FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS


Duas perguntas têm desafiado a humanidade em toda a história de que se tem conhecimento. A primeira é: "De onde viemos?". Gênesis 1:1 apresenta claramente a resposta: "No princípio, criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1:1). Nenhuma outra resposta é tão lógica, e certamente não tem tanta autoridade quanto essa. A resposta à segunda pergunta é muito mais difícil. "Por que estamos aqui?" Sem dúvida, a resposta se encontra na própria natureza de Deus, sobretudo no fato de que "Deus é amor" (1 João 4:8,16). O amor explica muitas coisas que não poderiam ser explicadas de outra forma, tanto nas questões humanas quanto nas operações de Deus. A Natureza do Amor. O amor precisa ter um objeto. E, quanto mais esse objeto parecer conosco, mais nós o amaremos. Um cachorro é um animal de estimação melhor que um peixinho, porque o cachorro se assemelha mais aos homens em suas reações. Nenhum cachorro ou outro animal, é claro, se compara ao ser humano. Adão fez um levantamento de todos os animais criados por Deus e os nomeou, "para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea" (Gênesis 2:20). Deus fez para ele uma mulher S ossos de seus ossos e carne de sua carne. Por fim, Adão teve uma ajudadora comparável a ele, um objeto perfeito de seu amor. Outro fato sobre o amor é que, à medida que cresce, ele deseja uma multiplicação de objetos. Adão também serve de exemplo para isso. O seu amor por Eva levou ao nascimento de Caim, de Abel, de Sete e de outros "filhos e filhas". A Natureza do Amor de Deus. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus . . . " (João 1:1). Ele era o objeto perfeito do amor de seu Pai, pois era perfeitamente comparável ao Pai. Seguindo o caráter do amor, no entanto, Deus queria muito mais filhos como Jesus. Então disse: "Façamos o homem à nossa imagem" (Gênesis 1:26). E o fizeram! Adão e Eva e toda a humanidade são o resultado do propósito amoroso de Deus. Romanos 8:29-30. Criado à imagem de Deus, o homem adquiriu o poder de escolha. Deus devia ter sabido que nem todo homem optaria por ser o que Deus esperava dele, mas ele teve o pré-conhecimento de que alguns teriam esse desejo; e "aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8:29). Esse texto confirma o propósito de Deus para a nossa existência. Ele queria mais filhos como o primeiro filho. Atos 17:26-27. "De um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós." Uma das grandes maiores alegrias da paternidade é ver nosso filho pedir a nossa ajuda. Que pai não teve a satisfação de poder atender, com palavras de segurança e com um abraço tranqüilizador, a um filho que durante a noite lhe chamou com medo? Qual de nós nunca ficou emocionado de ouvir uma vozinha atrás de nós: "Estou seguindo as tuas pegadas"? Deus desejava filhos que procurassem por ele, que o amasse de todo o coração, alma e mente (Mateus 22:37). Ele queria que fossem seus seguidores como filhos amados (Efésios 5:1). Ele queria vê-los obedecendo-lhe sempre para o bem deles (Deuteronômio 6:24). Ele ansiava conceder-lhes "toda boa dádiva e todo dom perfeito" (Tiago 1:17). E foi por isso que ele nos formou! O Jardim do Éden. O Éden foi um paraíso enquanto Adão e Eva amavam e respeitavam a Deus. Era um paraíso, não tanto por causa da perfeição e da beleza física de Adão e de Eva, mas sim por causa da beleza da sua santidade. Não tanto por causa da falta de cardos e de abrolhos, mas mais por causa da falta de pecado. Não tanto por causa da presença da árvore da vida, mas mais por causa da "presença do Senhor Deus . . . por entre as árvores do jardim" (Gênesis 3:8). Na verdade, Deus habitava com o homem. Era o céu na terra. Satanás viu o plano de Deus e decidiu afastar as criaturas de seu Criador. Em conseqüência das tentativas de Satanás, a humanidade está longe do que Deus desejava, e o mundo está longe de ser um paraíso. Mas Deus não abandonou seu propósito. Ele predestinou os que o amavam para serem chamados, justificados, glorificados e "conformes à imagem de seu Filho" (Romanos 8:28-29). E, tendo predeterminado isso, isso tem que acontecer, custe o que custar. A Bíblia é a história da execução do plano de Deus apesar da oposição de Satanás. É a história do amor vencedor. Nenhuma decisão que possamos fazer é tão urgente como a decisão de amar aquele que nos amou primeiro e permitir que o seu propósito seja concretizado em nossa vida.

HAJA O QUE HOUVER


Na Romênia , um homem dizia sempre a seu filho:- Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado.Houve, nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase alisou as construções lá existentes nesta época. Estava nesta hora este homem em uma estrada. Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho nesta hora estava na escola. Foi imediatamente para lá. E a encontrou totalmente destruída. Não restou, uma única parede de pé. Tomado de uma enorme tristeza. Ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa (não cumprida), "Haja o que houver, eu estarei sempre a seu lado". Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A voz de seu filho e sua promessa não cumprida, o dilaceravam.Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando sua mãozinha. O portão (que não mais existia); corredor. Olhava as paredes, aquele rostinho confiante. Passava pela sala do 3º ano , virava o corredor e o olhava ao entrar. Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto. Portão, corredor, virou a direita e parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe. Olhava tudo desolado.E continuava a ouvir sua promessa: "Haja o que houver, eu sempre estarei com você". E ele não estava... Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:- Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém.- Vá para casa.Ao que ele retrucava: - Você vai me ajudar? Mas ninguém o ajudava, pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida.Existiam outros locais com mais esperança. Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era:- Você vai me ajudar?Mas eles também o abandonavam. Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa...- Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo?Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram te ajudar pois continuam havendo explosões e incêndios.Ele retrucava :- Você vai me ajudar?- Você esta cego pela dor não enxerga mais nada. - Você vai me ajudar?Um a um todos se afastavam. Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos mas não se afastava dali. 5h / 10h / 12h / 22h / 24h / 30h .Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho ouviu:- Pai... estou aqui!Feliz fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou:- Você esta bem?- Estou. Mas com sede, fome e muito medo.- Tem mais alguém com você?- Sim, da classe, 14 estão comigo estamos presos em um vão entre dois pilares. - Estamos todos bem.Apenas conseguia ouvir seus gritos de alegria.- Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar. - Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora...- Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado.- Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco .- Não! Deixe eles saírem primeiro... - Eu sei; que haja o que houver... - Você estará me esperando! (autor desconhecido)

SEMEAR PODEMOS


Diante de tantas injustiças, mortes desnecessárias, guerras intermináveis, violência, maldades e corrupção mostradas diariamente pelos meios de comunicação, nós que cremos nas promessas de Jesus Cristo, perguntamos: Afinal, quando se manifestará o Reino de Deus no meio de nós?
Os contemporâneos de Jesus, frente aos acontecimentos ruins daquela época, também O questionaram sobre isso: “Os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui ou ei-lo aí. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós”. Lc 17, 20-21.
Ora, amigos e amigas, se o Reino já está no meio de nós, onde estará, para que, o encontrando, possamos instaurá-lo no mundo, erradicando os inúmeros males que nos afligem? Além disso, para nos ajudar nesta busca, podemos ainda perguntar: O que é, especificamente, o Reino de Deus?
Jesus, por diversas vezes, se referiu ao Reino, ao se dirigir publicamente aos sacerdotes, discípulos e a todo o povo de Deus. Para cada grupo fez referências específicas, relacionando o Reino com algo tangível.
Interessante é que ora Jesus se refere ao Reino dizendo-o ser de Deus e outras vezes afirmando-o ser dos céus, porém ambos têm o mesmo significado, como veremos nas leituras que selecionamos para nossa reflexão.
Diante de uma multidão atenta, sentada às margens do lago de Genesaré para ouvi-Lo, Ele assim falou do Reino, de cima de uma barca:
“O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu. O trigo cresceu e deu frutos, mas apareceu também o joio. Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio? Disse-lhes ele: Foi um inimigo que fez isto! Replicaram-lhe: Queres que vamos e o arranquemos? Não, disse ele; arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo. Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro”. Mt 13, 24-30.
O reino de Deus é uma boa semeadura, feita conscientemente para se multiplicar indefinidamente, gerando frutos que, por sua vez, alimentarão muitas pessoas e, ao mesmo tempo, fornecerão novas sementes para serem semeadas e produzirem mais frutos que alimentarão mais pessoas e produzirão mais sementes, assim, sucessivamente, num crescente contínuo!
Porém, apesar da boa vontade, boa intenção e consciência reta dos semeadores, o inimigo, sorrateiramente, aproveitando-se dos momentos de vacilo destes trabalhadores, espalha a má semente do joio entre a boa semeadura, na intenção de prejudicar a produtividade da colheita.
O Senhor da messe deixa que ambos cresçam no campo até que na hora da colheita possa separar corretamente o joio do trigo, dando o destino justo para cada um. Ora, isso acontecerá no Juízo Final! Porém, o que interessa é compreendermos esta parábola, para entendermos o que é o Reino dos céus.
Deus é o senhor, o campo é o mundo, os semeadores são Jesus e seus seguidores: todos aqueles que se comprometem a evangelizar o mundo com a boa semente simbolizando a Palavra de Deus, Seus mandamentos e todos os Seus ensinamentos. O joio é o mal e o inimigo é o demônio.
Mas, e o Reino propriamente dito, o que seria o Reino dos céus? Ora o reino, como dissemos, é uma boa semeadura, algo que não pode ser entendido como uma força única, mas sim como uma somatória de forças conscientes com objetivos claros, definidos e benignos, sempre tendo o mundo como o seu campo de ação e Jesus como o seu principal semeador.
O Reino de Deus não é apenas o homem, que na parábola faz o papel de semeador, nem simplesmente a semente, simbolizada pela Palavra de Deus semeada no mundo que, por sua vez é representado pelo campo. O reino de Deus é isso e muito mais: é uma sinergia que procuraremos entender.
Para aprofundarmos o entendimento sobre o Reino, vejamos outras referências que Jesus fez a ele. Assim reiterou Jesus, no discurso da barca: “O reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos”. Mt 13, 31 -32.
Nesta segunda comparação, Jesus ressalta o poder e a força latente do reino de Deus que, apesar de sua aparente insignificância diante de outras forças ostensivamente maiores, ao crescer, produz uma estrutura tão forte e tão bem enraizada, que é capaz de acolher, proteger e sustentar todos aqueles que recorrem a ela nos momentos de calor, frio ou tempestade.
Podemos interpretar esta árvore como a Igreja que acolhe todos, indistintamente, nos momentos de angústia, dúvida, injustiças, perseguição, gratidão e outras razões que levam as pessoas a procurá-la. A Igreja nasceu, cresceu e se mantém em decorrência da semeadura do Reino no mundo.
“Disse-lhes, por fim, esta outra parábola: O reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e faz fermentar toda a massa”. Mt 13, 33.
Nesta comparação Jesus revela a eficácia do Reino diante dos desafios do mundo. Para a compreendermos, nos lembremos que a medida padrão, no tempo de Jesus, era o efá que equivalia mais ou menos a 36 quilos. Logo, ao citar três medidas, Jesus se refere à cerca de cento e dez quilos de farinha! Sua lógica é a de que não precisamos da mesma quantia de fermento (mais de cem quilos) para levedar toda a massa - antes de transformá-la em pão para alimentar uma grande multidão - mas somente de uma pequena porção dele!
Assim é a eficácia do Reino de Deus: uma pequenina porção é suficiente para transformar uma grande multidão de pessoas! O reino de Deus guarda em si uma força latente tão poderosa como a da semente ou a do fermento e, quando entra em ação, surpreende por seu poder transformador!
Logo, podemos concluir que o Reino de Deus não é algo ostensivamente grande, que cause impacto aos que percebem sua presença; como Jesus afirmou no trecho bíblico que abrimos esta reflexão: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo, porque é discreto e, aparentemente, pequeno.
Porém, se o deixarmos agir, mesmo que discretamente - como o fermento na massa, ou a semente no interior da terra - ele transformará tudo aquilo que com ele interagir (como o fermento) e se constituirá em algo muito maior (como a semente). Assim se propaga o Reino de Deus no mundo: em pequenas, mas poderosas doses, cristianizando o mundo, lentamente...
Algumas pessoas confundem o Reino com o fim dos tempos, algo vindouro como o céu, onde os justos viverão. Sim, realmente a vida eterna a nós reservada é a plenitude do Reino dos céus, mas como disse Jesus, antes da consumação dos tempos ele já existe e está presente no meio de nós!
Certa vez visitando as aldeias de Cesaréia de Filipe, reunindo os seus discípulos e toda a multidão que O seguia, Jesus disse a eles: “Dos que aqui se acham, alguns há que não experimentarão a morte, enquanto não virem chegar o Reino de Deus com poder”. Mc 9,1.
Neste caso, ele se referia ao “fertilizante” do Reino, o Espírito Santo que seria derramado sobre a terra após Sua ressurreição e o Seu retorno ao céu. Força que impulsionaria, de maneira sobrenatural (acompanhada de dons extraordinários), a difusão da Boa Nova por toda a face da terra.
O evangelista Marcos, ao fim de seu Evangelho, conta-nos que antes de Sua ascensão ao céu, Jesus apareceu aos onze discípulos: “... censurou-lhes a incredulidade e a dureza de seus corações por não acreditarem nos que o tinham visto ressuscitado, e disse-lhes: Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. Mc 16, 14-15.
São Lucas nos conta, no início dos Atos dos Apóstolos, o mesmo fato, complementando-o com maiores detalhes: “E comendo com eles (Jesus) ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem aí o cumprimento da promessa de Seu Pai, que ouviste, disse Ele, de minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias (...) Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.” At 1, 4 -5.8.
O Reino de Deus chegaria realmente com poder após a vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, como podemos verificar na narrativa de Lucas no mesmo livro dos Atos, no capítulo 2 (At 2,ss) que conta com detalhes este batismo e, em seguida, narra o discurso de Pedro a uma grande multidão.
Após Pedro ter falado, o Reino começaria a se expandir de maneira vertiginosa, pois assim nos conta o evangelista que, após a pregação de Pedro: “... Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número de adeptos.” At 2, 41.
Este fenômeno, iniciado há mais de dois mil anos, expandiu de forma incomensurável o Cristianismo até os nossos dias, mas o início do Reino ocorreu antes de Pentecostes e Jesus já o anunciava antes de Sua morte.
Certa vez, quando Jesus desceu a Cafarnaum, para ensinar o povo aos sábados na sinagoga, as pessoas, maravilhadas com os Seus ensinamentos e com o Seu poder contra espíritos malignos que os atormentavam e os deixavam enfermos, tentaram segurá-Lo para que não mais as deixasse:
“Mas, Ele disse-lhes: É necessário que eu anuncie a Boa Nova do reino de Deus também às outras cidades, pois essa é a minha missão. E andava pregando nas sinagogas da Galiléia.” Lc 4,43 -44.
Em todos os lugares Jesus anunciava a presença do Reino, mas as pessoas não conseguiam percebê-lo. Foi preciso que Ele o manifestasse de maneira concreta e visível, curando coxos, cegos, paralíticos e leprosos que, de acordo com os “preceitos religiosos vigentes”, eram pessoas amaldiçoadas porque pagavam em seu próprio corpo os pecados de seus antepassados.
As leis religiosas do judaísmo consideravam que quem nascesse com algum defeito físico ou qualquer outra deficiência, estaria pagando na própria carne os pecados cometidos por seus ancestrais, por isso deveria ser desprezado e alijado do meio de todos. Também os que contraíssem a lepra, considerada o mal dos impuros, deveriam ser tratados da mesma maneira.
Para fazê-los compreender que seriam os enfermos, os inválidos, os deficientes e leprosos que mais precisavam de amor, carinho, afeto, cuidados e convivência com amigos e familiares, Jesus, com Seu poder, tirava deles esta “maldição” devolvendo-lhes a saúde. E, para que entendessem o sentido do Reino de Deus, dizia-lhes: “Os sãos não precisam de médico, mas os enfermos; não vim chamar os justos, mas sim os pecadores”. Mc 2, 17.
Quando Jesus preparou 72 discípulos, para ajudá-lo a difundir o Reino no meio do povo, deu-lhes a seguinte ordem, antes de partirem, dois a dois, para os lugares onde, em seguida, Ele iria visitar: “Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: O reino de Deus está próximo”. Lc 10, 9.
Sabemos hoje que 70% das doenças que afligem a humanidade são psicossomáticas e que sua cura depende muito mais de nos ajustarmos afetiva e socialmente do que dos remédios. Da mesma forma, naquele tempo, as pessoas que eram afastadas do convívio social e familiar, desenvolviam muitas enfermidades psicossomáticas que agravavam ainda mais a sua saúde.
O amor, o respeito e o carinho demonstrado por Jesus e por seus discípulos a estas pessoas, enfermas e marginalizadas, lhes devolvia a dignidade, a saúde e a vida. Jesus, de diversas formas e maneiras, tentou nos mostrar a importância e a necessidade do Reino de Deus para todos nós, capaz até de curar as nossas enfermidades, físicas e psíquicas.
Certa vez, ao perceber o povo e os discípulos muito preocupados com o que iriam comer, beber ou vestir, depois de repreendê-los, Jesus concluiu dizendo-lhes: “Buscai antes o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. Não temais pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino.” Lc 12, 31-32.
O Reino de Deus deveria estar em primeiro plano em nossas vidas, antes mesmo de nossas preocupações com o que comer, o que beber ou o que vestir. Buscá-lo para nós deveria ser prioridade. Aos que deixam de procurá-lo, gastando o seu precioso tempo de vida amealhando bens e riquezas, Ele alertou: “Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus!” Lc 18, 24.
Afirmava isso não para condenar os ricos, mas para nos alertar que a busca desmedida por bens e pelo dinheiro e os excessivos cuidados materiais, não nos permitem encontrar o Reino de Deus! Dizia: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza”. Mt 6, 24.
Como exemplo, Ele nos apontava as crianças que, em sua pureza, ingenuidade e simplicidade e sem se prenderem às coisas materiais, eram muito mais disponíveis e mais acessíveis ao Reino de Deus que Ele propagava, dizendo-nos: “Em verdade em verdade vos declaro: quem não receber o Reino de Deus como uma criancinha nele não entrará”. Lc 18, 17.
Diante disso, perguntamos novamente: afinal o que é o Reino de Deus? Ora, amigos e amigas, o reino somos nós mesmos, todos aqueles que, obedecendo a Deus e aos Seus mandamentos, procuram conduzir suas vidas de acordo com Sua vontade, expressa no mandamento maior ensinado por Jesus: “Amai-vos uns aos outros como também eu vos amo”. Jo 15, 12.
Nós somos o Reino de Deus! Nós só não conseguimos vê-lo porque o buscamos fora de nós! Ele está mais do que próximo de nós, ele está em nós e se manifesta ao mundo por nossos gestos de amor, carinho, perdão, caridade, boa vontade, solidariedade, compaixão, bondade, amizade, honestidade, compreensão, obediência, humildade, simplicidade, união, comunhão, etc.
O Reino, amigos e amigas, nada mais é do que o amor de Deus espalhado pelo mundo e que em Jesus estava em plenitude. Amor que só pode ser manifestado ao mundo por meio de nós, criaturas de Deus que vivemos nesse mundo. Esta foi uma das razões de Deus se encarnar, por meio de Seu Filho Jesus. Por meio d Ele, este Seu Amor poderia se manifestar plenamente!
Deus é espírito e precisa de um corpo para Se tornar visível. Ele precisa de nossas mãos, de nossos pés, de nossa boca, de nosso sorriso e demais partes do nosso corpo para se manifestar a cada filho ou filha que d Ele precisar. São nossos atos e gestos que expressam o amor de Deus ao mundo!
Era isso que Jesus tentava insistentemente nos ensinar com o Seu testemunho, Suas palavras e Seus ensinamentos. Por isso Ele insistia tanto para que O ouvíssemos e O imitássemos. O Reino está em cada um de nós como uma semente que recebemos, quando somos concebidos pelas células de nossos pais acrescidas de nossa alma que emana do amor de Deus.
Nossas almas são fertilizadas ao longo de nossas vidas pelo Espírito Santo de Deus para que possam produzir os bons frutos do Reino. Porém o maligno consegue, por causa de nossos cochilos, semear o joio em nós, gerando o pecado. Como não nos esforçamos para eliminar o pecado, ele viceja e sufoca o Reino em nós, por meio dos muitos males por ele gerados.
João Batista, o último dos profetas que precederam Jesus, convocado por Deus para: “preparar os caminhos do Senhor e endireitar as suas veredas” Is, 40,3; em sua pregação dizia: “Fazei penitência porque está próximo o Reino dos céus.” Mt 3, 2. Ele tinha ciência de que seu papel era o de preparar o caminho para Jesus. Por isso que nos conta o evangelho:
“Pessoas de toda Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus pecados e eram batizados por ele nas águas do Jordão.” Mt 3, 5 -6. João os batizava, mas já os advertia: “Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palhas (o joio), porém, as queimará num fogo inextinguível”. Mt 3, 11-12.
Jesus retomará esta advertência de João em dois momentos: um ao se despedir dos discípulos, conforme a narrativa de Lucas nos Atos dos Apóstolos: “Vós sereis batizados com o Espírito Santo nos próximos dias.”At 1,5. Outro na parábola do trigo e do joio, ao nos falar do Reino a confirmando: No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro.” Mt 13,30. O joio é a raiz do pecado que gera todos os males do mundo.
Portanto amigos e amigas, se queremos erradicar o mal que se expande pelo mundo, que nos atormenta, nos intimida e nos faz sofrer, precisamos, antes, erradicar definitivamente o mal enraizado em nossos corações que se manifesta e se propaga pelo mundo por meio de nossos muitos pecados.
Para isso é necessário que busquemos nossa conversão, nos arrependendo de nossos pecados e os confessando, para combatermos o mal que viceja no mundo. O pecado nos cega e nos sufoca, abafando a semente do Reino em nós, como o joio na seara do trigo. O joio em nós semeado é o mal.
O joio do pecado precisa ser arrancado de nossos corações pela raiz, para que não volte a brotar e gerar seus frutos maus. Foi isso que Jesus tentou nos ensinar quando disse a Nicodemos: “Quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus.” Jo 3, 3. Ora, ver o Reino nada mais é do que “abrirmos os nossos olhos” para o percebermos presente no mundo!
Por isso precisamos “nascer de novo”, aliás, renascermos como Jesus reforçou a Nicodemos, que não entendeu “como” nasceria de novo: “Em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus. Necessário vos é nascer de novo.” Jo 3,5.7.
Renascemos da água quando no passado fomos batizados e renascemos do Espírito sempre que, arrependidos, nos convertermos a Deus, recebendo o Espírito Santo pelos sacramentos da reconciliação e da comunhão.
São Paulo, na carta ao Efésios, definiu claramente o que Jesus nos quis dizer com “nascer de novo”, ao se referir ao homem velho e ao homem novo dizendo: “Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4, 22.
O homem novo não só conseguirá ver o Reino como também será o Reino no meio da humanidade tão sofrida por tantas injustiças e maldades praticadas por homens e mulheres que germinam, gestam e frutificam, em abundância, o joio semeado pelo maligno e concebido em tantos males.
Renasceremos sempre que percebermos os males por nós praticados - por meio de nossos muitos pecados – os reconhecendo, nos arrependendo e os confessando a um sacerdote. Quando me perguntam por que precisamos acusar os nossos pecados a um padre, respondo imediatamente: Ora para eliminarmos as trevas precisamos obrigatoriamente de uma fonte de luz.
Na confissão, o sacerdote, por sua ordenação, traz em si a luz de Cristo. Ao tirarmos os nossos pecados das trevas de nossa consciência os trazendo à luz, na presença de Jesus, na pessoa do sacerdote, nós o dissipamos, como as trevas são dissipadas naturalmente diante da luz.
Insisto: se quisermos erradicar definitivamente o mal da face da terra, precisamos antes erradicar o mal dos nossos corações. Assim como Deus precisa dos homens para manifestar Seu amor ao mundo, constituindo aquilo que Jesus chamou de Reino de Deus, o mal, para se disseminar pela face da terra precisa da aquiescência dos homens, pois não brota do nada.
No livro de Jó, a Sabedoria divina presente em Elifaz de Tema, um de seus três amigos que o visitaram para consolá-lo, depois de ouvir Jó desabafando, murmurando e amaldiçoando o dia de seu nascimento diz à ele: “.. o mal não sai do pó, e o sofrimento não brota da terra: é o homem quem causa o sofrimento, como as faíscam voam no ar.” Jó 5, 6 – 7.
Verdadeiramente, como fagulhas que saem do coração dos maus, o mal vai incendiando o mundo e se propagando rapidamente, como as labaredas que alimentadas pelo vento vão devorando as florestas, aniquilando toda forma de vida que encontrarem pela frente. Nós somos os propagadores do mal, da mesma forma que somos os propagadores do bem, constituindo assim o que Jesus chama de Reino de Deus ou Reino dos céus.

É A VIDA....


Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos e futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se você ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser Cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar…
Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

DEUS FALE.......COMIGO


Um homem sussurrou: Deus fale comigo.E um rouxinol começou a cantarMas o homem não ouviu.
Então o homem repetiu:Deus fale comigo!E um trovão ecoou nos céusMas o homem foi incapaz de ouvir.

O Homem olhou em volta e disse:Deus deixe-me vê-loE uma estrela brilhou no céuMas o homem não a notou.

O homem começou a gritar:Deus mostre-me um milagreE uma criança nasceuMas o homem não sentiu o pulsar da vida.

Então o homem começou a chorar e a se desesperar:Deus toque-me e deixe-me sentir que você está aqui comigo…E uma borboleta pousou suavementeEm seu ombroO homem espantou a borboleta com a mão e desiludidoContinuou o seu caminho triste, sozinho e com medo.

Até quando teremos que sofrer para compreendermos que Deusestá sempre onde está a vida ???

Até quando manteremos nossos olhos e nossos coraçõesfechados para o milagre da vida que se apresenta diante denós em todos os momentos ???E como tem “humanos” q maltrata a natureza e os animais!!!

[ antonio (meco) bombonato][Toca de Assis - Taubaté]
Arquivado em: amo-te! 14 Comentários »

AS RPOMESSAS DE DEUS AO HOMEM


Por um ato de amor Deus criou o homem à sua imagem e semelhança(Gn 1,26) para conhecê-LO, servi-LO e venerá-LO. Após a queda do homem pelo pecado da desobediência a Deus, por amor ao homem Deus fez um plano de salvação pelo qual promete-lhe paz e alegria na Terra e felicidade eterna no Reino dos Céus. "Deus cumpre suas promessas. Ele revelou-se a Israel como aquele que é rico em amor e fidelidade"(Ex 34,6). Nosso Deus "é verdadeiramente um Deus fiel, que guarda a sua aliança e a sua misericórdia para com aqueles que O amam e observam os seus mandamentos"(Dt 7,9). "Sim, Senhor Deus, tuas palavras são verdade"(2Sm 7,28). Eis, a seguir, algumas das promessas de Deus ao homem, expressas por seus canais: os profetas, o seu santíssimo Filho Jesus e seus apóstolos. As promessas nas alianças: depois da queda, Deus prometeu ao homem a salvação e ofereceu-lhe sua aliança(Gn 3,15; CIC 70); Aliança com Noé, depois do dilúvio: "Nenhuma criatura será mais destruída pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a Terra"(Gn 9,9-17); Aliança com Abraão: Deus fez Abraão pai de uma multidão de nações(Gn 17,5) e prometeu: "Em ti serão abençoadas todas as nações da Terra"(Gn 12,3); Aliança com os filhos de Jacó: "Meu espírito que sobre ti repousa, e minhas palavras que coloquei em tua boca não deixarão teus lábios nem os de teus filhos, nem os de seus descendentes(...), desde agora e para sempre"(Is 59,21; Rom 11,27); Aliança com Moisés: promessa de libertação e de posse da terra(Êx 3,8); Aliança com David: promessa de reino eterno e de numerosa descendência(2Sm 7,5-16); Deus promete não nos desamparar: "Não te deixarei nem te desampararei"(Deut 31,6); "Eu estarei contigo"(Ex 3,12); Deus promete ajudar na nossa conversão: "Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo: tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Dentro de vós meterei meu espírito, fazendo com que obedeçais às minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos"(Ez 36,26-27); "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouve a minha voz e abre a porta, cearei com ele e ele comigo"(Ap 3,20) Deus nos promete bonança e segurança: "Se seguirdes minhas leis e guardardes os meus preceitos e os praticardes eu vos darei as chuvas nos seus tempos(...) e habitareis em segurança a vossa terra(...). Andarei entre vós: serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo"(Lv 26,3.12); Deus promete nos tratar com piedade: "Não executarei o ardor de minha ira(...) porque sou Deus e não homem"(Os 11,9); aos que O têm no coração Deus permite apreciar toda a sua beleza: "Farei passar diante de ti toda a minha beleza..." (Êx 33,18-19); Deus promete dar-nos o Espírito Santo: "Que o homem de boa vontade receba, gratuitamente, da água da vida"(Ap 22,17); Deus nos promete amor eterno: "Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará"(Is 54,10); Deus nos promete a salvação: "Ao vencedor darei de comer(do fruto) da árvore da vida que se acha no paraíso(...) e o maná escondido"(Ap 2,7.17); "Todo aquele que crê em Jesus terá a vida eterna e ressuscitará no último dia"(Jo 6,39-40); "Voltai-vos para mim e sereis salvos"(Is 45,22); "(...) Não mais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades"(Hb 10,16-17); "Não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo"(Rom 8,1); "Deus amou tanto o mundo, que enviou o seu Filho único...não para condenar o mundo, mas para que o mundo se salve"(Jo 3,16-17); "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância"(Jo 10,10); "A promessa é para vocês e seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, nosso Deus, chamar"(At 2,39) 10.Deus promete aliviar nossos sofrimentos: "Deus lhes enxugará todas as lágrimas de seus olhos"(Ap 21,4); "São numerosas as tribulações do justo mas de todas o livra o Senhor"(Sal 33,20); "Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele e ele agirá"(Sal 36,5); "Põe a tua confiança no Senhor e segue os seus caminhos. Ele te exaltará e possuirás a Terra"(Sal 36,34); 11.Deus promete levantar-nos nas nossas quedas: "O Senhor torna firmes os passos do homem e aprova os seus caminhos. E ainda que caia, não ficará prostrado, porque o Senhor o sustenta pela mão"(Sal 36,23-24); 12.Deus promete nos presentear com o melhor presente: "Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam"(1Co 2,9); 13.Jesus nos promete o reino dos céus e todas as coisas, por acréscimo: "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas"(Mt 6,31-33); 14.Jesus nos promete a vida eterna: "Eu sou o pão da vida"(Jo 6,35). "Quem come deste pão vive eternamente"(Jo 6,51); 15.Jesus promete alívio para nossas aflições :"Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei...e achareis o repouso para as vossas almas"(Mt 11, 28-30); 16.Jesus promete amar aos que O amam: "Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei, e manifestar-me-ei nele"(Jo 14,21); 17.Jesus promete viver em nós: "Se alguém me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada"(Jo 14,23); "Eu sou a videira, vós os ramos. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós"(Jo 15,4-5); 18.Jesus promete dar sentido a nossa vida: "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida"(Jo 8,12); "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim"(Jo 14,6); 19.Jesus promete nos dar tudo que pedimos a ele: "Se permanecerdes em mim...pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito"(Jo 15,7); 20.Jesus promete ser para nós um verdadeiro pai: "Serei para vós um pai e sereis para mim filhos e filhas"(2Co 6,18); 21.Jesus promete nunca nos abandonar: "Eis que estou convosco todos os dias até o fim dos tempos"(Mt 28,20); 22.Jesus promete voltar para nós: "Não vos deixarei órfãos. Voltarei a vós"(Jo 14,18). "...Hei de ver-vos outra vez e vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria"(Jo 16,22); 23.Jesus promete nos libertar da escravidão do pecado: "Em verdade vos digo, todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. Se permanecerdes na minha palavra, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"(Jo 8,32.34); 24.Jesus promete estar presente quando estamos unidos em oração: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei eu no meio deles"(Mt 18,19-20); 25.Jesus promete enviar o Espírito Santo para ajudar na nossa aprendizagem: "Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força"(At 1,8); "O Espírito da Verdade ficará eternamente convosco...e vos ensinará todas as coisas"(Jo 14,16.26); 26.No juízo final, Jesus promete o céu aos bons e o inferno aos maus: "Direi aos bons: "vinde benditos de meu Pai, tomai posse do Reino..."(Mt 25,34) e aos maus direi: "Afastai-vos de mim, malditos, ide para o fogo eterno..."(Mt 25,41)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

SOMENTE DEUS PODE PERDOAR


Um aspecto da vida de Jesus de Nazaré que o torna diferente de qualquer outra pessoa é que Ele nunca fez qualquer coisa moralmente errada. Em trinta e três anos de vida, Ele nunca teve de pedir perdão, nem a Deus nem aos homens. Ele nunca precisou dizer: "Sinto muito por aquilo que fiz", nunca se desculpou, nunca se arrependeu de uma ação praticada. As únicas pessoas que se sentiram ofendidas pelos seus atos foram os líderes religiosos da época, que estavam fazendo a pior coisa que um ser humano pode fazer a outro - enganar as pessoas sobre os padrões de Deus para ganhar a salvação eterna. Quando eles se consideravam ofendidos por Jesus ou por suas ações, era porque Ele havia dito alguma coisa que violava seus ensinos religiosos - doutrinas que iam de encontro aos ensinos divinos revelados na Bíblia. Eram essas falsas doutrinas que estavam erradas, não Jesus. Entretanto, Jesus, que nunca teve de ser perdoado, perdoou mais pessoas do que qualquer outro que já viveu. Na verdade, Ele estabeleceu um modelo para o perdão pessoal que nunca foi igualado, muito embora em sua época prevalecesse a filosofia romana que ensinava que o "poder faz o direito" e os judeus defendessem o padrão "olho por olho e dente por dente". Naquele meio hostil Ele ensinou: "Amem seus inimigos, façam o bem àqueles que os odeiam... perdoem aqueles que pecam contra vocês" (Lucas 6.27-28, 37). Jesus não somente elevou o padrão de amar o próximo e perdoar os inimigos em todo o tempo, mas Ele próprio demonstrou perdão em sua vida pessoal. Ele perdoou os pecados de outros e ensinou seus seguidores a fazerem o mesmo. Quando se tratava de perdão, Jesus era mais do que um homem - Ele era Deus. E para demonstrar este fato, Ele não perdoou pecados apenas como um homem, Ele perdoou como Deus. E foi isto exatamente que lhe trouxe problemas. Quem Pode Perdoar Pecados Senão Deus? Jesus nunca hesitou em perdoar pecados. Foi isto, certamente, que o levou a entrar em conflito com os líderes religiosos de seu tempo. Eles sabiam que somente Deus Jeová podia perdoar pecados e rejeitaram totalmente a possibilidade de ele ser aquele mesmo Jeová em forma humana. Entretanto, os três escritores dos evangelhos sinópticos incluíram uma dramática história com o propósito de demonstrar que Jesus, como Deus, tinha o direito e a autoridade para perdoar pecados. Marcos narra a história resumidamente: Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. Muitos afluíram para ali tantos que nem mesmo junto aporta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra. Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o e irado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os teus pecados estão perdoados." Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seus corações: "Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?"E Jesus, percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: "Porque arrazoais sobre estas coisas em vossos corações? Qual é mais fácil, dizer ao paralítico: 'Estão perdoados os teus pecados', ou dizer: 'Levanta-te, toma o teu leito, e anda?' Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados" - disse ao paralítico: "Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa." (Mc 2.1-11) Jesus usou este dramático incidente para ensinar as pessoas de sua época que Ele tinha o poder de perdoar pecados. Nenhuma testemunha pode verificar o perdão de pecados, mas pode identificar a mão sobrenatural de Deus para curar um paralítico. Neste episódio Jesus associou ambas as virtudes. Este milagre é, pois, um eloqüente sinal da divindade de Jesus. As pessoas sabiam desde o início que Jesus tinha o poder de fazer milagres; até seus inimigos sabiam disso. O que Jesus queria que compreendessem é que Ele estava mais interessado no relacionamento espiritual deles com Deus, e ter os pecados perdoados era parte essencial da restauração desse relacionamento. Ele era, naturalmente, a chave, pois somente por meio dele eles podiam obter a remissão de seus pecados. Muitos que ouviram suas palavras creram nele e tiveram seus pecados perdoados, porém a maioria dos líderes religiosos fez dura oposição a Ele, atribuindo seu poder ao Diabo. Não obstante, mesmo contra sua vontade, eles tiveram de admitir que Jesus tinha um poder sobrenatural. O que eles rejeitavam era o fato de seu poder incluir a remoção do pecado, resultando em perdão. Muitas pessoas ainda tropeçam nesta verdade. Rejeitam Jesus porque não conseguem aceitar que Ele seja o único meio de se chegar a Deus e a única esperança de ter seus pecados perdoados. Tropeçam na "pedra de tropeço", exatamente como muitos o fizeram há dois mil anos. "Quem É Este Que Até Perdoa Pecados?" Algum tempo depois de curar o paralítico, Jesus demonstrou de forma também dramática sua autoridade de perdoar pecados. Lucas conta a história: Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele, Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento;e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento. Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: "Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. "Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: "Simão, uma coisa tenho a dizer-te. "Ele respondeu: "Dize-a, Mestre." "Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?"Respondeu-lhe Simão: "Suponho que aquele a quem mais perdoou." Replicou-lhe Jesus: "Julgaste bem." E, voltando-separa a mulher, disse a Simão: "Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta com bálsamo ungiu os meus pés. Por isso te digo: Perdoados lhe são os setes muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama." Então disse à mulher: "Perdoados são os teus pecados." Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: "Quem é este que até perdoa pecados?>f Mas Jesus disse à mulher: 'A tua fé te salvou; vai-te em paz." (Lc 7:36-50) Esta história está repleta de ironia. O fariseu que tinha convidado Jesus à sua casa pensou que a conduta de Jesus provava que Ele não era profeta, pois como uma pessoa santa permitiria ser tocada por uma pessoa que ele sabia ser pecadora? Entretanto, Lucas esclarece que Jesus agiu desta forma precisamente porque conhecia a extensão dos pecados da mulher... tanto quanto seu coração arrependido. Enquanto o fariseu condenava Jesus por ter imaginado falsamente que o Salvador desconhecia o verdadeiro caráter da mulher, de fato ele mesmo se condenou porquanto ele é quem desconhecia seu próprio caráter ruim. Não sabemos se o fariseu chegou a perceber a ironia daquele episódio, mas sabemos que todos os presentes reconheceram o poder de Jesus de perdoar pecados. O Salvador não somente anunciou o perdão à mulher no versículo 47, mas reiterou essa concessão no versículo 48. Sua ação provocou a indignada pergunta: "Quem é este que até perdoa pecados?" Jesus ouviu a pergunta, mas não lhe deu atenção. Em vez disso, continuou a dirigir-se à mulher, assegurando-lhe tanto a salvação como a paz - estas também qualidades exclusivas de Deus. O ponto-chave a observar neste capítulo é que, embora os convidados questionassem o direito de Jesus perdoar pecados, eles nunca duvidaram do fato de Jesus ter feito tal afirmação. O Exemplo Maior do Poder de Perdoar de Jesus Embora os dois incidentes anteriores tenham mostrado claramente que Jesus atribuiu a si a autoridade de perdoar pecados, talvez a evidência mais forte disto é encontrada no calvário. Enquanto esteve pregado à cruz para resgatar pelo perdão toda a humanidade, Jesus por duas vezes teve oportunidade de perdoar pessoas específicas. Um caso em particular traz grande conforto àqueles que esperam até o último momento para fazer as pazes com Deus. A conversão com o ladrão crucificado ao lado de Jesus prova que nunca é tarde demais para receber o perdão, mesmo quando a chama da vida esteja se apagando. Aquele homem era um "malfeitor", um grande pecador que admitiu ser "ladrão e salteador". No início de sua execução ele e seu companheiro ladrão se juntaram à multidão hostil zombando e escarnecendo de Jesus (Mateus 27.44; Marcos 15.32). Entretanto, depois de contemplar Jesus por algum tempo, algo aconteceu no coração daquele homem. Embora seu companheiro ladrão continuasse a "blasfemar" (no grego, eblasphemei, uma palavra que normalmente significa a injúria contra Deus) contra Jesus, esse homem foi repreendido por seu parceiro e afirmou a inocência de Jesus. "Recebemos o castigo que os nossos atos merecem", disse ele, "mas este nenhum mal fez." Então dirigiu-se a Jesus: "Senhor, lembra-te de mim quando vieres no teu reino." E como Jesus respondeu? "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23.43). A dupla natureza de Jesus é exemplificada neste ato. Ele era plenamente homem pelo fato de poder morrer por nossos pecados e era plenamente Deus porque podia perdoar aquele ladrão moribundo dos pecados que cometera. O segundo exemplo da prática do perdão oferecido por Jesus no Calvário não é menos impressionante. Ele fez o que ninguém teria feito ao sofrer uma morte injusta e dolorosa. Muitas pessoas imaginam a crucificação de nosso Senhor da maneira como ela é representada em alguns quadros famosos. A verdade é que Ele sofreu ferimentos até ficar praticamente irreconhecível. O profeta já dissera: "Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência mais do que a dos outros filhos dos homens" (Isaías 52.14). Os soldados romanos bateram nele, colocaram uma coroa de espinhos em sua cabeça e feriram seu rosto, deixando-o desfigurado. No entanto, apesar dessa trágica condição, mesmo escarnecido pelos líderes religiosos e pelos soldados que o haviam crucificado, Jesus orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23.34). Algum tempo antes, diante do sepulcro de Lázaro, Jesus tinha orado: "Pai, graças te dou porque me ouviste" (João 11.41), e Deus o ouviu novamente. Sem dúvida, sua oração no momento em que estava pendurado na cruz salvou as vidas daqueles que o crucificaram! Em vez de liquidar aquelas pessoas rebeldes que estavam assassinando seu único Filho, Deus Pai as perdoou. A oração de Jesus pode ter salvo muitas almas naquele dia. Estou inclinado a crer que muitos daqueles judeus e romanos que clamavam pela morte de Jesus, faziam parte daquela multidão que cinqüenta dias mais tarde, no Pentecoste, se arrependeram e foram perdoados de todos os seus pecados - incluindo o de ter crucificado Jesus! O milagre da salvação de alguns ou de todos aqueles que exigiram a morte de Jesus sobre a cruz é o ápice de todos os milagres. O fato de Deus Pai e seu Filho Jesus permitirem a salvação das próprias pessoas que causaram sua crucificação está além da compreensão humana. Eu creio nisso, mas admito que não consigo entender isso a não ser à luz da oração de Jesus: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Eles sabiam que estavam crucificando um homem bom, mas não sabiam que estavam crucificando o Filho de Deus - isto é, até depois de sua ressurreição e do sermão de Pedro no Pentecoste. Quantas dessas pessoas receberam o perdão dos pecados e a salvação pela fé em Jesus, nunca saberemos até o dia de nos encontrarmos com elas no céu. Uma coisa é certa: todas elas podem ter sido perdoadas! Nenhuma delas foi condenada por ter participado da crucificação do Messias - porque Jesus, em essência, orou para que "esse pecado não lhes fosse imputado... pois eles não sabiam o que estavam fazendo". Não tinham idéia de que estavam matando o Rei da Glória. Não sabiam o quanto eram afortunadas por viverem no apogeu da história, quando o Cordeiro sacrificial de Deus tinha vindo a este mundo. A oração de Jesus poupou-os das conseqüências de seu terrível pecado. Se elas não receberam a salvação no primeiro dia do Pentecoste, foi porque se recusaram a receber o perdão por outros pecados cometidos. O pecado mais terrível de todos os tempos foi certamente a morte deliberada do "Cordeiro de Deus". No entanto, aqueles que participaram deste crime infame estão sem culpa porque Jesus orou: "Pai, perdoa-lhes." Assim fazendo, Ele nos deixou o maior exemplo de perdão da história universal. Somente Deus pode perdoar dessa maneira! Além disso, Ele deixou-nos a certeza de que também nós podemos ser perdoados de nossos pecados. Seus Pecados Foram Perdoados? Jesus veio a este mundo para trazer a salvação para os pecados de toda a humanidade. Esse propósito se cumpriu em você? Seus pecados foram perdoados, apagados? Isso tudo depende de sua disposição de pedir a Ele que o perdoe. Se você ainda não fez isso (ou tem dúvidas se o fez), insisto que o faça antes de terminar a leitura deste livro. Uma vez que Ele pagou o eterno débito de seu pecado sobre a cruz, três coisas apenas restaram para você fazer: 1. Admitir que foi por você e por seus pecados que Jesus morreu. 2. Crer que Ele ressuscitou dentre os mortos. 3. Rogar-lhe que perdoe seus pecados e salve sua alma. Se você fizer estas três coisas, Jesus lhe assegura que você estará com Ele na eternidade, exatamente como o ladrão arrependido na cruz está agora com Ele. Mas, depois de passar por essas três coisas, você terá feito mais do que assegurar um lugar no céu. Isso o capacitará também a seguir o exemplo de Jesus de perdoar àqueles que o ofenderem ou lhe fizerem algum mal. Este é uma dos maiores milagres da salvação. Uma Nova Motivação Para Perdoar É extraordinário ver como as pessoas que experimentaram o perdão de Deus através de Jesus se sentem motivados a perdoar. Lembro-me de ter orado com um homem irascível, cheio de ódio e que se relacionava muito mal com toda sua família ou com qualquer um que se aproximasse dele. Após um longo período, tive o privilégio de transmitir-lhe o evangelho de Cristo, e um dia ele dobrou seus joelhos e recebeu Cristo em seu coração. Após alguns momentos sentindo a emoção da "paz com Deus", muito comum àqueles que param de lutar contra Ele, repentinamente o homem empertigou-se e disse: "Ó Deus, vou perdoar meu pai." Então ele me contou como, durante toda sua vida, fora rejeitado e maltratado por seu pai. Durante anos meu amigo tinha insistentemente odiado o pai... e como a maioria dos que nutrem esse sentimento, este mesmo ódio envenenou suas emoções e arruinou seus relacionamentos com aqueles que deveriam ser o objeto de seu afeto. Depois de assegurar-lhe que ele deveria efetivamente perdoar seu pai - não porque seu pai o merecesse, mas porque Jesus lhe ordenava - também lhe mostrei que Cristo, seu novo Mestre, o tornaria capaz de fazê-lo. Oramos juntos novamente e em seguida ele fez uma oração simples e sincera em que reconheceu que, após todos aqueles anos, seria difícil perdoar um homem que tinha pecado tão gravemente contra ele - mas ele humildemente pediu a ajuda de Deus para ser capaz de perdoar e esquecer o passado. Orei para que ele aprendesse a amar seu pai. A princípio ele estava relutante, mas foi para casa contar à esposa sobre sua nova fé. Ele telefonou no dia seguinte para dizer-me: "Tive ontem a melhor noite de sono depois de muitos anos", e acrescentou que tinha se desculpado com sua esposa por todas as mágoas que tinha lhe causado. Logo depois, ele me disse que iria visitar seu pai no próximo sábado para pedir-lhe perdão pela ira de muitos anos contra ele. Não foi fácil, mas ele prosseguiu em seu intento. Mais tarde ele me contou que, durante sua visita, seu pai chorou e nada pôde dizer. Decorridos seis meses, esse meu amigo levou seu pai a Cristo e hoje procuram desenvolver uma amizade. Toda sua família acha que este homem é um milagre ambulante. Como disse um de seus filhos adolescentes - "Meu pai está tão diferente que até o cachorro gosta dele agora!" Este é o poder do perdão em ação, diferente de qualquer outra experiência sobre a terra! Isto só é possível, entretanto, por meio de Jesus de Nazaré - o Cristo ressurreto. Jesus ainda está empenhado em perdoar pecados e em nos ajudar a perdoarmos os outros. Isto não é apenas espantoso - é divino. Exatamente o que Jesus é.

ONDE ESTA A TUA FÉ


"E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: passemos para a outra banda do lago. E partiram. E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago e enchia-se dágua, estando em perigo. E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança. E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?" Lucas 8:22-25 Quero chamar sua atenção particularmente para esta pergunta que foi dirigida por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo aos Seus discípulos. Ele lhes disse: "Onde está a vossa fé?" Na verdade, quero chamar sua atenção para todo este incidente como parte da nossa consideração do assunto da depressão espiritual. Já consideramos várias causas dessa condição, e este incidente particular na vida e ministério do nosso Senhor nos traz face a face com mais uma causa. A causa que é tratada aqui, é o problema e a questão da natureza da fé. Em outras palavras, há muitos cristãos que têm problemas, e são infelizes de vez em quando, porque não entenderam a natureza da fé. "Bem", talvez digam, "se não entenderam a natureza da fé, como podem ser cristãos?" A resposta é que o que torna alguém um cristão é que a ele é dado o dom da fé. O dom da fé nos é dado por Deus através do Espírito Santo, e nós cremos no Senhor Jesus Cristo, e isso nos salva; mas isso não significa que entendemos completamente a natureza da fé. Então acontece que, embora possamos ser verdadeiramente cristãos e genuinamente salvos através do recebimento desse dom da fé, podemos subsequentemente cair em problemas em nossa experiência espiritual porque não entendemos realmente o que é a fé. Ela nos é dada como um dom, mas daí para a frente há certas coisas que precisamos fazer a respeito. Ora, este incidente notável realça a importância vital de distinguir entre o dom da fé original e o andar pela fé, ou a vida de fé que vem subsequentemente. Deus nos dá o início nessa vida cristã, e então temos que andar nela. "Andamos por fé, e não pelo que vemos" é o tema que estamos considerando. Antes de entrar na discussão deste assunto, devo dizer algumas palavras a respeito deste incidente. Examinado de qualquer ponto de vista, é um incidente muito interessante e de grande importância. Tem muito a nos dizer, por exemplo, sobre a pessoa do nosso Senhor. Ele nos traz face a face com o que é descrito como um paradoxo, a aparente contradição na pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo. Ali estava Ele, fatigado - tão cansado, na verdade, que Ele adormeceu. Este acontecimento está registrado pelos três chamados evangelhos sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas, e é realmente importante do ponto de vista de entender a pessoa de Jesus Cristo. Olhem para Ele. Não há qualquer dúvida a respeito da Sua humanidade. Ele está fatigado, está cansado, tanto que Ele cai no sono, e continua dormindo mesmo em meio à tempestade. Ele é sujeito à fraqueza, Ele é homem de carne e osso, como qualquer um de nós. Ah, sim, mas espere um pouco. Eles O acordam, dizendo: "Mestre, não te importa que pereçamos?" Então Ele Se levantou, repreendeu o vento e a fúria da água, e cessaram, e fez-se bonança. Um dos outros evangelhos diz "grande bonança". Ora, não é de surpreender que os discípulos, vendo tudo isso, se admiraram e disseram uns aos outros: "Quem é este, que até os ventos e à água manda, e lhe obedecem?" Homem, e no entanto, gloriosamente Deus. Ele podia comandar os elementos, podia silenciar o vento e acalmar a fúria da água. Ele é Senhor da natureza e da criação; Ele é Senhor do universo. Este é o mistério e a maravilha de Jesus Cristo - Deus e homem, duas naturezas, sem se misturar, e no entanto residentes na mesma pessoa. Devemos começar aqui, porque se não temos isso claro em nossa mente, não faz sentido prosseguir. Se não crêem na deidade singular do Senhor Jesus Cristo, não são cristãos, o que quer que sejam. Não estamos apenas olhando para um bom homem, não estamos apenas interessados no maior mestre que o mundo já viu; estamos face a face com o fato que Deus, o Filho eterno, veio a este mundo e tomou sobre Si a natureza humana, e habitou entre nós, um homem entre homens - Deus-Homem. Estamos face a face com o mistério e a maravilha da encarnação e do nascimento virginal. Está tudo ali, e brilha em toda a plenitude de sua extraordinária glória. "Que espécie de homem é este?" Ele é mais que um homem. Esta é a resposta - Ele também é Deus. Entretanto, esse não me parece ser o propósito especial deste incidente. Achamos essa revelação em outras passagens também, ela brilha através de todos os Evangelhos; mas os incidentes específicos que ela se evidencia, em geral também têm alguma mensagem especial e peculiar para nos ensinar. Neste caso, não resta dúvida que a mensagem é a lição referente aos discípulos em sua situação neste ponto - é a grande lição sobre a fé e a natureza ou o caráter da fé. Não sei o que pensam, mas eu não cesso de ser grato a esses discípulos. Sou grato pelo registro de cada erro e engano que cometeram, porque posso me ver a mim mesmo neles. Como devemos ser gratos a Deus que temos estas Escrituras, como devemos ser gratos que Ele não Se limitou a nos deixar o evangelho apenas. Como é maravilhoso que podemos ler relatos como esse, e ver-nos a nós mesmos retratados neles, e como devemos ser gratos a Deus que Sua Palavra é divinamente inspirada e diz *a verdade, mostrando e retratando cada fraqueza humana. Vemos, então, o Senhor repreendendo esses homens. Ele os repreende por causa do seu medo, por causa do seu terror, por causa da sua falta de fé. Ali estavam eles no barco, junto com Jesus, e a tempestade se levantou, e logo estavam em dificuldades. Eles tentaram tirar a água do barco, mas ele estava enchendo cada vez mais, e viram que em pouco tempo iriam naufragar. Tinham feito tudo que podiam, mas não parecia adiantar, e ficaram assombrados que o Mestre ainda estava dormindo profundamente na popa do barco. Então eles O acordaram e disseram: "Mestre, Mestre, perecemos. Tu não Te preocupas?" E Ele Se levantou, e tendo repreendido o vento e o mar, fez-se grande bonança. Devemos observar esta repreensão com cuidado, e entender o que Ele está dizendo. Em primeiro lugar, Ele os estava repreendendo por estarem em tal situação. "Onde está a vossa fé?", Ele pergunta. Mateus diz: "Homens de pouca fé". Aqui, como nas outras passagens, "Ele se maravilhou com sua falta de fé". Ele os repreendeu por estarem em tal estado de agitação e terror e alarme enquanto Ele estava com eles no barco. Essa é a primeira grande lição que precisamos aplicar a nós mesmos e uns aos outros. É muito errado para um cristão se achar em tal estado. Não importa quais sejam as circunstâncias, o cristão não deveria ficar agitado, o cristão jamais deveria ficar fora de si, o cristão nunca deveria chegar a uma condição em que não tenha controle de si mesmo. Essa é a primeira lição, uma lição que enfatizamos antes porque é uma parte essencial dos ensinos do Novo Testamento. Um cristão nunca deveria, como a pessoa do mundo, ficar deprimido, agitado, alarmado, frenético, sem saber o que fazer. É a reação típica a problemas da parte daqueles que não são cristãos, e é por isso que está errado ficar assim. O cristão é diferente de outras pessoas, ele tem algo que o não-cristão não possui, e o ideal para o cristão é o que o apóstolo Paulo expressou tão bem no capítulo quatro de Filipenses: "Aprendi a contetar-me com o que tenho. . . Posso todas as coisas naquele que me fortalece". Essa é a posição cristã, é assim que o cristão deve ser. Ele nunca deve ser arrastado por suas emoções, quaisquer que sejam elas - nunca. Isso sempre é errado num cristão. Ele deve sempre ser controlado, como espero mostrar aqui. O problema com esses homens era que eles não tinham domínio próprio. Por isso eles eram infelizes, por isso estavam agitados e alarmados, apesar do Filho de Deus estar com eles no barco. Não há como enfatizar esse ponto em demasia. Eu o apresento como uma simples proposição, que um cristão nunca deve perder o controle, nunca deve estar num estado de agitação, terror ou alarme, quaisquer que sejam as circunstâncias. Essa é, obviamente, a primeira lição. A situação desses homens era alarmante. Estavam em perigo, e parecia que iam se afogar a qualquer momento, mas o Senhor de fato disse: "Vocês não deviam estar nessa condição. Como meus seguidores, vocês não têm o direito de estar em tal estado, ainda que estejam em perigo". Essa é a primeira grande lição, e a segunda é que o que está tão errado em estar nesta condição, é que implica falta de confiança nEle. Esse é o problema, e é por isso que é tão repreensível. Por isso Ele repreendeu os discípulos naquele ponto. Ele disse, na verdade: "Você se sentem assim, apesar de eu estar aqui com vocês? Vocês não confiam em mim?" Em Marcos lemos que eles disseram: "Mestre, não se te dá que pereçamos?" Eu não creio que eles estivessem se referindo apenas a si mesmos ou sua própria segurança. Não creio que fossem tão egocêntricos. Não creio que, eles simplesmente estivessem dizendo: "Não Te importas que nós vamos nos afogar?" sem se preocuparem com Ele. Creio que O estavam incluindo também, e pensavam que todos eles iam se afogar. "Mestre, não se te dá que pereçamos?" Mas ainda assim, tal agitação e alarme sempre incluem uma implícita falta de confiança nEle. É uma falta de fé em Sua preocupação por nós e Seu cuidado conosco. Significa que assumimos o controle e nós mesmos vamos cuidar da situação, sentindo que Ele não Se preocupa, ou que talvez não possa fazer coisa alguma para nos ajudar. Isso é o que torna essa questão tão terrível, mas eu me pergunto se sempre estamos conscientes disso. Parece óbvio, quando olhamos para a situação objetivamente, como no caso destes discípulos; mas quando estamos agitados ou perturbados, sem sabermos o que fazer, e damos a impressão de grande tensão nervosa, qualquer um que olhe para nós tem o direito de dizer: "Essa pessoa não tem muita fé no seu Senhor. Não parece haver muita vantagem em ser cristão, não parece haver muito valor no cristianismo, a julgar por essa pessoa". Durante a guerra todos nós estivemos sujeitos a tais provações de uma forma excepcional, mas mesmo agora em tempos de paz, qualquer coisa que surge em nosso caminho e nos coloca em dificuldades, imediatamente revela se realmente cremos e confiamos nEle, devido nossa reação. Para mim, portanto, parece que temos estas duas grandes lições aqui. Nunca devemos permitir que a agitação ou a perturbação nos controlem, não importa quais sejam as circunstâncias, porque fazer isso implica em falta de fé, falta de confiança em nosso bendito Senhor e Deus. Contudo, vamos examinar a passagem em detalhe, vamos captar alguns princípios gerais deste incidente e seus grandes ensinos. Antes de tudo, examinando toda essa questão da fé, quero dizer algo sobre o que chamo a "prova da fé". As Escrituras estão repletas deste tema. Vejam o capítulo onze da Epístola aos Hebreus. Essa passagem é, de certa forma, nada mais que uma grande exposição deste tema - a prova da fé. Cada um desses homens foi testado. Eles receberam grandes promessas, e as haviam aceitado, e então tudo aparentemente começou a dar errado. Aconteceu com todos eles. Pensem na prova enfrentada por um homem como Noé, no teste que Abraão enfrentou, os testes que homens como Jacó, e especialmente Moisés, tiveram que enfrentar. Deus dá o dom da fé, e então essa fé é provada. Pedro, em sua primeira epístola, no primeiro capítulo, diz. exatamente a mesma coisa. Ele diz: "Ainda que agora.. . estejais contristados por um pouco", devido a certas circunstâncias, o objetivo disso é que "a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo". Esse é o tema de toda as Escrituras. Ele é encontrado na história dos patriarcas e de todos os santos do Velho Testamento, como também através de todo o Novo Testamento. Na verdade, é de forma peculiar o tema do último livro da Bíblia, o livro do Apocalipse. Vamos deixar a questão bem clara. Precisamos começar entendendo que podemos nos encontrar numa posição em que nossa fé vai ser provada. Tempestades e provações são permitidas por Deus. Se estamos vivendo a vida cristã, ou tentando vivê-la no momento, na suposição que significa apenas vir a Cristo e então que nunca mais teremos qualquer preocupação na vida, estamos abrigando um terrível engano. É um erro e não é verdade. Nossa fé vai ser provada, e Tiago chega ao ponto de dizer: "Tende grande gozo quando cairdes em várias tentações (ou provações)" (Tiago 1:2). Deus permite tempestades, Ele permite dificuldades, Ele permite que os ventos soprem e o mar se enfureça, e que tudo pareça estar dando errado e que nós mesmos estejamos em perigo. Precisamos aprender e entender que Deus não toma o Seu povo e o leva a algum tipo de Campos Elísios em que estão protegidos de toda e qualquer infelicidade ou problema. Não - nós continuamos vivendo no mesmo mundo que os demais. Na verdade, o apóstolo Paulo parece ir ainda mais longe, dizendo aos filipenses: "Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele" (Filipenses 1:29). "No mundo", disse o Senhor, "tereis aflições; mas tende bom animo, eu venci o mundo" (João 16:33). "Tende bom ânimo" - sim, mas lembrem-se que terão tribulações. Paulo e Barnabé, visitando as igrejas durante suas viagens missionárias, advertiram-nas que "por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus" (Atos 14:22). Precisamos começar entendendo que "estar prevenido é estar armado de antemão" neste assunto. Se temos uma concepção mágica da vida cristã, certamente vamos ter problemas, porque quando as dificuldades vierem, seremos tentados a perguntar: "Por que isto foi permitido?" E nunca deveríamos fazer essa pergunta. Se entendêssemos esta verdade fundamental, nunca faríamos tal pergunta. Nosso Senhor dorme e permite que o temporal venha. A situação pode realmente se tornar desesperadora, e nossas vidas podem aparentemente estar em perigo. Tudo parece estar contra nós, entretanto - bem, um poeta cristão o expressou por nós: Quando tudo parece estar contra nós, Para nos levar ao desespero. . . Mas ele não se deixa desesperar, porque continua dizendo: Sabemos que há uma porta aberta, Alguém ouvirá nossa oração.. . A situação pode parecer desesperadora: "Tudo parece contra nós, para nos levar ao desespero". Vamos então estar preparados para isso. Sim, mas devemos fazer mais que isso. Enquanto tudo isso está acontecendo conosco, o Senhor parece estar totalmente indiferente. É aí que entra o verdadeiro teste da fé. O vento e as ondas eram terríveis, e a água estava entrando no barco. Isso era terrível, mas o que mais os aterrorizou foi a aparente indiferença do Senhor. Adormecido, aparentemente sem se importar. "Mestre, não se te dá que pereçamos?" Ele parece indiferente, sem Se preocupar conosco, nem consigo mesmo, com Sua causa ou Seu reino. Imaginem os sentimentos daqueles homens! Eles O tinham seguido, ouviram Seus ensinamentos sobre a vinda do reino, tinham visto Seus milagres e estavam esperando que coisas maravilhosas acontecessem; e agora parecia que tudo ia acabar em naufrágio e afogamento. Que anticlimax, e tudo por causa da Sua indiferença! Somos realmente muito inexperientes na vida cristã se não sabemos algo a respeito disso. Será que todos nós não conhecemos algo dessa situação de provas e dificuldades, sim e de uma sensação de que Deus parece não Se importar? Ele nada faz a respeito. "Por que Ele permite que eu, um cristão, sofra nas mãos de não-cristãos?" muitos perguntam. "Por que Ele permite que as coisas dêem errado comigo, e não com outra pessoa?" "Por que esse homem é bem sucedido, enquanto que eu sou um fracasso? Por que Deus não faz nada a respeito?" Com que frequência cristãos fazem essas perguntas! Eles têm indagado isso sobre a situação geral da Igreja hoje em dia. "Por que Ele não envia um reavivamento? Por que permite que humanistas e ateus tenham tanta proeminência? Por que Ele não interfere e faz algo, por que Ele não reaviva Sua obra?" Quantas vezes somos tentados a dizer tais coisas, exatamente como aqueles discípulos no barco! O fato de Deus permitir essas coisas, e que muitas vezes parece até indiferente a respeito, realmente constitui o que estou descrevendo como a prova da fé. Essas são as condições sob as quais nossa fé é testada e provada, e Deus as permite, Deus permite tudo isso. Tiago chega até nos dizer que devemos "ter grande gozo" quando essas coisas nos acontecem. Este é um grande tema - a prova da fé. Não falamos muito sobre isso hoje em dia, não é? Mas se voltássemos ao século dezessete ou dezoito, descobriríamos que era um tema muito familiar. Creio que em certo sentido era o tema central dos puritanos. Certamente teve proeminência mais tarde no grande avivamento evangélico do século dezoito. A prova da fé, e como ter vitória sobre essas coisas, o andar pela fé e a vida de fé eram seus temas constantes. Vamos agora passar para a segunda pergunta. Qual é a natureza da fé, o caráter da fé? Esta, acima de tudo, é a mensagem particular deste incidente, e sinto que se revela de forma especialmente clara no registro do Evangelho de Lucas. É por isso que estou analisando o incidente baseado nesse Evangelho, e enfatizando a forma como o Senhor colocou a pergunta: "Onde está a vossa fé?" Aí está a chave do problema. Observem a pergunta do Senhor. Parece inferir que Ele sabe muito bem que eles têm fé. A pergunta que Ele lhes faz é: "Onde está ela? Vocês têm fé, mas onde ela está neste momento? Devia estar aqui - onde está?" Ora, isso nos dá a chave para entender a natureza da fé. Antes de tudo, quero colocá-lo de forma negativa. Fé, obviamente, não é uma questão de emoções. Não pode ser, porque nossas emoções numa situação assim podem ser muito variáveis. Um cristão não deve se sentir abatido quando tudo está dando errado. Ele tem o mandamento de se regozijar. Emoções pertencem à felicidade apenas, mas o regozijo envolve algo muito maior do que emoções; e se a fé fosse uma questão de emoções apenas, então, quando acontece algo errado ou os sentimentos mudam, a fé desaparece. Mas a fé não é uma questão de emoções apenas, a fé inclui o homem integral, incluindo sua mente, seu intelecto e seu entendimento. É uma resposta à verdade, como vamos ver. A segunda coisa é ainda mais importante. A fé não é algo que atua automaticamente, não é algo que atua de forma mágica. E este é um erro do qual eu creio que todos nós, em alguma ocasião, fomos culpados. Parece que pensamos que a fé é algo que age automaticamente. Muitas pessoas, eu creio, concebem a fé como algo parecido com um termostato ligado a algum aparelho de aquecimento - você ajusta o termostato num certo nível, para manter a temperatura num determinado ponto, e ele opera automaticamente. Se a temperatura tende a subir além daquele nível, o termostato entra em operação e a faz baixar; se usamos a água quente e a temperatura da água tiver caido, o termostato entra em ação e esquenta a água de novo, e assim por diante. Não precisamos fazer nada a respeito, o termostato age automaticamente e mantém a temperatura no nível desejado automaticamente. E há muitas pessoas que aparentemente pensam que a fé atua dessa forma. Presumem que não importa o que lhes aconteça, a fé vai operar e tudo estará bem. Contudo, a fé não é algo que atua automaticamente ou de forma mágica. Se fosse assim, aqueles homens não teriam tido esse problema, a fé teria entrado em operação e eles estariam calmos e tranquilos e tudo acabaria bem. Mas a fé não é assim, e esses são conceitos muito errôneos a seu respeito. O que é fé? Vamos examiná-la de forma positiva. O princípio ensinado aqui é que fé é uma atividade, é algo que precisa ser exercitado. Não entra em operação por si mesma, nós precisamos exercitá-la. É uma forma de atividade. Quero dividir isso um pouco. Fé é algo que precisamos colocar em ação. Isso é exatamente o que o Senhor disse a esses homens. Ele disse: "Onde está a vossa fé?", o que significa: "Por que não estão tomando a sua fé e aplicando-a a esta situação?" Pois foi porque eles não fizeram isso, foi porque não colocaram sua fé em ação, que os discípulos se desesperaram e ficaram nesse estado de consternação. Como então podemos colocar a fé em ação? Que quero dizer, ao afirmar que a fé é algo que precisamos aplicar? Posso dividir minha resposta desta forma. A primeira coisa que preciso fazer quando me encontro numa situação difícil, é não permitir que a situação me controle. Este é um aspecto negativo. Esses homens estavam no barco, o Mestre estava dormindo, as ondas estavam jogando água dentro do barco, e eles não conseguiam tirar a água com suficiente rapidez. Parecia que iam naufragar, e o problema foi que eles se deixaram controlar pela situação. Eles deviam ter colocado sua fé em ação, assumindo o controle e dizendo: "Não vamos entrar em pânico". Deviam ter começado assim, mas não o fizeram. Permitiram que a situação os controlasse. A fé se recusa a entrar em pânico. Gostam desse tipo de definição de fé? Isso lhes parece terreno demais, e pouco espiritual? Mas esta é a própria essência da fé. Fé é uma recusa de se entrar em pânico, aconteça o que acontecer. Acho que Browning tinha isso em mente quando definiu fé desta forma: "Para mim, fé significa incredulidade perpetuamente mantida em silêncio, como o dragão sob os pés de Miguel". Aí está Miguel, e aí está o dragão sob seus pés, e ele o mantém quieto sob a pressão do seu pé. Fé é incredulidade mantida em silêncio, mantida prisioneira. E foi isso que esses homens não fizeram, eles permitiram que a situação os controlasse, e entraram em pânico. Fé, entretanto, é uma recusa em deixar isso acontecer. Ela diz: "Não vou ser controlada por essas circunstâncias - eu estou no controle". Então, assumam o controle de si mesmos, ergam-se, dominem-se a si mesmos. Não percam o controle, perseverem e vençam. Essa é a primeira coisa, mas não termina aí. Isso não basta, porque pode ser nada mais que resignação. Isso não é a totalidade da fé. Depois de dar esse primeiro passo, assumindo o controle de si mesmos, então devem lembrar-se do que crêem e do que sabem. E isso também foi algo que aqueles tolos discípulos não fizeram. Se eles tão somente tivessem parado por um momento, dizendo: "Que vai acontecer? É possível que naufraguemos com Ele a bordo? Existe algo que Ele não pode fazer? Nós vimos os Seus milagres, Ele transformou a água em vinho, Ele curou o cego e o coxo, até ressuscitou os mortos; será que Ele vai permitir que tanto nós como Ele naufraguemos desta maneira? Impossível! Em todo caso, Ele nos ama, Ele cuida de nós, Ele disse que até os cabelos da nossa cabeça estão contados!" É assim que a fé raciocina. Ela diz: "Muito bem, eu vejo as ondas e os vagalhões, mas" - ela sempre inclui este "mas". Isso é fé; ela se firma na verdade e raciocina baseada naquilo que sabe ser um fato. Essa é a maneira de aplicar a fé. Aqueles homens não fizeram isso, e por esta razão ficaram agitados e entraram em pânico. E nós também entraremos em pânico e agitação se falharmos em agir assim. Quaisquer que sejam as circunstâncias, portanto, fique firme meu amigo, espere por um momento. Diga: "Reconheço tudo isso, mas..." Mas o quê? Mas Deus! Mas o Senhor Jesus Cristo! Mas o quê? Toda a minha salvação! É assim que a fé age. Tudo pode parecer contra mim, "para me levar ao desespero", e eu talvez não entenda o que está acontecendo; mas eu sei de uma coisa, eu sei que Deus me amou de tal maneira que enviou Seu Filho unigênito a este mundo por mim; eu sei que, quando eu ainda era um inimigo, Deus enviou Seu único Filho para morrer na cruz do calvário por mim. Ele fez isso por mim quando eu era um inimigo, um estranho rebelde. Eu sei que o Filho de Deus "me amou e se deu a si mesmo por mim". Eu sei que, à custa do Seu sangue, eu tenho a salvação e que sou um filho de Deus e herdeiro da bem-aventurança eterna. Eu sei disso. Muito bem, então, sei tudo isso, que "se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Romanos 5:10). É uma lógica inevitável, e a fé argumenta nesses termos. A fé lembra o que as Escrituras chamam de "grandíssimas e preciosas promessas". A fé diz: "Não posso crer que Aquele que me trouxe até aqui vai me abandonar neste ponto. É impossível, não estaria de acordo com o caráter de Deus". Então a fé, recusando-se a ser controlada pelas circunstâncias, lembra-se do que sabe e em que acredita. E então o próximo passo é que a fé aplica tudo isso à situação. Novamente, isso foi algo que aqueles homens não fizeram, e por isso o Senhor dirige a eles estas palavras: "Onde está a vossa fé?" "Vocês a têm; por que não a aplicam, por que não trazem tudo que sabem ao nível desta situação, por que não a focalizam sobre este problema?" Esse é o passo seguinte na aplicação da fé. Quaisquer que sejam as circunstâncias neste momento, tragam tudo que sabem a respeito do seu relacionamento com Deus e o apliquem à essa situação. Então terão plena certeza de que Ele nunca permitirá que nada lhes aconteça que possa ser prejudicial. "Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus". Nem um cabelo das suas cabeças sofrerá dano, Ele ama vocês com um amor eterno. Não estou sugerindo que seremos capazes de entender tudo que está acontecendo. Podem não receber uma explicação completa; mas saberão com certeza que Deus não é indiferente. Isso é impossível. Aquele que fez a maior de todas as coisas por vocês, tem que estar preocupado com vocês em todas as coisas, e ainda que as nuvens sejam espessas e não possam ver Sua face, sabem que Ele está ali. "Por trás de uma providência carrancuda, Ele esconde uma face sorridente". Agarrem-se a isso. Talvez digam que não podem ver Seu sorriso. Eu concordo que essas nuvens terrenas impedem a muitos de vê-lo, mas Ele está ali, e nunca permitirá que algo de prejuízo permanente possa acontecer. Nada pode acontecer com vocês sem que Ele permita, não importa o que seja, algum grande desapontamento, talvez, ou uma doença, pode ser alguma tragédia, não sei o que é, mas podem ter certeza de uma coisa, que Deus permitiu que isso lhes acontecesse porque, em última análise, será para o seu bem. "E, na verdade, toda a correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça. . ." (Hebreus 12:11). É assim que a fé opera. Mas nós precisamos exercitá-la. Ela não entra em ação automaticamente. Precisamos focalizar a nossa fé nos eventos, e dizer: "Muito bem, mas eu sei isto a respeito de Deus, e porque é verdade, vou aplicá-lo a esta situação. Isto, portanto, não pode ser o que eu penso que é, precisa ter alguma outra explicação". E acabaremos vendo que é o propósito amoroso de Deus para conosco, e tendo aplicado a nossa fé, então ficaremos firmes, e nos recusaremos a ser abalados. O inimigo virá para atacar-nos, a água aparentemente vai jorrar dentro do barco, mas diremos: "Tudo está, bem, venha o que vier". O cristão permanece firme na fé, e diz a si mesmo: "Eu creio nisto, descanso nisto, tenho certeza disto, e embora não entenda o que está acontecendo, eu vou ficar firme nisto!" Isso me leva à minha última palavra, o terceiro princípio - o valor da fé mais frágil ou ínfima. Examinamos a prova da fé, examinamos a natureza da fé, e para terminar quero falar sobre o valor da fé, por menor ou mais frágil que seja. Por mais fraca, ínfima e incompleta que fosse a fé daqueles discípulos naquela ocasião, eles ainda assim possuíam fé suficiente para fazer a coisa certa no final. Eles foram a Jesus. Agitados, perturbados, alarmados e exaustos, eles foram a Ele. Ainda tinham alguma idéia de que Ele poderia fazer alguma coisa, e assim O acordaram, dizendo: "Mestre, não vai fazer alguma coisa?" Isso é uma pobre amostra de fé, alguém diz, uma fé muito frágil, mas é fé, graças a Deus. E até mesmo fé "como um grão de mostarda" é valiosa porque nos leva a Ele. E quando vamos a Ele, isto é o que vamos encontrar. Ele estará desapontado conosco, e não esconderá o fato. Vai repreender-nos, dizendo: "Por que não raciocinaram, por que não aplicaram a sua fé, por que ficaram agitados diante daquela pessoa incrédula, por que se comportaram como se não fossem cristãos, por que não colocaram a sua fé em ação como deveriam ter feito? Eu teria ficado tão feliz se pudesse ter visto vocês firmes como homens em meio do furacão ou da tempestade - por que não fizeram isso?" Ele deixará claro que está desapontado conosco, e nos repreenderá, mas, bendito seja o Seu nome, Ele ainda assim nos receberá. Não nos mandará embora. Ele não mandou embora aqueles discípulos, recebeu-os e nos receberá também. Sim, e não somente nos receberá, mas também nos abençoará e nos dará paz. "Ele repreendeu os ventos e o mar, e fez-se grande bonança". Ele fez surgir a situação que eles estavam ansiosos por gozar, apesar da sua falta de fé. Assim é o gracioso Senhor em quem nós cremos e a quem seguimos. Ainda que Ele muitas vezes fique decepcionado conosco e tenha que nos repreender, Ele nunca vai Se descuidar de nós; Ele nos receberá e nos abençoará, Ele nos dará paz, e na verdade fará por nós o que fez por aqueles homens. Com a paz, Ele também lhes deu uma compreensão maior de Sua pessoa do que eles haviam tido antes. Eles ficaram maravilhados, e cheios de assombro diante do Seu maravilhoso poder. Ele de certa forma incluiu isso como um bônus adicional às outras bênçãos. Se você, meu amigo, se encontra nessa posição de prova e perturbação e teste, considere isso como uma oportunidade maravilhosa de provar a sua fé, de expressar a sua fé, de manifestar sua fé, e trazer glória ao Seu grande e santo nome. Mas se você falhar em fazer isso, se aparentemente você for fraco demais para colocar sua fé em ação, se está sendo tão assediado e atacado pelo diabo e pelo inferno e pelo mundo, bem, então, corra para Ele imediatamente e Ele receberá e abençoará você, Ele lhe dará libertação, e lhe dará paz. Mas lembre sempre que a fé é uma atividade, é algo que deve ser colocado em prática. "Onde está a vossa fé?" Vamos nos certificar que ela está sempre pronta a enfrentar as necessidades e as provações.

PROVAÇÕES


Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo". I Pedro 1:6-7 Havendo considerado várias razões por que um cristão sofre de depressão espiritual, vamos agora examinar a causa específica que o apóstolo Pedro trata nesta passagem. Não há dúvida de que o seu objetivo ao escrever esta carta, era lidar exatamente com este problema. Ele começa por lembrar estas pessoas de certas coisas, e então vai direto ao assunto. Ele o apresenta falando sobre a grande salvação: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar. . . Em que vós", ele diz, "grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações". Essa é sua descrição destas pessoas. Elas "grandemente se alegravam" nessa bendita esperança, e no entanto estavam "por um pouco contristados com várias tentações". Aqui novamente, como já vimos em várias instâncias anteriores, a descrição parece ser bastante contraditória. Ele está descrevendo pessoas que ao mesmo tempo se alegram, e estão contristadas. Mas também já vimos que não há nada de contraditório nisso. Podemos, se quisermos, chamar isso de paradoxal, mas não é contraditório. Na verdade, a condição do cristão como é descrita no Novo Testamento parece conter sempre esses dois elementos; estes cristãos a quem o apóstolo escreve estavam ao mesmo tempo "se alegrando grandemente" e também "contristados". Este é um ponto que devemos esclarecer muito bem, antes de prosseguirmos. Existe uma visão superficial do cristianismo que consideraria isso impossível; é a perspectiva a respeito da vida cristã que simplesmente declara que todos os problemas se foram e que agora "sou feliz o tempo todo". Tais pessoas não conseguem aceitar a descrição de Pedro, nem por um momento sequer, e duvidam que qualquer cristão que está "contristado" seja realmente um cristão. Existe uma linha de pensamento a respeito da vida cristã que dá a impressão de que, uma vez tomada a decisão, ou uma vez convertido, não há mais ondas nem tempestades no mar da vida. Tudo vai ser perfeito, sem qualquer problema daí para a frente. Bem, a simples resposta a essa visão do cristianismo, é que isso não é o cristianismo do Novo Testamento. Esse é o tipo de coisa que as seitas sempre ofereceram, e que a psicologia moderna está oferecendo. Não há nada por que devemos agradecer mais a Deus, do que a honestidade das Escrituras. Elas nos dão a verdade a respeito de nós mesmos e a respeito da vida neste mundo. Temos que começar, portanto, por compreender que isto é algo estipulado sobre o cristão. Ora, não vamos nos enganar quanto ao significado dessa palavra "contristado". Contristado significa estar entristecido; significa que estamos perturbados. Não significa apenas que temos que sofrer certas coisas, mas que esse sofrimento nos entristece. Essas coisas nos perturbam e realmente nos tornam infelizes. Pedro então descreve estas pessoas como apresentando estas duas características ao mesmo tempo, alegres e no entanto contristadas. Encontramos isso frequentemente nas Escrituras. Tomemos como exemplo perfeito disso a série de paradoxos que o apóstolo Paulo usa para descrever a si mesmo em II Coríntios capítulo quatro: "Em tudo somos atribulados mas não angustiados;. perplexos, mas não desanimados; perseguidos mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus" - e assim por diante. Tais afirmações parecem ser mutuamente exclusivas a princípio, mas não são. Apenas fazem parte do paradoxo da vida cristã. Isto é o mais espantoso no cristão, que ele pode experimentar estas duas coisas ao mesmo tempo. "Se isso é verdade", alguém dirá, "onde está o problema?" O problema está em que falhamos em manter o equilíbrio, e temos a tendência de permitir que essa tristeza nos oprima e realmente nos desanime. O perigo não está em ficarmos temporariamente perturbados com isso, mas em que isso se torne uma atitude predominante da qual não nos consigamos livrar, e que, como resultado, leve as pessoas que nos observam a perceber mais o lado de tristeza em nós do que a atitude de alegria. O que estamos realmente dizendo, e o que precisamos compreender e lembrar, é que o cristão não é alguém que se tornou imune ao que está acontecendo à sua volta. É necessário enfatizar esta verdade porque há pessoas cuja noção e concepção da vida cristã torna o cristão um ser um tanto inatural. Tristeza e aflição são coisas às quais o cristão está sujeito, e estou pronto a defender o argumento que a ausência de um sentimento de tristeza no cristão em certas circunstâncias não é uma recomendação para a fé cristã. Não é natural, não vem do Novo Testamento, e é uma característica produzida mais pelo estoicismo, ou um estado psicológico produzido por certas seitas, do que pelo cristianismo. Não há nada mais instrutivo ou encorajador, ao ler as Escrituras, do que observar que os santos de Deus estão sujeitos às fraquezas humanas. Conhecem a dor e a tristeza, sabem o que é sentir solidão e desapontamento. Temos exemplos abundantes disso nas Escrituras; e o vemos na vida do apóstolo Paulo, talvez mais do que em qualquer outro. Ele estava sujeito a estas coisas, e não escondia o fato. Ele ainda era muito humano, apesar da sua extraordinária fé e das notáveis experiências que teve em sua comunhão com o Senhor. Pois bem, estas coisas podem ser encontradas ao mesmo tempo, e o cristão jamais deve considerar-se como alguém que está isento de sentimentos naturais. Ele tem algo em si que lhe permite elevar-se acima de todas essas coisas; mas a glória da vida cristã é justamente que podemos viver acima destas coisas, ainda que as sintamos. Não é uma ausência de sentimentos ou emoções. Esta é uma linha divisória de extrema importância. Tendo demonstrado isso, vamos agora considerar por que um cristão se acharia nesta condição de tristeza, "contristado". A resposta, é claro, está nas "várias tentações". A palavra traduzida como "tentações" realmente significa "provações". Estas pessoas estavam nesse estado de espírito porque estavam enfrentando várias provações. Ora, essa é uma palavra grega muito interessante, traduzida aqui como "várias". Obviamente é uma das palavras preferidas do apóstolo Pedro, e ele a usa mais adiante para descrever a graça de Deus, traduzida então como "multiforme". Significa "de muitas cores", como as várias cores do arco-íris. O poeta Shelley tinha isso em mente quando escreveu: A vida, como um domo de vitrais coloridos, Marca a radiância branca da eternidade. Esse é o sentido da palavra usada aqui, e o apóstolo diz que eles estavam perturbados porque atravessavam estas várias tentações ou provações. Elas vêm de diferentes formas e cores, em modelos e tamanhos diferentes, e sua variedade não tem fim. O que são estas provações? Em sua epístola, Pedro deixa bem claro o que tem em mente. Muitos destes cristãos estavam sendo perseguidos. No segundo capítulo lemos: "Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma; tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação pelas boas obras que em vós observem." O cristão, por ser cristão, está sujeito a estas coisas no mundo. Porque ele é um novo homem, porque ele nasceu de novo, está inevitavelmente destinado a ser mal-compreendido. Ele é um peregrino, e é como um estrangeiro numa terra estranha. Vive um tipo de vida diferente, tem idéias e costumes diferentes. As pessoas que o observam notam a diferença e não gostam dela; de fato, deixam bem claro que a detestam. Aqueles cristãos primitivos estavam sujeitos a perseguições e provações que os assaltavam dessa maneira. Temos vários relatos destas provações na Bíblia, e os santos de Deus sempre tiveram que enfrentar esse tipo de coisas. Na verdade, o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo (II Timóteo 3:12), vai ao ponto de dizer: "E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições". De acordo com as Escrituras, é uma lei que, quanto mais nos aproximamos do Senhor Jesus em nossa vida e nosso estilo de viver, mais probabilidades teremos de enfrentar problemas neste mundo. Olhem para Ele - que não cometeu mal algum, nem dolo se achou em Sua boca. Passou Sua vida curando as pessoas, fazendo o bem e pregando; e no entanto, vejam a oposição e as provações que teve de enfrentar. Por quê? Porque Ele era quem era. O mundo, no fundo do seu coração, odeia Cristo e odeia os cristãos, porque uma vida santa o condena. O homem do mundo não gosta disso porque o incomoda. O apóstolo sabia o que essas pessoas estavam experimentando nas mãos dos perversos, e ele continua no quarto capítulo, expressando-o ainda mais especificamente: "Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; e achando estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós". O mundo estava aborrecido com essas pessoas porque elas tinham abandonado aquele tipo de vida e estavam vivendo a vida cristã. Assim que se tornaram cristãs, passaram a ter problemas com o mundo. Pessoas que antes eram amigáveis começaram a criticá-las, ignorá-las, ou a falar mal delas aos outros. Essa era uma das coisas que lhes estava causando tristeza. Estavam contristados por causa disso, e é algo que os cristãos têm sido obrigados a suportar através dos séculos. Nada é mais penoso do que este mal-entendido da parte de outras pessoas, e se torna ainda mais difícil se acontece ser alguém muito chegado a nós. Como é difícil quando alguém é o único cristão da família. Este tipo de provação acontece, e se um cristão nunca enfrenta algum tipo de provação, isso sugere que há algo radicalmente errado com seu cristianismo. O apóstolo Paulo experimentou isto constantemente. Lembram-se que ele disse: "Demas me abandonou"? Aquilo não foi fácil para Paulo; realmente o perturbou. Teve que enfrentar seu julgamento completamente sozinho; pessoas com quem pensou que podia contar, de repente o abandonaram, e ali estava ele completamente só. "Todos me desampararam". Esse é o tipo de coisa que entristece o cristão, e basta lermos as biografias dos santos de Deus, para encontrarmos isso constantemente. Leiam os diários de John Wesley e descobrirão que ele estava frequentemente neste estado por causa de mal-entendidos. Isso também é encontrado em larga escala na vida de Charles Haddon Spurgeon, em conexão com uma grande controvérsia na qual ele se achou envolvido. Homens a quem ele tinha considerado amigos, e alguns a quem ele havia instruído às suas próprias custas na faculdade, de repente se afastaram dele. Basta ler seu relato para perceber como ele foi machucado e entristecido. Estava contristado porque homens nos quais pensava poder confiar de repente lhe falharam. Isso sem dúvida encurtou a sua vida. Li nos diários de George Whitefield recentecente algo muito parecido. Whitefield havia experimentado uma época de excepcional proximidade de Cristo e estava se regozijando nisso, mas faz uma observação em seu diário, lembrando que de uma forma estranha tais experiências muitas vezes eram seguidas por provações muito duras, e ele escreve: "Sem dúvida estarei sujeito a isso novamente". Ele sabia, era sua experiência; é uma lei quase inevitável na vida do homem de. Deus num mundo de pecado. Aqui, pois, estavam esses cristãos, sofrendo múltiplas provações. O termo é amplo, e significa qualquer coisa em nossa vida que tende a nos perturbar, algo que nos toca nas áreas mais delicadas e sensíveis do nosso ser, nosso coração, nossa mente, as coisas que tendem a nos abater. Como o apóstolo trata dessa situação? É muito interessante, e é o que devemos fazer se queremos manter esse aspecto duplo da nossa vida cristã. Se vamos continuar nos regozijando, apesar das coisas que nos entristecem, devemos enfrentá-las da maneira que o apóstolo nos instrui. Qual é seu ensino? A primeira coisa que ele faz é apresentar um grande princípio, e é que devemos compreender por que estas coisas nos acontecem. Essa é a primeira coisa, e quantas vezes precisamos dizer isso a nós mesmos e uns aos outros! Às vezes penso que toda a arte da vida cristã é a arte de fazer perguntas. O perigo que corremos é de permitir que estas coisas nos aconteçam, sem proferir coisa alguma além de, talvez, um gemido, lamento ou reclamação. O que precisamos fazer, porém, é descobrir, se pudermos, por que estas coisas estão acontecendo; tentar descobrir a explicação, e em conexão com isto o apóstolo usa os seguintes termos: "Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário..." "Sendo necessário"! Ah, esse é o segredo. O que ele quer dizer com essa frase? Não há nenhuma dúvida quanto à resposta a essa pergunta. É uma declaração condicional, que podemos traduzir assim: "Por breve tempo, caso isso for necessário". "Se isso for necessário"! Não é apenas uma declaração geral de que num mundo como o nosso tais coisas têm que acontecer. Significa muito mais do que isso. Ele não diz: "Bem, vocês estão se regozijando nessa bendita esperança, ainda que num mundo como este tenham que suportar certas coisas". Isso está correto, é uma grande verdade; mas o apóstolo não encerra o assunto aí. Sua declaração é positiva. Ele diz: "Vocês estão enfrentando essa provação, porque isso é necessário no momento". Aqui, então, está nosso princípio: há um propósito definido em tudo isso. Nada disto acontece acidentalmente, nem é algo que ocorre simplesmente por causa de toda a organização da vida. Isso está incluído, mas não é a razão principal. Estas coisas acontecem, diz o apóstolo, porque são boas para nós, porque fazem parte da nossa disciplina nesta vida, e neste mundo, e porque - vamos deixar isso bem claro - Deus assim o determinou. Essa é a doutrina do apóstolo, e é doutrina de todo o Novo Testamento, e certamente é a doutrina dos santos através dos séculos. Em outras palavras, devemos olhar para a vida cristã desta maneira. Estamos andando através deste mundo sob o olhar do nosso Pai celestial. Essa é a coisa fundamental; o cristão deve pensar em si mesmo como alguém que está envolvido num relacionamento peculiar com Deus. Isso não pode ser dito de alguém que não é cristão. Há um plano e propósito muito definido para a minha vida; Deus me adotou e me colocou em Sua família. Para quê? Para que possa me levar à perfeição. Esse é Seu objetivo - "para sermos (mais e mais) conformes à imagem do Seu amado Filho". É isso que Ele está fazendo. O Senhor Jesus Cristo está trazendo muitos filhos a Deus, dizendo: "Eis-me aqui, e os filhos que me deste". Se não começarmos com esse conceito fundamental de nós mesmos como cristãos, iremos nos desviar, e certamente não entenderemos estas coisas. A doutrina das Escrituras é, no mínimo, que Deus permite que estas coisas aconteçam conosco. Digo mais: Deus às vezes determina que estas coisas aconteçam para o nosso bem. Ele às vezes o faz para nos disciplinar. Ele nos disciplina devido aos nossos fracassos ou à nossa irresponsabilidade. Examinamos no capítulo anterior a falha de muitos cristãos em disciplinar a si mesmos. Pedro exorta os cristãos a se disciplinarem, a "acrescentarem à sua fé", a guarnecê-la, a não se contentarem simplesmente com o mínimo, mas permitir que sua fé se expanda em todas as direções. Pode ser que não prestamos atenção a essa exortação, persistindo em nossa frouxidão e indolência. Bem, pela maneira que compreendo a doutrina do Novo Testamento, se fizermos isso, não devemos nos surpreender se certas coisas começarem a nos acontecer. Não devemos nos surpreender se Deus começar a nos disciplinar. Vejam a força do argumento de Hebreus, capítulo 12: "Porque o Senhor corrige o que ama". Se vocês nunca foram corrigidos pelo Senhor, eu até mesmo duvido que sejam realmente cristãos. Se podem dizer que, desde que creram, nunca tiveram qualquer problema, sua experiência provavelmente é psicológica e não espiritual. Há um realismo no cristianismo, como eu já disse, e vai ao ponto de ensinar que Deus - para o nosso próprio bem - nos corrigirá se não prestarmos atenção às exortações e aos apelos das Escrituras. Deus também tem outros métodos. Ele não faz estas coisas com aqueles que estão fora da família, mas se são Seus filhos, Ele os corrigirá para o seu próprio bem. Então talvez estejamos enfrentando várias provações como parte da disciplina de Deus. Não estou dizendo que é inevitável - estou dizendo que pode ser assim. Mas às vezes Deus faz isso conosco com o objetivo de nos preparar para algo. É uma regra das Escrituras, uma regra que é confirmada e exemplificada pela longa história da Igreja e seus santos, que quando Deus tem uma tarefa particularmente grande ou difícil para um homem, Ele geralmente o prova. Não importa que biografia escolhamos, podemos examinar a vida de qualquer homem que foi usado por Deus de forma notável, e descobriremos que houve um período de severos testes e provações em sua experiência. É como se Deus não Se arriscasse a usar um homem assim sem primeiro estar certo e seguro ao seu respeito. Então, alguém talvez tenha que passar por este tipo de experiência devido a uma tarefa especial que está à sua frente. Observem José e as coisas que aconteceram com ele. Poderiam imaginar um tipo de vida mais triste e desalentador? Todos pareciam estar contra ele. Seus próprios irmãos lhe tinham inveja e tentaram se livrar dele. Foi levado ao Egito, e lá as pessoas se voltaram contra ele. Nada fez de errado, mas por ser o que era, tudo se voltou contra ele. Mas em tudo isso Deus estava apenas preparando Seu servo para a grande posição que tinha para ele. E foi assim com todos os grandes homens da Bíblia. Vejam o sofrimento de um homem como David. Digo mais: olhem para a vida de qualquer um deles e descobrirão que foi cheia de provações e dificuldades. O apóstolo Paulo não foi exceção. Observem a lista de seus sofrimentos e provações em Sua Segunda Epístola aos Coríntios, capítulos onze e doze. Sempre tem sido assim. Parece também, a julgar pelos ensinamentos das Escrituras e as vidas dos santos, que Deus às vezes prepara um homem para uma grande provação desta maneira. Quero dizer que Ele o prepara para uma grande provação através de provações menores. É nisso que posso ver o amor de Deus brilhando gloriosamente. Há certas grandes provações que surgem na vida, e seria terrível para alguém ser lançado nelas repentinamente, de uma vida calma e tranquila. Então Deus, às vezes, em Sua ternura e amor, envia provações menores para nos preparar para as maiores. "Sendo necessário": se se provar necessário, se Deus, olhando para nós como nosso Pai, perceber que isso é justamente o que necessitamos no momento. Assim começamos com esse grande princípio, que Deus sabe o que é melhor para nós, e o que é necessário. Nós não podemos ver, mas Deus sempre vê, e, como nosso Pai celestial, Ele vê a necessidade e prescreve a provação adequada, que irá resultar para o nosso bem. Agora vamos passar para o segundo princípio, que é o precioso caráter da fé. Pedro diz no sétimo versículo que essas coisas aconteceram - essas "várias tentações" - para que "a prova da Vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo". Como isso é importante - o precioso caráter da fé! Ele ressalta isso em sua comparação com o ouro. "Olhem para o ouro", ele diz. "O ouro é precioso, mas não tão precioso quanto a fé". Como ele estabelece isso? Ele mostra que o ouro é algo que um dia vai desaparecer. É apenas temporário, não há nada de permanente nele, ainda que seja maravilhoso e de muito valor. Mas a fé é eterna. O ouro vai perecer, mas a fé permanecerá. A. fé é algo que é duradouro e eterno. Aquilo através do que vivemos, diz o apóstolo, é o que é responsável por estarmos na vida cristã. Vocês estão nesta posição de fé, ele diz, e não percebem como isto é maravilhoso e admirável. Andamos pela fé, toda a nossa vida é uma questão de fé, e aos olhos de Deus isso é tão precioso, tão maravilhoso, que Deus quer que seja absolutamente puro. Purificamos o ouro através do fogo. Eliminamos todas as impurezas ao colocar o ouro no crisol, ou na fundição, submetendo-o a um alto grau de calor; assim tudo que é impuro é removido, permanecendo apenas o ouro. Seu argumento, então, é que se fazemos isso com o ouro que perece, quanto mais precisa ser feito com a fé. Fé é esse princípio extraordinário que liga o homem a Deus; é o que livra o homem do inferno e o leva para o céu; é a conexão entre este mundo e o mundo por vir; a fé é esse elemento místico e admirável que pode tomar um homem morto em delitos e pecados, e fazer dele uma nova criatura, um novo homem em Cristo Jesus. É por isso que é tão preciosa. É tão preciosa que Deus quer que seja absolutamente perfeita. Esse é o argumento do apóstolo. Então, enfrentamos essas várias tentações e provações por causa do caráter da fé. Quero expressar isso de forma um pouco diferente. Vimos que nossa fé precisa ser aperfeiçoada. Portanto, devem existir níveis de fé. Há diferenças na qualidade da fé. A fé é multiforme. No princípio, em geral temos muita mistura no que chamamos de nossa fé; há muito da carne nela, ainda que não tenhamos consciência disso. E à medida que aprendemos essas coisas, e progredimos nesse processo, Deus nos faz passar por períodos de testes. Ele nos testa através de provações, como se fosse pelo fogo, para que as coisas que não pertencem à essência da fé sejam eliminadas. Podemos achar que a nossa fé é perfeita, e que podemos enfrentar qualquer coisa. Mas de repente surge uma provação, e nós falhamos. Por quê? Bem, isso é uma indicação de que o elemento de confiança em nossa fé precisa ser desenvolvido; e Deus desenvolve a confiança em nossa fé mediante essas provações. Quanto mais enfrentamos estas coisas, mais aprendemos a confiar em Deus. Nós confiamos nEle naturalmente quando tudo vai bem, mas chega o dia quando as nuvens escurecem os céus, e começamos a questionar se Deus ainda nos ama e se a vida cristã é realmente o que imaginávamos. Ah, nossa fé ainda não tinha desenvolvido o elemento da confiança, e por isso Deus trata conosco nesta vida de forma a nos levar a confiar nEle nas trevas, quando não podemos ver luz alguma, e cara nos levar ao ponto em que possamos dizer com confiança: Quando tudo parece estar contra nós, Para nos levar ao desespero, Sabemos que há uma porta aberta, E um ouvido que escuta nossa oração. Isso é verdadeira fé, isso é confiança real. Observem um homem como Abraão. Deus tratou com ele de tal forma que ele pôde "esperar contra a esperança", Ele confiou em Deus de forma total e absoluta, quando todas as aparências indicavam o contrário. E isso precisa ser desenvolvido em nós. Não começamos assim, mas ao atravessarmos essas experiências descobrimos que "por trás de uma providência carrancuda, Ele esconde o rosto de um Pai", e quando as provações voltam, permanecemos calmos e controlados. Podemos dizer: "Sim, eu sei que não posso ver o sol, mas sei que ele está lá. Sei que atrás das nuvens o rosto de Deus está voltado para mim". É por meio dessas provações que esse elemento de confiança é desenvolvido em nós. É exatamente o mesmo com o elemento de paciência, ou perseverança, a capacidade de perseverar e ir em frente apesar de desânimo e abatimento. Esse é um dos maiores testes que um cristão pode enfrentar. Não somos pacientes por natureza. Começamos a vida cristã como crianças, querendo tudo de uma vez; e se não o recebemos, ficamos impacientes e começamos a resmungar, reclamamos e ficamos emburrados como crianças. Isso é porque nos falta paciência e perseverança. Não há nada que as epístolas do Novo Testamento enfatizem mais do que esta qualidade de perseverar, quer as coisas estejam indo bem ou não. Devemos perseverar dizendo: "Deus sabe o que é melhor para mim. Vou confiar nEle". "Ainda que ele me mate, nele esperarei". Isso é perseverança, e é à medida que somos testados e provados que todos esses outros elementos que devem "guarnecer" a nossa fé se desenvolvem e são aperfeiçoados. Quero então expressá-lo num princípio final e geral, desta forma. Estas provações são essenciais, diz Pedro, para demonstrar a autenticidade da nossa fé. A frase que ele usa é: "Para que a prova da vossa fé". Ora, a palavra "prova" aqui tem o sentido de "a confirmação dela". O quadro que ele tem em mente, é o de um teste aplicado a algo, e depois que o produto é testado, recebe um certificado. Por exemplo, o veredito de um anel pode ser: "Sim, é ouro 18 quilates". É esse o sentido de "provação". Ele não está interessado no processo em si; a provação é o certificado de confirmação, declarando a autenticidade da nossa fé. O caráter aprovado da nossa fé se manifesta dessa maneira. É por isso que tais coisas acontecem conosco. Certamente isto é bastante óbvio. É a maneira que enfrentamos as provações que realmente atesta a nossa fé. Vocês se lembram como o Senhor, na parábola do semeador, descreve a semente que cai entre os espinhos? Parecia prometer uma grande colheita, mas esta não se concretizou porque outras coisas sufocaram a Palavra. O Senhor interpretou isso como sendo comparável à maneira como as provações vêm e esmagam e sufocam a Palavra, de forma que nunca venha a frutificar. A princípio parece maravilhoso, mas não perdura. As provações mostram que era uma fé espúria, que não era real nem genuína. Não há nada que confirme a autenticidade da fé mais do que a paciência e perseverança da pessoa, sua capacidade de prosseguir apesar de tudo. Esse é o ensino de nosso Senhor, e é o ensino de todo o Novo Testamento. Não há nada que seja mais maravilhoso na vida dos maiores cristãos, do que isso - a maneira como eles permaneceram firmes como rochas quando todos à sua volta sucumbiam. É a gloriosa história dos mártires e dos grandes proclamadores do cristianismo. Eles enfrentaram provações, mas ficaram firmes no que sabiam ser a verdade de Deus, sem se importar com as consequências, e prosseguiram com sua fé brilhando gloriosamente. Ora, estas coisas estão acontecendo com vocês, diz Pedro, para que a autenticidade da sua fé seja evidente a todos. Cristãos que desistem não são uma boa recomendação à fé cristã; quem começa bem mas não prossegue, torna-se uma desgraça para a fé. O que revela a diferença entre o falso e o verdadeiro, o espúrio e o real, é a capacidade de suportar o teste. "Nem tudo que brilha é ouro". Como provamos ouro? Colocando-o no crisol e acendendo o fogo debaixo dele. Veremos que as impurezas serão eliminadas enquanto o ouro permanece, muito mais puro do que antes. Estas coisas acontecem conosco para que a autenticidade da nossa fé seja revelada. E essa é, no final das contas, a coisa mais importante de todas! Permitam-me acrescentar mais uma palavra sobre o que Pedro diz para nosso encorajamento. Qual é a consolação? É que, ainda que essas coisas aconteçam conosco, elas apenas acontecem "por um pouco". "Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário..." Não pensem que estou ensinando que esta condição de testes e provações seja algo permanente para o cristão. Não é. Estas coisas vêm e vão, de acordo com o propósito de Deus. Nunca seremos provados e testados a não ser para o nosso próprio bem, e à medida que respondemos à lição, Deus decreta o fim do teste. Ele não nos mantém permanentemente sob provações. Como Whitefield disse, estas coisas se alternam, e Deus sabe exatamente como enviá-las, e quando. E podemos ter certeza, como o apóstolo Paulo, que "não veio sobre vós tentação, senão humana: mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar" (I Coríntios 10:13). Ele é o nosso Pai amoroso, e sabe quanto podemos suportar e enfrentar. Ele nunca nos enviará algo que seja demais para nós; pois sabe a quantidade certa, e permitirá apenas a quantidade certa, e quando tivermos aprendido, decretará um fim à provação. É apenas "por um pouco". Será que estas palavras estão chegando a um. cristão aqui abatido e sobrecarregado? Tudo lhe parece ser escuridão e trevas? Você, meu irmão, não tem a liberdade em oração que já teve um dia? Sente que quase perdeu sua fé? Não fique perturbado. Você está nas mãos do seu Pai. Talvez um período maravilhoso esteja para começar em sua vida; Ele talvez tenha uma bênção muito especial para você, ou uma tarefa extraordinária para você realizar. Não fique abatido - é apenas "por um pouco". Você está nas mãos do seu Pai amoroso, então confie nEle e vá em frente. Prossiga, dizendo: "Eu me contento em estar nas Tuas mãos. Fazer a Tua vontade, é toda a minha vontade". A segunda coisa é esta. Ao atravessar este período de tristeza, lembrem-se das coisas nas quais vocês exultar!. Isso é algo que todos devemos fazer. O problema é que, quando essas provações nos sobrevêm, nossa tendência é ver somente as provações, nada mais senão nuvens. Em períodos assim, devemos nos lembrar do terceiro versículo deste capítulo. Quando não podemos ver coisa alguma, devemos abrir as Escrituras e começar a ler isto. Ainda que não vejam nada senão trevas no momento, devem lembrar-se disso, e dizer: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" - isso sabemos que é sempre verdade; "que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados pelo poder de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo". Devemos nos lembrar disso, e dizer: "Sim, estas coisas estão acontecendo, estas provações estão me acometendo de todo lado. Estão vindo de todas as direções, mas não vou me abater debaixo delas, nem me lamentar. Não; em vez disso, direi - eu sei que Deus é bom, sei que Cristo morreu por mim, sei que pertenço a Deus, sei que minha herança está no céu; não posso vê-la, mas sei que está lá; sei que Deus a está guardando, e ninguém jamais a tirará de Suas poderosas mãos". Digam isso a si mesmos. Lembrem-se das coisas em que vocês se regozijam -o ainda que agora, por um pouco, se necessário, vocês estejam enfrentando várias tentações. Vamos então considerar a declaração final, que é esta: "Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo." Ele virá; não sei quando, mas sei que virá - "o dia de Jesus Cristo" - e eu estarei lá. Sei, portanto, que tudo que acontece em minha vida e neste mundo tem isso como objetivo final. Vai ser um grande dia! Lembrem-se do que Paulo diz, ao escrever sobre pregadores. Ele falou de si mesmo, e de Apolo e outros, em I Coríntios, capítulo 3, e declarou que todo homem edifica sobre um fundamento. Alguns edificam com feno, madeira e palha; outros edificam cuidadosamente, com materiais sólidos, e Paulo diz que "o dia a declarará". A obra de todo homem será provada, e provada pelo fogo. E há muita coisa que vai se desfazer em fumaça. "O dia a declarará". "O dia" vai declarar quem edificou solidamente, e quem edificou apressadamente ou com o material inferior. "Todavia", diz Paulo, "a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tão pouco a mim mesmo me julgo." Ele confiara todo julgamento a Deus, e sabia que uma declaração seria feita no dia da revelação de Jesus Cristo (I Coríntios 4: 1-5). Isso, diz Pedro, é o que devem aguardar. Quando o grande dia chegar, a autenticidade da sua fé vai se manifestar. Haverá louvor e honra e glória. Essa sua pequena fé, a fé que vocês pensam ser tão ínfima, vai se revelar como algo tremendo. Ela resistiu ao teste, e irá ministrar para louvor, e honra, e glória. Honra, louvor e glória de quem? Em primeiro lugar e antes de tudo, dEle. Já citei esta passagem antes. O Senhor Jesus Cristo diz: "Eis aqui estou, e os filhos que me deste". Ele olhará naquele grande dia com satisfação para os cristãos, aqueles a quem Ele chamou. Eles passaram por grandes tribulações, mas resistiram ao teste, e não falharam. Ele olhará para eles, e terá orgulho deles. Eles serão Sua glória, louvor e honra no grande dia que está por vir. Outrossim, será também para a nossa honra, e louvor, e glória sua e minha. Vamos participar dessa glória, e vamos ouví-lO dizendo: "Bem está, servo bom e fiel; entra no gozo do teu Senhor". Ele nos revestirá com a Sua glória, e passaremos a eternidade usufruindo-a com Ele; e quanto maior e mais genuína a nossa fé, maior será a nossa glória. "Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal" (II Coríntios 5:10). Haverá um julgamento de recompensas, e será de acordo com a nossa fé e a maneira como resistimos aos testes que seremos recompensados. Podemos estar contristados por muitas tentações e provações no tempo presente, chorando enquanto prosseguimos. Mas não importa. Temos a promessa de que o dia vai chegar quando "o Cordeiro que está no meio do trono. . . nos guiará às fontes de águas vivas" e que Deus mesmo "enxugará as lágrimas dos nossos olhos", e estaremos com Ele em glória eterna. Essa é a maneira cristã de enfrentar provações. Graças a Deus que estamos em Suas mãos. É o Seu caminho de salvação, e não o nosso. Vamos nos submeter a Deus, contentando-nos em estar em Suas mãos, e dizendo a Ele: "Mande o que quiseres, nossa única preocupação é que sejamos sempre agradáveis aos Teus olhos"