as leituras (Salmo, 1ª e 2ª Leitura), na hora da homilia e quando a pessoa esta concentrada e meditando. Estar ajoelhado: é a posição de quem se põe em oração profunda, confiante. “Jesus se afastou deles à distância de um tiro de pedra, ajoelhou-se e suplicava ao Pai...” (Lucas,22,41).Lembremos dos leprosos que,de joelhos, suplicava que Jesus o livre da lepra (cf. Marcos 1,40). Fazer genuflexão: faz-se dobrando o joelho direito ao solo.Significa adoração, pelo que é reservada ao Santíssimo Sacramento, quer exposto,quer guardado no sacrário. Não fazem genuflexão profunda aqueles que transportam objetos que se usam nas celebrações, por exemplo, a cruz, os castiçais, o livro dos evangelhos. Prostar-se: significa estender-se no chão; expressa profundo sentimento de indignidade, humildade, e também de súplica.Este gesto está previsto na Sexta-feira santa,no inicio da celebração da Paixão.Também os que ser ordenados diáconos e presbíteros se prostram.Em algumas ordens ou congregações religiosas se prevê a prostração na celebração da profissão dos votos religiosos. Inclinar o corpo: é uma atitude intermediária entre estar de pé e ajoelhar-se.Sinal de reverência e honra que se presta às pessoas ou ás imagens.Faz-se inclinação diante a cru,no inicio e no fim da celebração; ao receber a benção; quando,durante o ato litúrgico,há necessidade de passar diante do sacrário; antes e depois da incensação, e todas as vezes em que vier expressamente indicadas nos diversos livros litúrgicos. Erguer as mãos: é um gesto de súplica ou de oferta o coração a Deus.Geralmente se usa durante a recitação do pai-nosso. Mãos Postas (juntas): Forma Liturgica dos que estão no Altar, é uma forma de Oração que deverá ser conservada. Bater no peito: é expressão de dor de arrependimento dos pecados.Este gesto ocorre na oração Confesso a Deus todo poderoso... Caminhar em procissão: é atitude de quem não tem moradia fixa neste mundo:não se acomoda, mas se sente peregrino e caminha na direção dos irmãos e irmãs, principalmente mais empobrecidos e marginalizados. Existem algumas procissões que se realizam fora da Igreja, por exemplo, na solenidade de Corpus Christi e no Domingo de Ramos, na festa do padroeiro..., e outras pequenas procissões que se fazem no interior da igreja:a procissão de entrada, a das ofertas e a da comunhão.A procissão do Evangelho é muito significativa e se usa geralmente nas celebrações mais solenes. Silêncio: é atitude indispensável nas celebrações litúrgicas.Indica respeito, atenção, meditação, desejo de ouvir e aprofundar na palavra de Deus.Na celebração eucarística, de prevê um instante de silêncio no ato penitencial e após o convite à oração inicial, após uma leitura ou após a homilia.Depois da comunhão, todos são convidados a observar o silêncio sagrado.O silencio litúrgico, porém, previsto nas celebrações, não pode ser confundido com o silêncio ocasionado por alguém que deixou de realizar sua função, o que causa inquietação na assembléia. A celebração litúrgica é feita de gestos, palavras, cantos e também de instante de silêncio. Tudo isso confere ritmo e dá harmonia ao conjunto da celebração.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

A arte de Presidir ...


Presidir a assembleia é um dos temas sobre os quais se concentra hoje a atenção seja dos peritos em liturgia seja dos documentos do Papa. O Papa Bento dedicou a segunda parte da Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, de 22 de fevereiro de 2007, à Eucaristia, mistério a ser celebrado. Particularmente, à ars celebrandi foram dedicados cinco números, do 38 ao 42. A ars celebrandi deve ser necessariamente unida, diz o Papa, à participação plena e frutuosa de todos os fieis. “Com efeito, o primeiro modo com que se favorece a participação do Povo de Deus no Rito sagrado é a celebração adequada do próprio Rito” (n. 38). O Bispo, escreve o Papa, “como primeiro dispensador dos mistérios de Deus na Igreja particular a ele confiada, é o guia, o promotor e o guardião de toda a vida litúrgica” (n. 39). O que o Papa diz sobre o Bispo diocesano pode-se aplicar também a todo presbítero que preside a celebração. “Bispos, sacerdotes e diáconos, cada um segundo o próprio grau, devem considerar a celebração como o seu principal dever” (n. 39). Contudo, lembremos que a ars celebrandi diz respeito não só aos ministros ordenados: o Bispo, o presbítero, o diácono, mas a todos os que exercem um ministério e à própria assembleia que celebra. Esta minha conferência quer ser uma introdução geral ao tema, útil aos fieis leigos mas sobretudo aos sacerdotes. Na primeira parte do texto são apresentadas algumas indicações gerais sobre o conceito de liturgia que estão na base da ativa participação dos fieis e do ofício de presidir, com particular referência à celebração eucarística. Deixar-nos-emos guiar por alguns princípios da Sacrosanctum Concilium e pela reforma litúrgica pós-conciliar. Deter-me-ei, todavia, mais longamente sobre a arte de presidir a celebração eucarística, convencido que estou que também para os sacerdotes vale o que o Concílio diz mais propriamente para os Bispos: “Do Bispo (do presbítero) deriva e depende de certo modo a vida de seus fieis em Cristo”.[1] Este é o melhor modo de celebrar o Ano sacerdotal. O Papa Bento XVI, na Carta com que estabeleceu um “Ano sacerdotal” (da solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus de 2009 à solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus de 2010), propôs os ensinamentos e os exemplos de São João Maria Vianney como ponto significativo de referência para compreender o dom e a missão do sacerdócio. Na mesma Carta, foram citadas as palavras deste santo, o qual, depois de falar da celebração dos Sacramentos da parte do sacerdote, afirma: “O padre é o ecônomo do bom Deus”. “O padre não é padre para si, mas sim para vós”. Ser padre significa, portanto, dar glória a Deus no serviço à comunidade cristã. Tais palavras evocam, como foi lembrado acima, as palavras que se leem na Introdução ao Missal Romano: “O sacerdote que... preside a assembleia reunida... deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e no modo de comportar-se e de pronunciar as palavras divinas deve fazer sentir aos fieis a presença viva de Cristo” (n. 60). II. UMA MUDANÇA DE MENTALIDADE Transcorreram já quarenta e cinco anos desde a conclusão do Concílio Vaticano II (8 de dezembro de 1965) e desde a promulgação do primeiro documento conciliar: a Sacrosanctum Concilium (4 de dezembro de 1963). A SC essencialmente não é um conjunto de normas sobre a Liturgia, mas, antes, um documento doutrinal que exige a mudança de mentalidade antes da mudança dos ritos. 1. O conceito de Liturgia segundo o Concílio A Sacrosanctum Concilium não formula, em primeiro lugar, um conceito de Liturgia, mas indica o que através dela se realiza: “Através da Liturgia se exerce a obra de nossa Redenção”.[2] Mediante a Liturgia, os fieis, portanto, fazem experiência do Mistério pascal de Cristo na sua inteireza. A Constituição então indica os efeitos da Liturgia, a qual “cada dia edifica em templo santo no Senhor, em tabernáculo de Deus no Espírito (cf. Ef 2,21-22) aqueles que estão dentro dela, até à medida da idade da plenitude de Cristo (cf. Ef 4,13)”.[3] A Liturgia, segundo o Concílio, é o desígnio da salvação realizado por Deus desde a eternidade e progressivamente revelado. Ele tende todo para Cristo Senhor e para a sua “hora” pascal de morte e ressurreição: é ele que, com seus atos humano-divinos, realiza a salvação. Com a celebração do Sacrifício e dos Sacramentos “sobre os quais gira toda a vida litúrgica”,[4] a Igreja, nascida sobre o Calvário e manifestada ao mundo em Pentecostes, estende no tempo e no espaço o que Jesus operou uma vez por todas. Isto é, portanto, a Liturgia, segundo o Concílio: a re-atuação eficaz, nos sinais do Mistério, da salvação. Surge espontânea uma pergunta: a mais de quarenta e cinco anos do Concílio, quanto somos ainda ligados à noção errada da Liturgia, já reprovada por Pio XII na Mediator Dei: “Não têm uma exata noção da Sagrada Liturgia aqueles que a consideram como uma parte somente externa e sensível do culto divino ou como um cerimonial decorativo... ou como uma mera soma de leis e preceitos com os quais a hierarquia eclesiástica ordena a realização dos ritos”?[5] Nestes últimos anos, terminado o período da grande renovação dos textos e dos ritos, deveu-se constatar, infelizmente, a difusão de um certo neo-ritualismo. Alguns sacerdotes, passado o entusiasmo da novidade, voltaram a uma celebração de routine, com efeitos piores do que quando se celebrava a assim chamada Missa tridentina. Antes, grande parte da celebração era coberta pela música do órgão, pelos cantos da schola, e quase todos os diálogos eram restritos ao sacerdote e coroinhas/sacristão. Hoje, ao contrário, a celebração está baseada na participação dos fieis e na capacidade de presidir da parte do sacerdote celebrante. Ainda mais recentemente, nota-se em alguns sacerdotes jovens um certo retorno ao formalismo, ao gosto estético como fim em si mesmo, que por vezes termina por distrair do Mistério celebrado mais que deixá-lo transparecer. Pensando em algumas Missas celebradas nos dias de semana em dez minutos, chega-se a duvidar se a Liturgia, nesses casos, é considerada como algo mais do que “uma mera soma de leis e de preceitos que regulam a realização dos ritos...” 2. O primado de Deus na Liturgia Precisamente porque realização sacramental do Mistério da salvação, a Liturgia é essencialmente teocêntrica. A salvação se desenvolve e se exaure em dois movimentos complementares: a descida de Deus ao homem para santificá-lo e a subida do homem a Deus para glorificá-lo. Neste duplo movimento, Deus é sempre o primeiro: o primeiro na ordem do tempo, porque dEle provém a força que salva, santifica o homem; o primeiro na ordem do fim, porque a Ele sobe do homem santificado a honra e a glória que Lhe são devidos. Em Deus, portanto – na sua grandeza, na sua onipotência, na sua misericórdia e bondade –, se concentra a Liturgia em todas as suas expressões cultuais. Também o homem tem aí a sua parte, mas sempre na luz de Deus: o homem é precedido e representado pelo homem Cristo, isto é, por Aquele que, no duplo movimento de descida-subida (cf. 1Tm 3,16) realizou a essência de sua missão redentora. A Liturgia, portanto, é, por sua natureza, cristocêntrica: “Na Igreja, o Cristo continua a sua obra e alcança todo homem de todos os tempos e lugares, para que todos possam ter parte na sua salvação”.[6] Cristo “está presente pela força nos sacramentos, de tal forma que, quando alguém batiza, é Cristo mesmo que batiza. Presente está pela sua palavra, pois é Ele mesmo que fala quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja. Está presente finalmente quando a Igreja ora e salmodia, Ele que prometeu: ‘Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles’ (Mt 18,20)”.[7] Na Liturgia, enfim, tudo acontece no Espírito Santo. Pense-se, por exemplo, nas duas epicleses na celebração da Eucaristia: sobre os dons e sobre a assembleia.] 3. Liturgia e Igreja Recolocada a Liturgia dentro da história da salvação, tornou-se ela experiência fundamental para todos os fieis: a Liturgia edifica a Igreja, expressa-a e a manifesta. As ações litúrgicas, portanto, não são ações privadas, mas celebrações da Igreja, “sacramento de unidade”, isto é, do povo santo reunido sob a guia do Bispo. Esta realidade doutrinal[8] tem como consequência prática o envolvimento de todo o povo de Deus, hierarquicamente ordenado, no ato celebrativo. A Liturgia, portanto, não é mais reservada ao clero, mas é concelebração de todo o corpo de Cristo nas suas várias componentes. A eclesiologia de comunhão sublinhada pela SC e pela LG superou a eclesiologia frequentemente ofuscada no passado por várias ideologias, concebida mais como uma organização eficiente, paralela e frequentemente concorrente com outras organizações, como por exemplo a do Estado. Tal eclesiologia expressou no passado uma liturgia clerical, marcada sobretudo por cerimônias exteriores. A liturgia tridentina era condicionada pela necessidade da unidade da Igreja no período da fratura causada pela Reforma Protestante e estava por isso baseada sobre a uniformidade (uso exclusivo da língua latina e inflexibilidade das rubricas), sem nenhuma referência ao povo de Deus. É significativo que, no Missal de Pio V, não se fale jamais de populus, mas só de minister ou ministrante que serve a Missa. A liturgia do Vaticano II supera estas trincheiras erigidas como salvaguarda da unidade e da identidade da Igreja e apresenta uma liturgia caracterizada pela pluralidade das línguas, pela flexibilidade das rubricas, pela possibilidade de adaptação e aberta à participação do povo de Deus. O envolvimento do povo de Deus no ato celebrativo, segundo a eclesiologia do Concílio, comportou a introdução da língua vernácula, a inserção de algumas aclamações destinadas ao povo, a simplificação de alguns ritos, o restabelecimento de outros, a valorização do ministério da Palavra, o incremento do canto em todas as celebrações, o cuidado reservado às ações, aos gestos e às atitudes do corpo, a valorização do sagrado silêncio, as indicações para a construção dos edifícios de culto e ainda a indicação do celebrar voltado para o povo. A ativa participação de que fala o Concílio, todavia, não deve ser feita a todo o custo, mas é guiada por uma regra bem precisa: “nas celebrações litúrgicas, cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar a sua função, faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe compete”.[9] Os membros da assembleia não devem pensar que sua participação na liturgia depende da quantidade de tarefas que conseguem desenvolver, mas unicamente do bom cumprimento do ofício que compete a cada um. Também o sacerdote que preside a celebração, portanto, não deve fazer tudo, mas limitar-se àquilo que lhe cabe. 4. A Liturgia, ação divino-humana Como “naquele tempo” Deus entrou em contacto com os homens através da humanidade de Jesus – “Toda a multidão procurava tocá-lo, porque dele saía uma força que curava a todos” (Lc 6,19) –, assim a salvação realizada por Jesus nos é comunicada, no “hoje” da celebração, através de palavras e gestos rituais. A Igreja, como a sua Liturgia, é a Igreja de hoje, não a do passado ou do futuro: toda celebração é ação de Deus, mas feita acontecer entre nós por pessoas concretas. A Liturgia, portanto, é obra de Deus e obra da Igreja, santo comércio e diálogo interpessoal entre o divino e o humano: “a Liturgia é ponto de encontro, em Cristo, de Deus que santifica a Igreja e da Igreja que presta seu culto a Deus”.[10] De um lado, através da ação de Deus, a presença do Ressuscitado garante a validade objetiva das celebrações litúrgicas; de outro, a ação do homem, e por isto a linguagem comunicativa, torna frutuosos os ritos e as palavras da Liturgia. “A Liturgia é para o homem e, enquanto obra de Cristo e da Igreja, é o lugar em que o divino e o humano entram em contato entre si, para que o divino salve o que é humano e o humano adquira dimensão divina”.[11] III. A TAREFA DE PRESIDIR A ASSEMBLEIA A Introdução geral ao Missal Romano (nn. 59-60) trata dos ofícios e ministérios da Ordem sagrada e dá as indicações fundamentais sobre o ofício de presidente da Eucaristia: “O sacerdote que... preside a assembleia reunida... deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e, no modo de comportar-se e de pronunciar as palavras divinas, deve fazer sentir aos fieis a presença viva de Cristo” (n. 60). Outras indicações particulares estão contidas nos diversos capítulos dos Princípios e Normas para o uso do Missal (nn. 11, 73, 297-298) e na Introdução ao Lecionário (n. 38). 1. Um sacerdócio único para o culto No Novo Testamento, o termo sacerdote é referido a Cristo, a todo o povo de Deus e jamais a uma pessoa individual. “Vós sois a raça eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo que Deus adquiriu para si, para anunciar a todos suas obras maravilhosas” (1Pd 2,9; cf. Ex 19,5-6; Is 43,20-21; Ml 3,17). Na Igreja, o sacerdócio é único; duas são, todavia, as modalidades de participação no único sacerdócio: o sacerdócio dos fieis e o sacerdócio ministerial, ambos necessários. Eles não estão em contraposição, mas devem ser harmonizados e equilibrados entre si. O sacerdócio dos fieis é participação no sacerdócio de Cristo e, na base deste, todos os batizados têm a possibilidade e o direito de exercer o culto agradável a Deus: isto é, eles são “pedras vivas para construir o edifício espiritual, para um sacerdócio santo, para oferecer os sacrifícios agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo” (1Pd 2,5). O sacerdócio dos fieis habilita, portanto, os batizados a exercer o culto litúrgico. O sacerdócio ministerial mediante o Sacramento da Ordem configura a Cristo na sua qualidade específica de cabeça e pastor de seu povo. O sacerdócio ordenado, portanto, está a serviço do sacerdócio comum dos fieis. Neste sentido, não se deveria jamais esquecer a dupla perspectiva que fundamenta o sacerdócio ministerial: o sacerdote representa sacramentalmente o Cristo pastor, “o único mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5), o Cristo que reúne e conduz seu povo, mas representa também a Igreja, ao serviço da qual ele realiza sua ação. A Igreja sem o ministro ordenado encontra-se desprovida do sinal-presença de Cristo-cabeça; e sem o sacerdócio batismal falta-lhe o sinal-presença de Cristo-membros. Os fieis, portanto, têm o direito e o dever de participar das celebrações, precisamente porque “as ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da Igreja... pertencem a todo o Corpo da Igreja e o manifestam e afetam”.[12] Sendo a Igreja constituída por diversas ordens e ministérios, a partir do Concílio emergiram também na celebração vários ofícios e ministérios do povo de Deus, com tarefas específicas de serviço: acólitos, leitores, cantores, coroinhas, encarregados do acolhimento, animadores. A “actuosa participatio” Antes de falar da tarefa de serviço à comunidade desenvolvida pelos vários ofícios e ministérios e sobretudo por aquele que preside, desejo inserir um parêntese e dar alguns esclarecimentos acerca da ativa participação dos fieis na liturgia, sobre a qual tanto insistiu o Concílio. A redescoberta do Sacerdócio único para o culto, como acabamos de acenar, está na base da “ativa participação” (actuosa participatio) na liturgia. É importante recordar que o conceito de participação mudou profundamente a partir do Concílio. Antes, ele estava essencialmente ligado não ao rito, mas ao estado de ânimo dos fieis. Assim, aqueles que não queriam seguir a ordem da liturgia podiam participar do sacrifício eucarístico “de outra maneira... como, por exemplo, meditando piamente os mistérios de Jesus Cristo, ou realizando exercícios de piedade e fazendo outras orações, que, embora diferentes, na forma, dos ritos sagrados, a eles todavia correspondam por sua natureza”.[13] Este assim chamado paralelismo participativo foi superado pela Sacrosanctum Concilium, que prevê uma única modalidade de participação, per ritus et preces.[14] Não é, portanto, possível ter uma bela liturgia se não há ativa participação nos textos e ritos que se realizam. É conveniente, além disso, recordar que a actuosa participatio inclui vários âmbitos de participação. A participação deve ser: consciente (aspecto intelectual); ativa (aspecto corporal: todo o corpo deve ser envolvido segundo as modalidades do rito); piedosa (o aspecto das emoções partilhadas). As ações litúrgicas, com efeito, não nos devemos jamais cansar de repetir, “não são ações privadas, mas celebrações da Igreja, que é o ‘sacramento da unidade’, isto é, o povo santo, unido e ordenado sob a direção dos Bispos. Por isso estas celebrações pertencem a todo o Corpo da Igreja e o manifestam e afetam; mas atingem a cada um dos membros de modo diferente, conforme a diversidade de ordens, ofícios e da participação atual”.[15] Com estas palavras é afirmado o motivo teológico da participação ativa dos fieis[16] e do primado da celebração comunitária[17] frente a outros modos de viver e celebrar a liturgia. Se não se participa deste modo do rito sagrado, hoje se corre infelizmente o perigo de ceder também na liturgia à cultura individualista dominante, em que a liberdade de iniciativa de cada um dos membros tende a prevalecer sobre a participação comunitária. Corre-se, portanto, o risco de um retorno à mentalidade de considerar as ações litúrgicas como ações privadas e não como celebrações que manifestam e afetam todo o corpo da Igreja (cf. SC, 26). Além disso, é evidente que a “actuosa participatio”, que se exerce numa pluralidade de formas (no comportamento, na palavra e no gesto, no canto, no silêncio, na contemplação), não pode ser confundida com um “ativismo” puramente exterior. Ao contrário, ela é fruto de uma sincera adesão de fé à pessoa e à mensagem do Senhor Jesus; é suscitada e sustentada pelo Espírito Santo, aquele mesmo Espírito que consagrou o Verbo encarnado, desde o seio de sua Mãe,[18] Sumo Sacerdote da Nova Aliança e que é prodigalizado nos sacramentos do Batismo e da Confirmação, para que todo fiel seja distinguido pelo “sacerdócio real” e faça da própria vida um culto agradável a Deus.[19] 2. A tarefa específica daquele que preside No contexto litúrgico-eclesial da pluralidade de ofícios e ministérios, coloca-se o papel específico do presidente da celebração. A ele cabe coordenar e estimular a participação dos fieis na celebração, de modo que constituam uma verdadeira comunidade que celebra. a) Algumas características do múnus de presidir Fazer sentir a presença de Cristo Como diz o n. 60 da Introdução ao Missal, quem preside deve antes de tudo “fazer sentir a presença viva de Cristo”. Os presbíteros têm, portanto, uma missão que é totalmente relação; por si nada podem fazer: eles são e permanecem somente servos e, enquanto tais, não devem jamais colocar em primeiro plano a si mesmos e suas opiniões, mas somente o Kyrios, Jesus Cristo! Como João Batista, devem saber diminuir diante do Senhor (cf. Jo 3,30) e, sobretudo na presidência eucarística, não devem erigir-se em protagonistas da ação litúrgica. Animar a oração litúrgica não significa, portanto, provocar a todo custo nos fieis uma participação só exterior, mas conduzi-los a participar intimamente do Mistério da morte e da ressurreição do Senhor. Em tal perspectiva, é importante evitar a inflação das palavras, dos gestos, da música, e promover, ao contrário, o recolhimento, dar espaço a momentos de silêncio. Só deste modo poder-se-á favorecer a oração e a contemplação de toda a assembleia. Mas devemo-nos perguntar: quando se pode dizer que uma Eucaristia é “bem celebrada”? A experiência me ensinou que uma Eucaristia é bem celebrada antes de tudo quando se deixa que a celebração eucarística seja simplesmente e nada mais do que uma celebração eucarística. Este é na realidade o primeiro ato de obediência à ordem eucarística do Senhor: “Fazei isto em memória de mim”. Isto é, é necessário deixar que a celebração eucarística seja nem mais nem menos do que o Senhor Jesus na última Ceia quis que fosse: memorial da sua morte e ressurreição. Às vezes, infelizmente, tem-se a impressão que a celebração do grande mistério da Eucaristia se torna uma espécie de grande recipiente em que cada um pode colocar o que quer. Torna-se então uma escola para quem quer ensinar; um lugar de encontro para quem quer agregar; um espetáculo para quem quer seduzir com efeitos especiais... Em outras palavras, a liturgia é certamente festa, mas “festa da fé” e não festa mundana com formas e linguagens mundanas. “Descobrimos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e sua verdadeira grandeza: não somos nós a fazer festa para nós, mas é, ao contrário, o próprio Deus vivo a preparar para nós uma festa”.[20] Sim, a Eucaristia é o memorial do Sacrifício de Cristo e, portanto, é toda a vida do Filho unigênito, e se alteramos algo dela e comprometemos a celebração, na realidade comprometemos não simplesmente um rito, mas uma vida, a vida de Cristo Senhor. Deixar que a celebração eucarística seja só e nada mais do que uma celebração eucarística significa, portanto, respeitar sua natureza e a finalidade que o próprio Senhor quis que tivesse. Cabe sobretudo aos ministros ordenados, chamados a presidir a celebração, empenhar-se na não fácil tarefa de ser mistagogos. Só se nós por primeiro soubermos viver o que celebramos seremos capazes de ajudar outros a entrar na compreensão do próprio mistério. Devemos, todavia, ter presente que “o objeto da mistagogia não é o rito em si, mas o evento de salvação que através do rito se celebra. Como as Escrituras, que escondem sob a casca da graphé um sentido espiritual, do mesmo modo a liturgia esconde, sob a casca do érgon, da ação, do texto, do rito, um sentido espiritual. O rito é para a liturgia o que a letra é para as Escrituras. Por isso, a liturgia, como as Escrituras, exige uma leitura e uma inteligência espiritual. O que significou para as Escrituras o retorno, depois de séculos, à Lectio divina, será para a liturgia o retorno, depois de séculos, da mistagogia”.[21] Servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade Presidir significa superar a espiritualidade prevalentemente individualista. O sacerdote deve ser santo não tanto para si quanto para a comunidade; ele é padre sobretudo na medida em que se dedica ao serviço da comunidade. Tal dedicação constitui a fonte da espiritualidade sacerdotal do clero diocesano: “os presbíteros são chamados à santidade por força do ministério e das mesmas sagradas ações que realizam quotidianamente”.[22] Eles se santificam ao exercer o munus a que foram chamados. O Papa Bento XVI nos convida a “entrar com a nossa mens na vox da Igreja... Na medida em que interiorizamos esta estrutura [da oração], compreendemos esta estrutura, assimilamos as palavras da liturgia, podemos entrar nesta consonância interior e assim não só falar com Deus como pessoas individuais, mas entrar no ‘nós’ da Igreja que ora. E assim transformar também o nosso ‘eu’, entrando no ‘nós’ da Igreja, enriquecendo, alargando este ‘eu’, rezando com a Igreja, com as palavras da Igreja, estando realmente em colóquio com Deus”.[23] A Introdução ao Missal fala daquele que preside como um que serve com humildade. O presidente da celebração deve, por isso, considerar-se irmão entre os irmãos, ouvinte entre ouvintes da Palavra, intérprete e anunciador da mesma Palavra, aquele que deve comunicar aos outros o dom que recebeu primeiro. O presbítero deve ter consciência de ser um instrumento nas mãos do Senhor e não um ator em primeira pessoa. Ele deve saber estar no seu lugar, sem tornar-se único protagonista da celebração. Como já acenei, o protagonismo pode, com efeito, ser uma grande tentação para quem tem a tarefa de reger uma ação como a ação litúrgica, facilmente exposta ao risco de transformar-se em “espetáculo”. Isto ocorre quando a própria piedade e os dons pessoais são enfatizados e expostos: em tal caso, os gestos litúrgicos não narram mais a ação de Deus, mas tornam-se ação de quem os realiza. Se da parte do presbítero há excesso de expressão sentimental ou quando se confia demasiadamente na inspiração pessoal, chega-se a cair no exibicionismo, que transforma a Liturgia em “teatro”, em cena religiosa mundana. Neste caso acontece, infelizmente, que quem preside acaba por seduzir, por atrair a si, pervertendo a Liturgia no seu escopo, que é o de educar, isto é, de levar a Cristo e, através dele, a Deus Pai, graças à ação do Espírito Santo, e não de levar à admiração suscitada por quem celebra. É neste sentido que Bento XVI escreve: “Recomendo ao clero que aprofunde sempre mais a consciência do próprio ministério eucarístico como humilde serviço a Cristo e à Igreja”,[24] e recorda que o ministério é amoris officium, “ministério de amor”, segundo a expressão de Santo Agostinho.[25] Presidir significa, portanto, estar diante da assembleia com a própria pessoa, os próprios gestos, as atitudes, as palavras, os movimentos. Quem preside deve ter a qualidade da dignidade: estar consciente da importância da ação que realiza, ter o sentido da celebração, da proclamação de um texto, ter uma gestualidade apropriada, decoro no porte e na pessoa, conhecimento concreto da comunidade dos fieis, conhecimento pastoral, histórico e teológico da ação litúrgica, ter o sentido da relação entre o gesto, a palavra e a ação, ter o gosto do belo... Nós sacerdotes deveríamos sempre ter presente que o Sacramento da Ordem nos configura a Cristo na sua qualidade específica de cabeça e pastor do seu povo. Isto é, devemos ter presente a dupla perspectiva que fundamenta o sacerdócio ministerial: o sacerdote representa sacramentalmente o Cristo pastor, “o único mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5), o Cristo que reúne e conduz seu povo, mas que também representa a Igreja, a serviço da qual ele realiza sua ação. “Ao Bispo é preparado um assento mais elevado, porque toca a ele vigiar, isto é, proteger, o povo. De fato, ‘bispo’ é um termo grego que em latim se deveria traduzir como ‘vigia’, isto é, um que de cima observa e vê do alto... Quando se está num posto elevado como este, começa a tornar-se perigosa a prestação de contas. É necessária tal disposição que, embora colocados aqui em cima, em virtude da humildade sintamo-nos sob os vossos pés, e ao mesmo tempo rezemos por vós...”.[26] A presidência litúrgica Aquele que preside diante da assembleia não só é visto, mas também aprovado e julgado no desenvolvimento de seu papel, que se desenvolve em “Persona Christi”. E todavia tal presidência não pode ser exercida sem considerar a qualidade da assembleia e sem ser capaz de responder às expectativas do povo de Deus: aquele que preside, com efeito, de algum modo preside também em “Persona Ecclesiæ”. Quando preside, o presbítero age em nome de Cristo, é ícone de Cristo, assim como age também em nome da Igreja, como representante oficial e porta-voz da comunidade. Ele não é uma simples pessoa privada, mas sua ação em nome da Igreja não substitui a participação ativa da assembleia; antes, deveria torná-la possível, porque a Liturgia permanece, em todo caso, uma ação comum: quando preside a Liturgia, o presbítero não se esqueça que os fieis não são chamados em assembleia para “ver”, mas para “agir junto”, para celebrar junto. Sendo avesso a toda forma de protagonismo, o presbítero, plasmado pelo autêntico espírito da Liturgia, presidirá a synaxis “como aquele que serve” (Lc 22,27), à imagem dAquele do qual ele é um pobre sinal. Por isso, a qualidade da presidência litúrgica, na sua forma mais alta e fecunda, irá bem além de uma simples arte de presidir, de um mero savoir faire, para tornar-se princípio de comunhão, na íntima consciência de que o conjunto dos dons do Espírito Santo se encontra unicamente no conjunto da Igreja. Em outras palavras, na celebração eucarística, o presbítero deve ter uma consciência profunda e clara do seu “ser sinal”. Precisamente por isso ele traz as vestes litúrgicas escolhidas, que são em si “linguagem”, veiculam mensagens necessárias à plenitude da celebração. Quando o presbítero entra na assembleia eucarística, não entra como um fiel qualquer, porque ele é sinal do Cristo que vem em meio aos seus; é sinal do Cristo quando prega a Palavra do ambão; é sinal do Cristo quando parte o pão eucarístico... Há um modo de caminhar, de sentar-se, de falar, de fazer gestos que, se permanece inscrito na banalidade dos gestos comuns e quotidianos, não é sinal, antes, cria obstáculo à possibilidade de “ver além” da parte de quem participa da Liturgia. Presidir significa, além disso, relação e diálogo; implica, portanto, a comunidade como ponto de referência, comunidade composta por colaboradores, como os leitores, os acólitos, os coroinhas, os cantores. “Do ‘eu’ do presbítero ao ‘nós’ da Igreja, esta é a ação formativa da liturgia, que torna o presbítero capaz de presidir a oração da Igreja. Ao presbítero, portanto, não é pedido só que seja um homem de oração: isto é pedido a todo cristão. Ao presbítero se pede também que seja capaz de presidir a oração da Igreja, que seja servo da Ecclesia orans. Isto não significa simplesmente “fazer rezar” uma assembleia, mas conduzir a assembleia à oração através da oração da Igreja”.[27] “Um presidente que se agita no altar, que observa tudo (e o deixa ver), que repreende e reprova, que vai de um lado para o outro do presbitério para realizar funções que não lhe competem (acender e apagar luzes, mudar de lugar microfones, inserir discos, trazer cálice e patena ao altar etc) não é um bom presidente”.[28] Presidir envolve também outros elementos que contribuem para a expressividade e o diálogo: as vestes sagradas, as toalhas do altar, a luz, as flores, os objetos necessários e os livros litúrgicos. Estes elementos frequentemente falam por si, antes mesmo das palavras. Limpeza, ordem, vestes apropriadas, luminosidade do ambiente, boa amplificação do som, flores dispostas com gosto, constituem já as boas vindas aos fieis que entram na Igreja e um convite a ali retornar. Ao contrário, um serviço descuidado, vestes sujas e desarrumadas, leitura sem cuidado e corrida, velas tortas, cadeiras em desordem, pó, paredes deterioradas, não constituem um convite a retornar à Igreja. A presidência não se exerce só no curso da celebração, mas se deve iniciar na preparação para a celebração: “a preparação prática a cada celebração litúrgica seja feita de comum acordo entre todos os envolvidos respectivamente na parte ritual, pastoral e musical, sob a direção do reitor da Igreja, sendo ouvido também o parecer dos fieis para aquelas coisas que lhes dizem diretamente respeito”.[29] A celebração litúrgica, com efeito, exige a harmonia das várias componentes: liturgia da Palavra e liturgia Eucarística, presidência e ministerialidade, palavras e gestos, canto e silêncio, respeito às rubricas e sentido de adaptação, comunidade e indivíduo, participação em silêncio e participação nos gestos e palavras, oração pessoal e oração de toda a assembleia. Isto exige uma atenta e cuidadosa preparação, porque uma celebração não preparada e feita com pressa se reduz frequentemente a um puro ritualismo formal. A presidência, todavia, se exerce sobretudo no curso da celebração. Presidir uma celebração não significa só ocupar o posto reservado àquele que preside, nem cumprir com escrúpulo as rubricas. Presidir significa fazer-se intérprete e mediador da comunidade, coordenar os vários ofícios e ministérios, de modo que tudo se desenvolva em ordem e deixe transparecer o equilíbrio entre o divino e o humano. Aquele que preside deve-se tornar ele mesmo, através das palavras e dos gestos da fé, sinal que deixa intuir a presença do divino. Em síntese, o ofício de presidir não consiste principalmente na eficiência, mas em dar glória a Deus e edificar a comunidade cristã. Permito-me, neste ponto, dar algumas explicações acerca da ars celebrandi, de que hoje tanto se fala. É verdade que, nos últimos decênios da atuação da reforma, pouco se meditou na ars celebrandi e pouco dela nos ocupamos: desse modo, porém, ocorreu um empobrecimento da liturgia... E quando não há mais, sobretudo naquele que preside, a atenção, o cuidado, para que emerja aquela beleza que é sempre eloquência eficaz do gesto e da palavra, então aparecem o mecanismo do celebrar, a recitação de um texto ao qual não se adere, a cantilena, uma repetição de ações sem que se seja sujeito capaz de dar-lhes força e comunicação; em tal caso, no sacerdote não há mais autoridade, mas nele prevalece o aspecto do funcionário, do operário, de quem faz alguma coisa por profissão e função, mas sem convicção. Isto é, a arte de celebrar, de que hoje tanto se fala, deve ser entendida antes de tudo como arte de promover, per ritus et preces, a actuosa participatio na celebração da parte de toda a assembléia. Evidentemente, ela inclui também o respeito às rubricas, mas não pode ser reduzida à arte da sua simples, exata e mecânica execução. Se fosse assim, constituiria um retorno ao primado, na liturgia, da fria execução das rubricas que caracterizou o período que precedeu a reforma litúrgica. b) Empenho permanente da pastoral litúrgica Reforma litúrgica e reforma da Igreja As disposições da Sacrosanctum Concilium foram realizadas com a publicação dos livros litúrgicos e com oportunas indicações; e realmente se pode dizer que – assim escrevia João Paulo II – “os Pastores e o povo cristão, na sua grande maioria, acolheram a reforma litúrgica em espírito de obediência, antes, de alegre fervor. Por isso devemos dar graças a Deus pela passagem do seu Espírito na Igreja, tal como foi a renovação litúrgica”.[30] “A reforma da liturgia querida pelo Concílio Vaticano II – são ainda palavras de João Paulo II – pode ser considerada já posta em ato; a pastoral litúrgica, ao contrário, constitui um empenho permanente para haurir sempre mais abundantemente, da riqueza da liturgia, aquela força vital que do Cristo se difunde aos membros do seu corpo, que é a Igreja”.[31] As verdadeiras dificuldades da Liturgia para hoje e para amanhã não dizem respeito mais principalmente “ao ordenamento dos textos e dos ritos”.[32] É necessário recordar que o Concílio se tinha proposto quatro precisos objetivos: o crescimento da vida cristã; o “aggiornamento” das instituições eclesiais às exigências do nosso tempo; a unidade de todos os que creem em Cristo e, por isto, o ecumenismo; a chamada de todos ao seio da Igreja e, por isto, a missão. Para atingir estes quatro objetivos, o Concílio julgou “ser seu dever cuidar de modo especial da reforma litúrgica e do incremento da Liturgia”.[33] A reforma da Liturgia não foi, portanto, querida e atuada como simples reforma de ritos, mas como fundamento e inspiração para chegar aos escopos a que o Concílio se propusera. Por isso, segundo penso, o fim da Liturgia é o próprio fim da Igreja, o futuro da Liturgia é o futuro do cristianismo e da nossa vida cristã. E isto precisamente porque, recordam-nos os Padres do Concílio, “a Liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde emana toda a sua força”.[34] IV. CONCLUSÃO O ato de presidir as celebrações litúrgicas oferece aos sacerdotes muitos elementos de reflexão não só para aprofundar o significado do Ano sacerdotal, mas para vivê-lo mais intensamente. O Papa, na sua carta, não indicou aos sacerdotes atos particulares a realizar, mas sublinhou algumas ideias de fundo que devem guiar a vida sacerdotal: viver a total identificação com o próprio ministério; desenvolver a colaboração com os fieis leigos, com os quais os presbíteros formam um único povo sacerdotal; dar um forte testemunho evangélico penetrado pela Palavra, isto é, realizar um novo estilo de vida; viver a comunhão com o próprio bispo, que se exprime na concelebração eucarística etc. É, portanto, desenvolvendo o próprio ministério em toda a sua riqueza e intensidade, precisamente a partir da presidência das celebrações litúrgicas, que o sacerdote é convidado a celebrar o Ano sacerdotal. Certamente, trata-se de um ano determinado, que tem um início e um fim no tempo, mas, como ideal de vida, permanece convite aberto para toda a vida do sacerdote. O ano sacerdotal se vive, portanto, celebrando o ano litúrgico da Igreja com maior intensidade. A celebração do Ano sacerdotal, com efeito, não se realiza através da organização de celebrações extraordinárias ou de grandes eventos. As celebrações do ano litúrgico permanecem, portanto, a fonte e o cume da vida da Igreja e do sacerdote. “Bispos, sacerdotes e diáconos, escreve o Papa, cada um segundo o próprio grau, devem considerar a celebração como seu principal dever”.[35] Olhar para a frente “Nossa recomendação é esta – dizia o Papa Paulo VI, em 1º de março de 1965, na vigília da primeira atuação da reforma litúrgica –: dedicai sumo cuidado... ao conhecimento, à explicação, à aplicação das... normas com que a Igreja quer... celebrar o culto divino. Não é fácil; é delicado; exige empenho direto e metódico: exige a vossa assistência pessoal, paciente, amorosa, verdadeiramente pastoral. Trata-se de mudar tantos hábitos, ... trata-se de incrementar uma escola mais ativa de oração e de culto em cada assembleia de fieis, ... trata-se, em uma palavra, de associar o povo de Deus à ação litúrgica sacerdotal. Repitamos: é difícil e delicado; mas acrescentemos: é necessário, obrigatório, providencial, renovador. E esperamos também: consolador... São necessários anos..., mas devemos começar, recomeçar, perseverar, para conseguir dar à assembleia sua voz grave, unânime, doce e sublime”.[36] É uma “entrega” sempre atual para a pastoral litúrgica; é um convite a olhar para frente e a continuar com entusiasmo o caminho iniciado no Concílio † Piero Marini Arcebispo Responsável pelos Congressos Eucarísticos Internacional Ex Mestre de Cerimonias Liturgicas da Casa Pontifícia

domingo, 18 de março de 2018

Conhecendo o meu EU desconhecido....


No mundo das relações humanas, a base fundamental é conhecer-se e, conhecendo, estabelecer relacionamentos verdadeiros. Muitas vezes, prevalece o medo de entrar em nosso interior e tomar posse do que realmente somos e cremos, sem criar máscaras de proteção, que escondem nossa verdadeira imagem. A busca de conhecimento do outro, passa necessariamente pelo conhecimento de nós mesmos. O desconhecido em nós, faz com que não tenhamos a força suficiente para ir ao encontro do outro, como somos. Tomar posse do meu eu, para possuir o eu do outro. Anselm Grün, monge escritor alemão afirma: “Quanto mais o medo me leva a evitar um olhar para o meu interior, mais forte torna-se o medo do desconhecido em mim. Jesus fala desse medo do desconhecido quando dirige suas palavras aos doze que escolhera: “Não tenhais medo deles, porque não há nada encoberto que não venha a ser revelado, nem escondido que não venha a ser conhecido. Dizei à luz do dia o que vos digo na escuridão e proclamai de cima dos telhados o que vos digo ao pé do ouvido””(MT 10,26). Certamente, Jesus estava falando aos seus colaboradores em circunstências bem diferentes à nossa, porém, penso que essas palavras podem ser referidas ao medo que existe em nós. A capacidade de parar e encarar o positivo e o negativo que existe em nós, muitas vezes é abafada pelo medo de nos surpreender com uma explosão do que realmente somos. O medo é fruto de uma atitude muito pessimista em relação a nós mesmos. Na medida em que revelamos, a nós, o nosso interior e assumimos a realidade pessoal do jeito que ela é, passamos a viver uma liberdade jamais vivida. Não temos nada a esconder e muito menos a guardar sob sete chaves. A transparência é o espelho da alma que acredita ser o que ela é para conhecer e amar o outro como ele é. Vivemos tão pouco, porque não estabelecer relacionamentos sinceros e verdadeiros sem medo de nós e do outro? Na medida que amo em mim, a riqueza e a pobreza com que Deus me fez, serei capaz de amar a riqueza e a pobreza do outro. “Para Deus nada fica no escuro. Já o Salmo 139, assim se expressa: “ Se eu disser: As trevas, ao menos, vão me envolver e a luz, à minha volta, se fará noite, nem sequer as trevas são bastante escuras para ti, e a noite é tão clara como o dia, tanto faz a luz como as trevas. Pois tu plasmaste meus rins, tu me tecestes no seio de minha mãe. Graças te dou pela maneira espantosa como fui feito tão maravilhosamente”(Sl 139,11-14). A escuridão não é o lugar do afastamento de Deus, mas de sua especial proximidade. Lá ele fala ao meu coração e ilumina tudo em mim com a luz de seu amor. Ele sabe o que existe dentro de mim. Ele o desvenda para mim. Por isso não preciso mais encobri-lo de mim nem dos outros. Tudo o que há em mim é perpassado pela luz de Jesus. O próprio Jesus desceu para esta escuridão a fim de iluminá-la com sua luz”.(Anselm Gün). No caminho da realização pessoal, o passo fundamental para ser feliz está no abandono do medo de nós mesmos, para mergulhar no nosso interior conhecendo o mais profundo de nossos sentimentos e emoções, iluminados pela luz de Jesus. Assim seremos capazes de mergulhar no conhecimento dos outros e estabelecer relacionamentos verdadeiros, sem preconceitos ou julgamentos indevidos. Nossa convivência em casa, no trabalho, no lazer, na comunidade será agradavelmente prazerosa, quando amarmos o que conhecemos em nós, para poder amar o que conhecemos no outro. Paz e bem

sexta-feira, 2 de março de 2018

O reencontro do amor é uma conversão profunda...


Muitos dos conflitos conjugais surgem quando cada uma das partes busca a satisfação de seus interesses individuais e não encontra ressonância do outro na mesma direção, ou seja, quando eu desejo muito a realização de algo e o outro pensa de forma distinta ou não está de acordo com o que desejo/penso. A partir da leitura do Genesis (a gênese da criação de todas as coisas) verificamos que homem e mulher, juntos, descobrem a maravilha da intimidade. Durante o sono Deus retira um osso e um pedaço de carne próximo ao coração do homem transformando-o no corpo da mulher (Gen. 2: 21-23). Conforme o psiquiatra argentino Carlos Hernandéz, a formação desse novo corpo modificaria para sempre o estímulo que faz funcionar o coração do homem (da mesma forma que o estímulo do coração da mulher, que tem sua origem na carne do homem), tornando tal estímulo assimétrico – essa assimetria na condução do estímulo cardíaco, milênios depois se conheceria como “emoção”. A emoção é a vivencia mais profunda que a atração do outro provoca em mim e que é inexprimível em palavras – às vezes se expressa em um suspiro – que nos toma e nos encanta. No livro de Gênesis esta emoção transforma-se na primeira expressão da fala humana registrada: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada” (Gen. 2:23). Esta fala se refere ao reconhecimento da mulher como ser complementário e a consequente passagem do “eu-auto-centrado” para o relacional e a demarcação do início do desfrutar da intimidade. Uma intimidade relacional que tem na transparência plena (Gen. 2:25) o símbolo de sua essência. Neste contexto a mulher torna-se propulsora do amor incondicional, pois sem a presença desta mulher o homem seria incapaz de vivenciar a dimensão relacional e o mistério do amor incondicional: ser amado pelo outro em toda a minha torpeza. Intimidade que algumas vezes só pode ser expressa de forma metacomunicacional, através do toque – tocar o outro para comunicar algo que não se pode exprimir em palavras. Esse toque que, para expressar a ternura, precisa de uma RE-organização neurofisiológica: do movimento retensivo/possessivo para o movimento distensivo/de entrega. O movimento retensivo (aquele que flexiona o antebraço sobre o braço e faz os dedos da mão se fecharem) é uma construção neurológica codificada desde os tempos mais remotos da humanidade caída (do “homo coletor”, que juntava alimentos no chão – hoje “homo consumidor” que junta alimentos nas prateleiras dos mercados). Para que esse movimento retensivo (em minha direção) se torne um movimento distensivo (em direção ao outro) é preciso uma conversão profunda – que vai contra todos os paradigmas da sociedade do consumo. Enquanto foco no que o eu-auto-centrado desejo e penso, mantenho o condicionamento retensivo/possessivo, que é um movimento gerador de tensão. Somente quando passo ao movimento distensivo/ de entrega é que produzo relaxamento e promovo o relacional. E é somente assim que comunico a verdadeira emoção da ternura, “permitindo que a pele do outro direcione o meu toque” (Carlos Hernandez). Assim a resolução da maioria dos conflitos conjugais passa por essa conversão “mais profunda”, de nossa organização neurológica, transformando o movimento de retensão em movimento de distensão, a tensão em relaxamento, o eu-auto-centrado no relacional! Paz e bem

Somos escravos do senhor mundo virtual....


Numa manhã destas estava tomando meu café em um restaurante e na mesa ao lado sentou-se uma família – casal com dois filhos adolescentes. Como sou um observador, reparei que rapidamente todos se assentaram e cada qual puxou do bolso um smartphone e começou a teclar. Só se deram conta de ler o cardápio muito tempo depois e, logo que fizeram os pedidos, voltaram a seus aparelhos, permanecendo envoltos em seus próprios mundos virtuais durante toda a refeição. Essa cena me fez pensar muito sobre o impacto da mídia – e aqui me refiro a todas as expressões midiáticas: redes sociais, internet, televisão, etc. – nos relacionamentos familiares. Não são poucas as queixas que nos chegam a respeito de filhos que já não interagem com a família em nenhum momento do dia, pois aos chegarem da escola, logo se envolvem com seus eletrônicos e ficam absortos nos mesmos, algumas vezes madrugada adentro. Também há queixas de cônjuges que veem o companheiro(a) disperso em um mundo virtual ou televisivo e resumem o diálogo conjugal a expressões monossilábicas. Esta era eletrônica é, sem sombra de dúvidas, muito sedutora, pois veicula a informação em uma velocidade espantosa. Aguça a curiosidade das pessoas em quererem saber sempre mais e em mais detalhes da vida dos outros. Se posta uma informação ou foto e em poucos minutos a rede social – algumas vezes pessoas até desconhecidas – está se manifestando com um “curtir” ou comentários na novíssima gramática ‘internética’: blz; wow; d+; etc. De que forma esse modelo interacional virtual pós-moderno afeta os relacionamentos familiares? Qual a necessidade de tanta informação superficial em tempos quase instantâneos? Qual a necessidade de exposição de detalhes da vida pessoal para um público cada vez mais impessoal? Creio que essa necessidade de tornar público cada detalhe da própria vida, tirando ‘selfies’ a cada momento ou postando fotos do que está comendo, traz em si o desejo de se sentir amado. Afinal se as pessoas ‘curtem’ o que estou fazendo, é porque elas gostam de mim! Um dos maiores desesperos das pessoas hoje em dia é quando alguém as bloqueia de uma rede social – pois no fundo não se sentem mais amados por aquela pessoa. A necessidade de informação vem da fantasia de que informação é sinônimo de poder! Em alguns âmbitos, como na política, essa premissa é verdadeira, mas no cotidiano, ter muita informação, especialmente a superficial, não empodera ninguém, apenas leva facilmente ao estresse por sobrecarga mental. Definitivamente não precisamos saber tudo da vida de todos, antes o importante é saber menos e com maior qualidade da vida daqueles a quem realmente amamos. Por fim, o maior impacto deste modelo interacional dentro da família é que o mesmo leva os membros da família a um ensimesmamento, um mundo paradoxalmente tão fechado aos que estão próximos e tão aberto ao público em geral. Esta superexposição da vida de forma tão superficial também traz consigo o descompromisso com o outro – se um amigo postar uma foto embriagado, eu posso apenas curtir ou dizer WOW! Mas não tenho o compromisso do diálogo sério e profundo a respeito das consequências daquela conduta para a vida dele, afinal no modelo individualista, cada um é autossuficiente e não existe a ideia de COMUNIDADE! De forma alguma sou contra a tecnologia, mas penso que a moderação em todas as coisas é padrão de saúde. Pais devem, desde cedo, estimular os filhos a um processo familiar interativo, suplantando seus cansaços diários e brincando com os filhos e nesse brincar promover o diálogo; de igual forma cônjuges devem aprender a ‘relaxar’ no acolhimento da intimidade com o outro e não diante da enxurrada de informações vazias dos eletrônicos. É preciso resistir à proposta sedutora midiática, que nos isola e egocentriza, aprendendo a usar a tecnologia com sabedoria e prudência, lembrando que o DOMÍNIO PRÓPRIO é fruto do Espírito Santo (Gal. 5:22). Paz e bem

A serpente que nos espreita dia a dia .....


A proposta da serpente a Eva, relatada em Gênesis, não está restrita àquele momento específico. A proposta da serpente é um eco que nos visita diariamente. É muito difícil ajustar nossa alma à Palavra de Deus, às suas promessas, à vontade Dele pra nós. No Éden começou um desajuste, onde Adão e Eva deram ouvidos à proposta e desde então uma disparidade se faz constante. Uma vontade alinhada entre Deus e Homem se fazia uníssona, mas a partir daquele momento se fez o conflito, a divergência. Autonomia, rebeldia e o protagonismo da vontade do ser ganharam espaço no coração humano. O drama do Éden é diário em nossas vidas. Todas as manhãs a serpente vem nos visitar insistindo na velha e conhecida proposta. E é fácil subestimá-la, confiando na nossa capacidade, mas caímos da mesma forma na velha e conhecida história. Quando nos voltamos para nós mesmos, egoístas, mundanos, buscando felicidade no bem estar pessoal, já estamos lambendo as nódoas do fruto amaldiçoador. Precisamos tomar as armas citadas em Efésios, pautar nossa vida na Palavra, de verdade, nos entregar sem rédeas, até o auto protagonismo recuar. A carne sofrerá, mas esta é a intenção. Não há outro lugar seguro. Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? – Jeremias 17:9 Nossa luta será contra nossos esforços sensoriais obstinados à atração da voz da serpente. Por isso é tão importante dispor de tempo para a palavra, meditação e oração. Nessas manhãs em que somos visitados pela serpente, devemos dar uma resposta a ela. Não subestimemos este momento. As vitrines do mundo estão aí, cada vez mais sofisticadas, e nós cada vez mais atraídos por seus produtos medíocres. Que possamos nos desiludir delas! A desilusão é um instrumento muito utilizado por Deus quando Ele quer nos chamar pra perto. Sansão foi atraído por uma destas vitrines e perdeu sua força quando deixou seu desejo ser maior que a sabedoria, quando se envolveu com uma mulher que não era do seu povo. Flertou com o mundo e cedeu à proposta da serpente. A serpente nos oferece uma realidade paralela, na qual nossos sentidos são imediata e facilmente requisitados. Mas precisamos resistir no dia mal e buscar a realidade do Reino de Deus, que é mais profunda e não ligada somente às superficialidades sensoriais. Por isso nos foi dada a fé. Porque sem fé é impossível agradar a Deus. Paz e bem

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Sempre haverá tempo para um novo começar....


Queridos leitores, enquanto estamos vivos temos a oportunidade de começar de novo, enquanto vivemos temos a possibilidade de refletir sobre o que temos feito com a nossa vida e o que pode ser feito para que ela não seja refém do desânimo, da angústia e de tantos outros males. Enquanto estamos vivos podemos aprender a superar dificuldades, podemos ser pessoas alegres sem esconder nossas lágrimas, podemos não desperdiçar nossos dias e o novo que se aproxima. Enquanto estamos vivos não precisamos e nem devemos ser objeto de esculhambação ou de degradação moral e física. Também não precisamos viver destroçados, enganando a nós mesmos ou sendo enganados por quem quer que seja, e, muito menos nos tornarmos bonecos controlados por uma sociedade que celebra ilusões e que exalta a anarquia, o desiquilíbrio, a desordem e todo tipo de promiscuidade e desconstrução familiar, social, política e econômica. Por isso, se você deseja viver um novo ano sem fantasias, lembre-se: não brinque com o mal, mas vença o mal com o bem. Não brinque com o pecado, não se renda a um modo de viver que estimule a transgressão pessoal ou coletiva. Não subestime realidades corruptas, malignas e pecaminosas, mas, também, não as superestime, imaginando que elas são invencíveis, mas, viva diante delas com o Jesus vivo, vivo em você. Ele capacita todo aquele que nele crê a mudar a maneira de pensar e viver. Ele nos liberta de todo transe e de tudo que nos entorpece. Ele nos ensina a andarmos humildemente na Sua presença e a sermos pessoas amorosas, sábias, solidárias, sóbrias e prudentes. Queridos leitores, ainda há tempo para recomeçar. Entretanto, recomeçar com Cristo não é zerar a vida, pois não somos computadores, não somos máquinas que simplesmente deletam informações e memórias, somos pessoas com mente, alma, coração, história, razão e sentimentos. Recomeçar com Cristo é aprender com os erros do passado para que o presente não se perca, é saber que o perdão de Jesus demonstrado na cruz é total e é para todos que se arrependem do mal que já praticaram, todos que creem que não vale a pena viver errando o alvo, mas buscando acertá-lo. Finalmente, recomeçar com Jesus e permanecer nele é o Caminho mais excelente para quem deseja viver a vida mais fascinante e saudável que existe. Por meio de Jesus compreendemos a origem e o sentido da vida. Dele recebemos toda direção e nele toda confusão se dissipa, todo engano é desfeito e toda mentira é desmascarada, pois Ele é a verdade que derrama luz sobre nossas trevas. E então, quer celebrar e recomeçar a vida com novidade de vida em 2018 e por toda a vida? Paz e bem

Nossa fidelidade ao Deus da vida não se mede por tempo de oração , mas sim pela pratica de sua Palavra.


‘’Vivemos uma época, pelo qual muitos acreditam num evangelho semelhante a patinar, sempre rápido, por uma fina camada de gelo, porque, como não dispõe de profundidade e solidez, caso permaneça, ali, e tente se enraizar, fatalmente, aquela fina camada ruirá e o levará a um vazio de significado e sentido. ‘’ Somos a geração sobre a influência das leis do mercado, de tudo se resumir ao modo como devemos ser avaliados e aprovados, numa espécie de sistema de consumo e reconhecimento. Sem sombra de dúvida, embora tenhamos todo um arsenal de benefícios de uma vida, ao qual deveria nos proporcionar amplas vias de equilíbrio, de justiça, de prioridade as relações humanas, como uma máxima e norma capital vital, não podemos dizer isso de fato e verdade. E tristemente incorremos no engano das redes sociais, como fim em si mesmo, para uma irreal conexão com a vida. Por tal modo, observo o quanto o universo da fé, das crenças, dos idealismos, das adorações, do místico, do sobrenatural, das instituições religiosas incorporam as práticas do imediato, do já, por oferecer uma suposta relação ou encontro com, vamos, aqui, dizer, Deus, sem a questão da permanência, do vínculo, do compromisso, de se comprometer com o outro, de ir a busca da dignidade, como valor ideal e absoluto, mormente não alcançado, neste plano de imperfeições, mas indispensável para os demais anseios por liberdade, por solidariedade, por fraternidade, por respeito e decência. Aliás, aproveito a oportunidade e observo o quanto os, agora, os mais recentes chamativos adotados, por muitos horizontes evangélicos, com o titulo de ‘’doze dias de clamor, de oração, de busca, e sei lá mais o que, para doze meses de bênçãos. Pronto, de imediato, percebe – se o deslocamento de pessoas, tão somente, a procura da minha benção, da minha resposta, da minha virada de mesa, da minha vitória e, depois disso, retomam suas dimensões de anônimos e crédulos ao individualismo e a convicção de qualquer traço ligado a tradição se configura como uma perda de tempo. O interessante desses cultos sempre passa e perpassa por levar as pessoas a uma espécie de jogo das escolhas, porque pode optar por qual culto participará e o tema. Agora, observei como apreciam o texto de Gênesis 12. 1 – 3 e se esquecem de que a trajetória de Abraão visualizou atingir outras pessoas e não permanecer restrito a atender suas demandas. Lamentavelmente, doze dias disso, daquilo e acolá, como se a presença da Graça, simplesmente, tivesse serventia, em tal ciclo, e, após seu consumar, se retira de cena, porque há muito a fazer no cotidiano e já basta as tensões, as ambiguidades, as oposições, os dissabores, as perdas e as negativas dessa vida. Para piorar a situação, os enredos de um ser mais parecido com um distribuidor de favores, sem nenhuma exigência, como a exigência feita a Abraão de respeito ao outro e não ir a direção das práticas de uma religiosidade, de uma magia, de ritualismos, de cerimoniais, de oferendas a deuses, hoje, lideranças personalistas carismáticas, tem sido sua tônica. Seja no denominado meio pentecostal ou neopentecostal, eis uma enxurrada de profecias, de promessas, de uma redução da Cruz de vida e esperança, como se fosse um amuleto e com prazo de validade. Quão bons e benéficos serião, se arriscássemos, doze meses de maior entrega, em favor do outro, em favor da vida, em favor da humanidade; doze meses de maior e mais efetiva abertura ao diálogo, a comunicação, ao encontro, ao ouvir, ao sentar e permitir ao Espírito Santo interceder, por nós; em favor de antes de se falar e defender princípios (como da honra, de uma igreja com propósitos, de orações de fogo, de arrebatamentos), assumir nosso papel de respeito, de um amor prático e coerente, a começar, com relação aos da família da fé, segundo Gálatas 06.10b; em favor de uma leitura simples e séria da palavra, ao qual vise a justiça e o direito, a misericórdia e a compaixão, a esperança e a tolerância. Sinceramente, talvez essas palavras não agradarão a muitos, entretanto, sejamos transparentes, honestos, limpos e sem sublimações, refinações, enfeites e encarar a verdade de os resultados desses doze dias para doze meses não tem provocado um dos pontos de expressão do evangelho, ou seja, vidas mais humanas, mais voltadas a vivenciar o chamado de Cristo. Paz e bem