FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA
ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM
AGRADECIMENTO
AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM
quinta-feira, 29 de abril de 2010
DESABAFO
"O diálogo estabelecido com Deus, no despertar dessa manhã, me levou a ponderar e refletir sobre três palavras. Deve ser dito, muito difundidas na sociedade secular e também na igreja. Presumidamente, visão, missão e propósito. Deixo, de antemão, a intenção de, simplesmente, tecer um raciocínio, em nenhum momento, compacto ou denso. Até em decorrência da profundidade do assunto. Tão somente, levá-los a pontuarem a simplicidade do evangelho reconciliador, discipulador e acurador."
"a dor
silencio do eu;
retrato da finitude,
despe honrarias;
pinça as mazelas
de santos, profanos e hereges;
emudecida,
corrói as vísceras
de idéias, crenças e valores;
escreve páginas melancólicas,
subverte verdades absolutas,
solapa utopias humanas;
testemunha incomoda,
acena para uma biografia
de anônimos,
de andarilhos,
de comuns"...
Falamos, diga-se de passagem, em demasia, e até, em certos momentos, ressoa como algo estridente, para não dizer como fagulhas de um palavrório inútil, de visão, de missão e propósito.
Ora, sem sombra de dúvida, estamos diante de uma constelação de matérias sobre o tema. Aliás, devo reconhecer, quanto a isso, muito embora haja distorções esparramadas por ai, devemos proceder com a devida ponderação sobre a importância desses elementos.
Agora, arrisco dizer, indiscutivelmente, a raiz da visão cristã ancorada no fato de termos e sermos reconciliados com Deus, através de Cristo.
Vou além, as colocações feitas acima, no desdobrar do vigor da vida.
Não por menos, adentramos na responsabilidade para discernir a missão pautada no servir, no ouvir e no tolerar, em um processo de interação mútua, ou, segundo as cartas escritas pelo Apóstolo Paulo, um organismo vivo.
Nessa linha de raciocínio, pouco afeita a ser um dogma, uma ideologia revolucionária, uma cartilha do que fazer, de como proceder e de quais decisões a serem assumidas, chegamos, então, ao motivo, ao propósito e a vida.
Em resumidas palavras, numa cartada sujeita a sérias considerações, ouso eleger o propósito, ou o motivo, interpretado no manifestar concreto da ação de Deus.
Simplesmente, Cristo Jesus, voltado a promover a cura da existência humana, libertá-la das manchas de um passado de culpa e condenação.
Por conseqüência, ocasionar o desatar das cordas para, enfim, irmos em direção a um futuro chamado de eternidade.
Nisto, conseguiremos compreender as palavras inconfundíveis de Jesus, conforme vem inserido em João 14. 06: "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim".
Verdadeiramente, o caminho nos remete a uma visão, a um destino, de termos sido reconciliados com Deus, através de Cristo; a uma missão, a um sentido, de nos tornamos discípulos do servir, do ouvir e do tolerar; a uma vida, a um motivo ou propósito, para participarmos da cura da existência, da espiritualidade e humanidade do ser humano.
QUANDO TUDO PARECE DAR ERRADO
parece conspirar contra nós. Temos
a impressão de que uma desgraça,
um sofrimento, uma desavença e
tudo de ruim que poderia acontecer resolveram
dar “o ar da graça” no mesmo período.
Perguntamo-nos: será castigo?
Porém, quando as coisas estão caminhando bem,
dentro do nosso critério de avaliação, não paramos
para nos perguntar: será graça, será bênção?
Tudo o que nos ocorre é uma sucessão de acontecimentos. Não há nada que aconteça sem um prévio aviso. O corpo dá sinais antes de uma doença; nossa fadiga ou falta de paciência dá sinais antes de “estourarmos”; o carro dá sinais antes de estragar; uma forte chuva é antecedida de tempo escuro, vento forte e trovadas.
Podemos reverter a situação se estivermos atentos aos “sinais dos tempos”.
Quando percebemos que o tempo vai mudar,
aceleramos o passo na busca de proteção.
Esperamos o tempo ruim passar — e sempre passa —,
e seguimos nosso caminho.
Quando o corpo ou nosso psíquico emocional tenta nos alertar sobre alguma disfunção interna,
fazemos de conta que não ouvimos ou não
queremos ouvir. Seguimos nosso ritmo, temos medo de descobrir algo mais sério, não ousamos levantar
o véu que cobre o problema para analisarmos o que de fato se esconde dentro de nós. Assim, quando começa a tempestade, estamos no meio da rua, suscetíveis...
Muitos de nós caminhamos na vida com
óculos escuros, ou até mesmo com os olhos vendados.
Não queremos enxergar a realidade, empurramos os problemas com a barriga até onde nossas forças
aguentam. Porém, chega uma hora em que
a panela de pressão explode, e aí nos perguntamos:
O que fiz para merecer isso?
A cadeia de dominós que tomba tem um princípio. Se não quisermos ver nossos castelos destruídos, temos de estar atentos e vigilantes.
Quando tudo parece dar errado, antes de vitimar-nos,
seria mais sensato tirar a venda dos olhos e contemplar a realidade — a resposta estará bem perto
de nós, e a solução também.
Vigiai, pois,
porque não sabeis nem o dia nem a hora.
(Mateus, 25,13)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
A GOTA SALVADORA
"Todo aquele, pois, que ouvir estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu., porque fora edificada sobre a rocha" (Mateus 7. 24-25).
"Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura" (Provérbio de domínio público).
Cada vez que chovia gotejava em nosso quarto, e em todas as oportunidades foi chamado um pedreiro para fazer o reparo necessário no telhado.
Havia sempre uma ou mais telhas quebradas (tinham mais de 50 anos) e a troca de telha velha por outra velha [aproveitada de alguma obra]era feita [modelo esgotado no mercado].
Isso nos lembrava de uma passagem bíblica que diz que não se faz remendo novo em pano velho.
"Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque o remendo tira parte do vestido, e fica maior a rotura" (Mateus 9. 16).
E a chuva caia e a gotinha voltava, gotinha que acabou virando jato e, após a estiagem, de novo, estava conosco um pedreiro ou encanador e o ritual se repetia.
Aliás, "encanador" é aqui em Sampa. Lá nas "Gerais" (Minas), nossa terrinha, esse profissional se chama "bombeiro hidráulico".
Até que resolvemos trocar todo o telhado, agora com telhas novas, e chamamos o pedreiro de nossa confiança [nas vezes anteriores ele estava em obras maiores, que não podia paralisar para atender pequenos reparos], o qual verificou que o teto do escritório estava prestes a cair, pois aqui em Sampa o normal não é laje, mas estuque (gesso com arame)!!
Não havia disponibilidade de recursos financeiros, ou seja, não havia mais a famosa "sobra de caixa", tendo em vista que despesas sobem, mas os rendimentos de um aposentado descem ladeira abaixo.
Foi então que tivemos a notícia de que o Governo das "Gerais" (Minas) decidira liberar os precatórios de nossa falecida progenitora, retidos há uns 10 anos.
Confirmou-se o "testemunho", que sempre demos, de que "não acontece um gasto extra, sem que Deus não nos faça antes a provisão com "receita extra".
Tendo em vista que já não fazíamos "reforma" em casa há vários anos, resolvemos também fazê-la, e o que realçava e incomodava mais era a umidade permanente nas paredes.
Quebradas as paredes, constatou-se que a umidade não vinha delas! E agora?
Como resolvemos mudar também o piso, foram retirados dois carpetes que estavam sobre os tacos, e então a surpresa: - A umidade vinha de baixo!!
Foram cavados vários pontos da casa, e em todos eles, no caminho da saída do esgoto, havia crateras enormes, pois a água estava levando a terra, e a casa, um dia, iria afundar.
Verificados todos os pontos de saída para o esgoto, cozinha, banheiros, área de serviço, etc. e não vinham deles as águas que estavam minando a terra sob o piso.
Partiu, então, o pedreiro para verificar as saídas de águas dos vizinhos. Na residência da esquerda tudo normal, mas na da direita (casa vazia) as águas do ralo da chuva corriam para debaixo de nossa casa.
Foi feito, então, o reparo. Trocadas as manilhas e feita a ligação para a saída do esgoto.
Por isso, colocamos como título desta matéria "a gota salvadora", pois se não houvesse a goteira não chamaríamos o pedreiro; se ele não pesquisasse continuaríamos com o problema no solo, até que a casa afundasse, e o teto, se não recuperado, como o foi a tempo, teria desabado sobre nós.
Enfim, não é a "gota salvadora", mas foi Deus quem permitiu a goteira para que pudéssemos ser salvos de desastres "da natureza".
Temos que dizer, como sempre dissemos, DEUS É FIEL!
DEIXE QUE DEUS SEJA EM VOCÊ
Em um momento de dor, inicialmente, questionamos a Deus o por que? Depois começamos a pensar e pensar sobre aquilo e percebemos que não damos conta daquele momento, desgaste emocional, noites em claro, nós perdemos a fome, ficamos sem coragem, sem ânimo e sem fé.
Isso ocorre com todos, nos vimos sem escolhas e nos aborrecemos, nos isolamos e nos modificamos, para viver o problema.
Perdemos a identidade, a personalidade e passamos a ser o "problema".
O problema fica maior do que nós mesmos e começa a nos gerenciar. O nosso espelho reflete a grandeza do problema e até atraímos pessoas com problemas semelhantes.
Cuidamos do problema como se ele fosse um animal de estimação, que chega pequeno e com a medida que alimentamos o animalzinho ele vai crescendo de forma rápida e inesperada e quando percebemos já está um animal adulto.
Muitas vezes o tal problema chega para ficar pouco tempo, mas o nosso apego é tão grande que não deixamos ele ir embora, e assim ficamos com medo de dizer para o problema sair de nossas vidas.
Alguém, me disse assim alguns dias atrás:
“Eu disse a Deus que eu não dou conta desse assunto, com outras coisas eu consigo, mas nesse caso eu não consigo”, eu disse a pessoa, que ela só não dava conta daquele assunto porque ela havia resolvido focar apenas a tal situação e que os outros setores da vida dela já estavam nas mãos de Deus e aquele fato estava nas mãos dela e ela havia agarrado forte e não desejava soltar, para colocar nas mãos do Senhor.
Agimos assim o tempo todo, mas com as dores dos fatos ocorridos observaremos que o problema enquanto no centro de nossas vidas não deixará de ser problema, mas quando o nosso centro for Deus, a proporção disso em nós será bem menor.
Devemos permitir que “Deus Seja em nós”, que Ele Seja em todos os nossos setores, em todas as nossas angústias, em todas as nossa enfermidades, devemos permitir que Deus Seja por nós. “Normalmente sofremos nas áreas onde não deixamos Deus agir.”
Se agirmos corretamente perante as situações, esse agir é o mistério da ação de Deus em nós, considerando que nossas atitudes e escolhas são corretas, pois foram guiadas por Deus, não podemos ficar sofrendo com nenhuma ação, aparentemente injusta, que não venha de Deus, afinal Deus já nos livrou pelas nossas boas atitudes.
Devemos escolher como enxergar os fatos e as situações, eu particularmente não posso dizer que tenho problema, eu sim, tenho o meu dia a dia e minhas batalhas do cotidiano, mas dizer que eu tenho um problema é muita injustiça com as bênçãos que Deus derrama sobre a minha vida todos os dias.
PEDOFILIA E PERDÃO
“Os escândalos acontecem nos países mais prósperos e cultos da Europa (Alemanha, Áustria, Espanha, Holanda, Irlanda, Itália e Suíça) e na mais poderosa nação do planeta (Estados Unidos). Atingem também a Austrália. Destes, quatro são países de maioria católica. O número de crianças, adolescentes e jovens abusados por padres é assustador. Só na Irlanda, os dossiês publicados em 2009 apontam mais de 15 mil vítimas. Na Holanda são cerca de 1.100 casos presumíveis de abuso sexual cometidos por membros do clero na década de 1950.1 Na Alemanha houve um “tsunami” de denúncias, nas palavras de Elke Huemmeler, chefe da força-tarefa criada para prevenir novos casos. Nos Estados Unidos, o crime foi cometido contra duzentas crianças com deficiência auditiva por um único padre durante 24 anos (1950-1974) e na mesma instituição (St. John’s School).
No Brasil, sabe-se que três padres da Diocese de Penedo, em Alagoas, acabam de ser ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Fórum da Justiça Estadual, em Arapiraca, a 146 quilômetros de Maceió, e reconhecidos como pedófilos. O padre mais novo tem 43 anos e o mais idoso 83. Os três foram ordenados aos 25 anos. Seus nomes ainda estão na mais recente edição do “Anuário Católico do Brasil”, mas consta que teriam sido afastados do exercício do sacerdócio. Ainda em Alagoas, foram encontradas em 2009, na casa de um padre alemão, 1.300 fotos com cenas de sexo explícito ou pornografia infantil envolvendo meninos.
Centenas de artigos e editoriais sobre o assunto foram publicados ao redor do mundo, inclusive no Brasil. A Igreja Católica Romana e o próprio papa estão sendo duramente fustigados. A observação de Roseli Fischmann, professora de pós-graduação em educação da USP, parece oportuna: “Copiando a má prática humana na política, [autoridades católicas] esperam a máxima visibilidade dos méritos e a completa impunidade dos erros”.2
A questão do celibato vem à tona novamente. Alguns tentam defender a Igreja Católica e outros a atacam sem clemência. O jornalista João Pereira Coutinho, da “Folha de São Paulo”, esforça-se para minimizar as coisas, lembrando que, das 210 mil denúncias de abuso contra crianças na Alemanha desde 1995, apenas 300 (0,2%) envolveram padres católicos.3 No entanto, ele esquece que essa minoria é composta por pessoas que, por serem ministras de Deus, têm muito mais responsabilidade que as outras. Já o editorial do dia 28 de março do mesmo jornal diz que “há uma diferença básica entre a compaixão pelo pecador, de ordem essencialmente privada, e o esforço, de ordem corporativa e política, de preservar a instituição [tradicionalmente voltada ao segredo e à intransparência] dos escândalos que a acometem”.
Embora seja contrário ao celibato dos padres, o psicanalista Contardo Calligaris não acredita que o fim do celibato seria remédio contra a pedofilia.4 Já o teólogo Hans Küng, conhecido como o mentor dos intelectuais católicos, diz que o celibato “é a raiz de todos esses males”.5 O leigo católico Antônio Carlos Ribeiro Fester, autor de “Justiça e Paz”, endossa o texto de Hans Küng e propõe que o celibato seja optativo para os padres seculares.6 Seja como for, a observação de Paulo deve ser considerada: “Já que existe tanta imoralidade sexual, cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido” (1Co 7.2, NTLH).
Nem Jesus nem os apóstolos instituíram o celibato obrigatório para ministros religiosos. O que eles propõem é a castidade para solteiros, viúvos e casados, para padres e leigos, para homens e mulheres. Nem todo celibatário é casto. Há que se diferenciar uma coisa e outra. É mais fácil ser celibatário do que ser casto.
O voto de celibato e de castidade e o próprio casamento, sozinhos, não garantem a ausência de transgressões e escândalos. Desde a queda, o homem e a mulher têm uma forte índole pecaminosa, não fazem o bem que preferem, mas o mal que detestam, porque o pecado habita neles, como testemunha Paulo (Rm 7.15-16). Ninguém, religioso ou leigo, pode ser ingênuo: todos têm a mesma potencialidade dupla (tanto para o certo como para o errado). Jesus deixou claro que é do interior do coração humano que vem uma porção de coisas más, e entre elas está a imoralidade sexual e o adultério (Mc 7.20-23). Um dos heróis do romancista russo Fiodor Dostoievski diz que “há uma luta entre Deus e o Diabo e seu palco é o coração humano”. C. S. Lewis, o celebrado autor de “As Crônicas de Nárnia”, avisa que todos precisamos enxergar nossa própria pecaminosidade, “além dos atos pecaminosos em particular”. E o filósofo alemão Immanuel Kant confessa: “Somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”. À vista desse problema crônico, não é o celibato nem o casamento que vai nos livrar da pornografia, da infidelidade conjugal, da prostituição, do homossexualismo e da pedofilia. Só há um remédio, aquele que Jesus sabiamente receitou: negar-se a si mesmo, isto é, dizer não à vontade pecaminosa todas as vezes que ela se manifestar, como, por exemplo, a vontade de abusar de uma criança (Lc 9.23).
O bispo de Petrópolis, Dom Filippo Santoro, tem uma palavra precisa e aliviadora: “O momento presente, marcado pela acirrada discussão sobre a pedofilia, é uma grande ocasião de purificação e conversão da Igreja para poder comunicar com transparência a todos o abraço da justiça e da misericórdia de Deus, que é a razão pela qual ela existe”. A corrupção generalizada e escandalosa do clero no século 15 provocou, na primeira metade do século seguinte, a Reforma Protestante e o Concílio de Trento. Os escândalos, por serem insuportáveis, muitas vezes precedem movimentos bem-sucedidos e demorados de reforma moral e religiosa.
Resta saber se há perdão para o padre que mantém relações sexuais com uma mulher com a qual não se casou ou com uma pessoa do mesmo sexo, ou que abusa da inocência de uma criança. É claro que sim, desde que haja transparência, arrependimento — do tipo que João Batista exige (Lc 3.8) —, confissão e propósitos renovados. O mesmo pode acontecer com pastores protestantes e leigos acusados de escândalos sexuais ou outros quaisquer. A Bíblia é um catálogo de pessoas perdoadas, sobretudo nessa área. Basta ler a história da prostituta Raabe, do escândalo de Davi, da “mulher surpreendida em adultério” (Jo 8.3), da “mulher pecadora” (Lc 7.36-50), do homem da igreja de Corinto que se atreveu “a possuir a mulher de seu próprio pai” (1Co 5.1; 2Co 2.5-11) e dos ex-homossexuais passivos ou ativos que foram transformados e perdoados “pela invocação do Senhor nosso Jesus e pelo Espírito de nosso Deus” (1Co 6.11, BP).
O fato é que, se não houver denúncia, se não houver disciplina e se não houver arrependimento e mudança, a pedofilia poderá tornar-se uma prática tão “normal” quanto a prostituição, o amor livre, o adultério, o lesbianismo e o homossexualismo!”
No Brasil, sabe-se que três padres da Diocese de Penedo, em Alagoas, acabam de ser ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Fórum da Justiça Estadual, em Arapiraca, a 146 quilômetros de Maceió, e reconhecidos como pedófilos. O padre mais novo tem 43 anos e o mais idoso 83. Os três foram ordenados aos 25 anos. Seus nomes ainda estão na mais recente edição do “Anuário Católico do Brasil”, mas consta que teriam sido afastados do exercício do sacerdócio. Ainda em Alagoas, foram encontradas em 2009, na casa de um padre alemão, 1.300 fotos com cenas de sexo explícito ou pornografia infantil envolvendo meninos.
Centenas de artigos e editoriais sobre o assunto foram publicados ao redor do mundo, inclusive no Brasil. A Igreja Católica Romana e o próprio papa estão sendo duramente fustigados. A observação de Roseli Fischmann, professora de pós-graduação em educação da USP, parece oportuna: “Copiando a má prática humana na política, [autoridades católicas] esperam a máxima visibilidade dos méritos e a completa impunidade dos erros”.2
A questão do celibato vem à tona novamente. Alguns tentam defender a Igreja Católica e outros a atacam sem clemência. O jornalista João Pereira Coutinho, da “Folha de São Paulo”, esforça-se para minimizar as coisas, lembrando que, das 210 mil denúncias de abuso contra crianças na Alemanha desde 1995, apenas 300 (0,2%) envolveram padres católicos.3 No entanto, ele esquece que essa minoria é composta por pessoas que, por serem ministras de Deus, têm muito mais responsabilidade que as outras. Já o editorial do dia 28 de março do mesmo jornal diz que “há uma diferença básica entre a compaixão pelo pecador, de ordem essencialmente privada, e o esforço, de ordem corporativa e política, de preservar a instituição [tradicionalmente voltada ao segredo e à intransparência] dos escândalos que a acometem”.
Embora seja contrário ao celibato dos padres, o psicanalista Contardo Calligaris não acredita que o fim do celibato seria remédio contra a pedofilia.4 Já o teólogo Hans Küng, conhecido como o mentor dos intelectuais católicos, diz que o celibato “é a raiz de todos esses males”.5 O leigo católico Antônio Carlos Ribeiro Fester, autor de “Justiça e Paz”, endossa o texto de Hans Küng e propõe que o celibato seja optativo para os padres seculares.6 Seja como for, a observação de Paulo deve ser considerada: “Já que existe tanta imoralidade sexual, cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido” (1Co 7.2, NTLH).
Nem Jesus nem os apóstolos instituíram o celibato obrigatório para ministros religiosos. O que eles propõem é a castidade para solteiros, viúvos e casados, para padres e leigos, para homens e mulheres. Nem todo celibatário é casto. Há que se diferenciar uma coisa e outra. É mais fácil ser celibatário do que ser casto.
O voto de celibato e de castidade e o próprio casamento, sozinhos, não garantem a ausência de transgressões e escândalos. Desde a queda, o homem e a mulher têm uma forte índole pecaminosa, não fazem o bem que preferem, mas o mal que detestam, porque o pecado habita neles, como testemunha Paulo (Rm 7.15-16). Ninguém, religioso ou leigo, pode ser ingênuo: todos têm a mesma potencialidade dupla (tanto para o certo como para o errado). Jesus deixou claro que é do interior do coração humano que vem uma porção de coisas más, e entre elas está a imoralidade sexual e o adultério (Mc 7.20-23). Um dos heróis do romancista russo Fiodor Dostoievski diz que “há uma luta entre Deus e o Diabo e seu palco é o coração humano”. C. S. Lewis, o celebrado autor de “As Crônicas de Nárnia”, avisa que todos precisamos enxergar nossa própria pecaminosidade, “além dos atos pecaminosos em particular”. E o filósofo alemão Immanuel Kant confessa: “Somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”. À vista desse problema crônico, não é o celibato nem o casamento que vai nos livrar da pornografia, da infidelidade conjugal, da prostituição, do homossexualismo e da pedofilia. Só há um remédio, aquele que Jesus sabiamente receitou: negar-se a si mesmo, isto é, dizer não à vontade pecaminosa todas as vezes que ela se manifestar, como, por exemplo, a vontade de abusar de uma criança (Lc 9.23).
O bispo de Petrópolis, Dom Filippo Santoro, tem uma palavra precisa e aliviadora: “O momento presente, marcado pela acirrada discussão sobre a pedofilia, é uma grande ocasião de purificação e conversão da Igreja para poder comunicar com transparência a todos o abraço da justiça e da misericórdia de Deus, que é a razão pela qual ela existe”. A corrupção generalizada e escandalosa do clero no século 15 provocou, na primeira metade do século seguinte, a Reforma Protestante e o Concílio de Trento. Os escândalos, por serem insuportáveis, muitas vezes precedem movimentos bem-sucedidos e demorados de reforma moral e religiosa.
Resta saber se há perdão para o padre que mantém relações sexuais com uma mulher com a qual não se casou ou com uma pessoa do mesmo sexo, ou que abusa da inocência de uma criança. É claro que sim, desde que haja transparência, arrependimento — do tipo que João Batista exige (Lc 3.8) —, confissão e propósitos renovados. O mesmo pode acontecer com pastores protestantes e leigos acusados de escândalos sexuais ou outros quaisquer. A Bíblia é um catálogo de pessoas perdoadas, sobretudo nessa área. Basta ler a história da prostituta Raabe, do escândalo de Davi, da “mulher surpreendida em adultério” (Jo 8.3), da “mulher pecadora” (Lc 7.36-50), do homem da igreja de Corinto que se atreveu “a possuir a mulher de seu próprio pai” (1Co 5.1; 2Co 2.5-11) e dos ex-homossexuais passivos ou ativos que foram transformados e perdoados “pela invocação do Senhor nosso Jesus e pelo Espírito de nosso Deus” (1Co 6.11, BP).
O fato é que, se não houver denúncia, se não houver disciplina e se não houver arrependimento e mudança, a pedofilia poderá tornar-se uma prática tão “normal” quanto a prostituição, o amor livre, o adultério, o lesbianismo e o homossexualismo!”
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