FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Sucesso ou fracasso? É você que escolhe.....


“Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade”. (Deuteronômio 30,19). A vida de qualquer pessoa depende, exclusivamente, das escolhas que ela faz. Nosso sucesso ou fracasso está diretamente ligado às escolhas que fazemos. Se as fizermos acertadamente, alcançaremos o pódio como vencedores. Mas se as escolhas forem infelizes, também é certo que amargaremos a derrota. Nossa vida espiritual também depende, exclusivamente, de nossas escolhas. É certo que o pecado está a nossa frente, mas somos nós que decidimos cometê-lo ou não. A escolha é nossa. Se eu pecar, pecarei por decisão própria. Posso até ter sido induzido a tal, mas terei escolhido aceitar a indução. E, é claro, sofrerei as consequências. Escolha! Essa pequena palavra pode levar o homem do inferno ao céu ou do céu ao inferno num piscar de olhos. Escolher bem é o anseio de todos, mas por que nem sempre escolhemos bem? Por que, frequentemente, optamos pela escolha errada? Talvez a escolha não venha a agradar seu pai ou sua mãe, sua mulher, a seus filhos ou seus colegas, mas você sempre terá de pautar suas escolhas na Palavra de Deus. Nossas escolhas exercem influência sobre nossa família. Quando escolhemos corretamente, Deus honra nossa escolha. As escolhas dos pais sempre exercem influência em todos dentro de casa. E se você fizer uma escolha carnal, uma escolha que não glorifica a Deus, isso trará uma influência negativa sobre seus filhos. Porém, quando você faz a escolha certa, todos são beneficiados. Quando você declara: “Na minha casa todos nós vamos à igreja, na minha casa todos serviremos ao Senhor”, seus filhos começam a ir com você. Pode até acontecer de, nas primeiras vezes, eles irem chateados. Podem até ir à igreja emburrados, mas dentro de pouco tempo, eles amarão estar na casa do Senhor. “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína”. (Mateus 7,24-27). Salomão fez uma escolha muito importante quando tomou posse do reinado no lugar de seu pai Davi. E quando ele orou suplicando a Deus, fez um pedido muito singular: “Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo para julgar o teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal” (1Reis 3,9). Salomão pediu a Deus apenas uma coisa: que lhe concedesse sabedoria para escolher e para julgar. E o que Deus lhe concedeu? Sabedoria. Tudo é uma questão de escolha. Este é o tempo de Deus para você. Esta é a hora de Deus para o seu coração. Escolha andar de mãos dadas com o Senhor e na presença dele. “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o Senhor, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o Senhor, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la”. (Deuteronômio 30,15). Paz e bem

Aquieta teu coração porque no Senhor há descanso..


Não deixe que as inquietações do tempo presente tirem seu foco do que é realmente importante Você já percebeu que, quando ficamos inquietos por alguma coisa, não conseguimos pensar em mais nada? Pois é, deixamos aquela preocupação tomar conta do que somos, e por incrível que pareça, ela se alastra, tomando conta do nosso tempo. Tempo que perdemos ao qual poderíamos estar nos dedicando às coisas de Deus. Em Filipenses, Paulo escreveu claramente: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças”, ele está dizendo que não devemos deixar as inquietações do tempo presente nos tirar do foco, porque tudo que nos tira do foco nos afasta da presença de Deus, e tudo que se torna mais importante que Deus é idolatria. Paulo nos aconselha a tornar tudo conhecido pelo Senhor através de nossas orações. Pois, quando deixamos Deus a par de tudo que está acontecendo – mesmo que Ele já saiba, sempre prefere ouvir de nós, para assim agir–, nosso coração encontra descanso, e nossa alma, antes aflita e preocupada, passa a descansar no Senhor. É assim que demonstramos nossa fé e confiança nAquele que pode fazer o que o homem não faz, e faz infinitamente mais do que possamos pedir a Ele. “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” (Mateus 6,34) Paz e bem

A hospitalidade é sobre os outros, não sobre você....


Entretenimento e hospitalidade podem parecer semelhantes, mas são duas coisas completamente diferentes Alguns anos atrás, toda vez que eu entrava em um frenesi de limpeza, meus filhos perguntavam: “quem está vindo?”. Eles perguntavam isso porque eu só limpava assim quando eu ia receber alguma visita. Eu pegava algumas meias perdidas ou limpava um balcão, mas quando alguma pessoa ia chegar, eu mudava completamente meu comportamento em relação à limpeza. Claro, o resultado direto disso é que eu nunca convidava as pessoas no último minuto, e eu certamente não abria minha porta e convidava um amigo para um café ou para o jantar quando eles vinham para dizer oi. Ou eu abria e saia para conversar, fechando a porta atrás de mim, esperando que eles não percebessem as pilhas de roupa e as crianças bagunceiras que estavam atrás. Mas se você tivesse me perguntado se eu praticava hospitalidade, eu teria dito que sim. Afinal, fiz refeições elaboradas para os hóspedes, cuidadosamente acompanhadas com vinho! Coloquei as melhores louças e a melhor toalha de mesa e ofereci dois tipos de sobremesas e café depois do jantar! E eu sempre me certificava de que a casa inteira, até o chuveiro, estivesse impecável antes que os hóspedes chegassem. O que poderia ser mais hospitaleiro do que isso? Qualquer coisa. Esse tipo de preparação não é hospitalidade, é entretenimento. E os dois podem parecer semelhantes, mas como este artigo da Gospel Coalition me lembrou, a hospitalidade e o entretenimento são duas coisas completamente diferentes. Entretenimento foca a atenção em si mesmo A hospitalidade envolve a configuração de uma mesa que faz com que todos se sintam confortáveis. Ela escolhe um menu que permite você ficar e conversar com os hóspedes em vez de ficar acorrentado ao fogão. Ela torna as coisas agradáveis, mas não sente a necessidade de ocultar evidências da vida cotidiana. Às vezes, senta para jantar com farinha no cabelo. Permite que a reunião seja moldada pela qualidade da conversa ao invés da qualidade da comida. A hospitalidade mostra interesse nos pensamentos, sentimentos, sonhos e preferências de seus convidados. É bom fazer perguntas e ouvir atentamente as respostas. A hospitalidade concentra a atenção sobre os outros. Aprendi a diferença passando mais tempo nas casas de outras pessoas. Aprendi que havia pessoas cujas casas parecem sempre prontas para o entretenimento, porque é assim que elas mantêm suas casas. Aprendi que há pessoas cujas casas se parecem mais com a minha, porém elas não deixam que os brinquedos e as cestas de roupa suja impeçam um café com alguém inesperado. E eu aprendi que a hospitalidade não está apresentando um rosto perfeito para que as pessoas pensem bem de você – está convidando uma pessoa para entrar em sua casa porque você gosta dela. Nós fazemos as tarefas domésticas aos sábados agora. Meus filhos não perguntam se alguém está chegando quando limpamos a casa, porque tentamos manter a casa limpa para nós mesmos. Às vezes a vida fica louca e isso reflete na casa, mas eu tento não me desculpar por isso quando alguém chega. Eu os convido para entrar, limpo um espaço na mesa, faço um café e aproveito a companhia. Às vezes eu até deixo as pessoas usarem o banheiro – e como a hospitalidade caminha nos dois sentidos, ninguém comentou sobre o grau de limpeza da área de banho. Fonte: Aleteia

domingo, 10 de setembro de 2017

Chorar não me faz menos homem.....Também preciso de colo...


O homem também chora, embora muitas vezes não assuma o seu choro e tente disfarçar as suas lágrimas e o seu pesar. O homem chora muitas vezes escondido, perdido em seus assombros e penúria, triste, amargurado ou com fúria, mas ele chora convulsivamente e se descabela, soluçando e se esvaindo em lágrimas. Jesus chorou, Pedro chorou e tantos outros heróis choraram ao longo do tempo, ao longo da história. Mas mesmo assim fica um ponto de interrogação: Por que o homem chora? Sabemos que crianças e adolescentes choram e, principalmente, mulher chora, mas para o homem ainda há um tabu e uma "certa" vergonha em ser pego chorando. Apesar de tudo, o homem também chora. Peguei-me pensando nesse tema porque não faz muitos dias chorei, depois de tanto tempo tentando me provar que "homem não chora". O motivo foi justo, pois decorre de algo muito íntimo e pessoal. Percebi que não sou mais forte do que ninguém e também tenho os meus momentos de fraqueza, ou de grandeza, pois não há nada vergonhoso ou negativo quando alguém sente algo e, sem querer, se derrama em lágrimas copiosas que parecem nunca se estancar. A vida nos ensina que, acima da razão, existe a emoção, a comoção e o sentimento que vem de repente e nos leva na sua corrente, nos domina, nos fragiliza e nos deixa em pedaços. Chorei sim, chorei de amor, por amor, me lavei por dentro ao lembrar-me do que passei e recordar fatos que se referem ou se remetem a mais de 30 anos passados,e que me trouxeram ao momento que hoje vivo . Não tenho vergonha de confessar: chorei. Quando eu era pré-adolescente eu chorava muito, não porque apanhava, mas porque já sentia a dor das pessoas, dos animais e até da Natureza. E nunca, até então, eu tinha visto um adulto chorar. Imaginava que choro era só para crianças birrentas ou muito sentimentais como eu. O dia que eu vi um adulto chorar aquilo mexeu muito comigo, tanto que eu não esqueci. Depois vi outros e outros e até o meu pai – o homem mais forte que eu conheci – o meu herói, amigo, companheiro, conselheiro, exemplo, espelho... Aí então eu desabei, percebi que o choro era muito mais comum do que eu pensava e também aprendi que "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". (Salmos 30.5b). Aquela imagem ficou na minha mente, depois vieram as poesias, caí de cabeça nos versos e ali encontrei respostas para muitas de minhas perguntas. Resolvi me dedicar á escrita e mercê disto me tornei Bloguista. Existe um mistério no choro. Existem muitos motivos para chorar e eu não devo enumerá-los aqui. A idéia não é discutir a técnica, mas os efeitos, as razões e, principalmente, a essência do choro. Durante décadas pensei nesse assunto e evitei escrever sobre ele, mas ele é muito real e comum na vida da maioria das pessoas. O homem também chora, disfarça, mas chora, inventa desculpas, finge, lava o rosto, se penteia, mas quando o coração amolece a lágrima desce e não tem como segurar. Posso afirmar que Jesus se abraça a quem chora. Ele chorou no túmulo do seu amigo Lázaro (João 11.35) e ainda hoje chora ao ver a humanidade perdida e despercebida como está. Jesus chorou comigo, me abraçou, me consolou. Eu senti o seu toque e o calor de suas mãos. Ele me restituiu a alegria e me deu forças para caminhar e inspiração para escrever o que você acabou de ler. Jesus nunca nos abandona.

Réu confesso....


‘’A adoração se manifesta como a forma expressa de Cristo, em inspiração e criação, pelo qual nos ajuda a caminhar pela Graça, sem a opressão da perfeição e das farsas para espelhar algo assim, como se o mundo fosse a monstruosidade e, nós, resistentes, em algum gueto moralista, legalista, religioso e distante da vida. ’’ Ao acordar as 08h35min, de mais um 10 de setembro, sento-me na cama, com o corpo um pouco curvado e sinto uma enxurrada de situações vivenciadas e experimentadas. Em meio a essa constatação, sem rodeios, chego a conclusão de, diante do espelho, no banheiro, agora, como se estivesse em um confessionário, o quanto sou um poço de inveja e não há como negar e como sou levado a esconder essa verdade inquestionável de que a raiva passou avassaladora, desejos de ver o outro subjugado para afirmar e reafirmar minhas convicções bateu e causou uma sonoridade estridente. Não sei quanto a vocês, aquela sensação de vitimização, de se conceber acima do bem e mal, de ser palco de injustiças e traições, de que queria mais e muito mais, de uma necessidade de provar, de comprovar, de demonstrar e de expor todas minhas potencialidades. Querer ser lembrado, importante, notado, visto e clicado, até para aliviar essa doentia e, ao mesmo tempo, gostosa necessidade de ser aplaudido. Ora, é bem verdade, há um fluir e confluir caudaloso da teimosia, de desejar o que é do outro, de não se conformar com a ascensão de quem está ao lado, de uma peleja para minhas considerações serem aceitas, registradas, publicadas e cumpridas. Sem sombra de dúvida, tornemos celebres, sereis como Deus e como sou pego, com a boca na botija, em tais anseios, mesmo sem perceber, ao qual, para isso, valho – me das farsas, das máscaras e maquiagens de uma pessoa boa, cordial, prestativa, justa, honesta e por ai vai. Lá no fundo, abro as portas e encaro essa loucura de querer ter o do outro, de suas ilusões, como Caim, que se esqueceu de si mesmo, de suas potencialidades, de sua história, de sua identidade, semelhante ao irmão do filho pródigo. Vamos prosseguir, neste confessionário, acalento, nas gavetas da minha alma, uma desforra de acolher a morte do outro, de uma satisfação pelo erradicar dos marginalizados presos nas penitenciárias, porque são um peso para sociedade e, evidentemente, camuflo com os discursos de uma tolerância zero, em face da criminalidade. De observar, o aparente silêncio diante de questões intricadas, como o aborto, a eutanásia, a homossexualidade e outros são evitados, por meio de uma narrativa bíblica fechada ou de defesas mais assemelhadas com o receio de encarar o evangelho de Cristo, sem cabresto, sem cordas que impedem a navegação, sem encarar a Cruz dos recomeços abertamente. Aliás, chego a conclusão de que não acredito, já faz algum tempo, em revelações, em profecias, em forças místicas e sobrenaturais em um púlpito, mas prefiro a quietude, até para não me indispor com ninguém. De certo, a pornografia atrai, o dinheiro fácil - atrai, o não fazer o que é certo me - atrai, olhar para mulher do outro - atrai, a verdade em pontos de vista – atrai, a descrença com relação bíblia – atrai, a oração como uma espécie de meditação ou reduto para não lidarmos com nossa transitoriedade e pequenez – atrai, desejar a morte de todos os políticos corruptos – atrai, de desconfiar da igreja – atrai e a lista seria interminável. Agora, tudo isso e muito mais, escondo e adoeço no conformismo de uma vida restrita ao tempo sem fim ou a eternidade, como uma aposta (se houver, tudo bem; caso oposto, terminaremos como fagulhas pulverizadas, no cosmo). Não paro por aqui, escondo e me adoeço com uma visão de um Deus que nos deixou, aqui, neste mundo, de egoísmo, de individualismo, de pessoas submetendo pessoas como meios e objetos. Chego a conclusão de arriscar, semelhante a Soren Kierkgard e saltar, ao meandros ou enredos de II Coríntios 12.09 para encontrar uma esperança que não nos tira das contradições, das contrariedades, de respostas que não vem e, talvez, não virão, de perdas e rupturas inesperadas, de vasos que se espatifaram e não encontramos animo para pegá – los, de todo um emaranho de questões que nos abalam e, mesmo assim, essa Graça não nos tira de cena, coloca – se a disposição, sem nenhum passe de mágica, senta, ao nosso lado, nada fala, simplesmente, ouve e ouve, sem o retrucar, sem a réplica, sem a minha vez de falar e defender; ouve e ouve, para, então, levantar a face e se dispor a ir, longe de nos alienar, longe de nos deformar, longe de nos desumanizar, longe de nos enganar, longe de nos distanciar do compromisso e do comprometer com a vida, com o próximo e com a nossa história e com uma eternidade que se forma, a cada dia. Paz e bem

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Igreja Viva, comunhão em comunidade...


“Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo a ninguém. Envolva-o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro, sem movimento, sem ar – ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar-se indestrutível, impenetrável, irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e perturbações do amor é o inferno”. [C. S. Lewis em Os Quatro Amores] Onde existem pessoas, estamos sujeitos ao sofrimento Cresci no ambiente de comunhão da comunidade cristã. Ali, aprendi, fui desafiado, encorajado, nutrido e também ferido e decepcionado. Conheci o gosto da tristeza, da traição, da indiferença. Onde existem pessoas e relacionamentos, estamos sujeitos ao sofrimento das relações. Por isso me aproximo do tema de maneira realista, como quem experimentou da ambiguidade deste contexto, mas também experimenta o amor e esperança viva do potencial curador da comunidade cristã através da presença transformadora do Cristo em nós. Depois de experimentar a dor na comunidade, este trecho em Os quatro amores me relembrou a tentação e os riscos da estagnação neste lugar de dor e isolamento, e me encorajou a caminhar na direção da reconciliação e da renovação do amor pela comunidade. Lembrei que também sou parte da comunidade com potencial de agregar ou ferir. Fui relembrada da aridez da vida quando nos isolamos e dos riscos que isto representa à saúde emocional e espiritual. Meu trajeto de cura também foi em comunidade, experimentando o potencial reconciliador e restaurador que o Espírito Santo promove em nosso meio. Estou falando do corpo de Cristo, família que nos foi dada e que encontramos espalhada ao redor do mundo. Esta expressão visível de Deus que nos identifica para além de traços culturais e idiomas, este corpo de Cristo que se norteia pela Palavra e busca viver essa dinâmica comunitária sob este paradigma. A fé cristã é relacional, comunitária. É pessoal, porém não é privada. Precisamos uns dos outros para crescer. É desejo de Deus que estejamos todos reunidos em nossa diversidade, promovendo unidade, sendo instrumento e um sinal visível com a missão de levar a luz de Cristo a todos os homens. Apesar da natureza espiritual da comunidade cristã, precisamos lembrar de que consiste em um agrupamento de seres humanos feridos que necessitam ser resgatados, redimidos e que caminham num constante processo de transformação e conversão de seu próprio coração ao coração de Deus. Os conflitos relacionais serão frequentes, as dores serão inevitáveis, mas somos o povo da reconciliação e isso precisa ser praticado em nosso meio. Mas como entendemos o conceito de comunidade e quais são nossas expectativas e frustrações? Entender o conceito e a dinâmica da comunidade minimiza a possibilidade de frustrações A comunidade é comumente descrita como um lugar ou local, e a maioria das pessoas se refere a ele como algo que não permanece com eles uma vez que eles deixam esse espaço particular. É preciso ampliar esta percepção, inserindo o aspecto relacional, pessoas reunidas com um interesse comum, visão, missão ou direção. Embora a comunidade geralmente seja um termo descrito para se referir a um lugar em que ocorre a interação social em torno de laços comuns, a conexão e o sentido de pertença não são necessariamente presentes ou experimentados. É preciso atentar para essa dinâmica relacional. Em comunidade sabemos que o espaço é compartilhado e que temos limites e possibilidades na interação, mas construímos um espaço de confiança e liberdade para caminhar na direção um do outro. Isso transcende a noção de lugar, mas pode incluir a localização como uma referência para onde esses relacionamentos são desenvolvidos. Buscamos um sentimento de pertencimento e compromisso uns com os outros. Estas expectativas por si só, podem gerar frustração. Expandindo o conceito de comunidade para a realidade da vida cristã, vemos através deste paradigma que o pecado e a independência criaram nossa alienação de Deus e uns dos outros e que Deus deseja restaurar-nos através do seu Espírito. Nosso modelo para desenvolvimento de relacionamentos deve ser a compreensão do Deus Trino, a Trindade, como uma comunidade relacional própria, vivida em interdependência e em reciprocidade amorosa. Um chamado à amizade O cristianismo pode ser descrito como um chamado à amizade. Como seguidores de Cristo, somos convidados a um relacionamento com Ele, em que não somos mais chamados de servos, mas amigos. É de grande importância reconhecer a necessidade de integrar o mandamento de Deus para amar a Deus com todo o nosso coração e também amarmos nosso próximo. A consciência de que a amizade de Deus para nós é um presente define a prerrogativa de todas as outras relações a serem estabelecidas em comunidade. Assim como a amizade de Deus para nós é graça, as pessoas que Ele nos dá em amizade também são graça para nós. Essa integração é fundamental para a vida cristã e estabelece o paradigma relacional em que devemos viver. O modelo de interdependência é retratado na vida da Trindade e foi vivido por Jesus no mundo como ele encontrou pessoas. Como Jesus vivia entre amigos e em comunidade, e quando se encontrou com pessoas, ele mostrou a graça presente na interdependência. Em nosso relacionamento com o Cristo a consciência de nossas vulnerabilidades nos confronta com a necessidade de uma vida de humildade e reconhecimento de que somos seres dependentes que precisam da graça de Deus e essa relação nos ensina a deixar nosso isolamento. Uma vida de amizade com Deus presume uma aliança e nossas amizades espirituais também devem ser cultivadas como uma aliança de quem assume um compromisso alegre de uma vida compartilhada à medida que somos moldados à imagem de Cristo. Sobre a tensão entre dependência e independência,devemos abordar o tema ao lembrar aos cristãos que, na pessoa de Cristo, Deus nos ensinou que a dependência tem uma dimensão que precisa ser abraçada e que não afeta nosso estado de dignidade como pessoas: "A recusa de depender dos outros não é uma marca de maturidade, mas de imaturidade (...) Nós chegamos ao mundo totalmente dependentes do amor, cuidado e proteção dos outros. Passamos por uma fase de vida quando outras pessoas dependem de nós. E a maioria de nós vai sair deste mundo totalmente dependente do amor e dos cuidados dos outros ". A importância do equilíbrio entre autonomia e independência Fomos criados para a interdependência. Existe uma estreita conexão entre nosso aprendizado e crescimento, e a maneira como desenvolvemos relacionamentos. O que caracteriza uma aliança, um relacionamento, é "conhecer com" ou "na presença de" e isso é algo integral e essencial para aprender e conhecer. Em todas as nossas experiências formativas, percebemos que nossos encontros com a realidade são mediados e interpretados neste contexto de relacionamento, na presença de outro. Uma das principais dificuldades no estabelecimento de relações autênticas, transparentes e significativas é a presença de pecado em nossos corações, que conduz ao desejo de independência e que nos leva ao individualismo radical. Nossa constante luta entre viver a partir do medo ou a partir do amor é o que prejudica nossa capacidade de abrir nossos corações a Deus e aos outros, pois nos limitamos ao nosso próprio conhecimento sobre quem somos e quem é Deus sem a perspectiva mais ampla que o outro pode oferecer e trazer para nossas vidas. A cultura também fala contra a dedicação a relacionamentos profundos e significativos. Somos ensinados a viver vidas autônomas e independentes e, em vez de compartilhar nossas vulnerabilidades e fraquezas para um processo de crescimento e cura e estimulados a aprender a gerir sozinhos essas características da melhor maneira possível na tentativa frustrada de impedir novas interferências em outras áreas de nossas vidas. Através do nosso desenvolvimento como pessoas, aprendemos a temer o desconhecido, e ao fazê-lo, ignoramos as contribuições e as perspectivas que os relacionamentos podem nos trazer ou de como ele nos desafiará para mudanças e crescimento. Como base para a interdependência saudável, existe o contributo fundamental do autoconhecimento, que proporciona benefícios à comunidade como um todo. Em seu poema "Cura", Wendell Berry afirma que “quanto mais coerente alguém se torna em relação a si mesmo como criatura à luz do Criador, mais plenamente adentra na comunhão com todas as criaturas”. Quando a autoconsciência e o autoconhecimento são nutridos, as pessoas entram em comunidade com expectativas mais equilibradas, além de uma noção mais realista de suas limitações e possibilidades. O equilíbrio entre a solicitude que traz crescimento e a vida em comunidade é essencial. Extremos são perigosos. Afinal, o que esperar da comunidade? Essa noção de limitações e possibilidades é o que dá o tom para o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis. As pessoas vão ao encontro da comunidade sobrecarregadas de expectativas e culpa por não ser o que deveriam ser. Embora uma comunidade ideal não exista, uma comunidade deve ser onde as pessoas entendem que são aceitas, apesar de suas fraquezas e limitações existentes. Onde seus dons e possibilidades são incentivados e ativamente envolvidos. Onde oferecemos oportunidades de recomeço e reconciliação. Ao nos aproximarmos como comunidade cristã, é importante perguntar o que posso ser em comunidade, o que posso oferecer e como posso caminhar. A grande dificuldade dos nossos dias é o caminho inverso, o questionamento do que a comunidade pode me oferecer e como pode satisfazer minhas necessidades e contribuir para a minha vida. Quando foco em Deus e no outro, o Espírito Santo trabalha nas minhas fragilidades enquanto ofereço o que posso e quem sou à comunidade, enquanto sirvo as pessoas ao meu redor e isso é tratado no coração de outros da mesma forma. Quando adentro a comunidade com esta perspectiva, administrar expectativas, tolerar frustrações e permanecer em unidade torna-se um caminho mais viável. Na comunidade cristã, com nossas práticas espirituais, temos o espaço para celebração, oração, confissão, perdão, transformação. Precisamos uns dos outros, precisamos de Deus em nós e entre nós. Que nas diferentes fases da vida e momentos de nossa caminhada com Deus, possamos encontrar esperança de nutrir, recomeçar e reencontrar a beleza da comunhão com Ele e uns com os outros. Quanto a mim, sugiro: comece ao redor da mesa, nutrindo a fé e compartilhando a vida. Não despreze o potencial dos pequenos encontros, transformadores, que se expandem para toda a comunidade. Paz e bem

A centralidade da Cruz...


Porque, quando estive com vocês, resolvi esquecer tudo, a não ser Jesus Cristo e principalmente a sua morte na cruz. (1 Coríntios 2.2, NTLH) Qualquer pessoa que estude o cristianismo pela primeira vez logo ficará impressionada com sua ênfase na morte de Jesus e, como já vimos, particularmente com o espaço desproporcional que os evangelistas dedicam à sua última semana de vida. Os autores dos Evangelhos haviam aprendido essa ênfase com o próprio Jesus. Em três ocasiões distintas e solenes Jesus predisse sua morte dizendo: “Era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas… e… fosse morto” (Mc 8.31). Era necessário que isso acontecesse — ele insistiu — porque havia sido predito nas Escrituras do Antigo Testamento. Jesus também se referiu à sua morte como a sua “hora”, a hora para a qual ele viera ao mundo. No começo, ele repetiu que ela ainda “não havia chegado”, mas finalmente pôde dizer que “sua hora chegara”. Talvez o mais impressionante de tudo isso seja o fato de Jesus ter determinado, de modo deliberado, como gostaria de ser lembrado. Ele instruiu seus discípulos a tomar, partir e comer o pão em memória de seu corpo, que seria partido por eles, e a tomar, derramar e beber o vinho em memória de seu sangue, que seria derramado em favor deles. A morte era representada por ambos os elementos. Nenhum simbolismo poderia ser mais claro. Como ele queria ser lembrado? Não por seu exemplo ou seu ensino, não por suas palavras ou obras, nem mesmo por seu corpo vivo ou pelo sangue que corria em suas veias, mas por seu corpo entregue e seu sangue derramado no sacrifício da cruz. Assim, a igreja acertou na escolha do símbolo do cristianismo. Ela poderia ter escolhido qualquer outra entre muitas opções — por exemplo, a manjedoura, simbolizando a encarnação; a carpintaria, que comunica a dignidade do trabalho manual; ou a toalha, símbolo do serviço humilde. No entanto esses símbolos foram ignorados em favor da cruz. A escolha da cruz como o símbolo supremo do cristianismo foi totalmente extraordinária porque na cultura greco-romana a cruz era objeto de vergonha. Como, então, o apóstolo Paulo pôde dizer que se gloriava nela? Esta é uma pergunta cuja resposta buscaremos esta semana. Para saber mais: 1 Coríntios 1.17-25 Paz e bem

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Permanecei comigo Senhor....


Certamente você já conhece a história dos discípulos de Emaús. Eu gosto dessa passagem, quando eles se encontram com Jesus no caminho e não o reconhecem. Cristo falava e eles não entendiam. Como isso foi possível? Muitas vezes, preciso que me falem de Deus, como os discípulos. Então, vou à Missa e ouço a homilia do padre com atenção. Há uma parte do Evangelho com os discípulos de Emaús que me comove. E eu tenho usado essa passagem como uma oração pessoal, em meio à dor e às tentações. Uso também quando não sei o que fazer. É muito simples: peço a Deus que permaneça comigo. “Permanecei comigo, Jesus, porque escurece e eu não posso vencer sozinho as tentações nem enfrentar o mundo e a adversidade. Permanecei comigo, Jesus, porque sem ti nada sou”. Sempre quis ser como eles: ter esse encontro com Jesus sem reconhecê-lo e, ao final, saber que era Ele quem esteve comigo. Sentir arder o meu coração, como no Evangelho: “Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram… mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 28-32) Sou fraco e falho com facilidade. Por isso, me apego aos sacramentos, à oração, à leitura de bons livros que me inspirem, à Eucaristia, às minhas visitas diárias a Jesus no sacrário. Lá, fico com Ele, falo, digo-lhe que o amo, peço que fique comigo. E, com certeza, Ele fica. Não o vejo. Nem preciso. Basta recebê-lo todas as manhãs na Santa Comunhão. Como és bom, Jesus! Estes dias, encontrei uma bela oração, muito semelhante à passagem do Evangelho, mas ainda mais bonita, que é atribuída a Padre Pio. Ela me comoveu profundamente. Ela me lembrou os discípulos de Emaús, quando eles pediram a Jesus: “Permanecei conosco…” Por isso, nesses dias, esta tem sido a minha oração: “Permanecei, Senhor, comigo, porque é necessária a Vossa presença para não Vos esquecer. Sabeis quão facilmente Vos abandono. Permanecei, Senhor, comigo, pois sou fraco e preciso da Vossa força para não cair tantas vezes. Permanecei, Senhor, comigo, porque Vós sois a minha luz e sem Vós estou nas trevas. Permanecei, Senhor, comigo, pois Vós sois a minha vida e sem Vós esmoreço no fervor. Permanecei, Senhor, comigo, para dar-me a conhecer a Vossa vontade. Permanecei, Senhor, comigo, para que ouça a Vossa voz e Vos siga. Permanecei, Senhor, comigo, pois desejo amar-Vos muito e estar sempre em Vossa companhia. Permanecei, Senhor, comigo, se quereis que Vos seja fiel. Permanecei, Senhor, comigo, porque, por mais pobre que seja a minha alma, deseja ser para Vós um lugar de consolação e um ninho de amor. Permanecei, Jesus, comigo, pois é tarde e o dia declina… A vida passa; a morte, o juízo, a eternidade se aproximam e é preciso refazer minhas forças para não me demorar no caminho, e para isso tenho necessidade de Vós. Já é tarde e a morte se aproxima. Temo as trevas, as tentações, a aridez, a cruz, os sofrimentos – e quanta necessidade tenho de Vós, meu Jesus, nesta noite de exílio! Permanecei, Jesus, comigo, porque nesta noite da vida, de perigos, preciso de Vós. Fazei que, como Vossos discípulos, Vos reconheça na fração do pão; que a comunhão eucarística seja a luz que dissipe as trevas, a força que me sustente e a única alegria do meu coração. Permanecei, Senhor, comigo, porque na hora da morte quero ficar unido a Vós; se não pela comunhão, ao menos pela graça e pelo amor. Permanecei, Jesus, comigo; não Vos peço consolações divinas porque não as mereço, mas o dom de Vossa presença, ah! sim, vo-lo peço. Permanecei, Senhor, comigo; é só a Vós que procuro; Vosso amor, Vossa graça, Vossa vontade, Vosso coração, Vosso Espírito, porque Vos amo e não peço outra recompensa senão amar-Vos mais. Com um amor firme, prático, amar-Vos de todo o meu coração na terra para continuar a Vos amar perfeitamente por toda a eternidade. Amém.” Paz e bem

Uma estranha felicidade que esta ao alcance de suas mãos..


A pregação de Jesus começou com um chamado à conversão (Mc 1, 15) e, pouco depois, com um vasto programa de felicidade (cf. Mt 5, 1 ss): Bem-aventurados os pobres, os que choram…, os que padecem perseguição… Os ouvintes devem ter ficado pasmos. Nunca ninguém tinha ligado a felicidade – a bem-aventurança –, à pobreza, às lágrimas, às perseguições… Estaria falando sério? Ou estaria desvendando um mistério desconhecido, até então nunca imaginado? A essa última indagação pode-se responder que sim: essa felicidade de que fala Jesus é um mistério “novo”, que quebra os esquemas e as experiências da história humana. É um mistério que só pode ser esclarecido pelo próprio Cristo, que veio a este mundo para fazer novas todas as coisas (Ap 21, 5). Mais ainda. É um mistério que só pode ser captado contemplando a vida de Cristo, do começo ao fim. Nela encontraremos todas as luzes sobre essas alegrias novas que, em meio às dores deste mundo, desabrocham em forma de vitória sobre o mal, sobre a tristeza e sobre a morte, em felicidade eterna que já pode ser saboreada na terra pelos que vivem “em Jesus Cristo”. É por isso que o Catecismo da Igreja diz, sinteticamente: «As bem-aventuranças traçam a imagem de Cristo e descrevem o seu amor» (n. 1717). As bem-aventuranças são uma perspectiva cristã do amor que leva à felicidade. São um aparente enigma, decifrado apenas por quem é capaz de dizer, como São Josemaria: «Que eu veja com teus olhos, Cristo meu, Jesus da minha alma». Pois todas elas são retratos do amor de Cristo e lições para o nosso amor. Mistérios de felicidade no amor ─ Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. É a alegria do amor que não fica diminuído nem cativo por causa do apego às coisas materiais, ao dinheiro, às ambições egoístas. Quando Cristo pediu ao jovem rico que vendesse tudo e, assim, ficasse livre para seguir seu caminho de amor, o rapaz não conseguiu livrar-se desses apegos, e retirou-se triste, porque tinha muitos bens (Mc 9,22). Não ajunteis para vós – nos diz Jesus – tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, e os ladrões furam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está o teu coração (Mt 6, 19-21). Felizes os que, com coração desprendido, desdobram-se para ajudar material e espiritualmente os indigentes e desvalidos da terra (1 Jo 3, 16-18). 2 ─ Felizes os que choram, porque serão consolados Esta bem-aventurança fala do coração que chora porque ama, e dói-lhe ver-se a si mesmo e ver os outros afastados de Deus pelo pecado. Esse foi o motivo por que Jesus chorou à vista da cidade de Jerusalém, rebelde a seu apelo de conversão (Lc 19, 41 ss). São as lágrimas que voltaram a escorrer por suas faces, misturadas com gotas de sangue, quando, no Horto das Oliveiras, aceitou beber o cálice amargo dos nossos pecados para nos livrar deles com o Sacrifício da Cruz. As lágrimas de contrição encheram de paz e de uma alegria inédita a alma da pecadora que chorou, arrependida, aos pés de Jesus (Lc 7, 36 ss); foram fonte de alegria no céu e na terra quando o filho pródigo voltou à Casa do Pai (Lc 15, 32); e também fazem felizes agora os que alcançam o perdão de Deus numa contrita confissão. 3 ─ Felizes os mansos, porque receberão a terra em herança O amor de Jesus estendia-se a todos, quer o amassem quer o odiassem. Tinha infinita paciência para com os pecadores. E, nos momentos duríssimos da Paixão, como diz São Pedro, ele, ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje; ele, maltratado, não proferia ameaças… Carregou os nossos pecados em seu corpo para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a santidade (1 Pd 2, 23-24). A paz com que sofria sem revidar nem perder a paz nem queixar-se, deixou Pilatos boquiaberto. Nunca tinha visto tamanha paz em meio a tanto horror (cf. Jo 19, 8-9). Aprendei de mim – diz-nos Jesus –, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis repouso para as vossas almas (Mt 11, 29). 4 ─ Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados “Justiça” significa santidade, plenitude do amor a Deus e ao próximo. Jesus desejava a nossa santificação e a nossa salvação eterna mais do que a própria vida: Eu vim trazer fogo à terra, e como gostaria que já estivesse aceso! Um batismo (de sangue) eu devo receber, e como estou ansioso até que isso se cumpra! (Lc 12, 49-50). E, porque nos quer felizes, pede-nos aspirar a um amor grande, pois só esse amor poderá saciar de gozo a nossa alma: Sede, pois, perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito (Mt 5, 48). A sede de justiça levava São Paulo a exclamar, cheio de gozo: Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda bênção espiritual em Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, no amor, diante de seus olhos (Ef 1, 3-4). 5 ─ Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia Quando Jesus foi criticado pelos fariseus, porque tinha compaixão dos pecadores e se aproximava deles, respondeu-lhes: Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar à conversão, mas a pecadores (Lc5, 32). Do alto da cruz, rezava pelos seus algozes: Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!(Lc 23, 34). E a todos nós pedia-nos aprender com ele a desculpar, a perdoar e a ajudar os outros a sair do seu erro: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido… Se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos outros, também vosso Pai não perdoará as vossas faltas (Mt 5, 12.14-15). Uma das maiores alegrias cristãs é a alegria de perdoar. 6 ─ Felizes os puros no coração, porque verão a Deus Se o teu olhar for puro, ficarás todo cheio de luz. Mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas (Mt 6, 22-23). O “olhar” é a intenção com que fazemos as coisas, e a maneira limpa de encarar as coisas da vida e as nossas relações com os outros. A pureza de coração exclui a mentira, a trapaça, o egoísmo interesseiro, a cobiça carnal… Todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração (Mt 5, 27). Nada dificulta tanto ver e entender as coisas de Deus como um coração sujo. Do coração sai tudo, dizia Jesus (Mc 7, 21). Se o coração é puro, a alma se torna transparente, e nela Deus pode ser visto como num espelho. Essa é a alegria que experimentava São Paulo quando escrevia aos coríntios: A razão da nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência de que, no mundo e particularmente entre vós, temos agido com simplicidade de coração e sinceridade diante de Deus, não conforme o espírito de sabedoria do mundo, mas com o socorro da graça de Deus (2 Cor 1, 12). 7 ─ Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus No dia em que São João Batista nasceu, seu pai, Zacarias, profetizou que aquele seu filho prepararia o caminho do Senhor, de Jesus que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz (Lc 1, 76.79). Os anjos anunciaram o nascimento de Jesus com uma mensagem de paz: Paz para os homens de boa vontade (Lc 2, 14); e, antes da paixão, Cristo se despediu com uma promessa de paz: Não vos deixarei órfãos… Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz… Não se perturbe o vosso coração nem se atemorize! (Jo 14, 18.27). Ele, que foi “portador da paz”, declara que nós seremos felizes se procuramos ser no mundo «semeadores de paz e de alegria» (São Josemaria), isto é, se ajudamos os outros a acolher na alma a paz que procede da luta por viver na fé e no amor de Cristo. 8 ─ Felizes os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus Jesus havia anunciado que os seus discípulos, ao longo dos séculos, muitas vezes sofreriam perseguição, calúnias, martírio (cf. Mt 5, 11-12; Jo 15, 18-21). A história atual está sendo o cenário de uma das maiores perseguições já sofridas por cristãos: desde a perseguição procedente de leis e governos empenhados em banir os valores cristãos, até o martírio sangrento de muitos milhares de cristãos – mais, nos últimos decênios, do que os mártires da perseguição romana nos três primeiros séculos –, que estão sendo agora torturados, encarcerados, exilados, degolados pelos que odeiam “o povo da Cruz”. Jesus os chama “felizes”! Muitos mártires morreram com paz, rezando e pronunciando com amor o nome de Jesus – como os dezenove recentemente decapitados na Líbia (2015) –, perdoando os seus assassinos e rezando por eles. Não só tinham a certeza da felicidade eterna no Céu, mas já possuíam a graça da fé que consegue dizer como São Paulo: Estou crucificado com Cristo… Cristo vive em mim… Vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gl 2, 19-20). Uma loucura divina Você meditou um pouco no que acabamos de comentar? Estivemos tratando de um modo muito breve essa página capital da mensagem de Jesus[1]. Mas, se quiser ser feliz de verdade, peça ao Espírito Santo que o ajude a aprofundar nessa loucura divina, mais sábia do que os homens (1 Cor 1, 25). Deixe-me insistir. As bem-aventuranças são um segredo maravilhoso, mas só podem ser compreendidas olhando para o amor de Jesus e contemplando-as em sua vida. Mais ainda. Somente quando nos decidimos a viver na intimidade da Trindade – numa vida de Sacramentos, de fé e de oração – é que começamos a saboreá-las. Descobrimos então a alegria nova de viver: – sob o olhar de Deus Pai – em união com Jesus Cristo – e movidos pela graça do Espírito Santo. (Pe. Faus) Paz e bem

Mostre seu coração para Deus...


As diferentes situações de oração podem nos conduzir ao silêncio interior e nos ajudar a respirar o mesmo alento do Espírito Santo. Pelas diferentes atitudes interiores que ela desperta, a oração revela o que está oculto e permite que entremos em comunhão com Deus, que está presente em nós, nos outros e em toda a criação. Deus nos criou segundo seu olhar de amor, e nos convida a reconhecer seu rastro em nossa história e em sua criação. Ao rezar, nos colocamos sob este olhar criador. Podemos rezar em qualquer lugar, inclusive quando não temos tempo. Um simples movimento do coração voltando-se para Deus já basta. São apenas alguns segundos convertidos em oração. É uma atividade elevada e simples, que não requer apenas um minuto e que podemos fazer a qualquer momento. Jesus rezava assim, constantemente e por todas as coisas, enquanto caminhava ou descansava. Nossa história está inscrita em nosso corpo como as notas musicais em uma partitura. Deus quer fazer uma sinfonia, colocando-nos, homens e mulheres, à frente de sua criação, para proteger o fruto de seu amor. Em sua encíclica sobre a ecologia, o papa Francisco fala com eloquência: “Todo o universo material é uma linguagem do amor de Deus, de seu desmensurado carinho por nós. A terra, a água, as montanhas, tudo é carícia de Deus” (Laudato si´, n. 84). O papa cita São João da Cruz na mesma encíclica: “São João da Cruz ensinava que tudo o que há de bom nas coisas e experiências do mundo «encontra-se eminentemente em Deus de maneira infinita ou, melhor, Ele é cada uma destas grandezas que se pregam». E isto, não porque as coisas limitadas do mundo sejam realmente divinas, mas porque o místico experimenta a ligação íntima que há entre Deus e todos os seres vivos e, deste modo, «sente que Deus é para ele todas as coisas». Quando admira a grandeza duma montanha, não pode separar isto de Deus, e percebe que tal admiração interior que ele vive, deve finalizar no Senhor” (Laudato si’, n. 234). A criação, de modo diferente em suas obras, evoca a imagem do Criador, embora seja apenas um pálido reflexo de sua beleza. Escutamos sua voz no canto dos pássaros, no murmúrio do vento, no mexer das árvores, no rugido da água. O Cântico das criaturas, de Francisco de Assis, chamado também de Cântico do irmão Sol, é uma ilustre resposta a esta presença do senhor na beleza da criação: “Louvado sejas, meu Senhor, com todas as Tuas criaturas, especialmente o senhor irmão Sol, que clareia o dia e que, com a sua luz, nos ilumina. Ele é belo e radiante, com grande esplendor; de Ti, Altíssimo, é a imagem.” Paz e bem

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Minha imperfeição, obrigado Senhor....


‘’Os milagres da Graça sempre foram e serão consolidados por pessoas em encontros e reencontros.’’ Qual o sentido da religião se não nos leva a vínculos afetivos profundos e concretos com pessoas? Será, então, tudo um amontoado de ritualismos e rituais para atenuar nossa mais completa falta de sentido ou nosso mais atordoador e absoluto abismo de nada? Ora, talvez, por esse motivo, os desgraçados pelos infortúnios da vida, de suas injustiças, de suas desigualdades vergonhosas encontram nos redutos, nos guetos, nos labirintos, nos esconderijos dos mantras religiosos uma maneira de suportar um fardo a ser carregado. As vezes, sou levado a questionar se Deus representa e é a nascente incessante de vida, o por qual motivo uns sim e outros não? O por qual motivo uns abençoados e outros sempre na berlinda dos confrontos e conflitos, sem experimentar, nos lábios, o doce das conquistas? Vou mais a frente, uns são curados, preservados, contemplados e outros não? Não sei quanto a você, mas me sinto assim, em muitos momentos, principalmente, quando o script não saiu como esperava. Por ora, ao folhear o texto de João 05 e, ali, encontramos uma narrativa histórica, com toda uma intensidade de crenças, de valores, de hábitos, de ideias e ideal, de sentimentos, de convicções, de desespero, de angustia, de solidão, de justificativas e mais justificativas. Eis o cenário de um espaço, a princípio, destinado a ser o palco dos prodígios e lá de cima, com a lenda de quem entrasse no tanque de Betesda seria, sem nenhuma tardança, curado. Agora, aquele tentava e isto há um tempo prolongado, sem qualquer resultado específico, ou seja, sempre alguém chegava antes e ponto final. Em meio a isso, cheguei a conclusão do por qual motivo Deus não aliviou a situação daquele homem, quebrou o galho, ajudou – o? Sinceramente, não tenho resposta e, acredito, ser o melhor. Mesmo assim, Jesus entra naquele local, repleto de figuras apequenadas, rebaixadas, desprezadas e campos abertos de por que comigo. Não sei as motivações daquele Carpinteiro de vidas, dirigiu – se até aquele homem e declarou vida, declarou o resgate de ser livre e de liberdade, trouxe de volta o respeito e a integridade por ser humano, imagem e semelhança de Deus. Verdadeiramente, os milagres da Graça sempre foram e serão consolidados por pessoas em encontros e, indiscutivelmente, Jesus participa de um encontro e sem se pautar nas agendas de se aquele homem preenchia ou não as cartilhas da santidade, dos critérios teológicos, da dietas religiosas (do sábado, do jejum, da oração, da penitência, das oferendas). Em frontal oposição, ouso dizer o quanto Jesus estende as mãos e monstra ao homem que ser imperfeito não configura ser o fim de tudo. Parto dessa afirmação ou devaneio da minha parte e arrisco seguir a mesma trilha, com o intuito de também dizer: obrigado, por ser imperfeito! Sim, obrigado, porque não vou acertar sempre; obrigado, porque vou me encontrar com a dúvida, com a descrença, com as inquietudes, com as incertezas, com os vazios, com os momentos de solidão e de um silêncio mórbido; obrigado, quando olhar para os lados e perguntar sobre os amigos e perceber o medo de ser abandonado, daquela sensação de ser banido, de se colocar como vítima; obrigado, por me deparar com um olhar que me olha como ser humano e não um número nas estatísticas dos deserdados. Quantos obrigados, quem sabe, não seja necessário serem feitos? É bem verdade, irão curar a todos, livrar, poupar, preservar, enriquecer? Tanto eu quanto você, sabemos que não! Agora, ajudar – nos – á a perceber um Deus ser humano, com o compromisso de nos humanizar, de nos fazer lágrimas, risos, lúdicos, imaginação, afetos, transcendência (ah, uma transcendência que me faça abrir as portas do coração, as janelas das emoções e permitir ser invadido pelo sangue ou pela paixão pela vida). De observar, escrevo essas palavras e esses pedaços, esses encontros e reencontros para, vai lá se saber o por qual motivo, em plena noite de inverno, você possa reconhecer a importância desse obrigado. Paz e bem

terça-feira, 20 de junho de 2017

Busquei o amor e só o encontrei no próximo.....


‘’A fé não se desvenda, mas nos aponta para decisões contínuas, a cada dia, com nossos altos e baixos, com nossos acertos e erros, com nossos sim (s) e não (s), com nossos bons e maus momentos, com nossos por quais razões e suas dúvidas, com nossas descobertas e conquistas. ’’ Hoje, dei uma parada na tresloucada realidade cotidiana, com o trânsito caótico, com as pessoas sempre apressadas e movidas impetuosamente pelo tempo do fazer, do realizar, do cumprir, do ganhar, do obter, do aprovar. Por alguns instantes, ousei parar, dirigi-me ao elevador das palavras e fui ao céu e vi que Deus não está lá. Ora, como, poderão muitos afirmar e interrogar: afinal de contas, Deus, o Princípio do Desconhecido não habita lá? Mesmo assim, cheguei ao sétimo andar, andei por um corredor e ao abrir sete portas, em cada uma das salas, nada pude notar, de sua presença. Ai me veio todo um enxame de teorias, como os apologistas deístas e teístas, da versão de termos sido deixados, a própria sorte, e um abraço. Grosso modo, se Deus não está no Céu, onde, então, posso ou podemos o encontrar? Quem sabe, nos relatos de conceberem como a mais bela das fantasias ou desculpas forjadas pelos homens? Vou além, ou em toda essa gama de nuances religiosa esparramada, por esse mundo afora? Sinceramente, coloco os pés no porto da I Epístola de João 4. 07 a 21, e sou levado pelas ondas de cada versículo para chegar a uma verdade inquestionável, atemporal, eterna, ponto de partida para compreender o quanto a Graça ou o Kairós para todos nos chama a trilhar por uma dimensão relacional, voltado a perceber a relevância e importância do humano, sem nenhum antropocentrismo ingênuo e informe, sem descambar para divindades que, tão somente, agrilhoam, afligem, enxertam as pessoas de culpas e condenações. Diametralmente oposto, o texto nos remete para um desafio, sem delongas, sem sublimações, sem refinações inclinadas a suavizar a condição a fim de decidirmos ou não pelo itinerário do amor. Aliás, não o amor desencarnado, desalmado, desumanizado e, sim e sim, o amor como resposta de um Deus que nos formou com essa capacidade de olhar para o próximo com a intensidade de eros, com a temperança de philia e com o recomeçar de ágape, ou seja, uma confluência de um intenso processo movido pela temperança e revigorado pelo ágape. Diga – se de passagem, ao qual tem seu resgate, através da saga de um Carpinteiro da Galileia, um Messias alderedor de suspeitas e de um discurso libertário, libertino (para os denominados catedráticos da legislação pragmática religiosa). Verdadeiramente, acredito, piamente, Deus não está e muito menos quer está no céu, em algum lugar, escondido, e, de vez em quando, solta porções de pérolas de avivamentos, de ressurreições, de curas, de milagres, de prodígios, de sinais e mais nada. Não e não, custo dar ênfase a esse Deus dos cerimoniais, dos ritualismos, das intervenções ao seu bel prazer. Enquanto isso, a epístola de I João 4. 7 – 21 me abre as portas para esse amor, pelo qual começa, entre nós, eu e você, os reputados cristãos, evangélicos, católicos, ortodoxos, protestantes e outras nomenclaturas referentes a todos alinhados a seguir o ressoar das boas novas. Aliás, longe de reduzir o evangelho a um pacote de atos caritativos piedosos, vai além, porque, através desse amor, traz de volta o inconformismo, diante de uma geração envolta ao egoísmo, ao individualismo, ao casuísmo. De notar, quantos milhares, milhões não encontraram Deus, não no céu, mas na vida de pessoas da irradiação de um Martin Luther King Jr, de uma Madre Teresa de Calcutá, de um C.S Lewis, de homens e mulheres marcadas por terem sido instrumentos para promoção, difusão e consolidação do bem, da justiça, da solidariedade, da esperança, da paz, em meio aos reveses, as contingências, as tensões. Evidentemente, esse Deus não tem a intenção de se apossar de ninguém, apequenar ninguém, amesquinhar ninguém, espezinhar ninguém; esse Deus não se amolda aos céus das ufanias e delírios religiosos, da porfia do homem de jogar as cartas; esse Deus anda pelos morros, por meio de pessoas que não desistiram de oferecer um caminho diferente; esse Deus anda pelas calçadas e esquinas, mas não usa palavras pérfidas e assassinas, com relação as prostitutas, aos garotos de programa, aos travestis; esse Deus não se atrela as ideologias de classes; esse Deus pode ser visto, quando pessoas respondem a proposta de Cristo e começam, sem peso e contrapeso, a folhear as utopias possíveis do partilhar, do compartilhar e do colaborar, a cultivar os dons, como meio de sermos geracionistas de vida; a desenvolver e ampliar os talentos, em benefício do próximo. Não por menos, esse Deus quer que venhamos enfrentar e confrontar as falanges demoníacas, os sistemas e subsistemas fermentados pela maldade, com uma vida de entrega, de doação, de prioridades e valores estabelecidos a oferecer o evangelho transformador e restaurador. Paz e bem

Temos sede e fome, dai-nos de comer ....à Palavra que alimenta.


Nem sempre o que se vê, o que se lê nas redes sociais é inútil, é irrelevante, embora, creia eu, que há uma carência enorme de matérias melhores, de post’s que edifiquem a vida dos leitores sedentos de uma palavra que os confortem, que os consolem, que lhes traga PAZ. Há alguns dias, li na página da Igreja Metodista de Roncador, a quem pedi consentimento para usá-la, a frase que estou utilizando como título do artigo semanal de hoje. Há um episódio no Antigo Testamento [Bíblia Sagrada] em que, nos enfrentamentos entre Israel e os Siros, havia fome em Samaria e o profeta Eliseu predisse a abundância de víveres; quatro leprosos estavam à entrada da porta [os leprosos não podiam viver entre o povo sadio]. Esses quatro homens decidiram entrar no arraial dos siros certos de que a morte era inevitável; se entrassem morreriam, se ficassem fora pereceriam de fome. Ao adentrarem perceberam que não havia ninguém, pois os siros haviam fugido porque o Senhor fizera-os ouvir ruídos de carros, ruídos de cavalos e ruídos de um grande exército; entenderam que o rei de Israel se aliara a outros reis para invadir o acampamento deles e fugiram deixando tudo para trás. Os leprosos estupefatos entraram e comeram a se fartar. Aí vem a boa parte da história: "Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos todos culpados; agora, pois, VAMOS E O ANUNCIEMOS À CASA DO REI" (II Re. 7 9). Os leprosos poderiam, egoisticamente, ter ficado calados continuando a se fartar com o que os siros fugitivos abandonaram, na pressa de irem embora, para não serem pegos pelos "supostos" exércitos inimigos. Não foi isso que fizeram, mas foram e anunciaram as boas-novas, ao rei de Israel, para que aquele povo tivesse, também, saciada a sua fome, a sua miséria. Éramos perdidos pecadores [ainda somos]: "Todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm. 8 23), mas Deus, pelo seu grande amor ao mundo inteiro, "DEU o seu Filho unigênito para que TODO aquele que nele crer não pereça, mas alcance a vida eterna" (Jo. 3 16). Poderíamos, na certa, receber o Senhor Jesus, no coração, para termos o direito de nos tornarmos salvos – nos tornarmos filhos de Deus, família de Deus (Jo. 1 12) no gozo desta graça derramada, por Deus, sobre toda a humanidade, mediante a fé no Senhor Jesus. Poderíamos ficar "na nossa", ou seja, não compartilharmos com o próximo, deixando-o à própria sorte. Incumbi-nos, todavia, fazer o que fizeram aqueles quatro leprosos, qual seja, no nosso caso: ir a todo o mundo e anunciar as boas-novas do Evangelho; boas-novas de que o Senhor Jesus nasceu, viveu, morreu, mas RESSUSCITOU, por nós, sem o que ninguém veria o prêmio da salvação. Não há salvação em nenhum outro e devemos dizer isso sempre, devemos compartilhar a salvação, em Cristo Jesus, com toda a humanidade, até aos confins da terra" (At. 1 8). "Evangelismo é isso, é um pedinte, um mendigo contando a outro faminto onde e como encontrou pão." O Senhor Jesus é o Pão da Vida; Ele mesmo o disse: "Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede" (Jo. 6 35). Temos que compartilhar isso enquanto não chega a hora de prestarmos contas a Deus; esse momento se aproxima rapidamente! Pense nisso! Paz e bem

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Matrimonio a três, eu,você e Deus.....



“Você fez disparar o meu coração, minha irmã, minha noiva; fez disparar o meu coração com um simples olhar, com uma simples jóia dos seus colares. Quão deliciosas são as suas carícias, minha irmã, minha noiva! Suas carícias são mais agradáveis que o vinho, e a fragrância do seu perfume supera o de qualquer especiaria!” (Ct 4.9,10). Uma das realidades mais importantes a serem resgatadas no âmbito da família é a espiritualidade conjugal. Entenda-se por espiritualidade a dinâmica do casal na sua relação entre si, diante de Deus e com Deus. Foi o pecado que introduziu no mundo esta hierarquia que submete a mulher ou leva o homem a sentir-se superior ou mais digno. Na verdade, homem e mulher possuem igual dignidade criatural, trazem em si de igual maneira a imagem e semelhança com Deus e igualmente em Cristo são herdeiros da mesma bênção. Contudo, não são iguais, possuem funções e missões diferentes, não excludentes, mas complementares entre si. E é exatamente aqui, nesta tensão de diferenciação e complementariedade que se dá a dinâmica da espiritualidade conjugal. A seguir, você confere cinco aspectos fundamentais para uma espiritualidade conjugal. 1. Diálogo O casal são dois companheiros de uma viagem. Estão juntos na travessia deste mundo rumo à pátria definitiva. Enquanto peregrinam neste mundo como estrangeiros, ambos se escolheram para tornarem esta jornada mais leve, mais feliz, mais proveitosa e prazerosa a ambos. Logo, é preciso que haja harmonia, concordância, divisão de tarefas e ajuda mútua. É preciso que juntos tracem planos, estratégias, metas e que estabeleçam a rota desta viagem. A primeira exigência para o estabelecimento de uma espiritualidade conjugal saudável é o diálogo franco, aberto e respeitoso. O diálogo serve para aprofundar o conhecimento da alma, da psique, dos sentimentos do outro. O diálogo deve ser frequente, abundante. A internet, o Facebook e a TV não podem, de maneira alguma, empobrecer ou usurpar o lugar do diálogo entre o casal. O diálogo é terapêutico, curativo; nele é possível expor as feridas da alma, os arranhões e as machucaduras obtidas durante a passagem por caminhos mais difíceis e mais escuros desta viagem. 2. Amizade Uma sólida espiritualidade conjugal reclama uma amizade preferencial entre si. Não é possível que homem e mulher possuam amizades mais íntimas, mais confidentes, mais frequentes do que entre si. Claro, esta amizade preferencial não é excludente. Não deve isolar o casal da vida social e da interação com o mundo. Todavia, a amizade entre si é a base para que haja confiança, respeito, prazer da companhia, estabilidade emocional e afetiva e leveza da alma. A amizade é algo que deve ser cultivado por momentos de lazer vividos juntos, por troca de gentilezas e elogios. 3. Mentoria Para que haja uma espiritualidade construtiva entre o casal é preciso que ambos exerçam sobre o outro uma amorosa mentoria ou direção espiritual. Isto é, quando a correção, a crítica ou uma advertência precisar ser feita que ela seja realizada com amor, com franqueza, com firmeza, com ternura e sempre desejando e demonstrando que o que se quer é a felicidade do outro. 4. Intimidade sexual Espiritualidade conjugal tem tudo a ver com intimidade sexual. A união sexual de um homem e uma mulher nos contornos do matrimônio é uma dádiva do paraíso ainda antes da Queda. A sexualidade é um presente de Deus para que o homem e a mulher experimentem aqui nesta vida e durante o transcurso desta existência a indizível felicidade que Deus tem em si mesmo na intimidade da Trindade. Portanto, uma espiritualidade livre de escrúpulos doentios, sem afetação ou perfeccionismo passa necessariamente pela vida sexual do casal. Vida sexual abundante, casta, sem a contaminação da pornografia ou sem a doença da perversão. Intimidade sexual que revele carinho, amor, respeito, desejo, satisfação, realização pessoal na recepção sem reservas do outro e na entrega incondicional de si mesmo. Para os cristãos a sexualidade faz parte integrante do culto espiritual e integral que o homem e a mulher devem prestar a Deus, em tudo dando graças. Vale lembrar aqui que sexualidade não se trata tanto de “genitalidade”, mas de todo um ambiente onde ambos sintam-se desejados, onde ambos percebam que suas presenças encantam e são necessárias. 5. Leitura das Escrituras Para que tudo isso dito seja, de fato e de verdade, eficiente, lógico, que a espiritualidade supõe que marido e mulher leiam as Escrituras juntos, que orem e cada qual ore pelo cônjuge. É evidente que precisam edificar-se mutuamente e que o homem precisa assumir e exercer em favor de sua mulher o seu ministério de pastor e sacerdote do lar cumprindo o que a Escritura lhe prescreve em Ef 5.25-32 e a esposa, como auxiliadora idônea, deve corresponder ao seu amado conforme ensina o mesmo apóstolo um pouco antes em Ef 5. 22-24. Que busquemos uma vida de excelência espiritual na dinâmica conjugal. Paz e bem

Porque expor a graça do encontro ...e a intimidade da confiança. ?


Frequentemente circulam pela internet vídeos de crianças chorando, falando de seus medos e dificuldades. No geral, um adulto, que quase sempre parece ser um dos pais, conversa com a criança lhe fazendo perguntas, induzindo a respostas ou incentivando o prolongamento do seu desabafo. Este momento, ocorrido na intimidade, é visto como potencialmente comovente e promissor de “curtidas”, e assim o adulto retoma o assunto com a criança, o que a faz chorar mais, ou até mesmo acentuar seu discurso queixoso ao perceber que isto tem certo valor para o adulto. Num destes vídeos, questionada sobre seu medo, a criança dizia chorando “Não quero falar disso”. Mas a mãe, possivelmente desejando obter alguns minutos a mais de vídeo, insiste “Mas você já me contou...”, conseguindo então que a filha repetisse sua história. Com a distância da câmera de um smartphone e milhões de visualizações, a mãe capta o desabafo de sua filha que a deveria ter como confidente. A mãe não aparece no vídeo, não expõe sua própria imagem, apenas a da filha; sua voz aparece em tom suave numa atitude acolhedora perante a fala emocionada da menina. Não é possível afirmar qual o sentido e o impacto desta experiência para a criança, que até pode ter se percebido acolhida e ouvida, não sei. Mas que risco há no uso deste momento íntimo e precioso? Que noção sobre intimidade é apresentada a essa criança? O que, nós, adultos, temos compreendido sobre intimidade? Estamos na contramão, tornando público o momento do encontro, e assim criando distâncias ao invés de aproximação, de empatia e de familiaridade. O contato com o outro e o encontro, no lugar mais próximo e afetivo, tornam-se vitrine. O aparente acolhimento perante o choro da criança pode fazê-la deixar escapar seu sentimento e o sentido por ela vivido, enquanto a mãe distancia-se de sua experiência, ao transformar em algo engraçado para os espectadores. Mas perde-se aí a graça do encontro. O valor da intimidade não é mais graça, é recompensa. Sobre isso o filósofo Martin Buber expõe ao falar sobre a relação Eu-Tu: “O Tu encontra-se comigo por graça; não é através de uma procura que é encontrado”, convocando-nos assim a uma atitude receptiva ao Tu. Na conexão vivida num encontro íntimo, há o convite para uma relação. O outro me toca, e me comovo em reciprocidade. Na relação íntima, onde a receptividade torna o outro presente, ocorre o encontro por graça, não por domínio. “Entre ele e ti existe a reciprocidade da doação; tu lhe dizes Tu, e te entregas a ele; ele diz Tu e se entrega a ti.” M. Buber, Eu e Tu, 2004. O outro não é meio para obter algo, pois só consigo encontrá-lo quando suspendo minhas certezas. Nesta perspectiva, a relação acontece porque há igualdade; face a face somos pessoas, e a intimidade é nascida do amor. No amor sou responsável pelo outro. Não o torno meu trunfo ou triunfo. Que possa eu receber o outro como pessoa, e ele a mim. Paz e bem

E ser pai o que é ....?


Coelho Neto escreveu que “ser mãe é padecer no paraíso”. Uma frase poética que mostra dois lados opostos de uma maravilhosa lida: padecimento e satisfação. Mas, e ser pai? Ser pai é deter-se diante do mistério da vida e ousar participar dele. É experimentar com sua esposa esse processo divino de gerar, de fertilizar, de semear. Depois, regar, cuidar, dar atenção e sonhar. É lançar a semente e colher, nove meses depois, o fruto desse amor, fruto inquietantemente aguardado. Ser pai é aprender o desapego de si mesmo. É aprender a domar o selvagem egoísmo e o “eucentrismo” que urra dentro de nós. É deixar-se doer de amor por aquela pequenina criatura, parte de você, que fragilmente espera por seu cuidado e por sua atenção. É morrer para seus “purismos” mais impuros, para renascer genitor. Ser pai é aprender que a cumplicidade mãe e filho é algo inestimável e por isso saber colocar-se, principalmente nos primeiros anos do pequenino bebê, no seu devido lugar. Nesse tempo o pai é especialmente protetor e contemplativo da relação intensa entre os dois: o que esteve dentro, no útero, e a que o acolheu, no útero. O pai, nessa época, é alguém como que de fora. Faz parte da relação, mas não partilha das primeiras revelações íntimas pós-uterinas. À medida que os dias avançam, integra-se de maneira igualmente intensa e amorosa na relação filial. Assim, ser pai é saber cuidar sem ser cuidado, descobrir o ritmo do afastar-se e do aproximar-se, isso tudo sem ferir a si mesmo e ao outro, como que tomado pelo desvanecimento da exclusão e da inferioridade. Ser pai é não exigir para si o protagonismo da história da vida. Ser pai é ver os filhos crescendo ao redor e tê-los como amigos. Todavia, ao mesmo tempo, ser pai é não negar-lhes a bênção do ensino e da orientação, por meio de conversas, beijos, abraços, “varas” e repreensões. Não repreender com dureza e ternura é o mesmo que deixar o filho à solta, à míngua, sem parâmetros que o nortearão para toda a vida. E o pior, sem essa expressão de amor jamais a criança conhecerá profundamente o Deus que é todo amor e todo justiça. O pai que se omite na criação se omite no amor e no cuidado. O dinheiro pouco pode realizar nessa área do relacionamento. Ser pai é ver o tempo passar velozmente, testemunhar os meninos se tornando moços tão belos, tão rapidamente e trazer consigo aquele sentimento de incompletude: “eu poderia ter feito mais por eles…” Ser pai é ser assim: totalmente felicidade, totalmente dúvida. Ser pai é indagar-se no paraíso. Paz e bem

O pecado que vive dentro do meu pecado...


Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. (Gálatas 5.24) É muito vantajoso para os cristãos estar cientes de suas tendências corruptas decorrentes da sua natureza pecaminosa. Essa atenção os guarda de se tornarem cheios de orgulho por meio da ilusão inútil e ímpia de tentarem se tornar justos pelas obras, como se isso os tornasse aceitáveis para Deus. Inchados por essa ilusão, os monges acreditavam que eram santos por causa das obras escolhidas por eles próprios que vendiam a retidão e a santidade deles aos outros. Em seus próprios corações, contudo, eles estavam convencidos de que eram impuros. Confiar em nossa própria justiça e nos imaginar puros são comportamentos muito prejudiciais. Mas, se estivermos cientes da pecaminosidade presente em nossos corações, não confiaremos na nossa própria justiça. Essa compreensão nos humilha de tal forma que nos desprendemos do nosso orgulho e paramos de confiar nas nossas próprias obras. Ela nos impulsiona a correr para Cristo, nosso Reconciliador. Ele não tem uma natureza pecaminosa, impura, mas completamente limpa e santa, a qual ele ofereceu pela vida do mundo. Nele, nós encontramos uma justiça fidedigna e completa. Assim, nós permanecemos humildes – não com falsa humildade, mas com verdadeira humildade – por causa das tendências e defeitos corruptos da nossa natureza pecaminosa. Portanto, seríamos culpados de morte eterna se Deus fosse nos julgar severamente. Mas nós não somos orgulhosos aos olhos de Deus. Nós reconhecemos humildemente os nossos pecados e desejamos o perdão com um coração quebrantado. Confiando na obra de Cristo como Mediador, nós entramos na presença de Deus e suplicamos perdão de pecados. Consequentemente, Deus estende seu céu imensurável de bondade sobre nós e, por amor de Cristo, não nos atribui os nossos pecados. Paz e bem

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Deus para mim.....


Ele não é de plástico. Ele não é visível. Ele é real! Ele é cirúrgico e preciso em Suas ações Ele é tremendo e me inspira temor diante de Sua voz Ele me ouve e me fala, mesmo assim, Deus sempre me surpreende... Ele é o meu apoio quando, às vezes, perco o meu chão Ele é meu suporte para subir as escadas da vida Ele é o escape diante das coisas que não se esperam, que surgem do nada Ele é o meu sustento diante das dificuldades "Ele é o meu socorro presente nas angústias"... Ele é o "EU SOU" Ele tem o universo infinito em Suas mãos e o faz girar como engrenagens de minha vida Ele controla o tempo e marca os segundos para a sua firme e pronta resposta às minhas orações Ele dá o ritmo para a Terra e a Lua se alinharem, provocando ondas de alentos pontuais para mim, sempre nos momentos certos Dos céus ele rege a orquestra que toca o meu ser e harmoniza a minha vontade com o Seu querer... Ele constrói belos caminhos interrompidos Ele refaz as pontes quebradas e faz voltar tudo ao normal Ele tem instrumentos celestiais que agita o mar e o acalma em seguida Ele pode está acima das montanhas e no barulho dos trovões, mas desce como o orvalho das chuvas, que molha e unge o coração aparentemente seco e quebrantado Ele me disponibiliza Suas maravilhosas bênçãos... Ele está no melhor das minhas experiências Ele é grandioso e magnânimo diante dos fatos do meu caminhar Ele é um Deus de promessas que as cumpre uma por uma "Ele transforma água em vinho" Ele é tudo e a razão das minhas conquistas e alegrias, independente das circunstâncias... Ele é bom – suficiente em tudo Ele é profundamente completo para o meu todo Ele é eterno e está além das minhas finitas visões Ele é a Luz da minha vida e totalmente presente na minha mente e nas minhas escolhas Ele é Deus, é meu melhor amigo que mora no meu coração – que ótimo! Paz e bem

A oração no matrimonio, destrói a ferrugem do desamor.....


Não só de amor e sexo viverá o casal, mas também de oração, de muita e sábia oração. É mais necessário aprender a orar do que aprender a dormir com o cônjuge. Marido e mulher precisam aprender a orar juntos e a sós. Alguém acrescentou à passagem de Cântico dos Cânticos de Salomão de que “o amor é forte como a morte” (Ct 8.6) as palavras “mas tem a fragilidade do vidro”. Isso nunca esteve no texto bíblico, porém, todos devemos confessar que expressa alguma verdade. O amor está em baixa hoje em dia. Não se acredita muito nele. Dizemos uma porção de provérbios que encostam o amor na parede. Um deles é: “Quando a pobreza bate à porta, o amor voa pela janela”. Parece que João Ribeiro valorizava provocadoramente mais a palavra ração do que a palavra razão para justificar a longevidade do casamento. Na mesma linha, diz-se que “o amor faz muito, mas o dinheiro faz tudo”. O ditado mais conhecido e mais irônico é este: “O amor é eterno enquanto dura”. Outro provérbio que desacredita o amor diz que “o amor faz passar o tempo e o tempo faz passar o amor”. No entanto, há ditados mais otimistas. Aqui está um exemplo: “Onde manda o amor, não há outro senhor”. O mais equilibrado de todos declara que “o amor antigo não enferruja, e, se enferrujar, limpa-se”. É aí que entra a oração — para limpar a ferrugem do amor, para acabar com a ferrugem do matrimônio. A licença para termos a ousadia de nos dirigir a Deus em oração vem do próprio Deus. É Ele que tomou a iniciativa de abrir esse canal de comunicação entre o totalmente pecador e o totalmente santo, por meio do sacrifício expiatório de Jesus Cristo. Ninguém pode se esquecer da promessa de Deus: “Se você me chamar, eu responderei” (Jr 33.3, BLH). Nem da repetição disso nas palavras de Jesus: “Peçam e receberão, procurem e acharão, batam e a porta se abrirá” (Mt 7.7, BLH). Nem da observação óbvia de Tiago: “[Vocês] não conseguem o que querem porque não pedem a Deus” (Tg 4.2, BLH). A oração tem de ser precisa, consciente e fervorosa. Tiago cita um exemplo: “Se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e Ele dará porque é generoso e dá com bondade a todos” (Tg 1.5, BLH). No lugar da palavra sabedoria, posso colocar um monte de outras palavras, como, por exemplo: “Se alguém, cujo matrimônio se enferrujou, peça a Deus, e Ele desenferrujará o amor”. Somos acostumados e incentivados a pedir apenas bênçãos mais simples e com sabor mais materialista, como saúde, melhor condição financeira, acumulação de bens de consumo etc. Mas não oramos, pelo menos com a mesma frequência, para acabar com as mágoas conjugais,com os conflitos conjugais ou com o desânimo conjugal. Não oramos contra a ferrugem e deixamos que ela destrua o casamento. Seja qual for o problema, em qualquer área, em qualquer circunstância e em qualquer momento, é contra esse problema que precisamos orar, a sós ou juntos. Precisamos ter coragem de orar sobre situações tremendamente complexas, tais como a perda do primeiro amor, fantasias sexuais fora do casamento, dificuldades no relacionamento sexual, ciúmes, monotonia, impaciência, orgulho, mau caráter do cônjuge com o qual se vive, desejos adulterinos e daí por diante. Se contamos todas essas dificuldades a um psicoterapeuta, por que não podemos contá-las ao próprio inventor do casamento? O servo de Abraão pediu a Deus que o ajudasse a localizar a esposa de Isaque entre os parentes da Mesopotâmia (Gn 24.12-14). Isaque orou por vinte anos para Deus pôr fim na esterilidade de Rebeca(Gn 25.19-21). Ana orou por sua esterilidade e por seus aparentemente insolúveis problemas domésticos(1 Sm 1.9-18). A todos Deus ouviu na hora certa. É assim que precisamos orar para destruir os pontos de ferrugem que estão aqui e ali, com precisão, com humildade, com insistência, com fé. A prática da oração não deixa o vidro quebrar nem a ferrugem tomar conta daquilo que, um dia, foram os nossos mais felizes e emocionantes momentos!

Família um bem inquestionável....


“Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e eles serão uma só carne”. (Gênesis 2:23, 24) No primeiro ato do drama da criação, logo na introdução, onde somos apresentados ao autor e consumador da história, somos apresentados também à base da humanidade: a família. Sei que é perigoso falarmos isso, especialmente diante do quadro político que estamos vivendo em nosso país. Certas posições foram batizadas por ideologias políticas: defender a liberdade hoje é bandeira da esquerda; defender a família hoje é bandeira da direita. Em meio à tanta bagunça, nos tornamos reféns da nossa própria época. Contudo, hoje tentarei fazer a defesa de uma ideia eterna. Como costumava dizer Chesterton: não falarei nada de novo, pois muitos já disseram o mesmo antes de mim. É comum encontrarmos discursos de “desconstrução” nos mais diferentes lugares. Pessoas desconstroem tudo hoje em dia, desde gênero, até sexo, músicas, livros e também a família. Contudo, me parece que o conceito que mais desejam desconstruir é a família. Desejam tornar a família em um conceito meramente afetivo. Família se tornou tudo aquilo que é construído na base do amor. Mas, o que realmente é a família? Respondendo de forma bem direta: pai, mãe e filhos. Sei que essa afirmação hoje é digna de apedrejamentos, mas pretendo explicar meu pensamento – que não é meu – no decorrer desse texto. Quando terminar, você pode decidir se me odiará ou se concordará comigo, mas até lá, leia até o final. Antes de qualquer coisa, desejo colocar as cartas na mesa e me apresentar rapidamente para que todos entendam os meus pressupostos: sou cristão, normalmente me defino como discípulo de Paulo, pois me alinho bastante com as suas ideia, contudo, estou mais para um católico reformado no que diz respeito a tradição Cristã. Sou conservador, mas isso não é o que você imagina, pois não defendo as figuras pitorescas comumente referidas como conservadores, não me associe a eles, pois somos muito diferentes. Como conservador, entendo que certos valores devem ser conservados para o melhor desenvolvimento da sociedade, porém, como cristão, entendo que muitos desses valores serão seguidos apenas por aqueles que como eu, são conhecidos historicamente como cristãos. Defendo pautas que entendo que um cristão deve obrigatoriamente defender, embora compreenda que a sociedade em geral recusará essas máximas – talvez um dia fale sobre isso, mas esse dia não será hoje. Como cristão, é meu dever defender os valores que foram passados pela Igreja Católica (Universal) de Cristo durante toda a história, mas não é meu dever forçar as pessoas a concordarem com esses valores, ainda que eu os entenda como eternos e absolutos. Bom, as cartas estão na mesa, agora me sinto mais tranquilo para defender o que pretendo defender. Por que entendo que a família, além de ser a base da sociedade é primariamente constituída de homem, mulher e filhos? Pois essa foi a estrutura inicial escolhida por Deus. Dessa forma, penso que devemos conservar aquilo que nos foi entregue. O que eu não quero dizer com isso? Eu não quero dizer que uma família onde um dos pais morreu ou simplesmente abandonou a família é automaticamente descaracterizada como tal. Mas, pelo menos do meu ponto de vista, é óbvio que essas situações não deveriam existir. Uma pessoa que toma sobre si o dever de outra pessoa, independente do motivo, não conseguirá fazer nem o seu papel e nem o papel do outro plenamente. Situações como essas, embora sejam mais comuns do que muitos admitem, não são situações que todos desejam – embora existam estranhas exceções -, mas são frutos de ações anteriores à constituição dessa família em específico. Bom, acredito que ficou claro o que penso de famílias “não convencionais”, como famílias de pais ausentes, omissos ou falecidos, famílias que tem parentes que não os pais como “cabeças da casa” ou até mesmo famílias de homossexuais, certo? Acredito que sejam famílias e acredito que exista amor verdadeiro entre elas, mas elas foram baseadas em uma estrutura problemática: uma criança que é privada da mãe ou do pai desde a mais tenra idade pode – e muito provavelmente irá – apresentar algum tipo de problema, psicológico, social ou qualquer outro. É com a mãe que a criança aprende – ao menos deveria – a diferenciar as individualidades das pessoas. Com o pai, a criança aprende a respeitar autoridades e eventualmente a exercer autoridade. Com os dois, a criança aprende a viver em sociedade, pois lhe é ensinada dentro desse núcleo toda a tradição que vem sendo passada geração após geração. Por que creio que a família é base da sociedade? Pois é dela que surge aquilo que chamamos de tradição. A tradição é aquilo que mantém uma cultura, pois todos, sem exceção, seguem alguma tradição, e essas tradições, creio eu, nascem dentro das famílias. Somos o que somos pois fomos criados dentro de um núcleo familiar, independente de como ele é formado. É necessário que o ser humano seja criado por uma família, pois é de lá que surge o indivíduo e isso será determinante para como esse indivíduo irá se portar diante da sociedade. Entendo que muitos vão discordar de mim, mas isso é resultado de expor opiniões. Meu dever, enquanto cristão, é afirmar as verdades eternas que chegaram até mim desde Abraão, Isaque, Jacó, os Profetas, os Apóstolos, os Santos Padres, a Escolástica, a Reforma Protestante, os Doutores da Igreja, a Igreja Confessante, os Movimentos Avivalistas, os meus pais e todos os Santos Mártires que entregaram sua vida por causa da propagação do Evangelho de Cristo. Todos eles tomaram como base de suas vidas as Sagradas Escrituras, e por isso, defendiam a família como a base da sociedade, como podemos ver tanto na Doutrina Social da Igreja, como nas doutrinas Calvinistas e tantas outras que falaram a respeito da sociedade. Acredito que os cristãos devem ter as bases da sua fé muito bem fixadas e defendê-las, mas também acredito que os cristãos devem ter em mente o fato de que nossa fé não é a mesma fé do mundo inteiro, por isso, devemos lembrar que nem todos vão agir segundo os preceitos bíblicos que a tradição cristã sempre defendeu. Devemos prezar pelas liberdades individuais de todas as pessoas, mas nunca deixar de dizer o que cremos ser verdadeiro, pois como ouvirão se não há quem pregue? Paz e bem

quarta-feira, 3 de maio de 2017

A riqueza de reciclar o coração em Deus....


O que você faz logo depois que se dá conta de que cometeu um grande erro, um erro tão grande que você que se via como uma pessoa razoavelmente boa, íntegra e madura, percebe que sua autoimagem era uma ilusão? Na Bíblia, momentos assim são descritos por uma imagem bem perturbadora: nudez. Adão experimentou isto. Pedro, o discípulo de Jesus mais impulsivo e também o que tinha mais liderança, se viu nesta situação. O que ele pensava sobre si mesmo não era de fato a realidade! Adão desobedeceu a Deus num jardim com pouquíssimas proibições e muita abundância. Pedro negou a Jesus num momento de grande estresse, descobrindo que seu heroísmo e lealdade eram produtos de sua imaginação. Quanto a mim, os episódios em minha vida que me renderam humilhação foram muitos e de natureza variada. Foram também momentos usados por Deus para ajustar o meu ego inflado. Da mesma forma, o seu momento de profunda decepção consigo mesmo também é seu, não vou lhe perguntar! Adão descobriu que estava nu, sentiu vergonha, se escondeu e em seguida, quando confrontado por Deus, jogou a culpa em Eva. Pedro “saindo dali, chorou amargamente.” (Mt 26.75) Assim como Adão, Pedro continuou afastado, incapaz de fazer o caminho de volta até que o próprio Deus o procurou. Deus procurou Adão na virada do dia. Jesus Cristo procurou a Pedro na praia pela manhã, bem cedinho (Jo 21.3-14). Na maioria das vezes, o Senhor me procurou quando eu finalmente calei a boca, me acalmei e fiquei em silêncio. Há algo muito bonito e que aquece o coração quando leio o relato do encontro de Jesus e Pedro na praia, algo que eu não encontro no diálogo entre Deus e Adão. Pedro tinha pescado a noite inteira e estava nu! (João 21.7) Apesar de ambos, Adão e Pedro, terem estado nus; apesar de ambos estarem conscientes da gravidade extrema de seus atos, a resposta ao convite de Deus é totalmente diferente. Pedro vê os peixes emergindo da água em grande quantidade, olha para o homem na praia. O déjà é imediato. Assim que ele se dá conta de que o homem na praia é de fato o Jesus Cristo, ressurreto, Deus encarnado, ele se veste com pressa, pula na água, largando seus amigos para lidar com mais de 150 peixes! Ele nada desejando estar em terra para poder correr em direção a Jesus! E o Mestre recebe a Pedro com carinho, trata-o com muita dignidade e o reestabelece para ser o líder poderoso que foi. A única outra imagem que consigo associar a esta atitude de Pedro, é a imagem de uma criança que percebe ter feito algo errado, e depois de ter se afastado e curtido a solidão da separação de sua mãe, ouve seu nome ser chamado insistentemente. Nesta cena, ela corre em direção aos braços da mãe, chorando aliviada porque é nesta relação de amor que ela se sente de fato segura, é nesta relação que ela se define como pessoa e descobre de fato quem ela é! Pedro soube acolher e valorizar os movimentos de um Deus Todo-poderoso em sua direção. A diferença entre Adão e Pedro é que Pedro sentiu uma imensa saudade de Jesus! Pedro descobriu que sem Jesus ele não tinha identidade e muito menos um propósito na vida. Vamos aproveitar os nossos escorregões para nos aproximar de Jesus e descobrir nele quem somos. Vamos aproveitar os nossos erros para encorajar as crianças com as quais trabalhamos. Vamos mostrar para as pessoas como encontrar a Jesus quando estão decepcionadas consigo mesmas! Paz e bem