FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ANJOS DE DEUS

MENSAGEM DO DIA


E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó, e te formou, Israel: Nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo.
E os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te consumirá. Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, teu salvador....
Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti.

Fica tranqüilo, pois estou contigo.
Sou com todos aqueles que trazem meu nome e que criei para minha glória.

Profeta Isaias 43,1-7


Palavra do padre:

Fantástica esta passagem bíblica, não é?
Passe para alguém que você ama. Evangelize!
Amanhã, a oração será pelos pais de família desempregados, juntamente com as crianças.

Imagine a força da oração!

Boa sexta-feira!

Paz e Bem!

DIVISÃO E DISVIADOS


Pe. Inácio José do Vale*



DIVISÃO E DESVIADOS



“Se você já passou por divisão na igreja, está bastante familiarizado com o terrível turbilhão de emoções e o inconsolável sofrimento que acompanha essa descida ao inferno. Se você não tem familiaridade com a experiência, um grande choque o aguarda: grupos de cristãos outrora bondosos e unidos se separarão em facções para se oporem uns aos outros. De repente manifestarão calúnia, ira, engano, medo, amargura, ódio, maledicência, falta de perdão, contenda, orgulho e rebelião”.
Francis Frangipane
Pastor protestante americano



Há mais de 20 anos que estudo o protestantismo, seitas e heresias, confesso que fiquei chocado ao ler na revista protestante Eclésia, nº 129, p. 4, a seguinte matéria: “O Brasil é um país de desviados. Mais de 50 milhões de pessoas que já passaram pela Igreja Evangélica – tendo ou não nascido em “berço” cristão – atualmente perambulam pelo mundo. É um exército de afastados, um rebanho inteiro de decepcionados, frustrados, “sem-religião”, “sem-igreja”. Muitos, um dia, com cargos e chamados ministeriais. O que assusta nas estatística é que entre os que engrossam o coro dos desviados estão filhos de pastores. As matérias “Cem horas que não explicam tanta agonia” e “Herdeiros do Púlpito” mostram uma triste realidade. Famílias e igrejas perdendo seus jovens para o mundo”. Segundo o censo do IBGE do ano 2000, o Brasil têm 15,45% de evangélicos, isso corresponde a 26,1 milhões de crentes. Atualmente, de acordo com o Instituto Datafolha, os evangélicos já chegam a 22% da população, ou seja, cerca de 40 milhões de pessoas.
Segundo estudos de cientistas políticos e da religião, o protestantismo sofrerá redução vertiginosamente como aconteceu na Europa. No Brasil, a prova é o número de desviados, cismas, seitas e heresias.
É óbvio, que, tudo isso deixa um estrago terrível para a Igreja Católica e o cristianismo.
O maior escândalo do protestantismo é a divisão e o outro é a multidão dos desviados.
Daí o crescimento do sem-igreja, sem-religião e sem-Deus.
Essa gente passa a criticar injustamente os verdadeiros cristãos, uns conscientes, outros tomados pelo ódio, vingança e corações despedaçados.
O pastor Sinfrônio Jardim Neto, do Ministério Jesus Não Desistiu de Você, descobriu que uma igreja que tenha atualmente 200 membros, viu passar por seus bancos nos últimos dez anos outras 400 pessoas, agora fora de qualquer denominação.
“As igrejas estão contaminadas com a idéia do sucesso numérico e financeiro. Não importa quem esteja nos bancos e, sim, que fiquem cheias”, afirma a pastora Daria Tiyoko, esposa do pastor Sinfrônio e também líder do ministério (1).



FALSO CRESCIMENTO



“A divisão é um sistema de vida maligna, um falso crescimento autorizado pela ira, pelo orgulho e pela ambição, em vez da mansidão e paciência de Cristo. É uma guerra na qual o diabo é o único que realmente vence”, diz o pastor Francis Frangipane (2).
Dentro do contexto do crescimento protestante, tem que levar em conta: o inchamento, a falta de qualidade moral e dogmática, o interesse financeiro de certos líderes, os membros, ou ‘clientes’, em busca tão somente de soluções para seus problemas materiais, a onda gospel como entretenimento liberal e barato e a falta de compromisso social.
Dividir para crescer em rebelião é uma atitude diabólica. Tal prática torna-se inimiga do Evangelho de Cristo.
Fica muito difícil delinear o crescimento do atual protestantismo, na sua dimensão tradicional, pentecostal, neopentecostal, renovado, liberal e fundamentalista.
“A igreja evangélica brasileira é caracterizada mais pelas divergências do que pela união”, escreve Mark Carpenter, diretor-presidente da editora protestante Mundo Cristão (3).
“Séculos de influência européia e norte-americana fez da igreja evangélica brasileira uma espécie de saco de gatos teológico e eclesiológico” (4).
No contexto político o vexame é terrível, vejamos o que diz Carpenter: “No Brasil os evangélicos são percebidos por muitos internautas como reacionários, inflexíveis, ultrapassados e intransigentes. Infelizmente esta noção é reforçada diariamente por televangelistas e políticos evangélicos, e pelas ações de líderes e denominações oportunistas”.
O vereador protestante por São Paulo, Carlos Alberto Bezerra Jr. Disse: “O exemplo que as bancadas evangélicas deram nas câmaras brasileiras não nos enche de orgulho. Pelo contrário, em vez de bancadas, atuaram como cambadas. O que está sendo questionado é esse modelo de espiritualidade ufanista, prepotente, falso moralista e antiético de parte do movimento evangélico” (5).
Os evangélicos, principalmente os pentecostais, não só no Brasil, mas em boa parte do planeta, tem pouca dogmática cristã, e muito ensino de auto-ajuda, sincretismo, misticismo e teologia da prosperidade.
O neo-protestantismo, ou protestantismo da pós-modernidade está vivendo o inatismo, pelagianismo e o pragmatismo. Vive-se uma “fé líquida” nos movimentos protestantes.
A crise é catastrófica e requer humildade para voltar às fontes, que não é nada fácil.
“O pentecostalismo vem perdendo prestígio pela imagem que se passa através dos escândalos, das promessas não cumpridas e por não produzir transformações sociais. Em função do institucionalismo cujas pressões levam a se fazer qualquer coisa antes do Reino de Deus e da pressão do mercado religioso, com suas demandas e desejos, o que se detecta é que a igreja evangélica perdeu o ensino e a ação ética. Portanto, a igreja evangélica brasileira tem um grande desafio ético pela frente, porque sem ensino não há transformação”, afirma o sociólogo protestante Paul Freston (6).



LUTERO



O famoso concílio protestante que aconteceu em 1 de Outubro de 1529, na cidade de Marburg, na Alemanha. Organizado pelo príncipe Philip de Hesse, que queria formar uma frente política unida entre os protestantes contra as forças católicas unidas no restante da Europa, o concílio contou com a presença da maioria dos reformadores alemães e suíços: Martinho Lutero e Philip Melanchthon, do lado luterano, e Ulrich Zwínglio, Martin Bucer e Johanes Oecolampadius, do lado reformado suíço.
No final do concílio, houve uma acirrada discordância sobre a Ceia do Senhor (Eucaristia), Lutero se recusou a dar a destra de comunhão a Zwínglio e disse a Martin Bucer: “é evidente que não temos o mesmo espírito”. A partir daí, adeus união política, teológica e eclesiológica dos protestantes.
Esse foi o maldito exemplo dos reformadores para gerações posteriores em: divisões e desviados.
O princípio subjetivo do “livre exame das Escrituras”, ou seja, cada um interpreta a Bíblia á seu modo, ensinado por Lutero, produziu um esfacelamento sem precedentes na história do cristianismo pela multiplicação de nova “igrejas”.
Dá para entender o remorso, o drama de Lutero no final de sua vida por ser o mentor desta divisão pela frase: “Há tantos credos quantas cabeças há”.
Lutero não foi humilde para amar e viver a unidade da Santa Igreja de Deus.
Lutero sofria de muitas incompatibilidades... Lutero não aprendeu com Cristo e com santo Agostinho sobre a unidade e o tempo que cura todos os males.
Medite profundamente nesse pensamento: “Todos os grandes problemas na Igreja foram criados pelos que, mesmo sendo membros dela, não a amaram suficientemente e preferiram a si mesmos, projetaram a si mesmos aproveitando-se da Igreja”, assim escreve o preclaro Frei Francisco Battistini, em seu excelente livro ‘Por que amo a Igreja’.



CONCLUSÃO



O protestantismo sofre pelas divisões e pela agonia dos desviados devido à desfiguração de seus múltiplos movimentos e alguns obscuros.
Em seu âmago surgem seitas cada vez mais traidoras dos ensinos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fica difícil de evangelizar o mundo, por causa da confusão e fanatismo das seitas. O povo está temeroso do interesse financeiro desses movimentos sectários. É de causar assombro em qualquer banqueiro à máquina capitalista dessas novas seitas.
Cada vez mais novas denominações ficam distante da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição e longe da unidade católica.
O ensino de Cristo: “A fim de que todos sejam um. Para que seja perfeito em unidade”, é pisoteado pelo denominacionalismo.
Para um coração sincero, com a graça de Cristo, com estudos, oração e humildade, deve-se retornar com amor a verdadeira Igreja de Deus que é UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA.
Para o bom Deus nada é impossível.




NOTAS E BIBLIOGRAFIA:



(1) Eclésia, nº 129, p.40.
(2) Impacto, nº 51, p.5.
(3) Ultimato, nº 315, p.51.
(4) Revista Teológica, nº 0, setembro de 2005, p.3.
(5) Eclésia, nº 129, pp.17.18.
(6) Jornal Batista Luz nas Trevas, novembro de 2008, p.10.
BATTISTINI, F. Porque Amo a Igreja, São Paulo: Ave-Maria, 2007.
GARCIA-Villoslaba, Ricardo. Lutero, Madri: Biblioteca de Autores Cristianos, 1976.
AQUINO, Felipe Rinaldo Queiroz de. Falsas Doutrinas – Seitas e Religiões, Lorena: Cleofas, 2006.



*Professor de História da Igreja

e-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com


Última Alteração: 09:54:00

Fonte: Pe. Inácio José do Vale
Local:Volta Redonda

O CRISTÃO E O CARNAVAL


Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Carnaval vem de currus navalis, pois entre os gregos e romanos se fazia um préstito em torno de um enorme carro em forma de navio dedicado ao deus Dionísio ou Baco. Já no século VI antes de Cristo, de fato, entre os gregos, havia festividades semelhantes às que ocorrem hoje. Depois dos gregos, entre os romanos e os antigos celtas e germanos havia análogas solenidades pela entrada do ano civil. Quando surgiu o cristianismo este deparou com tais comemorações que, inclusive, tinham um caráter penitencial, ou seja, queriam os pagãos expiar faltas cometidas no ano anterior. A Igreja procurou dar uma nova mentalidade a tais festas, expurgando toda mitologia e superstição, bem como a orgia que muitas vezes predominava. Portanto, não foi a Igreja quem instituiu o Carnaval, mas, pelo contrário, ela procurou dar novos rumos ao que já acontecia. Conseguiu, também, que o Carnaval ficasse restrito a três dias antes da Quaresma. No início os cristãos eram bem mais moderados. Com o passar do tempo, sobretudo no Brasil, tudo descambou para a dissolução dos costumes, mormente, nos bailes e nas Escolas de Samba em cujos desfiles predominam o nudismo e toda espécie de erotismo. Esquece-se que os Mandamentos, dados por Deus a Moisés, são a vereda da libertação. Entre eles estão o Sexto e o Nono Mandamentos: “Não pecar contra a castidade” e “Não desejar a mulher do próximo” (cf. Ex 20,2-17; Deut 5,6-21). Jesus em inúmeras passagens de sua pregação urgiu o cumprimento destes preceitos. Isto foi muito bem entendido, tanto que diz São Paulo: “Nem os impudicos, nem idólatras, nem adúlteros, nem depravados, nem de costumes infames, nem ladrões, nem cobiçosos, como também beberrões, difamadores ou gananciosos terão por herança o Reino de Deus ( l Cor 6,9; Rom 1l, 24-27).Condena o Apóstolo a prostituição (1 Cor 6,13 ss, 10,8; 2 Cor 12,21; Col3,5). É preciso, de fato, sempre evitar os desvarios da carne. Guardar castidade significa: fazer um reto uso das faculdades sexuais que Deus colocou no nosso corpo dentro do plano de Deus. Para isto é mister perceber qual é o sentido profundo e valor exato da sexualidade. Deus preceituou que homem deixaria o pai e a mãe e se uniria a sua mulher, formando uma só carne (Gên. 2,24) . Ele havia dito: “ Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliar igual a ele (Gên. 2,18). O Criador abençoou Noé e seus filhos e lhes ordenou: “Sede fecundos, multiplicai, enchei a terra”(Gên 9,1). O Novo Catecismo da Igreja lembra pontos fundamentais com estes: “A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, em sua unidade de corpo e alma. Diz respeito particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira mais geral, à aptidão a criar vínculos de comunhão com os outros. Cabe a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar sua identidade sexual. A diferença e a complementaridade físicas, morais e espirituais estão orientadas para os bens do casamento e para o desabrochar da vida familiar. A harmonia do casal e da sociedade depende, em parte, da maneira como se vivem entre os sexos a complementaridade, a necessidade e o apoio mútuos.Ao criar o ser humano, homem e mulher, Deus dá a dignidade pessoal de modo igual ao homem e à mulher. O homem é uma pessoa, e isto na mesma medida para o homem e para a mulher, pois ambos são criados à imagem e à semelhança de um Deus pessoal. Cada um dos dois sexos é, com igual dignidade, embora de maneira diferente, imagem do poder e da ternura de Deus. A união do homem e da mulher no casamento é uma maneira de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador [...]. Dessa união procedem todas as gerações humanas. Jesus veio restaurar a criação na pureza de sua origem. No Sermão da Montanha, Ele interpreta de maneira rigorosa o plano de Deus: "Ouvistes o que foi dito: 'Não cometerás adultério'. Eu, porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração" (Mt 5,27-28). O homem não deve separar o que Deus uniu. A Tradição da Igreja entendeu o sexto mandamento como englobando o conjunto da sexualidade humana. A vocação à castidade A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual. A sexualidade, na qual se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando é integrada na relação de pessoa a pessoa, na doação mútua integral e temporalmente ilimitada do homem e da mulher” A virtude da castidade comporta, portanto, a integridade da pessoa e a integralidade da doação.O sexo está destinado, portanto, à união e ao crescimento no amor, possibilitando a criação de uma nova vida humana. O sexo foi feito para o matrimônio e o matrimônio foi elevado à sua prístina dignidade por Jesus Cristo, como está claríssimo no Evangelho (Mt 5,32). Jesus proclamou: “Bem-aventurados os puros, porque eles verão a Deus”.



*Professor no Seminário de Mariana- MG- de 1964 a 2008



Última Alteração: 08:13:00

Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Local:Mariana (MG)

SEJA QUENTE OU SEJA FRIO...MAS NÃO MORNO, QUE EU TE VOMITO!

Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.
E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo." E ela responde: "Eu também não, meu filho".
Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega viver como homens. Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito.
É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.
Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não sente-se e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansear, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.
O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta.Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.
(Nizan Guanaes)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A BIBLIA DEVE LER-SE EM ATITUDE DE ORAÇÃO


Em uma entrevista publicada esta semana pela revista católica espanhola Ecclesia o Cardeal Albert Vanhoye, S.J., antigo Reitor do Pontifício Instituto Bíblico de Roma e Secretário emérito da Pontifícia Comissão Bíblica, assinalou que a maneira de vencer a tentação de ler a Sagrada Escritura com uma aproximação racionalista, como realizam alguns biblistas contemporâneos, é a de lê-la em autêntico espírito de oração.
O destacado biblista, criado Cardeal por razão de seu mérito teológico e bíblico pelo Papa Bento XVI no consistório de 24 de março de 2006, assinalou na entrevista que “a Providência tem feito que eu tenha podido consagrar verdadeiramente toda minha vida ao aprofundeamento da Escritura para proveito de tantos estudantes de todo o mundo. Portanto, agradeço ao Senhor me haver dado este privilégio”.
O Cardeal jesuíta de 85 anos destacou além que suas premissas para o estudo da Bíblia “foram claramente premissas de fé. A Bíblia é um texto que expressa a fé. Para acolher a de modo sério e profundo, terá que estar em quão corrente a produziu. portanto, aproximar-se do texto inspirado com uma atitude de fé é essencial. Por outra parte, existe também a convicção de que a Bíblia é ao mesmo tempo um livro histórico, não uma palavra simplesmente teórica; é uma revelação com feitos, com eventos; uma realidade existencial histórica que, portanto, terá que acolher baixo este aspecto”.
“A Sagrada Escritura –adicionou– é essencial para conhecer cristo, para lhe seguir, para investigar todas as dimensões do mistério de Cristo. A estreita relação entre investigação exegética e aprofundamento da fé e da vida espiritual. Isto tem feito que não tenha duvidado nunca em estudar, investigar e empregar todas minhas forças e minhas capacidades neste estudo de importância fundamental para a vida da Igreja”.
O Cardeal Vanhoye explicou além que “a Palavra de Deus nutriu minha vida espiritual de modo muito fecundo. Por exemplo, quando era ainda estudante do Instituto Bíblico Pontifício, realizei um estudo sobre duas frases do Evangelho de João que expressam a relação entre a obra de Jesus e a obra do Pai. Jesus recebeu o dom das obras”.
“Em duas frases –prosseguiu–, Jesus fala das obras que o Pai lhe entregou. Vi a insistência: ‘Meu pai trabalha sempre e eu também trabalho’ (João 5, 17). Um tema muito importante para aprofundar na vida espiritual não só de modo especulativo mas também especialmente no mesmo atuar. Do mesmo modo que o Pai entregava suas obras a Jesus, este nos dá as nossas”.
“Este é um ponto que me alimenta: devo fazer sempre com o Senhor a obra do Senhor. E compreendi por outra parte que, para fazer com o Senhor a obra do Senhor, é essencial estar unidos ao Coração do Senhor, porque a obra do Senhor não é uma obra administrativa que se pode fazer com certo desapego, senão uma obra de amor. Esta para mim é uma orientação formosa, profunda e exigente a que volto sempre. É Ele o autor principal, eu sou um pobre e modesto ajudante, mas que se deve empenhar, porque a obra é importante, uma obra formosa que faz o Senhor. Em minha relação com a Escritura, isto é o mais importante.
O biblista explicou logo que, para que a Escritura entre cada vez mais na vida espiritual dos católicos “faltam duas coisas principais: por uma parte, os meios, os instrumentos, os materiais que possam ajudar aos fiéis a acolher bem a Palavra de Deus; e, por outra, a meditação dos fiéis sobre os textos da Bíblia. As duas coisas estão já presentes, graças a Deus, na vida da Igreja, e se têm feito mais presente graças ao Concílio Vaticano II. Entretanto, fica sempre algo no que progredir”.
“Como afirmou repetidamente o Papa Bento –seguiu o Cardeal–, a Lectio Divina pode ser um meio muito adequado a este fim”.
“Este método tem o grande mérito de levar a primeiro atenção para o texto bíblico considerado em si mesmo, em seu significado exato, concentrar o esforço de atenção nele antes de fazer especulações que poderiam não ter nenhuma relação com o texto. A Lectio Divina parte da ‘lectio’, da leitura atenta”, explicou.
Finalmente, perguntado sobre como evitar que a Bíblia se converta em um mero objeto de estudo, separado da própria vida espiritual entre os biblistas de hoje, o Cardeal
Vanhoye assinalou que “o remédio principal é a meditação dos textos bíblicos, com uma atitude de fé e de oração. Os exegetas não se podem contentar estudando os textos. Devem meditá-los em um ambiente de busca do Senhor e de união com Ele, e conscientes sempre de que só em Cristo se dá toda a riqueza da Escritura inspirada; que é Ele quem abre plenamente nossas mentes à inteligência da Escritura, como diz o Evangelho de Lucas ao final. portanto, o remédio é, diria, a oração, entendida como meditação que procura a união com o Senhor, a acolhida de sua luz, a acolhida de seu amor. Só isto pode preservar do perigo de uma atitude racionalista e esterilizadora, que pode converter-se em um obstáculo para a vida dos fiéis”.






Última Alteração: 09:23:00

Fonte: Aci Digital
Local:Madri (Espanha)

NA ESCOLA DE JESUS


A RELIGIÃO ANTES DE CRISTO



Antes de Cristo vir ao mundo já havia uma religião verdadeira, revelada por Deus. Toda a primeira parte da Bíblia, chamada «Antigo Testamento», já existia antes de Cristo. Deus sempre falou aos homens, e teve sempre seus representantes junto dos homens. A história de Nossa salvação vem desde o começo do mundo.
Já nos primeiros tempos da humanidade, Deus chamou Abraão para ser o chefe do «povo eleito». Depois vem Isaac, Jacó, Moisés, profetas, patriarcas e reis, todos eles trazendo de geração em geração a fé no Deus único e verdadeiro, do qual Moisés havia recebido as tábuas da Lei, no monte Sinai. O povo de Israel era apaixonadamente religioso, e sabia morrer pelo Senhor seu Deus. Durante milhares de anos os hebreus aguardaram a vinda do Messias, que Deus havia prometido aos seus antepassados. A coisa mais esperada pelos descendentes de Abraão era a Redenção de Israel. Talvez por isso mesmo os judeus se tornaram orgulhosos, e foram fazendo, do Messias, a idéia de um rei glorioso, defensor exclusivamente do povo judeu. Na mentalidade deles, o Messias deveria ser não o Salvador do mundo, mas do povo judeu apenas, porque os outros povos, como pagãos e idólatras que eram, mereceriam somente a condenação
e o aniquilamento.



CRISTO PREGOU UM "REINO"



Apesar de já existir uma religião, Jesus começa a pregar um «Reino». Deixando a sua cidadezinha de Nazaré, partiu para Cafarnaum, que ficava na praia, onde morou algum tempo. Aí começou a pregar: «Fazei penitência, porque está próximo o reino dos céus» (Mt 4,17).
Mais adiante diz ainda o Evangelho: «E Jesus percorria toda a Galiléia ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando toda a espécie de doenças do povo. Sua fama espalhou-se também por toda a Síria, e lhe trouxeram todos os enfermos e possessos, lunáticos e paralíticos, e Ele os curou. E uma grande multidão de povo da Galiléia, de Jerusalém, da Decápolis e da outra margem do Jordão O foi seguindo» (Mt 4,23-25).
Poderíamos perguntar agora: Esse «reino dos céus», que Cristo anuncia, é o mesmo que os judeus professavam, ou é outro? E' Uma continuidade da Lei de Moisés, ou Cristo veio para pôr fim à Lei antiga ? Respondemos: Jesus não veio para destruir, mas para completar a Lei. Os judeus haviam perdido o principal da Lei, que é o «espírito», o amor, a caridade. Em nome da tradição, acabaram deturpando a verdadeira espiritualidade.



ASSIM ERAM OS JUDEUS



Os judeus gostavam muito de se mostrar em público como homens religiosos.
Sua vida, porém, era uma contradição, pois às escondidas praticavam os maiores pecados contra a justiça e a caridade. Eles seguiam a exterioridade da Lei, não o espírito e a vida de Deus. Os judeus passavam longe dos publicanos, porque eram tidos como pecadores. No entanto, eles próprios estavam cheios de pecados.
«Certa vez Jesus estava à mesa com alguns publicanos e pecadores, comendo com eles. Vendo isto, os fariseus começaram a dizer aos discípulos de Jesus: -Por que vosso Mestre come com os publicanos e pecadores? Jesus, ouvindo-os, disse: -Os que têm saúde não precisam de médico, e sim os enfermos» (Mt 9,10-13).
«Outra vez vieram uns judeus de Jerusalém e perguntaram a Jesus: -Por que teus discípulos transgridem a tradição dos antigos? Pois não lavam a mão ao comer o pão. E Jesus respondeu: -E vós, por que transgredis a Lei de Deus por causa da vossa tradição?» E logo acrescentou Jesus: -«Não é o que entra pela boca que torna o homem imundo, mas o que sai da boca, isso é que faz imundo o homem» (Mt 15,1-12).
Outra passagem do Evangelho que mostra a hipocrisia dos judeus é aquela da mulher adúltera. Os escribas e fariseus levaram a Jesus uma mulher que havia pecado, e disseram: -«Mestre, esta mulher foi apanhada em pecado. Ora, Moisés ordena na Lei que apedrejemos as adúlteras. Que dizes tu ?»
O que os fariseus queriam é fazer Jesus ir contra a Lei, para depois acusá-Io. Mas Cristo fez silêncio. Os judeus insistiram. Então Jesus disse: -«Aquele, dentre vós, que não tem pecado atire a primeira pedra». Ouvindo isto, os judeus foram saindo um por um, de cabeça baixa, sem dizer palavras» (Jo 8,3-10).
Para os judeus, o sábado era o Dia do Senhor. Não se poderia trabalhar. Um dia foi apresentado a Jesus um homem que tinha a mão seca, pedindo-lhe que o curasse. Os fariseus logo se opuseram dizendo: -«Mas é permitido curar em dia de sábado? Então Jesus perguntou-lhes : Quem- de vós, tendo uma ovelha e caindo esta num poço em dia de sábado, não lança a mão para tirá-Ia ? Ora, um homem vale muito mais que uma ovelha. Logo, é permitido fazer o bem nos dias de sábado» (Mt 12,9-12).



ALGUMAS MODIFICAÇÕES
Vamos ver algumas coisas que Cristo mudou. Por exemplo, na lei antiga era proibido matar o semelhante, mas os judeus achavam que odiar era permitido. Então Jesus disse-Ihes: - «Ouvistes o que foi dito aos antigos: «Não matarás. Quem matar será réu no juízo. Eu porém vos digo que todo o que se irar contra seu irmão será réu no juízo» (Mt 5,21 e 22).
«Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não praticarás adultério. Eu, porém, vos digo: -Todo o que olhar para uma mulher com má intenção já cometeu adultério com ela no seu coração» (Mt 5,27 e 28). «Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e desprezarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos do vosso Pai que está nos céus, o qual faz nascer o sol sobre bons e maus, e cair a chuva sobre justos e injustos. Porque, que recompensa tereis se vós amais somente os que vos amam? Não fazem assim também os publicanos? E se saudardes somente os Vossos irmãos, que fazei nisso de especial ? Não fazem assim também os pagãos? Portanto, sede perfeitos como vosso Pai dos céus também é perfeIto» (Mt 5,43,48). ?
«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles. Dessa maneira não podeis receber a recompensa junto de vosso Pai que está nos céus. Quando fordes dar esmolas, não façais tocar a trombeta diante de vós, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados pelos homens. "Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Mas, quando dais esmolas, não saiba a vossa esquerda o que faz a vossa direita, para que Vossa esmola fique em segredo e vosso Pai, que vê o que é oculto, vos recompense» (Mt 6,1-4).



OS JUDEUS NÃO ACEITARAM .
Os judeus não aceitaram os ensinamentos de Cristo, e começaram a tramar contra Ele. Foi preciso Jesus dizer claramente aos seus discípulos e ao povo: «Sobre a cátedra de Moisés assentaram-se escribas e fariseus. Observai, pois, e fazei o que eles vos disserem, mas não façais o que eles fazem, pois não praticam o que ensinam» (Mt 23,1-3).
O culto que os judeus davam a Deus era minucioso no seu ritual, mas fingido e sem verdadeiro amor. Por isso Cristo disse: «Esse povo me louva com os lábios, mas seu coração está longe de mim». E quando os doutores de Israel quiseram condenar Jesus como destruidor da Lei divina, Ele assim respondeu: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que fechais o reino dos céus aos homens, pois nem vós entrais, nem aos que entrariam deixais entrar».
«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque limpais o que está por fora do copo e do prato mas por dentro estais vós cheios de rapinas e de imundícies. Coais um mosquito e engolis um camelo».
«Ai de vós. escribas e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora parecem formosos mas por dentro estão cheios de podridão e asquerosidades. Raça de víboras, como escapareis de serdes condenados ao inferno?» (Estas citações encontram- se no capítulo 23 de São Mateus).



A NOVA RELIGIÃO



Vimos, até aqui, que já havia uma religião do Deus verdadeiro quando Cristo veio ao mundo. Vimos que os homens haviam desviado o espírito daquela religião, e assim ficaram Com um culto vazio, sem sentido, porque faltavam a fé e a caridade. Cristo veio então ensinar o que estava faltando para que aquele culto agradasse a Deus. Mostrou o que estava faltando. Os judeus não aceitaram a reforma proposta por Jesus. Antes, procuraram meio de o trair, para condená-lo.
Por isso Cristo funda a Igreja. A palavra «Evangelho» quer dizer «Boa-Nova». E' o novo reino, nascido da palavra e do exemplo pessoal do próprio Deus. E' um reino de justiça, de verdade e de amor. O que mais interessa não são as palavras do culto mas a sinceridade da vida. Cristo disse: «Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus; mas o que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este sim entrará no reino dos céus» (Mt 7,21).



FILOSOFIA DO REINO DE DEUS



Ninguém desconhece que, tanto os reis das velhas dinastias como os chefes das nações modernas proclamam sempre entre os itens básicos de seus planos de governo – de sua plataforma política – que hão de olhar para as classes menos favorecidas, que hão de estabelecer a justiça e a paz social, o bem-estar da comunidade. Nem queremos duvidar sistematicamente de sua sinceridade. Pois não seria acreditável que algum governante não desejasse a justiça e a paz para o seu País.. Acontece, porém, que outras forças e outras influências impedem que essas boas intenções cheguem a ter realmente uma concretização satisfatória. E a gente vê então dominar a força do dinheiro e da ganância. A prepotência dos que querem dominar os outros, a indiferença de muitos para com os problemas dos pobres e dos injustiçados, a violência que arma o braço do terror e do assalto.... e freqüentemente a competição entre nações na busca de uma hegemonia política ou econômica, em vez do interesse concreto pelo bem de cada cidadão.
Jesus, que veio proclamar e instaurar um reino bem diferente dos reinos da terra, não deixou, no entanto, de anunciar também uma filosofia de ação, digamos mesmo “uma plataforma de governo”. É o que encontramos nas “bem-aventuranças evangélicas” e em todas as outras lições que elas se seguem no Sermão da Montanha”. Por isso mesmo, esse sermão é chamado a “carta magna” do cristianismo. Em alusão à famosa “Magna Charta” do rei João-sem-Terra, que no século XIII marcou o início do direito público do povo inglês. O plano de governo do Mestre e Rei divino é, no entanto, de um estilo e de um feitio bem diferente de qualquer outra plataforma política. E mil razões nos fazem ver como ele está destinado a ter um êxito bem mais feliz do que os planos dos governantes terrenos. Vamos lembrar apenas dois motivos:
Primeiramente porque as bem-aventuranças são uma norma de vida e não apenas uma legislação exterior. É um espírito que elas ensinam a viver. São uma “forma”, poderíamos dizer, se quiséssemos usar um jogo de palavras. Isto é, não um molde que comprime por fora, mas um modo de ser que anima por dentro. É ter um coração de pobre: simples, disponível, desprendido de grandezas, mas cheio da verdadeira grandeza, cheio de confiança em Deus. É ter vontade sincera de que a justiça triunfe no mundo. É ser manso, misericordioso, puro de coração. É estar disposto a sofrer para a defesa do direito e da justiça. É desejar a paz e tudo fazer para promove-la.
Não se trata, portanto, de uma legislação – bem diferente do outro sermão, de outra montanha, a do Sinai, onde foi promulgado o Decálogo – mas de uma inspiração de vida. E o Reino de Deus se há de estabelecer, na medida em que os discípulos de Cristo viverem essas atitudes que ele proclamou. Não crescerá por uma imposição de fora para dentro, mas por um compromisso interior assumido por cada um. É um processo lento, não fácil, que se realizará no respeito à liberdade das pessoas e com a participação de todos no processo. Não se impõe cristianismo! Ele se impõe pela sua nobreza transcendental, por sua força divina!
Mas, além disso, como sinal definitivo do êxito de sua pregação, o Rei e Mestre que ditou as normas das bem-aventuranças, viveu-as ele próprio em si mesmo e no mais alto grau e na mais cativante força de exemplaridade.
Só Ele pôde com mais sinceridade do que alguém: “Eu vos dei o exemplo, para que assim como eu fiz, vós o façais também” (Jô 13, 15). Ele nasceu na pobreza e nunca foi atrás da riqueza. Foi manso. Misericordioso. Foi a própria pureza. Foi pregador da paz, e no seu mais legítimo sentido, que não é o de compactuar com o mal, mas de supera-lo no bem. Amou a justiça, e por dar testemunho dela até o fim, foi rejeitado, acusado, executado entre os malfeitores. Sofreu e chorou, co-partilhando nossa sorte neste vale de lágrimas, mas soube, como ninguém, enxugar lágrimas e minorar os sofrimentos dos outros: “Passou fazendo o bem e curando a todos” (At. 10,38). Ele viveu em plenitude as bem-aventuranças. Para nos ajudar a vive-las.
Por isso é que nos lembra o Apóstolo Paulo, num trecho da primeira carta aos Coríntios, que a Igreja lê no mesmo domingo das “bem-aventuranças”: “Este Cristo que Deus fez para nós sabedoria, justiça, santificação, redenção” (1 Co 1,30). Cristo não apenas pratica atos bons: N’Ele vive a própria essência da bondade, da justiça , da santidade.

O MESTRE DIVINO


Asseverou São Marcos que todos ficavam admirados com o ensinamento de Jesus, pois “ensinava como quem tem autoridade” (Mc 1,22). Ventura sem par seguir os ensinamentos deste Mestre divino. É Ele quem patenteia ao homem a sublimidade de sua vocação neste mundo e seu destino eterno, Mediador e Plenitude que é de toda a revelação. Toda a vida do cristão deve girar na órbita do Verbo de Deus encarnado, tendo tido um encontro pessoal com Ele através do Batismo. Diz, porém, a Carta aos Hebreus: “Somos incorporados a Cristo, mas sob a condição de conservarmos firme até o fim nossa fé " (Hb 3,14). Cumpre, então, penetrar fundo no mistério daquele que veio ao mundo e pôde proclamar: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida". (Jo 5,24). Ele surgiu na História não como um mero filósofo a ser seguido, mas como aquele com quem seu discípulo precisa identificar-se, dado que, pela sua ressurreição, ele está vivo e atua pelo seu Espírito em cada batizado. Não é a seu ensinamento que salva, mas a sua pessoa. Dizia São Paulo: "A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim" (Gl 2,20). Sua doutrina, contudo, se identifica com Ele: “Eu sou a Verdade” (Jo 14,6). É preciso, portanto, tudo aprender e apreender na existência de Cristo, analisando suas atitudes, suas palavras, sua maneira de ser, em síntese, se assemelhando a Ele, pois o batizado foi com Ele configurado. O projeto e a pessoa de Jesus deve ser a perspectiva na qual o cristão esteja continuamente imergido. É o contemplar do desenvolvimento histórico, dinâmico, existencial do Redentor, e isto leva a uma fé prática na qual o batizado expressa a sua relação pessoal com Cristo. Daí a ressonância em sua própria vida pessoal desta presença intensa e atuante do Salvador. Disto resulta uma iluminação e a realização concreta do que desejou Jesus: "Vós sois a luz do mundo (Mt 5,14). O resultado é faustoso: “Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus" (Mt 5,16). Ter Cristo como Mestre é, realmente, encarnar no cotidiano tudo que Ele ensinou e fez, irradiando-O por toda parte, para que todos se matriculem na Sua escola de verdadeira sabedoria. Para se acercar deste douto Rabi é preciso, entretanto, uma atitude inicial de reconhecimento da sua divindade e da sua humanidade: Ele é Deus e homem verdadeiro, capaz de transfigurar o seu epígono que passa a participar de sua glória eterna. Deste modo, embora exaltando sua divindade, seu discípulo não se esquece que Jesus, embora seja aquele por quem tudo foi feito (Jo 1,3), se fez em tudo semelhante a nós. Lembra a Carta aos Hebreus: "Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado" (Hb 4,15). Eis por que Ele é por excelência o Mestre perfeito, contemporâneo de todas as gerações cristãs. Não se pode dissociar a pessoa de Jesus dos sentimentos e anseios mais profundos do ser humano, que Ele também assumiu e que, por isso, Ele pode transformar plenamente quem o tem como pedagogo sublime. A humanidade de Jesus não é mera roupagem ou um simples sinal externo do qual o Verbo Encarnado se reveste para se aproximar e comunicar-se com o homem, mas é a outra face de Deus que transmite aos seres humanos a riqueza e a profundidade da sabedoria eterna do Ser Supremo. Aí está a razão pela qual Ele mesmo afirmou: "Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo". (Mt 23,10). Depois confirmou: "Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou". (Jo 13,13). De tudo que foi refletido flui a responsabilidade daquele que se diz discípulo de Cristo e, como todo cristão leva o nome de Jesus, não pode existir lugar para a mediocridade neste discipulado. * Professor no seminário de Mariana de 1967 a 2008.


Última Alteração: 10:16:00

Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Local:Mariana (MG

AGORA E NA HORA DA CRUZ


Não faz muito tempo recebi de médicos amigos o aviso de que deveria me submeter a uma batelada de exames. Havia suspeita de disfunção orgânica séria. Amigos e familiares se mobilizaram e oraram intensamente por mim, pelo que muito agradeço. Como os médicos anteciparam a possibilidade de cirurgia e tratamento incômodo, as orações aumentaram. Quem parecia menos abalado era eu mesmo. Alguém perguntou se minha despreocupação era calma, espiritualidade profunda ou estava apenas disfarçando o que sentia. Expliquei que sou padre católico e vejo doenças e mortes com freqüência.



Meus pais foram paralíticos e talvez eu tenha assimilado o seu comportamento sereno diante da dor. A família tem muito a ver com o conceito de vida e de morte. O jeito de os pais levarem a cruz funciona como catequese da esperança.



Mas lembrei também que, como católico, aos sessenta cinco anos, depois de haver lido tantos livros de teologia e de psicologia e escrito tantos outros, tinha o dever de raciocinar como sacerdote católico. Nós, católicos, levamos no peito a mística da cruz. Enchemos nossas casa e paredes de crucifixos. Essas imagens de Jesus sofredor ajudam na hora difícil.



Foi Ele quem disse que não é digno dele quem renega a própria cruz. ( Mt 10,38 ) Ele nunca disse que quem o seguisse não sofreria. Ao invés de venha comigo e não sofram mais, avisou: Vocês serão odiados (Mt 10,22 ) E disse que amenizaria nossas dores,mas não as eliminaria. Seu jugo era suave, mas era jugo e seu peso, leve, mas era peso.(Mt 11,30) Não aceitou a doutrina de que a cegueira de um homem era fruto do seu pecado, ou de seus pais (Jo 9,1-4 ) Isso põe um desafio a cristãos que andam se purificando dos pecados dos seus antepassados, de avós ou tetravôs. O cristianismo não segue mais essa doutrina que vem de antes de Cristo. Jesus morreu para que perdêssemos o medo do nosso ontem e dos nossos amanhãs. .



Na verdade cada cruz é uma cruz e cada caso é um caso. Deus e só Ele sabe o porque daquela provação. Nem todo o sofredor sofre por ter sido pecador e nem toda enfermidade é castigo. O pregador que diz que determinado caroço ou câncer veio do demônio, que prove o que disse! Falar e assustar os outros é fácil. Provar que sabe é muito mais exigente e profundo. Quem disse que a onda tsunami de 2004 que matou 250 mil pessoas era castigo de Deus, teria que provar que realmente foi castigo e por quais pecados cada qual morreu e porque tantas crianças puras também morreram no colo de suas mães.



Jesus sofreu e, entretanto, não tinha pecado pessoal. A dor é universal e está em tudo o que é vivo. Quando ela vem, é preciso pedir luzes para saber o que fazer com ela e os pregadores precisam pedi-las para não falar do que não sabem. Deus tem dado aos cientistas e médicos a sabedoria de vencer a maioria das dores, e aos cristãos serenos a capacidade de não brincar de saber o que ninguém sabe. A dor é um mistério.



Finalmente lembrei-lhe que oramos todos os dias para que seja feita a vontade de Deus e pedimos a Maria pelo menos cinco vezes ao dia que ore conosco e por nós, agora e na hora da nossa morte.



Quando vem a noticia de que talvez conheçamos a Deus face a face mais cedo do que esperávamos ir, podemos fazer como São Francisco na sua cegueira, ou agir como outros que não aceitam de jeito algum a cruz que levam. Os exames disseram que dessa vez ainda fico por aqui, mas que devo me cuidar tomando os remédios que irmãos cientistas descobriram. Quando vai ser o próximo aviso, não sei. Mas, que Deus avisa, Ele avisa! Não fugir do assunto, orar e meditar ajuda! Paciência, também!



Última Alteração: 10:27:00

Fonte: Pe. Zezinho, scj
Local:São Paulo (SP)

NOMEAÇÕES DE BISPOS PARA O BRASIL


Bento XVI nomeou nesta quarta-feira três bispos para o Brasil:



O papa aceitou a renúncia ao governo pastoral da Prelazia de Óbidos (PA), apresentada por Dom Martinho Lammers, por motivos de idade. Bento XVI nomeou bispo da Prelazia o Frei Bernardo Johannes Bahlmann, O.F.M., responsável pelos Projetos Albergue São Francisco e pelo Centro Franciscano de Re-inserção Social, na arquidiocese de São Paulo.



O Santo Padre aceitou a renúncia ao governo pastoral da diocese de Bom Jesus da Lapa (BA), apresentada por Dom Francisco Batistela, C.SS.R., também por motivos de idade. Bento XVI nomeou bispo da diocese o Padre José Valmor César Teixeira, S.D.B., Inspetor da Inspetoria Salesiana São Pio X, na arquidiocese de Porto Alegre.



O papa aceitou a renúncia ao governo pastoral da arquidiocese de Juiz de Fora (MG), apresentada por Dom Eurico dos Santos Veloso, sempre por motivo de idade. O Santo Padre nomeou arcebispo metropolitano de Juiz de Fora Dom Gil Antônio Moreira, até então bispo de Jundiaí.






Última Alteração: 11:13:00

Fonte: Rádio Vaticano
Local:Cidade do Vaticano

PUC . MINAS DISPONIBILIZA CURSO DE TEOLOGIA


A partir do dia 17 de março, a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC - Minas) em parceria com o Instituto Superior de Pastoral (ISPAL) começará o curso de “Teologia Pastoral: desafios de evangelizar na pós-modernidade”. A formação visa ao estudo e à compreensão teológica da realidade pastoral, ensino, assessoria, pesquisa e publicações.



“O curso pretende despertar a sensibilidade, a consciência e as atitudes dos agentes para comunicarem a mensagem e a práxis cristãs de forma criativa, atualizada e significativa para os homens e mulheres da atualidade”, lembram os organizadores.



A formação é direcionada a presbíteros, religiosos, candidatos ao diaconato, agentes pastorais, catequistas, professores e coordenadores atuantes em áreas relacionadas com a evangelização, com o objetivo de aprimorar a competência dos agentes em busca de uma evangelização planejada como serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão.



Programa
O curso é composto por quatro módulos de três matérias cada um. O primeiro tratará da Socioantropologia da Religião, Teologia e Psicologia da Fé e Teologia Pastoral. Os quatro módulos serão estudados entre 17 de março e novembro deste ano, com carga horária de 360 horas – aula. Informações pelo telefone gratuito 0800 283 3280.








Última Alteração: 14:46:00

Fonte: CNBB
Local:Minas Gerais

MENSAGEM DO DIA


Passados uns oitos dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar. Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura.
E eis que falavam com ele dois personagens: eram Moisés e Elias, que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém. Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham-se deixado vencer pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia.
Quando estes se apartaram de Jesus, Pedro disse: Mestre, é bom estarmos aqui. Podemos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!... Ele não sabia o que dizia. Enquanto ainda assim falava, veio uma nuvem e encobriu-os com a sua sombra; e os discípulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor.
Então da nuvem saiu uma voz: Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o! E, enquanto ainda ressoava esta voz, achou-se Jesus sozinho. Os discípulos calaram-se e a ninguém disseram naqueles dias coisa alguma do que tinham visto.

Evangelho de São Lucas 9, 28-36

Palavra do Padre:

Transfigurar: que você possa transfigurar, ou seja, mudar e que as pessoas possam ver em você a Glória, mas que se manifesta pela da misericórdia divina através do batismo.
Que você possa transfigurar na misericórdia e no amor do nosso Deus.

Lembrando: Hoje haverá missa no Santuário Mãe de Deus!

Deus abençoe

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

SEJA FELIZ HOJE


As vezes, ouvimos algo e não sabemos porque gostamos.
Por exemplo: Dá para se fazer poesia com uma história triste?

Cabe a nós, tentarmos interpretar! Mas sem o contexto, fica difícil não?

Preste bastante atenção nesta história que acredito a maioria não conhecer:

- Djavan teve uma mulher chamada MARIA.

Os dois teriam uma filha que se chamaria MARGARIDA, mas sua mulher teve um problema na hora do parto e ele teve que optar por ela ou por sua filha.

Perdeu as duas por obra do destino.

Agora é possível entender a letra da música, sobre o ponto de vista de Djavan para o mundo, transformando sua dor em arte.

Flor de Lis

Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei

Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de MARIA

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou MARIA
Nem MARGARIDA nasceu.

E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou MARIA
Nem MARGARIDA nasceu.

Aproveite cada momento da sua vida ao máximo, passe o maior tempo possível com as pessoas que você ama , torne estes momentos inesquecíveis.

Aproveite a sua vida! Problemas, esses todos temos, podem ter certeza! A diferença é saber que um dia todos eles, mais cedo ou mais tarde, vão se resolver, e, provavelmente, daí surgirão outros.

Não podemos ficar esperando a ausência de problemas para sermos felizes!

‘A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego… de tanto rir, de surpresa, de êxtase, de felicidade.’

Pare e Pense…

“Muitas pessoas pensam que a felicidade somente será possível depois de alcançar algo, mas a verdade é que deixar para ser feliz amanhã é uma forma de ser infeliz hoje”. ( POR SIDNEIA MARQUES, COMUNIDADE SÃO MIGUEL )

A MAIS BELA FLOR


O parque estava deserto quando me sentei embaixo dos longos ramos de um velho carvalho, desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar. E se isso não fosse razão suficiente pra arruinar a minha vida, um garoto ofegante chegou, cansado de brincar.

Ele parou na minha frente, cabeça pendente e disse, cheio de alegria: "Veja o que encontrei!". Nas suas mãos uma flor, e que visão lamentável: pétalas todas caídas, pouca água ou luz.

Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi um pálido sorriso e me virei. Mas, em vez de recuar ele se sentou ao meu lado e levou a flor ao nariz. Então declarou, com estranha surpresa: "O cheiro é ótimo, e ela é bonita também...". Tive que pegá-la por que ele disse; "tome-a, é sua." A flor à minha frente estava morta ou morrendo. Nada de cores vibrantes, laranja, amarelo ou vermelho. Mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia.

Então estendi a mão e respondi, forçosamente: "É o que eu precisava!" Mas, em vez de colocá-la na minha mão, ele continuou a segurá-la no ar, sem qualquer razão.
Nessa hora notei, pela primeira vez que o garoto da flor era cego, não podia ver. Senti minha voz sumir. Lágrimas despontaram ao sol, enquanto lhe agradecia por ter escolhido a melhor flor. "De nada", ele sorriu, e então voltou a brincar, sem perceber o impacto que teve em meu dia.

Continuei lá e pus-me a pensar: Como ele conseguiu me enxergar, auto-piedoso, sob um velho carvalho? Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez o coração dele tenha sido abençoado com a verdadeira visão.

Através dos olhos de uma criança cega, lembrei que não posso me abater por minhas tristezas, mas enfrentá-las para que elas não me vençam, crescendo, ficando fortes, maiores que eu e atingindo os que estão a minha volta.

O problema não era o mundo, mas sim eu. Então, por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida, e resolvi apreciar cada segundo que foi e vai ser sempre só meu.

Levei aquela feia flor até meu nariz, e senti a fragrância de uma bela rosa.
E sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor nas suas mãos, talvez prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade. ( POR SIDNEIA MARQUES, COMUNIDADE SÃO MIGUEL )

PARADOXO DO TEMPO


Hoje temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos.
Auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos.
Gastamos mais, mas temos menos.
Nós compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e famílias menores.
Mais conhecimento e menos poder de julgamento.
Mais medicina, mas menos saúde.
Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente.
Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais...
Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores.
Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita freqüência.
Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida.
Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma.
Escrevemos mais, mas aprendemos menos.
Planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência.
Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral.
Tivemos avanços na quantidade, mas não em qualidade.
Esses são tempos de refeições rápidas e digestão lenta, de homens altos e caráter baixo,
lucros expressivos, mas relacionamentos rasos.
Mais lazer, mas menos diversão.
Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição.
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis e moralidade também descartável
e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar e... matar! POR SIDNEIA MARQUES, COMUNIDADE SÃO MIGUEL

MENSAGEM DO DIA.


Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus passava pelos confins da Samaria e da Galiléia. Ao entrar numa aldeia, vieram-lhe ao encontro dez leprosos, que pararam ao longe e elevaram a voz, clamando: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!
Jesus viu-os e disse-lhes: Ide, mostrai-vos ao sacerdote. E quando eles iam andando, ficaram curados.
Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradecia. E era um samaritano.
Jesus lhe disse: Não ficaram curados todos os dez? Onde estão os outros nove? Não se achou senão este estrangeiro que voltasse para agradecer a Deus?!
E acrescentou: Levanta-te e vai, tua fé te salvou.

Evangelho de São Lucas 17, 11-19

Palavra do Padre:

Que lindo! Não é verdade?
Para você que acompanha esta mensagem diariamente saiba que há um Deus que ama você!
Quem pede recebe, mas quem agradece recebe muito além do que imagina!

Paz e Bem!


Boa 4ª. Feira! Evangelize!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

VOU VICIAR SEU FILHO


Caminhando à margem de uma ferrovia semiabandonada, deparei-me com uma pichação num muro caiado: “Escrevo no coração uma besteira, que não usa chuteira. O canto vivo de uma nação com a mente vazia: vou viciar seu filho um dia”. Parei aterrado diante daquela tentativa poética, sem métrica, mas de rimas forçadas com silente, mas fatal ameaça. Até os versos - cantilena dos corações sensíveis - adquirem o timbre gutural e cavernoso da perdição humana! Até poetas ostentam insensibilidade!
Fiquei a imaginar como seria o rosto desse poeta dos nossos tempos. Jovem, com certeza. Mas cuja vida não rima com o coração, nem com a pátria, nem família, nem sociedade, nem humanidade... Jovem como tantos que diariamente cruzam nossas estradas, nos espreitam, nos analisam, nos invejam... Jovens para os quais a estrutura social não faz sentido, a harmonia familiar inexiste, o mundo certinho é careta, convenção armada e alimentada só pelos que se deram bem, nasceram privilegiados, estão no topo de uma pirâmide que eles contestam, seja esta da estrutura social, moral ou mesmo religiosa. Sociedade, para estes é o conluio de interesses de poucos. Família, utopia. Religião, sonho dos tolos

No silêncio daquelas palavras à minha frente havia uma mensagem ensurdecedora. Mas que muitos não querem ou teimam em não ouvir. Havia uma verdade, não tão pura, mas real. Um recado claro e objetivo para aqueles que insistem em ignorar o mundo cão que as drogas estão deixando como herança para nossos filhos e netos. “Ainda vou viciar seu filho”. Nem o rosnar de um animal selvagem, nem o ladrar dos cães, nem o sibilar das serpentes causam tamanho espanto e temor. Pior ainda quando muitos desviam o olhar, se fazem de surdos e cegos, passam adiante como se dissessem: isso não é comigo!

“O canto vivo de uma nação com a mente vazia”. É isso. Enquanto aqueles que, direta ou indiretamente, teimam em ignorar esse câncer silencioso que corrói toda uma nação; enquanto muitos se isolam, se abstêm das responsabilidades coletivas, o mal avança e contamina até a poesia da existência humana. Mais que guerras, doenças, cataclismos ou fome, a ameaça das drogas age no silêncio da indolência social – essa que anestesia a realidade dos sepulcros caiados – que só vê a superficialidade do problema. Triste será se um dia encontrarmos nesses sepulcros um filho, uma filha, alguém que amamos, mas para quem não devotamos uma atenção ou orientação maior. Nação com a mente vazia...

Besteira não usa chuteira. Enquanto o circo das grandes torcidas dá vivas ao gol de alguns, ao sucesso das ilusões, das aparências, o cravo da chuteira dos traficantes faz seus pontos no silêncio das nossas madrugadas, na apatia de nossa sonolência sem ação, sem sonhos, sem perspectivas. Estamos em guerra. Mas, pelo visto, só os inimigos possuem armas! Só o mundo cão, daqueles que desejam o circo em chamas, que riem da nossa madorra e indiferença, é que canta vitórias.

É preciso restaurar os valores, a poesia da vida. Não se pode estacionar nessa trilha, nessa estrada que nos conduz para um mundo de insanos, de famílias destruídas, lares arruinados. O trem apita na curva. “Refleti no que fazeis! Subi a montanha, trazei a madeira e reconstruí a minha Casa” (Ag 1,8). A Casa de Deus que somos, o templo sagrado da dignidade humana, dos princípios pétreos da vida, hoje tão banalizados e longe da realidade que nos cerca. “Porque minha casa está em ruínas, enquanto que cada um de vós só tem cuidado da sua” (Ag 1,9). Por isso o poeta já não escreve com o coração, mas com a razão que domina seu mundo, os caminhos da marginalidade.



wagner@meac.com.br

DESNUTRIÇÃO MATA QUASE 10.000 CRIANÇAS POR DIA


Abre-se hoje em Madri, na Espanha, o vértice das Nações Unidas sobre a segurança alimentar.



O evento reúne representantes de governos, entidades privadas e grupos da sociedade civil, e terá a participação do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e do Primeiro-Ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.



O encontro deve analisar medidas para aumentar a produção mundial de alimentos e combater a fome. De acordo com a ONU, o número de famintos no mundo chegou a 1 bilhão no ano passado.



A especialista da FAO, Cristina Amaral, contou à Rádio ONU, de Roma, o que os governos devem fazer este ano para resolver a crise:



As organizações Médicos Sem Fronteiras (MSF) e Ação contra a Fome (ACF) recordaram hoje que a desnutrição mata quase 10 mil crianças por dia.



"Se deste encontro das Nações Unidas não surgir uma estratégia concreta e um plano de financiamento para combater a fome, 55 milhões de crianças abaixo dos cinco anos correrão o risco da subnutrição", afirmam as organizações.



Por isso, MSF e ACF pedem aos participantes do vértice da ONU que garantam até 2012 tratamento a todas as crianças gravemente desnutridas. Para isso, são necessários três bilhões de dólares.










Última Alteração: 10:47:00

Fonte: Radio Vaticano
Local:Madri (Espanha)

O PODER DO CONHECIMENTO


Pe. Inácio José do Vale*




“Daqui para frente, o principal capital da humildade será o conhecimento”.
José Pastore
Sociólogo e Professor da
Universidade de São Paulo



Na Idade Média, os judeus europeus foram proibidos de exercer ofícios “nobres”, como a exploração de terra e as campanhas militares. Confinados em guetos e sujeitos a impostos pesados durante mais de 1 000 anos, tiveram de desenvolver a habilidade intelectual necessária para se dedicar ao comercio e aos serviços. “O patrimônio intelectual dos judeus era a única coisa que ninguém poderia lhes tirar”, afirma Robert Chazan, professor de estudos judaicos na Universidade de Nova York.

No final do século 19, fosse nas artes, nas ciências, na medicina ou no direito, os judeus se sobressaíam proporcionalmente a seu número na Europa Ocidental. Na Inglaterra, onde eram poucos, conseguiram atingir altos cargos. O Primeiro–Ministro conservador que presidiu a Inglaterra, 1874 a 1880, o eloqüente Benjamin Disraeli, descendia de judeus italianos e portugueses, e seu pai, quando jovem, havia freqüentado a sinagoga.
Foi Disraeli que disse de modo magistral: “Um dos segredos do sucesso de um homem é estar pronto para sua oportunidade quando ela surge”.

O cientista Albert Einstein, judeu alemão, revolucionou a ciência com a teoria da relatividade e o renomado Dr. Jonas Salk, judeu americano, desenvolveu a vacina contra a poliomielite. Para ambos, o conhecimento serve para dar valor ao mundo e sentido à vida.

Os judeus se destacaram na busca por educação. Seu papel na indústria do conhecimento foi mais influente do que seus pequenos números sugeriam; o conhecimento era seu bem imóvel, seu título de propriedade.

Tradicionalmente, na maior parte do mundo, a posse de terras havia conferido renda, status social e direitos políticos àqueles que as possuíam. O conhecimento agora desafia o papel econômico das terras, embora ainda não fizesse incursões profundas no status provenientes da posse de terras.
“Em 1900, nos Estados Unidos, na França, na Inglaterra e na Alemanha, o numero de pessoas que tiravam seu sustento do conhecimento de forma satisfatória e bem remunerado era praticamente o mesmo das pessoas que o tiravam da posse de terras, minerais e outros recursos naturais”, Escreve o famoso historiador americano e professor da Universidade de Harvard Geoffrey Blainey.

Riqueza e Felicidade
“A riqueza hoje é o conhecimento. Precisamos criar confiança, auto–estima, empresário que sabem que vão vencer porque tem conhecimento.”
Sylvio Goulart Rosa Filho
Físico e ex–presidente do SEBRAE

O avanço das tecnologias de comunidade sempre exerceu fascínio da humanidade. O cigarro Melquíades, em Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez, explica assim as virtudes binóculo, que vendia como a grande invenção do momento da aldeia de Macondo: “A ciência eliminou as distâncias”. Para comprovar, colocou uma cigana na entrada da aldeia para todos darem uma espiada no novo invento. Diante do espanto geral, Melquíades sentenciou: “Dentro em pouco o homem poderá ver o que em qualquer lugar da terra sem sair de casa”. Escrito em 1967, o livro referia ao surgimento da televisão. Passados mais de quarenta anos, a profecia do cigano chegou a um paroxismo. Isso é feito em tempo real e, graças à internet, com recursos muito mais modestos do que os necessários a uma cobertura ao vivo fita por uma emissora de TV.

O conhecimento da ciência e da tecnologia traz riqueza e felicidade. Sem o conhecimento o ser humano torna – se pobre, infeliz escravo de tudo e de todos.

O filósofo grego Sófocles (496-406 a. C.), afirmou: “O saber é a parte mais considerável da felicidade”.

Definição de Conhecimento
Teoria do conhecimento vem a ser o estudo reflexivo e crítico da origem, da natureza, dos limites e do valor do conhecimento. Estudos reflexivos e críticos – por ser uma análise sistemática dos conceitos empregados pelo pensamento para interpretar o mundo como, também, por ser uma análise das relações de verdade entre estes mesmos conceitos e as coisas. A Teoria do conhecimento constituiu – se como parte autônoma da Filosofia sobre as origens, os limites, as possibilidades e o valor de verdade do conhecimento humano.
“O fato de a Gnosiologia ter surgido sistematicamente a partir de Emmanuel Kant, não significa que o conhecimento não tivesse sido anteriormente objetivo da reflexão filosófica”, diz o ilustre professor de filosofia Antônio Xavier Teles.

Duvidas importante a respeito do conhecimento foram levantadas na antiguidade por correntes filosóficas como o ceticismo, de Pirro (360 – 270 a.C.) e seus seguidores Argesilau (315 – 241 a.C.) e Carnéades (214 – 129 a.C.), o relativismo de Protágoras (481 – 411 a.C.) e os sofistas, o realismo de Aristóteles (384-322 a.C.) e o idealismo de cujo maior expoente na Antiguidade foi Platão (428 – 427 a.C.).



Epistemologia
A natureza do conhecimento é estudada pela Epistemologia (do grego: Epistéme: Ciência, logia: Tratado ). Praticamente Epistemologia vem a ser uma teoria de Ciência. É o estudo critico e reflexivo dos princípios, dos pressupostos e da estrutura das diversas ciências. É a parte mais importante da Filosofia Científica. Esta exige como complementação a Metodologia filosófica – Como estudo crítico e reflexivo dos métodos e das técnicas de aquisição do conhecimento científico.

O Maior Conhecimento
“Dá–me, Senhor, sensatez para te conhecer, sabedoria para te achar. Faze com que minha vida inteira seja do teu agrado”.
Santo Tomás da Aquino
Doutor Angélico de a Igreja

A maior de todas as sabedorias é conhecer a Deus e adorá – Lo.
“A vida eterna é esta: que eles te conheçam ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo” ( Jo 17, 3).

Quem conhece o Senhor Deus, conhece a verdadeira fonte de toda libertação ( Jo 8, 32).
Conhecer a Deus é viver para seu Filho Jesus Cristo e ter garantia de pátria celestial.
Sem conhecimento o povo é destruído material e espiritualmente (Os 4, 5). Por isso o apóstolo São Tiago escreveu: “Se alguém dentre vós tem falta de sabedoria, peça–a Deus, que a concede generosamente a todos” ( Tg 1, 18).

De posse do conhecimento de Deus, não devemos estacionar na caminhada do saber sagrado, ao contrario, devamos crescer sempre na graça e no conhecimento de Deus e Cristo ( Cl 1, 10 ; 2 Pd 3, 18 ).

O sábio rei Salomão escreve: “O coração inteligente adquire o conhecimento , o ouvido dos sábio procura o conhecimento” (Pr 18, 15).

Todos os verdadeiros cristãos entregaram seus corações e mentes como depósito de conhecimento e unção da Santíssima Trindade, por isso, temos o ensino de todas as coisas e somos responsáveis de passar tais conhecimentos (Jo 2, 27 ).

Sábia é a pessoa que tem fome e sede de conhecer Deus e viver conforme a sua santa Lei.

Conclusão
O sucesso depende do conhecimento. A receita eficaz é saber computação, inglês, ler muito, viver atualizado em todo sentido. Ler, escrever e entender muito bem o mundo é para quem tem conhecimento.

Conhecer é ser, é ter, é poder. O conhecimento são ferramentas indispensáveis para uma vida de glória na profissão, no matrimônio, na espiritualidade e no esporte.

A pessoa de posse do conhecimento pode dominar o poder tanto para o bem quanto para o mal. O conhecimento é a supremacia do poder.

O conhecimento na sua dimensão universal faz da pessoa sábia e intelectual.

O conhecimento é o poder que governa o mundo.




*Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de Teologia e História
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
Email.: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com



Notas:
Istoé, 20/11/2002, p.11.
Blainey, Geoffrey. Uma Breve História do Mundo, Editora Fundamento, São Paulo: 2008, pp. 284, 283.
Teles, Antonio Xavier. Introdução ao estudo de filosofia,
São Paulo: Ática, 1978, pp. 82, 83.



Última Alteração: 10:33:00

Fonte: Pe. Inácio José do Vale
Local:Volta Redonda (RJ)

PAPA RECORDA OS 50 ANOS DO ANÚNCIO DO CONCILIO VATICANO ll


Bento XVI presidiu na tarde de ontem, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, as II Vésperas da Solenidade da Conversão de São Paulo, com a qual encerrou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos no hemisfério norte. Estavam presentes na Basílica representantes anglicanos, luteranos e do patriarcado ortodoxo de Constantinopla.



Na homilia, o papa afirmou que a conversão de São Paulo nos oferece o modelo e nos indica a estrada para caminhar rumo à plena unidade: "De fato, a unidade requer uma conversão: da divisão à comunhão, da unidade ferida à unidade restaurada e plena. Esta conversão é dom de Cristo ressuscitado, como aconteceu com São Paulo".



Mas a conversão, recordou o papa, não depende somente de nós, mas é um dom: é a comunhão com Cristo ressuscitado que nos doa a unidade.



O tema da Semana foi extraído do livro do profeta Ezequiel: "Que formem uma só coisa em tua mão" (Ez 37,17). Deste trecho, disse o pontífice, emerge uma verdade cheia de esperança: Deus promete a seu povo uma nova unidade que deve ser sinal e instrumento de reconciliação e de paz também no plano histórico, para todas as nações.



Bento XVI explicou que a unidade que Deus doa à sua Igreja é a comunhão no sentido espiritual, na fé e na caridade, mas esta unidade em Cristo é fermento de fraternidade também no plano social, nas relações entre as nações e para toda a família humana.



"Lá onde as palavras humanas se tornam impotentes, porque prevalece a trágica opressão da violência e das armas, a força profética da Palavra de Deus não permanece em vão e nos repete que a paz é possível, e que devemos ser instrumentos de reconciliação e de paz."



Falando da Terra Santa, Bento XVI afirmou que é importante que os fiéis que lá vivem, como também os peregrinos que a visitam, ofereçam a todos o testemunho de que a diversidade de ritos e de tradições não deve constituir um obstáculo ao respeito mútuo e à caridade fraterna, mas riqueza na multiplicidade.



O papa concluiu a homilia recordando que em 25 de janeiro de 1959, exatamente cinqüenta anos atrás, o bem-aventurado Papa João XXIII manifestou pela primeira vez o desejo de convocar "um Concílio Ecumênico para a Igreja Universal".



Daquela providente decisão, disse Bento XVI, nasceu uma fundamental ajuda ao ecumenismo: "Permanece aberto diante de nós o horizonte da plena unidade. Trata-se de uma tarefa árdua, mas entusiasta para os cristãos que querem viver em sintonia com a Oração do Senhor: 'a fim de todos sejam um, para que o mundo creia'".






Última Alteração: 10:27:00

Fonte: Radio Vaticano
Local:Cidade do Vaticano

BISPO AMEÇADO DE MORTE FALA DA REALIDADE NA AMAZONIA.


O bispo da Prelazia de Marajó, no Pará, dom José Luís Azcona Hermoso, participa do III Fórum Mundial de Teologia e Libertação – FMTL, que se realiza na cidade de Belém, com a participação de cerca de 900 pessoas provenientes de diversas partes do mundo para debater o tema “Terra, Água e Teologia, por um outro mundo possível”. Ameaçado de morte juntamente com outros 2 bispos e mais de 200 lideranças no Estado do Pará, dom Azcona lançou um desafio ao Fórum: fazer um manifesto mundial a ser entregue às autoridades para chamar a atenção sobre a gravidade do problema na região. Falando à revista Missões o bispo espanhol da ordem dos Agostinianos Recoletos, traçou um panorama da realidade na Ilha do Marajó.



Dom Azcona, qual a importância de se realizar a 3ª edição do Fórum Mundial de Teologia e Libertação em Belém, na região Amazônica?
A importância para a Igreja no Brasil é grande por se tratar de um acontecimento mundial. Nós corremos o risco de centralizar o nosso diálogo teológico na América Latina ou somente no Brasil. Esta abertura mundial é algo verdadeiramente fecundo e promissor.
Enquanto libertação, a palavra tem muitos sentidos e creio que também pode ajudar. A pergunta talvez seria: o que o Brasil pode contribuir neste Fórum?



Sobre isso teria uma observação de amigo. A programação não teve em conta, de modo suficinte, a realidade da teologia que se faz no Brasil e especificamente aquela da Amazônia. Foi grande a palestra do Leonardo Boff, mas ele não tem experiência da Amazônia. A teologia dele está construída sobre livros. Outros que falaram ou falarão, com certeza, podem fazê-lo escrevendo artigos em Frankfurt, Chicago ou em Milão. Creio que não houve essa mútua colaboração em diálogo com uma teologia que se faz no Brasil e que deseja abrir caminhos novos e fecundando, de alguma maneira, para outras teologias.



No seu trabalho, o senhor e outras lideranças receberam ameaças de morte por abordarem questões gritantes da realidade. O que está acontecendo no Marajó?



A problemática, em geral na Amazônia é estrutural. O Marajó é uma região abandonada pelas autoridades. Esse abandono secular está aparecendo agora de um modo ameaçador. Por exemplo, a presença do narcotráfico, de modo acelerado, está levando a população a uma crise social e ética que coloca em risco sua própria sobrevivência. Por outro lado, o abandono econômico inside diretamente na proliferação de problemas como a exploração sexual de menores, de jovens, o tráfico de seres humanos, sobretudo através da Guiana Francesa. Eu chamaria essa política de descaso de imobilismo criminoso. Uma região sem lei está contribuindo para que grupos criminosos organizados construam o seu império. Mais tarde será muito difícil erradicar.



Além disso, o Marajó virou questão de segurança nacional. Na região, ao longo de 300 quilômetros, do Pará ao Amapá, a vigilância da Marinha brasileira é inexistente. Se a segurança nacional não funciona, por esse caminho pode se dar o tráfico de armas, o tráfico humano e a biopirataria. Toda essa situação cria um ambiente de alto risco humano, eclesial e evangelizador. Por exemplo, a afirmação que se faz em alguns lugares da Ilha, de que o narcotráfico é bom, que não é mais como era antes quando era ruim. Agora essa atividade é boa porque está ajudando as famílias, está entregando medicamento às crianças desprovidas de políticas públicas. Essa mentalidade vai trazer a guerra em todo o Marajó. O narcotráfico vai dominar e será muito mais difícil erradicá-lo do que nos morros do Rio de Jeneiro ou em Medellín, na Colômbia. Isso pela configuração geográfica de grandes ilhas, rios e selva. É nesse contexto que surgiu a ameaça.



Fizemos denúncias de exploração sexual de menores e adolescentes e de tráfico humano para a Europa, especialmente através da rota Breves, Macapá, Guiana Francesa e de lá para a Europa. E também de Marajó, Belém, Guarulhos em São Paulo, para Madri na Espanha e de lá para toda a Europa. É uma vergonha o turismo sexual que se pratica na Europa, que compra com Euros a dignidade de crianças, adolescentes e jovens. Estamos diante duma crise mundial em que a cobiça sexual se desenvolve de modo brutal e violento desrespeitando os valores mínimos da dignidade humana e social desses menores.



Diante dessas denúncias eu recebi uma comunicação da Comissão de Direitos Humanos em Brasília que tinha colaborado na investigação, dizendo que pelos contatos que tinham em Belém, tanto eu quanto o assessor da Comissão estaríamos sendo procurados para nos matar. Disseram-me que tivesse muito cuidado por se tratar de grupos perigosos. O assessor já foi assassinado e eu estou em pé. No dia 23 de dezembro de 2007, saiu no jornal “O Globo”, o meu nome com uma lista de 15 marcados para morrer, entre os quais três bispos do regional e dois padres com outras pessoas. Hoje, somente no Pará, temos 200 pessoas marcadas para morrer.



A Grande Missão Continental, uma proposta da Conferência de Aparecida, lançada em Quito, durante o CAM 3 – Comla 8, deverá acontecer também no Brasil. Como desenvolver essa Missão na Ilha do Marajó?



Na nossa região, creio que essa Missão Continental, tem seus limites humanos, sociológicos e eclesiais. Diante das problemáticas gravíssimas que atravessamos, a contribuição que pode fazer Aparecida no que diz respeito à Missão Continental é bastante reduzida. Nós devemos criar nossa própria reflexão, partindo da realidade e também da orientação de Aparecida, com nossos próprios posicionamentos e encaminhamentos pastorais. Sem dúvidas, nós precisamos dessa conversão pastoral a partir de uma conversão pessoal, mas concretizada na nossa situação. Marajó tem linhas pastorais específicas que não podem ser confundidas com as do resto do continente.



Jaime Carlos Patias, diretor da revista Missões.



Última Alteração: 08:44:00

Fonte: Revista Missões
Local:Belém (PA)

DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES


Comemoramos neste sábado, dia 24 de janeiro, o Dia de São Francisco de Sales, Bispo de Genebra, que utilizou seus conhecimentos de comunicação para procurar esclarecer a fé do seu povo com seus escritos. Tornou-se o patrono dos jornalistas e escritores católicos. Dom Bosco inspirou-se em seu apostolado e sua espiritualidade e deu seu nome à congregação que fundou para a educação da juventude. É nesse dia que o Papa publica o texto do Dia Mundial das Comunicações, que é comemorado no Domingo da Ascensão do Senhor, neste ano no dia 24 de maio. A publicação da escolha do tema já aconteceu na Festa dos Grandes Comunicadores, que são os Arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel, no dia 29 de setembro.

O tema escolhido e ora publicado do 43º Dia Mundial das Comunicações é “Novas tecnologias, novas relações”, que é completado com o lema: “Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de santidade”. Esse dia foi o único dia especial criado pelo Concílio Vaticano II no Documento sobre a Comunicação, chamado “Inter mirifica”, que é um dos dois primeiros documentos conciliares, aprovado no dia 4 de dezembro de 1963. Já naquela época o documento procurava dar um passo adiante no relacionamento entre a Igreja e a comunicação, assim é que ele deu abertura para outros documentos mais profundos que surgiram depois.

É muito interessante e importante a palavra do Papa Bento XVI dirigida a todos, mas especialmente “a quem faz parte da chamada geração digital” que, como diz o Papa, “com eles quer partilhar algumas idéias sobre o potencial extraordinário das novas tecnologias, quando usadas para favorecerem a compreensão e a solidariedade humana”.

A posição da Igreja é positiva ao reconhecer que essas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade quando passa a enumerar as facilidades de acesso e comunicação global, a onipresença da internet, famílias em contacto em lugares distantes, acesso a documentos e notícias e às descobertas científicas, facilidade de aprendizagem criando inclusive uma nova cultura, novos modelos de comunicação e de relações humanas provocadas pelas novas tecnologias. Lembra Bento XVI que o desejo “de interligação e o instinto de comunicação, que se revelam tão naturais na cultura contemporânea, na verdade são apenas manifestações modernas daquela propensão fundamental e constante que têm os seres humanos para se ultrapassarem a si mesmos, entrando em relação com os outros.

O documento vai lembrar, porém, que o relacionamento não pode ser artificial, passageiro, superficial, mas no relacionamento nascido pelo “amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças”, e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Ao mesmo tempo em que vê com bons olhos as novas tecnologias, o Papa recorda a importância do conteúdo: “aqueles que operam no setor de produção e difusão de conteúdo dos novos “media” não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana.” Assim o Papa passa a considerar as mazelas que podem existir na rede de comunicações e como, no entanto, pode ser utilizada para o bem das pessoas. Recorda também a importância do acesso a todos dos novos instrumentos de comunicação, principalmente aos mais pobres.

Na conclusão, dirige uma especial mensagem aos jovens católicos para que levem “para o mundo digital o testemunho da sua fé. Recorda com muita propriedade que no início da Igreja os apóstolos e os demais irmãos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo Greco-romano, o que exigiu uma séria inculturação. Assim também, recorda o Papa, o anúncio nesse meio, “supõe conhecimento profundo das tecnologias para se chegar a uma conveniente utilização.” Lembra que especialmente aos jovens compete a “tarefa da evangelização deste continente digital”, assumindo de maneira especial “o anúncio do Evangelho aos seus coetâneos”, partilhando com eles o dom mais precioso: “a boa nova de um Deus que se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade”.

Que assim os “dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão”. Conclui o Papa: “a estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos”, e ainda: “o Papa vos acompanha com sua oração e sua bênção”.

Essa belíssima mensagem para o Dia Mundial das Comunicações de 2009 deverá ser estudada pelos nossos grupos de reflexão, e em especial os da Pastoral da Comunicação e assim dar passos ainda maiores nessa missão de evangelizar.






Última Alteração: 08:25:00

Fonte: Dom Orani J. Tempesta, O. Cist. - Arcebispo de Belém (PA)
Local:Belém (PA

CONVERÇÃO DE SÃO PAULO


Pe. Lucas de Paula Almeida



SÃO PAULO: DE PERSEGUIDOR VIOLENTO A APÓSTOLO FOGOSO



De Paulo sabemos pela leitura de suas cartas onde há grandes trechos autobiográficos, e pelo livro dos Atos dos Apóstolos, escritos por Lucas.
Nasceu de uma família rica em Tarso, na Cilícia, fora portanto da Palestina. Mas de família hebréia. Na circuncisão recebeu o nome duplo: um em aramaico - Saul; outro em romano- Paulo. Teve excelente formação e aprendeu corretamente várias línguas.
Conheceu a fundo o Antigo Testamento e toda a legislação Judaica. Profissionalmente era fabricante de tendas e exerceu essa profissão mesmo nos anos de apostolado.
Perseguiu os cristãos com violência, até o dia em que Jesus lhe apareceu na estrada de Damasco. Paulo se converte e se retira para o deserto da Arábia. Volta depois de mais de um ano de meditação e começa sua espantosa atividade apostólica, apesar de sua saúde permanentemente fraca.
Nenhum apóstolo viajou e pregou tanto como ele. Embora não pertencesse aos 12, ganhou dianteira a todos. Paulo foi martirizado em Roma entre os anos de 66 e 68. Desde o século III temos sua festa no dia 29 de junho.
A reforma litúrgica, promovida pelo Concílio Vaticano II, fixou para alguns países (inclusive o Brasil) a festa no domingo. mais próximo ao dia 29.
Paulo teve a cabeça decepada e foi sepultado fora da cidade de perto de onde; hoje se ergue a imponente Basílica de São Paulo , fora dos muros.




COMO ERA A VIDA DE SÃO PAULO?



Jesus resumiu ele mesmo a missão que destinava aos Apóstolos, no dia da ascensão, na hora da despedida: "Toda a autoridade me foi dada, no céu e na terra. Ide, ensinai a todas as nações, batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo que vos mandei. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo". (Mt 28-18-20).
Nos Atos dos Apóstolos e nas epístolas do próprio S. Paulo e também nos evangelhos é que vamos buscar as fontes da conversão de S. Paulo.
Eis o trecho da 1Cor 15, 8-10, numa verdadeira confissão, S. Paulo descreve o que foi o momento máximo de sua vocação e como ele se viu no colégio dos Apóstolos: "Por último de todos aos Apóstolos, Cristo apareceu a mim, como a um abortivo. Porque sou o menor dos Apóstolos, e não sou digno de se chamado Apóstolos, porque persegui a Igreja de Deus. Mas pela graça de Deus, sou o quê sou, e a graça que Ele me deu não tem sido inútil. Ao contrário, tenho trabalhado mais do que eles, não eu, mas a graça de Deus que está comigo".
São Paulo não conheceu Jesus em vida. Mesmo antes da ascensão de Cristo, na companhia dos Apóstolos, nem depois da ascensão. Passou poucos dias em companhia de Pedro, em Jerusalém. Não foi testemunha da morte e ressurreição de Cristo, como o foram os outros Apóstolos.
Seu nome de nascença era SAULO - homem bem versado da Lei dos judeus e inteiramente dedicado à causa dessa Lei. "Também eu acreditei que devia fazer a maior oposição ao nome de Jesus de Nazaré". E assim encontramos Saulo, pela primeira vez, na hora da morte do diácono Estevão.
Lucas deve tê-lo ouvido muitas vezes da boca de Paulo. São como uma confissão, as palavras que acrescentou: "E Saulo havia aprovado a morte de Estevão"... "Persegui até a morte esta doutrina, assim se expressa ele, prendendo e mantendo em cárceres, homens e mulheres". "Ai de vós, guias de cegos... insensatos cegos!". (Mt 23, 16-17).
Mais uma vez saiu Saulo de Jerusalém, atrás dos seguidores de Jesus.
"Com poder e comissão dos sumos sacerdotes fui a Damasco. Era meio-dia. Eu estava em caminho, quando uma luz do céu, mais fulgurante do que o sol, brilhou em torno de mim e dos meus companheiro. Caímos todos por terra e ouvi uma voz que me dizia em língua hebraica: "Saulo, Saulo, porque me persegues? Dura coisa é recalcitrar contra o aguilhão". Então eu disse: Quem és, Senhor? O Senhor respondeu: "Levanta-te, vai a Damasco e lá te será dito o que deves fazer". Como eu não pudesse ver por causa daquela luz, guiado pela mão de meus companheiros, cheguei a Damasco".
Guiado por outros, chega a Damasco este homem, temido por tanta gente, tão seguro de si... Mas, "trêmulo e atônito", como diz Lucas (At 9,6). Três dias esteve lá, sem ver, comer e nem beber. Todas suas certezas estavam derrubadas! A luz fulgurante, a voz de Jesus de Nazaré, num instante lhe mostraram a cegueira em que vivera até aquele momento. Terrível golpe para seu orgulho! Vivera sob o nome de uma coisa morta: a Lei dos judeus. Perseguir a vida, perseguira a Jesus e sua Igreja! Conversão é morte e vida unidas num grande mistério...
Depois de três dias de lutas internas, Saulo estava pronto para seu Deus. "Veio ter com ele Ananias, homem piedoso e observador da lei, muito bem conceituado entre os judeus". Lucas narra como Ananias foi a Saulo por meio de uma visão do Senhor: "Levanta-te e vai à rua Direita e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso, chamado Saulo, ele está orando". Ananias observou: "Muitos já falaram deste homem, quantos males fez a teus fiéis, em Jerusalém. E aqui ele tem poder dos príncipes dos sacerdotes para prender todos que invocam o teu nome". O Senhor, porém, tranqüiliza a Ananias.
Ouviu, então, a voz deste profeta: "Irmão Saulo, recobre tua vista". Naquela mesma hora pude enxergá-lo. Continuou ele: "O Deus de nossos pais te predestinou para que conhecesses a sua vontade, viste a Jesus, o Justo e ouvistes a palavra de sua boca, pois lhe serás diante de todos os homens testemunha das coisas que tens visto e ouvido. E agora, por que tardas? Levanta-te e lava-te. Recebe o batismo e lava os teus pecados invocando o seu nome".
"E Saulo levantou-se e foi batizado. Depois tomou alimento e sentiu-se fortalecido" (At 9, 18s). Assim termina Lucas a narrativa da conversão de Saulo, que prega nas sinagogas, proclama que Jesus é o Filho de Deus, para assombro de todos seus ouvintes que diziam: "Este não é aquele que perseguia em Jerusalém os que invocam este nome?" (At 9, 20s).
Nunca mais Saulo se esqueceu das graças recebidas nos primeiros anos após sua conversão. "Jesus veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro. Se alcancei misericórdia foi para que primeiro em mim, Cristo fizesse brilhar sua magnanimidade e para que assim eu servisse de exemplo àquele que deveriam crer nEle para a vida eterna. Ao Rei dos século, ao único Deus imortal e invisível honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém" (1Tm 1,12-17).

MAIS UM POUCO DE SÃO PAULO

O apóstolo Paulo é talvez o personagem do Novo Testamento que melhor conhecemos, através de suas epístolas e dos Aos dos Apóstolos, que se confirmam e se completam, apesar de alguns pormenores divergentes. Assim é possível estabelecer uma cronologia da vida do apóstolo.
Nascido em Tarso, na Cilícia, pelo ano 10 de nossa era, de uma família judaica da tribo de Benjamin, mas ao mesmo tempo cidadão romano; recebeu, desde a infância, em Jerusalém, de Gamaliel, uma séria formação religiosa segundo as doutrinas dos fariseus. Foi perseguidor da jovem Igreja cristã e esteve presente na morte de Estevão. Teve uma conversão súbita no caminho de Damasco, devido à aparição de Jesus ressuscitado, que lhe indicou a sua missão especial de apóstolo dos gentios ou pagãos, ou seja dos não-judeus. Isso se deu exatamente esse o fato que se recorda no dia de hoje, dedicado à sua conversão (At 9,3-19;1,12.15ss; Ef 3,2s.).
A partir desse momento ele dedica toda a sua vida ao serviço de Cristo. Depois de uma temporada na Arábia e do seu regresso a Damasco, começa a pregar. Sobe a Jerusalém pelo ano 39, depois retira-se para a Síria-Cilícia, de onde é reconduzido para Antioquia por Barnabé, com o qual realiza a sua primeira missão apostólica, entre os anos 45 e 49, em Chipre, Panfília, Pisídia e Licaônia. Foi então que começou a usar o nome grego de Paulo, preferentemente ao judaico Saulo. No ano 49, 14 anos após a sua conversão, vai a Jerusalém para participar do concílio apostólico, onde foi aceita a tese de que a lei judaica não obrigava aos cristãos convertidos ao paganismo. Sua morte se deu em Roma pelo ano 67.



25 de janeiro - CONVERSÃO DE SÃO PAULO



O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.



Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.



Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.



Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.



Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.



Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como "mais forte e mais brilhante que a luz do Sol", desceu dos céus, assustando o cavalo e lançando ao chão Saulo , ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra "visita" de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.



Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.



Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.



O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira "Teologia do Novo Testamento". Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.




PERGUNTAS PARA CONTINUAR A REFLEXÃO



1. Quem foi São Paulo? O que sabemos dele?
2. Onde é que ele nasceu?
3. Quais e quantos nomes que ele recebeu na circuncisão?
4. Qual era a sua formação? Falava algumas línguas? Quais?
5. Perseguiu os cristãos? Porque ?
6. O que é que aconteceu com ele na estrada de Damasco?
7. Paulo se converte e se retira para onde? Como era a sua saúde?
8. Por que é que ele ganhou a dianteira dos outros apóstolos? Como ele conhecia a legislação dos judeus?
9. Quando e onde foi martirizado Paulo?
10. A reforma litúrgica, promovida pelo concílio vaticano II, fixou para alguns países (inclusive o Brasil) a festa no domingo para dia e mês?