FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sou pecador, mas posso ser redimido.


Senhor, não afaste de mim este cálice, quero sentir o o sabor amargo do meu erro para que possa redimido sorver o néctar do seu amor.  
‘’O que pode ser mais nobre, para melhor dizer, ou decente, senão encararmos a realidade, sem nenhuma mancha de culpa e condenação, de que a nossa caminhada cristã não nos isenta de nós mesmos, mas, até a consumação do derradeiro momento, deparar – nos – emos com nossa vontade, sempre inclinada a se bastar. ’’ Hoje, no espertar de mais uma manhã, ao acordar, veio – me um emaranhado de demandas ou, na mais pura verdade, situações marcadas pelas alternâncias, pelas exigências fantasiosas de ser sempre aceito e reconhecido, dentro de um cenário de incluídos e excluídos. Aí, cogitei, o por qual motivo os meandros da vida não me poderiam ser mais apreciável, mais favorável, mais a meus interesses e ponto final. Devo, sim e sim, confessar, no escoar do soturno, os desejos e excitações trilharam pelo meu mundo interior, virei pra lá e cá, até sucumbir no esfalfar das energias, tinha até ensaiado levantar as cinco da manhã para orar, mas posterguei. Sem hesitar, o dia a dia nos apresenta uma bagagem de sensações, de expectativas, de não (s), de aspirações, de anseios e de duvida. É bem verdade, muitos poderão e irão dizer: - Cadê sua fé? Devo admitir, o coração pulsou e o olhar pelejou por olhar pelo sexo oposto, por dar uma olhadinha naquelas revistas, de falar um impropério ou um sonoro palavrão (diante dos episódios de desegância e rudeza do cotidiano, quem se vale do transito de uma realidade cosmopolita, como a Paulicéia Desvairada ou a tresloucada São Paulo, tem ciência dessas palavras). Abro o jogo, as vezes especulo em me aderir as vias mais maleáveis, menos aderidas a uma ética de práticas de atos e atitudes, de por qual motivo não adotar as rédeas e as regras de um sistema, pelo qual a eternidade parece ter sido trocada em prol de uma felicidade imediatista. Ora, a raiva bate a porta e me enfileiro ao rol dos apologistas da pena de morte, da justiça do bateu, então, levou, de uma interpretação relativista e sem extremismo do perdão e do amor. Vou adiante, assino embaixo e confirmo, longe de qualquer pieguice, indagar sobre a lidimidade de todos os preceitos cardeais da bíblia. Será, deveras, certo isso, aquilo e acolá? Quantas vezes, vou a igreja imbuído de algum receio de ser castigado, de ser punido, de ser solapado (por não levantar as mãos, falar em línguas estranhas, honrar as autoridades constituídas, tanto eclesiástica quanto como seculares). No desfiar dessas palavras, o soar do passe um verniz neste substantivo, neste artigo, neste adjetivo e, para tal sorte, ser visto com bons e agradáveis olhos. Dou mais algumas anotações, para que orar por gestores públicos ou governantes corruptos, prevaricadores, insidiosos e facínoras? Sei muito bem da afirmativa de a justiça pertence ao Senhor, mas ponho as cartas na mesa, caso pudesse, demoliria o Congresso e o reconstruiria. Evidentemente, possa estar insatisfeito, decepcionado, a léguas de distância do lenitivo da Graça Jesus, de certo, colhendo as consequências de decisões e respostas? Sim! Mesmo com o ministério da reconciliação, firmado através do Cristo Ressuscitado, não podemos nos esquecer de que prosseguiremos sujeitos não ao pecado, mas sim a uma vontade sempre voltada a engendrar e procriar uma realidade individualista e alienada. Em poucas palavras, em hipótese nenhuma, ensejo advogar em benefício de uma evangelho balaio de gato. Diametralmente oposto, somos chamados para o "vinde todos os que estais cansados e oprimidos, eu os aliviarei". Quiçá, muitos aguardavam um antídoto apoteótico, uma revelação deslumbrante, uma profecia retumbante; no entanto, simplesmente, devemos lavar a alma e deixar a maquiagem das aparências de lado e encarar o adultério a porta, a traição idem, a desistência idem, as cobranças religiosas inexoráveis idem, as frustrações e os por quais motivos idem. Ademais, tão somente dessa forma, mormente esteja no vale da sombra da morte, perceberei o Senhor comigo e me submergindo na inspiração, na preservação e no ânimo do recomeçar e do amor. Paz e bem

Quando o mal cega.


O livre arbítrio nos da a opção de escolher caminhos. 

“Na verdade é inútil estender-se a rede ante os olhos de qualquer ave.” Pro 1; 17” Essa metáfora sucede a uma série de conselhos, onde, Salomão tenta desencorajar a associação com os maus; literalmente, alude à formação de quadrilha. “Se disserem: Vem conosco a tocaias de sangue; embosquemos o inocente sem motivo; Traguemo-los vivos, como a sepultura; e inteiros, como os que descem à cova; acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos as nossas casas de despojos; lança a tua sorte conosco; teremos todos uma só bolsa! Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; desvia o teu pé das suas veredas;” vs 11 a 15 Entretanto, o fato de o sábio desaconselhar tais atos como inúteis não deve ser entendido como infrutíferos. Na verdade muita gente “ganha a vida” assim; roubando, assaltando, protegidos pela pluralidade de suas súcias, e pelo favor das trevas. Os pesquisadores obtêm sucesso quando querem armar redes às aves, se, o fazem à noite; quando empreendem seus trajetos noturnos elas caem na armadilha. Mas, Salomão referia-se a uma rede ante os olhos, não, oculta. Qual é a ideia então? Que mesmo sendo possível fazer essas coisas fora da vista das vítimas, gozando os indignos frutos, em última análise, o mal feito retornará sobre seus agentes, pois, foi praticado ante os olhos de Deus. “No entanto estes armam ciladas contra o seu próprio sangue; e espreitam suas próprias vidas.” V 18 Assim, se, por um lado a ideia de que trazemos Karmas de outras vidas para purgar nessa é estranha às Escrituras, por outro é patente que seremos plenamente responsabilizados pelos atos praticados. Pois, mesmo que a incidência do mal sobre a sorte dos justos seja uma necessidade, é circunstancial; enquanto, na vida dos que o têm como modo de vida, no fim, será letal. “Não armes ciladas contra a habitação do justo, ó ímpio, nem assoles o seu lugar de repouso, porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal.” Prov 24; 15 e 16 Certo é que, para quem cogita a vida apenas no estágio terreno tem horas que parece que o mal compensa, deveras. Mas, olhar as coisas dessa perspectiva não é permitido aos filhos de Deus; como ensina Paulo: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15; 19 Asafe, aliás, vendo o “triunfo” circunstancial do mal teve uma recaída, da qual se refez, andando no tempo. Ouçamo-lo. “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força. Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros homens. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.” Sal 73; 3 a 6 Ele segue um pouco falando hipoteticamente como néscio; depois, nos tranquiliza cotejando o insensato presente com o passado; a geração antiga; o futuro,com a sorte porvir. “Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos. Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.” Vs 15 a 18 Sim, se louvasse como sábios aos ímpios prósperos macularia a memória dos justos, então, pretéritos; “ofenderia a geração de teus filhos…” Se apostasse num final venturoso duvidaria da justiça de Deus; da qual, Abraão cogitou: “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gên 18; 25 Assim, os ímpios serão condenados pelas suas obras; e, se é vero que os “justos” herdam a justiça de Cristo a despeito das obras, também o é, que as essas serão testemunhas em suas vidas, como consequências necessárias do que O Salvador fez. Sócrates, o filósofo, acertou ao defender que é mais infeliz quem comete uma injustiça, que outrem que a sofre. Afinal, é o injusto que possui uma alma carente de cura. Ademais, as promessas do Salvador buscam injustiçados, não, injustos; “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;…” Mat 5; 6 Por ser o homem uma “ave” racional e arbitrária, só cai nas redes que deseja; sua própria vontade enferma o faz praticar o mal contra si mesmo. Se a hipocrisia enseja miopia quando as consequências chegam, Jeremias nos empresta a lupa: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3; 39 Paz e bem

Confiança e confiabilidade.


Gente crente é gente que confia, que acredita. Entretanto, se Deus é fiel, nem sempre nós também somos. E a “desconfiança” pode contaminar gerações. Explico. Em geral, gostamos de confiar uns nos outros. A confiança torna a vida mais fácil, mais prazerosa. Na Bíblia, esse valor aparece como “fidelidade”: Deus é fiel; Deus é confiável. Assim também as recomendações quanto à família cristã ou quanto aos candidatos a cargos na igreja sempre requerem homens e mulheres fiéis, que criaram filhos fiéis. No grego, “pistóis”: confiáveis, de confiança (2Tm 2.2). De fato, temos dificuldade em confiar em pessoas instáveis, fracas ou volúveis. Ou seja, só confiamos em pessoas confiáveis. Na família, há pais que têm problemas para confiar. São desconfiados. Então, como ensinarão seus filhos a ser confiáveis? Se aquela criança não tem o exemplo e, ao errar, não tem “votos de confiança” por parte do próprio pai, é provável que desenvolva uma personalidade cínica, pusilânime. Nem sempre — pensará você, com algum exemplo em mente. Concordo. As causas e origens desse hábito familiar me parecem muito complexas; contento-me em chamar atenção para o fenômeno. O leitor atento poderá perceber-se descrito aqui e buscará ajuda. Um conselheiro experimentado poderá caminhar com ele e com sua família, na busca da quebra dessa cilada do diabo (Ef 6.11). Esse conselheiro poderá encontrar um pai crente, mas de personalidade manipuladora, que usa segredos e meias verdades como expediente de controle. Sim, mesmo entre crentes, porque esse “expediente” pode ter sido um meio de sobrevivência, por gerações. Poderá encontrar pais que não se percebem autoritários, mas que não dão espaço para diálogo e transparência, nem liberdade de decisões autônomas, instituindo, ao contrário, a relação “gato e rato”. Os ratinhos, talvez por necessidade de sobrevivência, desobedecerão e sabotarão no que puderem e se tornarão “infiéis”, aos olhos de seus pais. Talvez infiéis por formação e personalidade. O autoritarismo produz separação, “esperteza”. Isso é mais comum entre crentes do que gostaríamos de admitir. Naquelas famílias em que o evangelho chega transformando tudo — salvação, em seu sentido mais glorioso –, esse tipo de problema pode passar despercebido e permanecer “ativo” por gerações, reproduzindo-se como conduta normal. Entretanto, o “ministério da reconciliação” pode estender pontes sobre esses abismos. Tudo começa com a revelação do problema pelo Espírito de Deus e com a percepção dele por corações piedosos. Imediatamente saem em busca de ajuda para romper o esquema. Entretanto, como poderão esses fossos ser transpostos? Penso, entre outras coisas, em “confissão”. Tiago fala, em sua carta, de confissão e cura (Tg 5.15-16). Sim, é o caso de cura, pois já estamos no terreno da enfermidade. No momento em que a família se debruça sobre um fenômeno como esse e, em oração, o identifica e renega diante de Deus, ela entra em convalescença. Cristo salva. Agora é vigiar e orar, porque hábitos familiares são persistentes. Agora é cultivar a paz e a alegria da “fidelidade presumida” em cada gesto e em cada circunstância. Por: Rubens Amorese

segunda-feira, 31 de março de 2014

Enraizados na fé.


''o olho se quebra, ao lado da angústia, e uma subita amante que se veste com o nada, enquanto suas digitais, marcam as páginas solitárias numa carta anônima, sobre uma mesa de bilhar.'' A cada dia, ao ouvir o despertador, sinto mais um dia, mais uma incursão na tresloucada realidade metropolitana. A correria por atender as agendas do faça isso, aquilo e acolá. Ah, como aspiramos participar do sucesso, de ser reconhecido, de ser incluído num mundo de bem-estar, de civilidade, de cartões de crédito, de consumir e descartar, num ciclo vicioso, de ser parte de uma engrenagem regida pela ética do custo e benefício. Não restrito a isso, de interpretar tudo ao nosso redor, por meio dos gurus da auto-ajuda, das lideranças personalistas e do imediatismo da internet. Em meio a esse redemoinho de inovações e novidades, debruço-me sobre uma pessoa em fé. Aliás, não digo de fé ou com fé, mas sim em fé e isto nos remete ao submergir em uma revolução do silêncio para, então, ouvir a inversão proporcionada pelas boas novas. Digo e faço tais abordagens, em função de, desde quando me via como gente, concebia as pessoas com e de fé, como predestinados, escolhidos e enquanto os demais permaneciam com as sobras de um favor divino. Assim, de um lado, encontramos os defensores do sobrenatural , ao qual aplaudem a via dos arroubos místicos e, de certo, se valem para firmar suas justificativas. Afinal de contas, não sou feliz, porque falanges demoníacas militam se engajam em face da minha vida. Neste ponto, aqui vem todo um pacote de maldições hereditárias, de mandingas, de crendices, de esquizofrenias coletivas, de atribuir ao tinhoso, ao coisa ruim, ao chifrudo e tudo mais autoria por tamanhos infortúnios. Noutro lado do rio, os militantes, quiçá, um parcela, malogrados com as irresponsabilidades de pessoas que fizeram e fazem dos púlpitos plataformas voltadas a manipular, engodar, insuflar definições e descrições adultera da Graça Jesus, pelo qual pessoas são lançadas em expectativas absurdas e irreais. Por conseqüência, elegem os ditames da razão, da avaliação empírica, como os únicos elementos adequados para determinar o certo e o errado. Para estes, falar em línguas estranhas, os relatos de milagres, de sinais e de prodígios não passa de válvulas de escape para pessoas frágeis, vulneráveis e desprovidas de uma visão de progresso. Então, o que vem a ser uma pessoa em fé? O texto de Marcos 09.24 traz a narrativa de um pessoa aberta para reconhecer suas limitações, abre o jogo de sua incredulidade, não esconde a descrença com relação as apologias messiânicas (tão abundantes, em sua época). Quão triste se percebe um modelo de fé utilitária e ao qual contempla meus interesses e ponto final. É bem verdade, juntamo-nos, em torno de um idealismo ou somos invadidos pela alegria de viver, de andar, de olhar, de subir em uma escada, de nadar numa piscina, num lago, no mar; de andar descompromissado; de enfrentar os desafios; de não conceber o próximo, como um gladiador; de reconhecer que os erros ocorrerão. Ora, de maneira alguma anulo as potestades e suas articulações, mas será que nossos cultos se resumem sessões exorcismos coletivos para afastar os malefícios, muitos, causados por nossas mancadas? Infelizmente, chegamos a igreja e nos esquecemos de que fomos chamados para ressurreição dos encontros. Nessa relação de vazio e insatisfação, tudo se resume um fardo. O casamento, os filhos, as conquistas, as pessoas, a Graça, a eternidade, nós e, assim a lista se desdobra, tudo não passa de um fardo, de cansaço, de tolice. Agora, uma pessoa em fé não tampa o sol com a peneira, enfrenta e não esta imune aos reveses da vida e mesmo assim aceita o risco de não ser mais um na multidão e, opostamente, participar e partilhar da fé cristã que não desencadeia nenhuma dicotomia no ser humano. Ademais, uma pessoa em fé baixa a guarda, da uma pausa para respirar e aceita as mãos estendidas. Paz e bem

Uma ferramenta cega.


Muito se fala sobre como as redes sociais mudaram nossa forma de nos relacionar. Mas será que ela também afeta nossa espiritualidade? Quando se fala sobre “espiritualidade”, não é bom pensar somente em “tempo de oração”, “tempo de leitura bíblica”, ou “trabalho na igreja”. Essas coisas alimentam a espiritualidade, ou resultam dela, mas não são a espiritualidade em si. A ausência das práticas devocionais indica uma doença espiritual, assim como a falta de apetite é sinal de doença. Quando se fala de afetações a espiritualidade, os principais sintomas são uma vida desequilibrada, relacionamentos interesseiros e superficiais e corações insensíveis. O buraco é mais embaixo. Mas como a Internet tem afetado tudo isso? O uso da internet, com todo seu foco multitarefa aos poucos está afetando a nossa forma de trabalhar, estudar, ler e até mesmo relacionar. Cada vez olhamos mais rápido e com menos interesse. Temos múltiplas abas abertas em nosso navegador e conversas simultâneas em nosso Facebook. Música, material didático, notícias, mangás e redes sociais dividem nossa atenção o tempo todo. O lado bom é que somos, aparentemente, seres mais eficientes. Em aparência apenas, porque estudos já mostram que, na verdade, não. Mas sabemos aproveitar cada segundo de tempo. Não temos mais que passar pela “chatice” de esperar. Enquanto Paulo não responde, falo com Luciana, e aí depois com Cezar. Enquanto o vídeo não carrega, tem uma notícia me esperando. Enquanto não crio disposição para estudar Java, tem dezenas de abas me esperando. Quanta eficiência! Mas essa “vantagem” também traz um grave perigo: o hábito da superficialidade. Nada é tão importante que mereça minha atenção dedicada, e sem essa atenção dificilmente nos aprofundamos em algo. Aos poucos, passamos a enxergar mais o perfil que a pessoa, a matéria que o aprendizado, a notícia que o fato. Queremos bônus sem ônus, e o perigo é nos tornarmos seres ultra-pragmáticos, superficiais, incapazes de esperar, de se dedicar. Como nos alerta Nicolas Carr, "a internet está nos tornando pessoas superficiais" (http://goo.gl/vEZa1p). Jesus nos chama para relacionamentos profundos, com Deus e com o próximo. Ele nos chama para sermos profundos, e termos profundos laços com o que nos cerca. Isso exige espera, paciência, mansidão, longanimidade e paz. O quão profundo você tem sido? Uma outra curiosidade sobre as redes sociais são os chamados fakes. Perfis falsos, com objetivos que vão desde homenagear ídolos, fazer piadas ou agir como trolls, eles são comuns e estão por aí. Eles criam imagens que não correspondem a si mesmo, e agem como tal. Mas eles não são os únicos! Nós também fazemos o mesmo, quando dizemos que um dia comum foi “maravilhoso, excepcional”, ou quando transformamos uma ida ao shopping em “magnífica”, fingimos que a nossa vida é a maior empolgação e “rimos litros” de qualquer piada do 9GAG. Essa é uma herança dos hipsters: buscar mostrar superioridade em tudo que escolhe (http://goo.gl/9rfSwy). Será que nossa vida é tão excepcional assim? Será que não temos problemas, ou se temos, será que pensamos tão profundamente sobre eles quanto queremos parecer, ao postar frases e versículos no Facebook? E aliás, por que mesmo você posta no Facebook? Segundo pesquisa (http://goo.gl/sk519e), o brasileiro passa cerca de 6,3 horas/dia no Facebook. Já somos o segundo país no Facebook, e o primeiro em permanência na rede, chegando a perder 1/4 do dia na rede. Eu penso se todo esse tempo é usado realmente para relacionamentos. Minha experiência me mostra que boa parte desse tempo não é gasto diretamente com pessoas. E a pesquisa confirma minha desconfiança: “a principal interação do brasileiro é o compartilhamento de fotos, feito por 82% dos usuários, seguido da ação “curtir” uma foto (74%) e ler atualizações de status (73%)”, atividades mais pontuais. Comentários, chat e interações de grupo ficam bem depois. É pouca relação pra tanto tempo. O que nos leva então a gastar tanto tempo nisso? Por que corremos a página, em busca de novidades para curtir? Por que ficamos online, esperando notificações, e ainda procrastinando enquanto elas não vêm? O que estamos buscando nesses momentos? Será que estamos cavando nossas próprias cisternas em busca de água? Uma coisa é certa: queremos relacionamentos, emoções, alegrias, novidades, conversas e pessoas. E Cristo oferece tudo isso, de uma forma equilibrada, e com o fim correto. Ele veio para que tenhamos vida em abundância. Paz e bem

Uma solidão esmagadora.


"Então lhes disse: A minha alma está tão triste que estou a ponto de morrer, ficai aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto e orou: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres". Mateus 26:38-39 Jesus precisava orar, havia Nele uma dor imensurável e uma expectativa assustadora. A cruz, com todas as suas implicações estava logo à frente, mas Ele decide fazer uma parada em um Jardim. Em Jerusalém não havia espaço para jardins, pois a cidade fora construída sobre um monte e, assim, todo o pouco espaço fora utilizado para construções. Os mais ricos tinham seus espaços abertos fora da cidade e no monte das oliveiras é onde ficavam a maioria deles. Um destes ricos dava a Jesus o direito de usar seu jardim que se chamava Getsêmani, esta palavra significa LAGAR DE AZEITE, ou seja, lugar onde se prensavam azeitonas com os pés para se obter o seu azeite. Este nome é muito sugestivo se levarmos em conta a situação em que Jesus se encontrava. Ele estava sentindo-se assim, prensado, moído a ponto de morrer, aliás estas são as palavras Dele: "a minha alma está tão triste que estou a ponto de morrer". Quem disse isto foi Deus, o Criador e Sustentador tudo. O que mais me impressiona nisto tudo é saber que toda a história da redenção estava na balança do Getsêmani, ou seja, a salvação de todos os que haviam crido, de todos os que criam e todos os que viriam a crer passou por aquele pequeno espaço aberto no pé de um monte. A pressão que Jesus enfrentava era exatamente esta, pagar um preço alto por estes. Jesus aqui, literalmente, assume a sua cruz. Une a Sua vontade à vontade do Pai e faz isto por meio da oração angustiada e triste, o faz na "pressão!". Sem querer cometer a loucura de comparar, afirmo que todos temos nosso Getsêmani, nosso momento de pressão! É dali que vamos obter a resposta que vai significar toda a nossa existência. É ali que aprenderemos a aceitar pela fé o que ainda não compreendemos pela razão, a VONTADE DE DEUS! Ali aprenderemos que nunca receberemos do Pai uma pressão maior do que podemos suportar. Aprenderemos, na pressão, que a vontade Dele é sempre a melhor e perfeita. Curiosamente é de onde só sairemos vitoriosos se formos derrotados! Sim! Quem é derrotado na pressão do Getsêmani é quem sai vitorioso, pois é onde nossa vontade é vencida pela vontade perfeita do Pai! A prensa tira todo o excesso de material, deixando apenas o essencial, a vontade do Pai feita em nós! Esta frase resume bem tudo isto: "A mão do Pai nunca ocasionará a seu filho uma lágrima desnecessária". (autor desconhecido) Soli Deo Glória! Paz e bem

Ser educado.


Ser educado não é apenas dizer bom dia, boa tarde, por favor, muito obrigado. Tudo isto faz parte da educação, mas também é a nossa obrigação. Ser educado é conhecer e defender os seus direitos. É ter qualidades e admitir que tem defeitos. É respeitar os mais velhos e defender as crianças. Ser educado é promover mudanças como forma de melhorar e progredir. É saber o momento certo de agir. Ser educado é nunca humilhar, e nem fazer alguém chorar. Ser educado é valorizar o abraço, é conhecer os limites e ocupar os espaços. Ser educado é saber dizer "sim" e estar preparado para dizer "não". Ser educado, enfim, é ter convicção e se expressar com determinação. Ser educado é saber viver e sustentar a palavra mesmo que possa sofrer. Cícero Alvernaz

domingo, 30 de março de 2014

A sociedade civil apoiou o golpe de 1964 ?


“Estávamos conversando, Jaime Wright e eu, sobre as consequências do golpe militar, quando um disse para o outro, não sei mais quem tomou a palavra: – Isso tudo vai ser esquecido na próxima geração, como foi esquecido tudo o que o Getúlio praticou no tempo dele - e foram horrores" (Dom Paulo Evaristo Arns). O general Newton Cruz, mandatário e executor da repressão, tem a melhor frase, quando perguntado sobre esse tempo: “Ditadura militar? Que ditadura militar... se a própria sociedade civil pediu”? Como requerer dignidade e solidariedade ao regime autoritário que se entregara sem medo ou respeito às práticas mais bárbaras registradas na história da humanidade? Tortura, abdusão, banimento, sequestro político, assassinato e desaparecimento dissimulado – sem falar da limitação da liberdade de imprensa –, liberdade de ir e vir, que ocorria sob a justificativa de “livrar o Brasil do comunismo”. O triunfo do poder totalitário parecia irrevogável em nosso país. Pessoas comuns ao regime, perseguidos por professarem ideologias de resistência, sequestrados, torturados, desde o golpe de 1964, experimentaram “tecnologias” de apagamento ideológico em laboratórios experimentais clandestinos, em numerosos casos com morte ou anulação física irreparáveis. Uma geração inteira (21 anos de fascismo) conheceu a força da sociedade autoritária, tendo à frente seus representantes armados com poder absoluto sobre a nação. Nenhuma instituição, civil ou militar, podia dizer-se politicamente neutra. Na linha de frente no confronto com a ditadura, apresentavam-se aos presidentes militares, no regime de exceção, democracia e liberdades civis cerceadas, para reclamar direitos de pessoas e famílias atingidas pelo rolo compressor da polícia política da ditadura, encastelada no DOPS, no DOI-Codi, no SNI, no CENIMAR, na Polícia Federal e na Polícia Civil. Comandados diretamente dos salões presidenciais, da sede do governo federal, e dos governos estaduais, estas organizações de policiamento ideológico eram também reforçadas por confrarias e grupos de extermínio brotados na sociedade civil. Esquadrões da morte atuavam de norte a sul, coniventemente. Ando de ônibus frequentemente. Preparando-me para este artigo, ouvia dois idosos comentando as passeatas reivindicatórias dos últimos dias, em minha cidade, enquanto associavam assassinatos, assaltos à mão armada, no mesmo plano: “A ditadura precisa voltar”. Um pastor pentecostal, líder de juventude evangélica, proclama seu saudosismo autoritário: “Durante o regime militar, tínhamos os melhores colégios, hospitais, casas populares; não havia maconha, crack, nem vagabundo te assaltando em cada esquina”. Mas, as situações reais eram outras. No judiciário, juízes, promotores, desembargadores, serviam espontaneamente à ditadura. Alguns até integrando “scuderies” como a “Le Coq”, famosa por seus compromissos mafiosos e influência no governo e Assembleia Legislativa. Mendigos, homossexuais, crianças ou menores infratores, bandidos comuns, eram vítimas exemplares do autoritarismo assassino. Um secretário do governo, em meu Estado, metralhava dissidentes numa das praças da capital. Escapando de um atentado promovido pelo governo local, mais tarde, um deles foi eleito governador. Nas igrejas, lideranças e notórios vultos insuflavam os fiéis à delação, quando não o faziam orgulhosamente com “carteira” de informante, no sentido de denunciarem crentes com “tendências ao comunismo”. Referindo-se às questões fundamentais, que envolviam interesses e defesa de grupos sociais oprimidos, desprotegidos, sem vez e sem voz, esmagadas por sistemas civis ciosos por impor a “autoridade do governo fascista”. Através das solicitações, pedidos de “vistas”, que faziam advogados do projeto coordenado por Jaime Wright (pastor presbiteriano paranaense), “Brasil: Nunca Mais”, confirmam o cuidado com o “futuro” dos processos e papeis no judiciário fascista. Seriam incinerados, como se viu posteriormente, enquanto ocorreria, “legalmente”, o “silenciamento” sobre torturadores e torturados. Prudentemente, 1 milhão de páginas foram reproduzidas. Em seguida, microfilmadas. Fez o transporte para o exterior dos arquivos do Supremo Tribunal Militar (STM) – muitas vezes pessoalmente –, copiados em prazos legais mínimos de 24 horas em uma sala alugada e equipada com copiadoras, em Brasília. Jaime Wright, representando de resistência eclesiástica minoritária, estava ciente também das imperfeições e fraquezas da democracia, especialmente no comportamento da sociedade brasileira, ambígua, escorregadia em questões éticas essenciais, com a Anistia e a abertura democrática. Criticou os abusos comuns. Entrevistado pelo Jornal da USP, Jaime passou o recado, além de repudiar a violência do Estado: "uma violência cometida pelo mais forte contra o mais fraco", disse. Lembrou, em outro momento, que o governo brasileiro "fala muito e faz pouco", motivo por que se demitira do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, governo FHC, que integrava a convite do secretário José Gregori. "A tortura continua sendo praticada sem que se faça nada para coibir esse abuso", destacou o pastor, repetindo uma denúncia que vinha das práticas das ditaduras de Vargas, aprimoradas desde o Golpe de 1964. A condenação moral que terminou se abatendo sobre os torturadores não pode ser classificada. Depois de ter se tornado uma ênfase do estado militar e de ter vitimado e consumido com milhares de pessoas, a tortura tornou-se uma realidade em si mesma e, como tal, gerou efeitos não previstos, não controlados e, sobretudo, não desejados pelos próprios vencedores da “guerra suja”. Não se poderá afirmar que eles permaneceram completamente impunes. Além das penas morais que sobre eles recaíram, houve uma espécie de “punição suave” no processo lento e claudicante, até chegarmos aos pronunciamentos recentes da Comissão Nacional da Verdade. O isolamento paulatino dos oficiais diretamente envolvidos na repressão política, como reclamavam expoentes da repressão, chega ao fim. Alguns deles, orgulhosos, mostram-se até satisfeitos por estarem sendo lembrados, em sua participação. O cinismo é impressionante, quando declara ainda hoje: “...não havia tortura no regime inaugurado em 1964, era preciso fazer o que fizemos, para salvar o Brasil”. Lamentavelmente, porém, expoentes políticos civis, sustentadores do Congresso Nacional durante a ditadura, jamais irão a julgamento público. Não escaparão, contudo, do julgamento da História. Para sempre. Tweetar Derval Dasilio É pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor de livros como “Pedagogia da Ganância" (2013) e "O Dragão que Habita em Nós” (2010).