FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

quinta-feira, 31 de julho de 2008

É PRECISO SABER


CONHEÇA A JESUS CRISTO,

NOSSO SALVADOR , E O AME DE TODO O CORAÇÃO



Prezado católico, você conhece o vosso Salvador, Aquele que morreu numa cruz para vos salvar, para vos livrar das garras de Satanás?

Você se enaltece em conhecer com precisão os nomes e a vida dos jogadores de futebol, dos artistas da televisão e do cinema, dos políticos, dos cantores, bailarinos, etc. Grande burrice e monstruosa estupidez, você é digno do troféu “Lata enferrujada”, e haja pescoço ou orelhas para dependurar tantos troféus.

Você também se gaba de ser perito em: matemática, geografia, história, etc. Diz ser também conhecedor de toda espécie de tecnologia e ainda é poliglota. Parabéns pelo conhecimento, mas garanto-lhe que você não se perderá eternamente por não conhecer tais matérias. Porém, se você, por preguiça ou negligência, não conhecer a Nosso Senhor Jesus Cristo, com certeza, se não se emendar, irá para o Inferno: “É necessário aprender a doutrina cristã, e cometem FALTA GRAVE aqueles que, por NEGLIGÊNCIA ou MÁ VONTADE , não a quiserem aprender” (2º Catecismo da Doutrina Cristã, Lição Preliminar, página 12).

Você, católico, foi criado para conhecer, amar e servir a Deus: “Como é belo, como é grande conhecer, amar e servir a Deus! É a única coisa que temos para fazer neste mundo. Tudo o que fazemos afora isto, é tempo perdido” (São João Maria Vianney). Está claro que para amar e servir a Deus, é preciso antes conhecê-lO.

Deixe de lado as leituras vazias e inúteis e ocupe melhor o vosso tempo conhecendo a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Esse Questionário é apenas uma “pincelada” diante da grandiosa doutrina sobre Jesus Cristo, mas com certeza, o ajudará a conhecê-lO um pouco.






É preciso conhecer Jesus Cristo



01






Quem é Jesus Cristo?

R- Jesus Cristo é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, isto é, o Filho de Deus, que no seio da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo, se fez homem para nos salvar.


Aparência exterior de Nosso Senhor

Jesus Cristo



“O modo de vestir certamente não o distinguia dos judeus e rabinos do seu tempo, pois fez-se “semelhante aos homens e foi reconhecido exteriormente como homem” (Fl 2,7). As suas roupas não chamavam a atenção, fazendo-o parecer um rijo asceta como o Precursor, João Batista, que “andava vestido de pêlo de camelo e trazia à cintura uma tira de couro” (Mt 3,4).

Como os seus conterrâneos, Jesus normalmente vestia uma túnica de lã, um cinto que servia também de bolsa de dinheiro (cfr. Mt 10,9), um manto (cfr. Lc 6,29) e sandálias (cfr. At 12,8).

Segundo os costumes do seu tempo, Jesus também cingiria a testa e os braços com tiras de pergaminho para a oração da manhã… Um sudário branco, que cobria a cabeça e o pescoço, devia protegê-lo do sol nas suas longas caminhadas.

Certamente usava barba comprida, como era usual entre os judeus, e o cabelo era cuidado e cortado atrás, ao contrário dos nazarenos, que o usavam comprido e desgrenhado.

Seu aspecto físico devia ser extremamente agradável e atraente, mesmo fascinante. A sua aparência humana devia irradiar, portanto, alguma coisa de brilhante ou luminoso, que atraia as pessoas.

A extraordinária impressão causada por Jesus sempre que se mostrava à multidão, e especialmente aos enfermos e aos pecadores e pecadoras, era devida incontestavelmente à força espiritual e religiosa que se desprendia da sua pessoa; mas certamente devia-se também, em parte, ao encanto do seu exterior fascinante, que atraía e prendia as massas.

Seu olhar, sobretudo, devia impressioná-los, esse olhar que bastava para inflamar, sacudir, censurar. Não é destituído de interesse notar que São Marcos, quando relata qualquer palavra importante do Mestre, emprega esta expressão: “E Ele olhou-os e disse…” (3,5)” (Karl Adam, Jesus Cristo, Editora Quadrante, 2ª edição).



Vigor físico de Nosso Senhor Jesus Cristo



"Á impressão produzida pelo encanto exterior da sua pessoa, somava-se a do seu físico, de equilíbrio perfeito e fácil, de notável domínio sobre si mesmo. Segundo o testemunho concordante dos Evangelhos, Jesus deve ter sido um homem extremamente apto para o trabalho, resistente à fadiga, verdadeiramente saudável.

Uma prova é o seu hábito de iniciar o dia bem cedo: “E pela manhã, muito cedo, levantou-se e foi a um lugar deserto para orar” (Mc 1,35).

A mesma impressão de saúde, frescor e vigor ressalta da alegria irradiante que Jesus encontra na natureza. Ama especialmente as colinas e o lago. Depois de um penoso dia de trabalho, sobe de bom grado a um cômoro deserto ou faz-se conduzir, ao entardecer, sobre as águas espelhantes do lago de Genezaré, na calma e no silêncio da noite (cfr. Mc 4,35).

Sabemos, aliás, que toda a sua vida pública foi um ir e vir pelas serras e pela planície da Galiléia, e depois da Galiléia pela Samaria e Judéia, e mesmo até à região de Tiro e Sidônia. Essas caminhadas, fazia-as com o equipamento mais elementar, como recomendava aos discípulos: “Não leveis nada convosco para o caminho, nem bastão, nem bolsa, nem pão, nem dinheiro” (Lc 9,3).

Também a sua última viagem, de Jericó a Jerusalém, constituiu uma demonstração de notável resistência física. Sob um sol abrasador, por estradas sem sombra, ou através de colinas rochosas e desertas, venceu numa caminhada de seis horas uma subida de mais de mil metros. É de admirar que, à chegada, ainda se achasse bem disposto. Na mesma noite, com efeito, tomou parte num banquete que Lázaro e suas irmãs lhe haviam preparado (Cfr. Jo 12,2).

A maior parte da sua vida pública, Jesus a passou, não na tranqüilidade de uma casa amiga, mas ao ar livre, no meio da natureza, exposto a todas as intempéries.

Essa vida estava, além disso, cheia de ocupações cansativas. Várias vezes – nota São Marcos – “Jesus e os discípulos não tinham tempo nem para comer” (3,20). Até bem tarde da noite vinham chegando doentes (3,8), como também os adversários cheios de malícia, os saduceus e os fariseus. Era então o momento dos embates doutrinais, das longas e enervantes discussões, das lutas perigosas e das contínuas tensões. Seguiam-se, por fim, as extenuantes explicações aos discípulos, um pesado encargo que lhe era imposto pela pouca agilidade daquelas inteligências estreitas e pelas suas constantes preocupações mesquinhas” (Karl Adam, Jesus Cristo, Editora Quadrante, 2ª edição).


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02


O que quer dizer Jesus?

R- Jesus quer dizer, em hebraico, “Deus salva”.

“No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão (cfr. Lc 1,31). Uma vez que “só Deus pode perdoar os pecados” (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, “salvará seu povo dos pecados” (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens.

O nome de Jesus significa que o próprio nome de Deus está presente na pessoa de seu Filho (cfc. At 5,41; 3Jo7) feito homem para a redenção universal e definitiva dos pecados. É o único nome divino que traz a salvação (cfr. Jo 3,18; At 2,21), e a partir de agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos os homens pela Encarnação (cfr. Rm 10,6-13), de sorte que “não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12).

O nome de Jesus está no cerne da oração cristã. Todas as orações litúrgicas são concluídas pela fórmula “per Dominum nostrum Iesum Christum – por Nosso Senhor Jesus Cristo...”. A “Ave-Maria” culmina no “e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”. A oração oriental do coração denominada “oração a Jesus” diz: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tem piedade de mim, pecador”. Numerosos cristãos, como Sta. Joana d’ Arc, morrem tendo nos lábios apenas o nome de Jesus.” (Catecismo da Igreja Católica, 430, 432 e 435).


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03




O que quer dizer Cristo?

R- Cristo vem da tradução grega do termo hebraico “Messias”, que quer dizer “Ungido”.

“Só se torna o nome próprio de Jesus porque este leva à perfeição a missão divina que significa. Com efeito, em Israel eram ungidos em nome de Deus os que lhe eram consagrados para uma missão vinda dele. Era o caso dos reis (cfr. 1Sm 9,16; 10,1; 16,1.12-13; 1Rs 1,39), dos sacerdotes (cfr. Ex 29,7; Lv 8,12) e, em raras ocasiões, dos profetas (cfr. 1Rs 19,16). Esse devia ser por excelência o caso do Messias que Deus enviaria para instaurar definitivamente seu Reino (cfr. Sl 2,2; At 4,26-27). O Messias devia ser ungido pelo Espírito do Senhor (cfr. Lc 1,35) ao mesmo tempo como rei e sacerdote (cfr. Zc 4,14; 6,13), mas também como profeta (cfr. Is 61,1; Lc 4,16-21). Jesus realizou a esperança messiânica de Israel em sua tríplice função de sacerdote, profeta e rei.

O anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus como o do Messias prometido a Israel: “Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11). Desde o início Ele é “aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo” (Jo 10,36), concebido como “Santo” (cfr. Lc 1,35) no seio virginal de Maria. José foi chamado por Deus “a receber Maria, sua mulher”, grávida “daquele que foi gerado nela pelo Espírito Santo” (Mt 1,21), para que Jesus, “que se chama Cristo”, nascesse da esposa de José na descendência messiânica de Davi (Mt 1,16).

A consagração messiânica de Jesus manifesta sua missão divina. “É, aliás, o que indica seu próprio nome, pois no nome de Cristo está subentendido Aquele que ungiu, Aquele que foi ungido e a própria Unção com que ele foi ungido: Aquele que ungiu é o Pai, Aquele que foi ungido é o Filho, e o foi no Espírito, que é a Unção” (Sto. Irineu, Adv. Haer., 3,18,3). Sua consagração messiânica eterna revelou-se no tempo de sua vida terrestre, por ocasião de seu Batismo por João, quando “Deus o ungiu com o Espírito Santo e poder” (At 10,38), “para que ele fosse manifestado a Israel” (Jo 1,31) como seu Messias. Por suas obras e palavras será conhecido como “o Santo de Deus” (cfr. Mc 1,25; Jo 6,69; At 3,14). (Catecismo da Igreja Católica, 436,437 e 438).


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04


Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem?

R- Sim; Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.



“Chegava o tempo da Páscoa. Jesus aproxima-se de Jerusalém pela última vez antes de morrer. Por isso quis solenizar sua entrada para chamar a atenção de todo o povo e convencer os judeus endurecidos da verdade de sua santa doutrina. Depois que os apóstolos tinham preparado tudo, começou Jesus sua marcha triunfal, pelo Monte das Oliveiras, para o templo. Nosso Senhor cercado pela multidão de amigos, ao chegar no alto do monte, parou, olhou triste para a cidade e começou a chorar. Com esta emoção súbita de Jesus, todos se calaram para saberem o motivo. E Jesus, soluçando, diz: “Ah! Se tu, Jerusalém, ao menos hoje conhecesses o que te pode trazer a paz!… Porque os teus inimigos arrasarão a ti e a teus filhos…” (Lc 19, 42ss).

Depois Jesus entrou triunfante no templo, onde ensinou a muitos o caminho verdadeiro da salvação.

Vemos neste fato impressionante que Jesus era de fato homem como cada um de nós. Tinha inteligência e vontade, tinha um coração com todos os sentimentos humanos. A prova disso encontramos em toda a Sagrada Escritura. Fala-nos ela, claramente, que Jesus, durante 33 anos, viveu e agiu como homem perfeito. Pois quem de nós poderá duvidar disso, quando lê no Evangelho que Jesus nasceu criancinha em Belém, que teve uma Mãe, Maria Santíssima, de quem recebia o alimento, a roupa, as carícias; com quem viveu e cresceu, 30 anos, na família de Nazaré? E nos três anos de sua vida pública, Jesus se manifestou como homem, sujeito a todas as exigências da natureza humana. Logo no início, após um jejum de 40 dias no deserto, Ele sentiu fome. Uma fome verdadeira e dolorosa, que mais tarde se repetiu muitas vezes nas suas penosas caminhadas por toda a Palestina. Mas principalmente, quando um dia voltava à cidade, Jesus teve tanta fome que foi procurar figos do lado da estrada para comer. Assim Jesus sentia também cansaço em seus trabalhos e descansava, como o fez junto do poço de Jacó; ou então dormia, como na barca do lago de Genezaré, durante a tempestade.

Só raríssimas vezes em sua vida Jesus manifestou seus sofrimentos e sentimentos particulares. Mesmo nos duríssimos tormentos de três horas na cruz, teve apenas uma palavra para exprimir suas gravíssimas dores corporais: “Tenho sede” (Jo 19,28). E devia sentir sede abrasadora depois de uma noite e um dia de torturas, em que perdeu quase todo o sangue e agora, pregado na cruz, vertia as últimas gotas!” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 16ª Leitura).


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05


Possuía Jesus Cristo também uma alma humana?

R- Sim; Nosso Senhor possuía uma alma humana.


“É evidente. Pois, se tinha um corpo real e humano, era-lhe indispensável uma alma igualmente humana. Todo o Evangelho fala das manifestações de sua alma. Por exemplo, no Monte das Oliveiras, ao entrar em agonia, disse aos apóstolos: “Minha alma está em tristeza mortal” (Mt 26,38). Suas últimas palavras, pouco antes de expirar na cruz: “Pai, em Vossas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).

A alma de Jesus foi uma alma como a nossa. Provam-no bem as suas ações e virtudes: Jesus adora e reza a seu Pai; Jesus pratica atos de obediência e de humildade; Jesus se alegra com as notícias boas e se compadece dos pobres e dos doentes” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 16ª Leitura).


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06




Quando o filho de Deus se fez homem, deixou de ser Deus?

R- Não; o Filho de Deus, quando se fez homem, não deixou de ser Deus; permaneceu verdadeiro Deus e começou a ser também verdadeiro homem.

“Porém, considerando as manifestações de Jesus como verdadeiro homem, nunca devemos esquecer que, ao mesmo tempo, não deixou de ser Deus. Chamamo-lO por isso de Homem-Deus” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 16ª Leitura).


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07




Como se fez homem o Filho de Deus?

R- O Filho de Deus se fez homem, tomando um corpo e uma alma, como nós, nas puríssimas entranhas da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo.

“Jesus, porque é Deus, possui uma natureza divina; pela sua origem de Maria, sua Mãe, recebeu a natureza humana. Em sua vida mostrou-nos que de fato é Deus e Homem. Atribuía-se a si mesmo a humanidade quando dizia: “O Pai é maior do que Eu” (Jo 14,28); ou chamando a Maria sua Mãe. Outras vezes falava de sua divindade, explicando: “O Pai e Eu somos um” (Jo 10,30)” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 16ª Leitura).


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08


Como se chama este mistério?

R- Chama-se o mistério da encarnação.


“Realizara-se em Maria o mistério da Encarnação do Filho de Deus. A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade toma nela um corpo e uma alma semelhante à nossa, por uma intervenção especial de Deus. Por isso dizemos que Jesus “foi concebido do Espírito Santo... Deus, espírito perfeitíssimo, fez-se Homem no seio puríssimo da Virgem Maria e chamou-se Jesus Cristo. Deste modo há em Jesus, Filho de Nossa Senhora e Filho de Deus, duas naturezas: a natureza divina e a natureza humana, possuídas as duas por uma só Pessoa, que é o Filho de Deus” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 16ª Leitura).


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09




Que quer dizer a palavra encarnação?

R- A palavra encarnação quer dizer que o Filho de Deus se fez homem, tomando um corpo e uma alma como nós temos.

“Retomando a expressão de São João (“O Verbo se fez carne” – Jo 1,14), a Igreja denomina “Encarnação” o fato de o Filho de Deus ter assumido uma natureza humana para realizar nela a nossa salvação” (Catecismo da Igreja Católica, 461).


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Como se chama o Filho de Deus feito homem?

R- O Filho de Deus feito homem, chama-se Jesus Cristo. Jesus Cristo, pois, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

É PRECISO SABER


É preciso conhecer Jesus Cristo



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Jesus Cristo existiu sempre?

R- Jesus Cristo, como Deus, existiu sempre; como homem, começou a existir desde o momento da encarnação.

“O Filho de Deus é igual ao Pai e ao Espírito Santo na natureza divina.

Antes de se encarnar no seio de Maria, o Filho de Deus era puríssimo espírito. Antes de se encarnar, não existia Jesus Cristo, como Homem-Deus, mas só existia o Filho de Deus, puríssimo espírito.

Jesus Cristo, homem e Deus unidos na mesma pessoa divina, começou a existir no seio de Maria, pela ação do Espírito Santo.

No seio de Maria, a pessoa do Filho de Deus assumiu a carne humana e se tornou Jesus Cristo, totalmente Deus e totalmente homem” (Frei Battistini, Maria nosso sim a Deus, Capítulo 8).


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Quem é o pai de Jesus Cristo?

R- O Pai de Jesus Cristo é somente o Pai Eterno; porque o mesmo Filho de Deus, gerado quanto a divina natureza pela primeira pessoa da Santíssima Trindade, foi, quanto à natureza humana, concebido no seio da Virgem Maria, por obra e graça do Espírito Santo.




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Não teve Jesus Cristo também um pai na terra?

R- Não; Jesus Cristo não teve pai terreno, mas somente mãe, que é a Virgem Maria.




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Mas então, São José não foi o pai de Jesus Cristo?

R- Não; São José não foi pai de Jesus Cristo; mas somente guarda e desempenhou para com Ele todos os deveres de pai.


“As palavras: São José foi pai adotivo de Jesus Cristo querem dizer que ele era comumente julgado pai de Jesus Cristo, porque desempenhou para com Ele as funções de pai” (Catecismo Maior de São Pio X, Instrução – Parte II, Capítulo VIII).



Os Evangelhos designam São José como pai em várias ocasiões (Lc 2,27. 41. 48). Assim devia tratá-lo Jesus na intimidade do lar de Nazaré, e assim era Jesus considerado por quem o conhecia: era o filho de José. E, efetivamente, José exerceu as funções de pai dentro da Sagrada Família: foi ele quem pôs o nome a Jesus, quem empreendeu a fuga para o Egito, quem escolheu o lugar de residência ao voltarem de lá. E Jesus obedeceu a José como a um pai: Desceu com eles e veio para Nazaré e era-lhes submisso…

São José teve para com Jesus verdadeiros sentimentos de pai; a graça acendeu naquele coração bem disposto um amor ardente pelo Filho de Deus, maior do que se se tivesse tratado de um filho por natureza. São José cuidou de Jesus amando-O como filho e adorando-O como Deus. E o espetáculo – que tinha constantemente diante dos olhos – de um Deus que dava ao mundo o seu amor infinito era um estímulo para amá-lO ainda mais e para se entregar a Ele cada vez mais, com uma generosidade sem limites.

Amava Jesus como se realmente O tivesse gerado, como um dom misterioso de Deus outorgado à sua pobre vida humana. Consagrou-lhe sem reservas as suas forças, o seu tempo, as suas inquietações, os seus cuidados. Não esperava outra recompensa senão poder viver cada vez melhor essa entrega da sua vida. O seu amor era ao mesmo tempo doce e forte, sereno e ardente, emotivo e terno. Podemos imaginá-lo tomando o Menino em seus braços, embalando-O com canções, ninando-O para que dormisse, fabricando-Lhe pequenos brinquedos, tendo-O junto de si como fazem os pais, fazendo-Lhe carícias que eram atos de adoração e testemunho do mais profundo afeto.


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Por que se fez homem o Filho de Deus?

R- Para nos salvar.


“Não muito longe de Belém, à hora do nascimento de Jesus estão acampados uns pastores de ovelhas. Acocorados, velhos e moços, ao redor de uma fogueira, conversam sobre mil coisas. Sua conversa é simples. Falam da vinda do Salvador dos homens. Desejam de coração que Ele venha quanto antes. De repente a fogueira empalidece. Uma luz celeste os ilumina e um belíssimo Anjo está diante deles. Assustam-se muito. Mas o Anjo lhes diz com doçura: “Não temais! Vim trazer-vos uma grande notícia. Em Belém nasceu o SALVADOR DO MUNDO. Haveis de encontrar numa manjedoura uma criancinha, envolvida em panos” (Lc 2,10ss) (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 17ª Leitura).


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Não nos podíamos salvar por nós mesmos, se o Filho de Deus não se tivesse feito homem?

R- Não; se o Filho de Deus não se tivesse feito homem, nós, por nós mesmos não nos poderíamos salvar; porque, pelo pecado de Adão fomos excluídos para sempre do céu e nos tornamos escravos do demônio.


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Onde nasceu Jesus Cristo?

R- Em Belém: “Também José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, para a Judéia, na cidade de Davi, chamada Belém, por ser da casa e da família de Davi, para se inscrever com Maria, sua mulher, que estava grávida. Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 4-7).

Aproximemo-nos da pobre gruta de Belém.



“Vendo-se repulso de toda parte, São José e a Bem–aventurada Virgem saem da cidade afim de achar fora dela ao menos algum abrigo. Os pobres viandantes caminham na escuridão, errando e espreitando; afinal depara-se-lhes ao pé dos muros de Belém uma rocha escavada em forma de gruta, que servia de estábulo para os animais. Disse então Maria: José, meu esposo, não precisamos ir mais longe; entremos nesta gruta e deixemo-nos ficar aqui. _ Mas como? Responde São José; não vês, minha esposa, que esta gruta é tão fria e úmida que a água escorre em toda parte? Não vês que não é uma morada para homens, senão uma estribaria para animais? Como queres passar aqui a noite e dar à luz? _ Contudo é verdade, tornou Maria, que este estábulo é o paço real onde quer nascer na terra o Filho eterno de Deus.

Ah! Que terão dito os anjos vendo a divina Mãe entrar naquela gruta para dar à luz! Os filhos dos príncipes nascem em quartos adornados de ouro; preparam-se-lhes berços incrustados com pedras preciosas; e fazem-lhe cortejo os primeiros senhores do reino.

E ao Rei do céu prepara-se uma gruta fria e sem lume para nela nascer, uns pobres paninhos para cobri-lO, um pouco de palha para leito, e uma vil manjedoura para o colocar? Meu Deus, assim pergunta São Bernardo, onde está a corte, onde está o trono real deste Rei do céu, porquanto não vejo senão dois animais para lhe fazerem companhia, e uma manjedoura de irracionais, na qual deve ser posto?



Ó Gruta ditosa, que tiveste a ventura de ver o Verbo divino nascido dentro de ti! Ó presépio ditoso, que tiveste a honra de receber em ti o Senhor do céu! Ó palha ditosa, que serviste de leito àquele cujo trono é sustentado pelos Serafim! Sim, fostes ditosos, ó Gruta, ó presépio, ó palha; mais ditosos, porém, são os corações que tenra e fervorosamente amam esse Amabilíssimo Senhor, e que abrasados em amor o recebem na Santa Comunhão. Oh, com que alegria e satisfação vai Jesus Cristo pousar no coração que o ama!

Um Deus que quer começar a sua infância num estábulo, confunde o nosso orgulho, e, segundo a reflexão de São Bernardo, já prega com exemplo o que mais tarde havia de pregar à viva voz: Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Eis porque ao contemplarmos o nascimento de Jesus Cristo e ao ouvirmos falar em gruta, em manjedoura, em palha, em leite, em vagidos, estas palavras deveriam ser para nós como que chamas de amor, e como que setas que nos ferissem os corações e nos fizessem amantes da santa humildade” (Meditações de Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo e Doutor da Santa Igreja, pelo Pe. Thiago Maria Cristini, página 76).


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Onde Jesus Cristo viveu até o início da vida pública?

R- Em Nazaré: “Tendo recebido um aviso em sonho, partiu para a região da Galiléia e foi morar numa cidade chamada Nazaré…” (Mt 2,22-23), e: “Ele foi a Nazaré, onde fora criado…” (Lc 4,16).


“Pouco depois do nascimento do Menino Jesus, o rei Herodes, velho assassino, quis matá-lo. Haviam vindo os reis magos para adorar o Menino recém-nascido. Herodes, fingindo-se piedoso, pediu-lhes que depois de terem encontrado o Menino Jesus, lhe viessem dizer onde se encontrava. “Pois, dizia ele, querer adorá-lo”. Mas em seu coração já tinha resolvido matar a criança.

Deus, porém, deu ordem aos reis de voltarem para casa por outro caminho, para não se encontrarem com Herodes. Este, vendo-se enganado, ficou furioso como uma fera e jurou vingança terrível. Decretou a morte de todos os meninos de Belém até dois anos de idade. Assim pensava matar a Jesus.

Deus, entretanto, avisou a São José dos maus propósitos de Herodes e deu ordem de fugir para o Egito. Ainda naquela mesma noite, em que foi dado o aviso, Maria e José fugiram. Por Jesus fariam os maiores sacrifícios.

Depois de vários dias de caminhada, muito penosa, chegaram ao Egito. Ali tiveram que passar por grandes sacrifícios. Desconheciam a língua dos egípcios. A Sagrada Família permaneceu no Egito por vários anos, até a morte de Herodes. Um anjo veio avisar a São José deste fato. E novamente arrumaram seus haveres e voltaram para a Terra Santa.

A volta foi menos difícil, pois parece que Jesus era já capaz de caminhar. Teria talvez nessa ocasião uns cinco anos de idade. Era criança linda e encantadora de que toda gente gostava. De volta foram residir em Nazaré, onde ainda existia sua casa. Foi aqui que Jesus passou sua meninice e juventude até completar trinta anos.

Vamos, em pensamento, fazer uma breve visita a Nazaré, à Sagrada Família. A casa era modesta e pobre, mas tão limpinha que dava gosto de morar ali. Maria era sempre toda pura e santa de corpo e alma. Não podia tolerar desordem e imundície de espécie alguma. Dela podem aprender todas as donas de casa.

Mas por que Jesus ficou tanto tempo em Nazaré? Ele era Deus, podia ter partido para sua missão pública aos dezoito anos de idade. Assim começaria mais cedo suas pregações e milagres, para a conquista do mundo para Deus. De fato, Jesus podia ter começado mais cedo, mas o Pai celeste quis que ficasse em Nazaré até a idade de trinta anos. A vontade do Pai foi que Ele nos desse o exemplo de obediência, de trabalho, de humildade e de oração” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 18ª Leitura).


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Onde Jesus Cristo morreu?

R- Em Jerusalém: “Tomando consigo os Doze, disse-lhes: ‘Eis que estamos subindo a JERUSALÉM e vai cumprir-se tudo o que foi escrito pelos profetas a respeito do Filho do Homem. De fato, ele será entregue aos gentios, escarnecido, ultrajado, coberto de escarros; depois de o açoitar, eles o matarão” (Lc 18, 31-34).




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Que fez Jesus Cristo para nos salvar?

R- Padeceu e morreu na cruz.


“Nosso Senhor, ao chegar ao Calvário, foi cravado na cruz. De quantos sofrimentos não nos falam estas poucas palavras. Nosso Senhor já sofreu muito durante a prisão, os julgamentos, a flagelação, a coroação de espinhos, o caminho para o suplício. Os algozes aos quais Nosso Senhor fora entregue eram homens desalmados que sentiam prazer em maltratar a vítima o mais possível. Essa gente, assim que deitou o Divino Salvador sobre a cruz, prendeu-lhe mãos e pés ao madeiro com duros cravos, à força de pesadas marteladas. Procuremos sentir, como se fosse em nós, aqueles pregos grandes e largos entrando na carne, machucando os nervos, cravando-se pouco a pouco na cruz. Depois, vem o trabalho de colocar a cruz em pé. O Salvador sentiu com violência os cravos que rasgavam as feridas, ao peso do corpo. Finalmente começam as três horas de sofrimentos, longas como uma noite que não quisesse mais acabar. Cristo entre o céu e a terra, vê junto de si um grupo de pessoas fiéis, as santas mulheres e o apóstolo São João. Mas eram poucos, como uma gota de água no meio do oceano, em comparação com a massa popular que exigia a sua morte e o injuriava. Conta São Mateus 27, 39ss: “Os transeuntes moviam a cabeça dizendo: Tu, que destróis o templo de Deus e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz. Da mesma forma zombavam os príncipes dos sacerdotes, escribas e anciãos, dizendo: salvou a outros, a si mesmo, porém, não pode salvar. Desça agora da cruz, se é que é rei de Israel, e creremos n’Ele. Confiou em Deus, pois que o venha livrar agora, se de fato lhe quer bem, porquanto afirmou: eu sou o Filho de Deus”.

Era assim que zombavam de Jesus o povo, que tinha recebido d’Ele os favores de tantos e tantos milagres, os sacerdotes judaicos, que deveriam ser os primeiros a defendê-lO.

Jesus não desceu da cruz, como pediam, porque não convinha fazer milagre para satisfazer à curiosidade daqueles blasfemos. Mas Jesus depois de morto ressuscitou do sepulcro, que era milagre muito maior. Mesmo assim os malvados não se converteram, porque, se é fácil começar uma vida de pecados, é, depois, muito difícil corrigir-se” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 25ª Leitura).

É PRECISO SABER


É preciso conhecer Jesus Cristo



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Jesus Cristo padeceu e morreu enquanto Deus ou enquanto homem?

R- Jesus Cristo padeceu e morreu enquanto homem, porque enquanto Deus não poderia padecer nem morrer.


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Depois da morte de Jesus Cristo, que fizeram de seu corpo?

R- Seu corpo foi sepultado.


“Eles tomaram então o corpo de Jesus e o envolveram em panos de linho com os aromas, como os judeus costumam sepultar. Havia um jardim, no lugar onde ele fora crucificado e, no jardim, um sepulcro novo, no qual ninguém fora ainda colocado. Ali, então, por causa da Preparação dos judeus e porque o sepulcro estava perto, eles depositaram Jesus” (Jo 19, 40-42).


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Para onde foi a alma de Jesus Cristo, depois da morte?

R- Sua alma baixou ao limbo para visitar as almas dos Patriarcas e de outros justos que ali esperavam a sua vinda.


“Ficou portanto o corpo de Jesus, do qual nunca se separou a Divindade, esperando no seio da terra o momento de sua gloriosa ressurreição. E a alma de Jesus? A alma santíssima de Cristo continuou a viver enquanto o seu corpo repousava na sepultura, tendo descido, conforme diz o Credo, “aos infernos” e lá ficado todo o tempo que seu corpo esteve sepultado. A primeira vista causa-nos estranheza o ter a alma de Cristo descido aos infernos, mas vamos explicar o sentido desta palavra “infernos” e depois mostrar a finalidade da descida de Nosso Senhor a esse lugar onde estavam as almas dos justos.

A expressão “infernos” significa de um modo geral um lugar baixo e profundo e designa os lugares escondidos em que são detidas as almas que não conseguiram a bem-aventurança do céu. Neste sentido aparece em muitos lugares da Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, na Epístola de São Paulo aos Filipenses: “Ao nome de Jesus deve dobrar-se todo joelho, no céu, na terra e nos infernos”.

São vários os sentidos da palavra “inferno”:

O primeiro é a horrenda e tenebrosa prisão em que são atormentadas as almas dos condenados. É o inferno propriamente dito, esse lugar de desesperação e de horror, em que um fogo misterioso, que nunca se apaga, atormenta as almas condenadas, juntamente com os demônios, sem nunca os consumir. É claro que não foi a esta horrível morada que desceu a alma de Jesus Cristo depois de sua morte.

Há também um fogo de expiação no qual se purificam as almas dos justos até que lhes seja dado entrar na Pátria Celestial. É o purgatório, lugar onde devem permanecer as almas daqueles que morrem em estado de graça, mas manchados por culpas veniais e que devem ainda pagar a pena temporal devida a pecados mortais já perdoados. É que no Céu, como nos diz o Apocalipse, nada de impuro ou manchado pode entrar. Por isso essas almas justas devem purificar-se antes de serem admitidas à visão

Existe, finalmente, uma terceira morada onde permaneciam juntas e retidas as almas dos patriarcas, dos profetas e de muitos outros justos que haviam morrido antes da vinda de Jesus Cristo.

Este lugar chama-se vulgarmente o limbo dos patriarcas. Dá-se-lhe também o nome de paraíso, e é este lugar que falava Jesus Cristo, quando disse ao bom ladrão: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). O limbo é chamado também o “seio de Abraão” (Lc 16,22).

O limbo é lugar diverso do purgatório. Em ambos, é verdade, não se vê a Deus, mas no purgatório as almas sofrem penas que não existem no limbo. As almas que ali estavam desfrutavam um suave remanso, sem nenhuma sensação de dor. Gozavam, pois, de certa felicidade, como se vê na parábola do rico avarento e do pobre Lázaro, em que este é consolado, porque no juízo particular haviam estas almas boas recebido a certeza de sua felicidade eterna. Não podiam, porém, entrar nas alegrias eternas do céu, porque o céu ainda não estava aberto (Hb 9,8). Por isso o limbo é também chamado de prisão, ou seja de cativeiro, porque as almas eram incapazes de sair de lá antes da morte de Cristo” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 29ª Leitura).


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Quantos dias Jesus esteve morto?

R- Três dias incompletos, a saber: parte da sexta-feira, todo o dia de Sábado e parte do Domingo.

“No intuito de que uma tristeza prolongada não atormentasse os ânimos dos discípulos, ele abreviou com admirável rapidez o prazo pré-estabelecido de três dias. Assim, diminuiu um tanto o espaço de tempo, sem nada faltar ao número de dias, pois juntou ao segundo dia inteiro a ultima parte do primeiro e a primeira parte do terceiro” (São Leão Magno, Primeiro Sermão sobre a Ressurreição do Senhor, 2).


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Que fez Jesus Cristo ao terceiro dia depois da sua morte?

R- Ressuscitou glorioso e triunfante, para nunca mais morrer.


“A Santa Igreja que, com dor e luto, comemorou a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, na sexta-feira santa, celebra a vigília da Ressurreição, aguardando, com ansiedade, a hora do triunfo de Cristo sobre a morte. Cristo não foi vencido pela morte. Ele ressuscitou gloriosamente, conforme havia prometido. E na madrugada da Páscoa, jubilosamente, a Santa Igreja canta a Ressurreição de Jesus, demonstrando desta forma que Ele é o Senhor da vida e da morte. É por isso que a Páscoa é a maior de todas as festas cristãs. É o triunfo sobre a morte, o pecado e o demônio.

Conta-nos a Sagrada Bíblia que “passado o dia de sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para irem embalsamar o corpo de Jesus. Saíram bem cedinho. No caminho, se lembraram que o sepulcro estava fechado com uma grande pedra e diziam entre si: quem nos há de tirar a tal pedra do sepulcro? Mas, sem se importarem da dificuldade, continuaram o seu caminho. Que surpresa, quando chegaram lá, viram a pedra removida. Contentes, entraram no sepulcro e viram um jovem sentado e vestido de uma túnica branca. Elas naturalmente ficaram assustadas. Então disse-lhes: não temais, buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado? Ressuscitou, não está aqui, eis o lugar, onde o depositaram…” (Mc 16,1-7)” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 30ª Leitura).


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Que quer dizer: Jesus Cristo ressuscitou?

R- Quer dizer que a alma de Jesus Cristo se uniu de novo a seu corpo.

“Depois que Jesus Cristo morreu na cruz, na sexta-feira santa, pelas três horas da tarde, foi sepultado na tarde do mesmo dia. Com a permissão do procurador Pôncio Pilatos, haviam descido da cruz o corpo do Senhor e depositado num sepulcro que ficava num jardim de José de Arimatéia. No terceiro dia, depois da morte, que era um domingo, pela madrugada, sua alma se uniu novamente ao corpo. Deste modo aquele que por três dias estivera morto, havia ressuscitado vivo e glorioso de seu túmulo.

Jesus Cristo ressurgiu por seu próprio poder, enquanto que a nossa ressurreição, no fim do mundo, será por virtude divina. O modo de ressurgir de Jesus é próprio somente de Deus, como diz São Paulo: “embora fosse Crucificado por fraqueza (da carne), vive todavia pelo poder de Deus” (2Cor 13,4) (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 30ª Leitura).


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Em que dia ressuscitou Jesus Cristo?

R- No dia da Páscoa, ao amanhecer.


“No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, quando ainda estava escuro, e vê que a pedra fora retirada do sepulcro” (Jo 20,1).

“Em cada semana, no dia que ela chamou Domingo, comemora a Ressurreição do Senhor, celebrando-a uma vez também, na solenidade máxima da Páscoa…” (Sacrosanctum Concilium, 102).


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Em que cidade ressuscitou Jesus Cristo?

R- Em Jerusalém.

“Quando estavam para subir a Jerusalém, ele tomou os Doze a sós e lhes disse, enquanto caminhavam: ‘ Eis que estamos subindo a Jerusalém e o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e escribas. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no terceiro dia ressuscitará” (Mt 20, 17-19).


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Quantos dias esteve Jesus Cristo no mundo depois de sua ressurreição?

R- Demorou-se no mundo quarenta dias, para confirmar seus discípulos na fé.


“Hoje, caríssimos, completam-se os quarenta dias santificados, dispostos segundo um plano sagrado e empregados para nossa instrução, a contar da bem-aventurada e gloriosa ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando o poder divino reergueu no terceiro dia o verdadeiro templo de Deus, destruído pela impiedade dos judeus” (São Leão Magno, Primeiro Sermão na Ascensão do Senhor, 1).


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Depois destes quarenta dias, para onde foi Jesus Cristo?

R- Jesus Cristo subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso.


“A fim de sermos capazes, caríssimos, desta felicidade, Nosso Senhor Jesus Cristo, tendo consumado a pregação evangélica e os mistérios do Novo Testamento, no quadragésimo dia após a ressurreição, diante de seus discípulos, elevou-se aos céus (Lc 24,51; Mc 16,19). Pôs termo à sua presença corporal, havendo de permanecer à direita do Pai até que decorram os tempos determinados por Deus para se propagarem os filhos da Igreja, e ele volte a fim de julgar os vivos e os mortos, no mesmo corpo com o qual subiu” (São Leão Magno, Segundo Sermão na Ascensão do Senhor, 2).

“Depois, levou-os até Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os. E enquanto os abençoava, distanciou-se deles e era elevado ao céu. Eles se prostraram diante dele, e depois voltaram a Jerusalém com grande alegria, e estavam continuamente no Templo, louvando a Deus” (Lc 24, 50-52).

“Ora, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus” (Mc 16,19).

“Dito isto, foi elevado à vista deles, e uma nuvem o ocultou a seus olhos” (At 1,9).

É PRECISO SABER


É preciso conhecer Jesus Cristo



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Onde está Jesus Cristo?

R- Enquanto Deus, está em todo lugar; enquanto Homem-Deus, está no céu e no Santíssimo Sacramento do Altar.


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Jesus Cristo voltará outra vez ao mundo visivelmente?

R- Sim: “Estando a olhar atentamente para o céu, enquanto ele se ia, dois homens vestidos de branco encontraram-se junto deles e lhes disseram: ‘Homens da Galiléia, por que estais ai a olhar para o céu? Este Jesus, que foi arrebatado dentre vós para o céu, assim virá, do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,10-11).


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Que virá fazer ao mundo Jesus Cristo?

R- Virá julgar os vivos e os mortos, isto é, todos os homens, bons e maus.


“Chegará o último dia do mundo. Terrível cataclismo cairá sobre a terra. Os homens ficarão tomados de pavor e correrão alucinados. A terra será um grande cemitério.

Soará então a trombeta e se ouvirá o chamado: “Levantai-vos, mortos, e vinde ao juízo”. A alma de cada homem se unirá ao próprio corpo.

Será o dia mais solene e grandioso da história da humanidade, todos os homens, desde o começo do mundo, estarão reunidos para o juízo.

Em dado momento, aparecerá no céu a Cruz, sinal de nossa redenção. Regozijar-se-ão e aplaudirão os justos. Tremerão os maus.

Aparecerá a Santíssima Virgem que é a Rainha dos Céus e da Terra e Mãe do Juiz. Por último aparecerá Jesus Cristo, “o Filho do Homem, na sua Majestade e todos os anjos com Ele, e se sentará sobre o trono” (Mt 25,31).

Ocupará o posto que lhe corresponde como Rei dos reis e Chefe de todos os chefes de Estados e presidentes que houve na história do mundo.

Vem para que se descubra o que fez cada um. Vem para elevar publicamente os bons, premiando a virtude, para confundir em público os maus, castigando seus vícios, suas injustiças e seus pecados” (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma, 35ª Leitura).


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Sobre o que nos julgará Jesus Cristo?

R- Sobre o bem e o mal que tivermos praticado, e também sobre o bem que deixamos de fazer.

“Começará o julgamento, abrindo-se os autos do processo, isto é, as consciências de todos (Dn 7,10). Os primeiros testemunhos contra os réprobos serão do demônio, que dirá – segundo Santo Agostinho: “Justíssimo juiz, sentencia, que são meus aqueles que não quiseram ser teus”. A própria consciência dos homens os acusará depois (Rm 2, 15). A seguir, darão testemunho, clamando vingança, os lugares em que os pecadores ofenderam a Deus (Hab 2,11). Virá, enfim, o testemunho do próprio Juiz que esteve presente a quantas ofensas lhe fizeram (Jr 29, 23). Disse São Paulo que naquele momento o Senhor “porá às claras o que se acha escondido nas trevas” (1 Cor 4, 5). Descobrirá, então, ante os olhos de todos os homens as culpas dos réprobos, até as mais secretas e vergonhosas que em vida eles ocultaram aos próprios confessores (Na 3, 5)” (Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a Morte, Consideração XXV, Ponto III).


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Porque se diz que Jesus Cristo é Nosso Senhor?

R- 1º Porque, como Deus, Ele é nosso Senhor como o Pai;

2º Porque, também, como Homem, Ele é Nosso Senhor, pois nos resgatou da escravidão do demônio com o preço de seu sangue.

“Na versão grega dos livros do Antigo Testamento, o nome inefável com o qual Deus se revelou a Moisés (Cf. Ex 3, 14), Iahweh, é traduzido por “Kyrios” (Senhor). Senhor torna-se desde então o nome mais habitual para designar a própria divindade do Deus de Israel. É nesse sentido forte que o Novo Testamento utiliza o título de “Senhor” para o Pai, e também – e ai está a novidade – para Jesus reconhecido assim como o próprio Deus (Cf. 1 Cor 2, 8).

Jesus mesmo atribui-se de maneira velada este título quando discute com os fariseus sobre o sentido do Salmo 110 (Cf. Mt 22, 41-46), mas também de modo explícito dirigindo-se a seus apóstolos (Cf. Jo 13, 13). Ao longo de toda a sua vida pública, seus gestos de domínio sobre a natureza, sobre as doenças, sobre os demônios, sobre a morte e o pecado demonstravam sua soberania divina.

Muito freqüentemente nos Evangelhos, determinadas pessoas se dirigem a Jesus chamando-o de “Senhor”. Este título exprime o respeito e a confiança dos que se achegam a Jesus e esperam dele ajuda e cura (Cf. Mt 8, 2; 14, 30; 15, 22)” ( Catecismo da Igreja Católica, nos 446, 447 e 448).


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Tiveram os homens alguma notícia de Jesus Cristo antes da sua vinda?

R- Sim, os homens tiveram notícias de Jesus Cristo antes de sua vinda pela promessa do Messias, que Deus fez aos nossos progenitores, Adão e Eva, promessa renovada aos patriarcas; e pelas profecias e figuras que o designaram.


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Por onde sabemos que Jesus Cristo é verdadeiramente o Messias e o Redentor prometido?

R- Sabemos, porque n’Ele se cumpriu:

1º - Tudo o que anunciaram as profecias;

2º - Tudo o que representavam as figuras do Antigo Testamento.


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Que diziam as profecias a respeito do Redentor?

R- As profecias diziam a tribo e a família donde havia de sair o Redentor; o lugar e o tempo de seu nascimento; seus milagres, as menores circunstâncias de sua paixão e morte; sua ressurreição e ascensão aos céus; seu reino espiritual, universal e perpétuo que é a Igreja Católica.


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Quais foram as primeiras figuras do Redentor no Antigo Testamento?

R- Foram: O inocente Abel; o sumo Sacerdote Melquisedec; o sacrifício de Isaac; José vendido pelos irmãos; o profeta Jonas; o cordeiro pascal; a serpente de bronze, levantada por Moisés no deserto.


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Jesus Cristo é Deus?

R- Sim; Jesus Cristo é Deus. E essa grande verdade, podemos provar na Sagrada Escritura.

— “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1,1).

— “Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28).

— “Aos quais pertencem os patriarcas, e dos quais descende o Cristo, segundo a carne, que é acima de tudo, Deus bendito pelos séculos! Amém” (Rm 9, 5).

—“Aguardando a nossa bendita esperança, a manifestação da glória do Nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus” (Ts 2,13).

A DESPEDIDA


(Jo 13, 31-35)



“31 Quando ele saiu, disse Jesus: ‘Agora o Filho do Homem foi glorificado e Deus foi glorificado nele. 32 Se Deus foi nele glorificado, Deus também o glorificará em si mesmo e o glorificará logo. 33 Filhinhos, por pouco tempo ainda estou convosco. Vós me procurareis e, como eu havia dito aos judeus, agora também vo-lo digo: Para onde vou vós não podeis ir. 34 Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. 35 Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”.







Em Jo 13, 31- 32 diz: “Quando ele saiu, disse Jesus: ‘Agora o Filho do Homem foi glorificado e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi nele glorificado, Deus também o glorificará em si mesmo e o glorificará logo”.

Quando ele saiu!

Quem saiu? Judas Iscariotes: “Tomando, então, o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite” (Jo 13, 30).

O traidor saiu com a bolsa de dinheiro nas mãos e com o Maligno no coração. Esse ingrato saiu às pressas para não mais voltar. Ele será o guia dos inimigos do Senhor: “À frente estava o chamado Judas, um dos Doze...” (Lc 22, 47).

Judas Iscariotes afastou-se da Luz Eterna e o Príncipe das trevas entrou em seu coração. Era noite: “A indicação de que ‘era noite’ não é só uma simples referência cronológica, mas alude às trevas como imagem do pecado, do poder tenebroso que naquele instante iniciava a Sua hora (cfr Lc 22, 53). O contraste entre luz e trevas, oposição do mal ao bem, é muito freqüente na Bíblia, especialmente no quarto Evangelho, onde, já desde o Prólogo, nos é dito que Cristo é a Luz verdadeira que as trevas não receberam (cfr Jo 1, 5)” (Edições Theologica).

Longe de nós abandonarmos a Luz Eterna! O que encontraremos longe de Nosso Senhor? Somente tristeza, ilusão e sofrimento: “Estar sem Jesus é terrível inferno” (Tomás de Kempis, Imitação de Cristo, capítulo VIII).

Infeliz daquele que abandona a amizade com o Senhor para se apoiar nas criaturas falsas e volúveis; esse andará nas trevas e com a alma vazia: “Se uma casa não for habitada pelo dono, ficará sepultada na escuridão, desonra e desprezo, repleta de toda espécie de imundícia. Também a alma, sem a presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa ignomínia” (São Macário).

Em Jo 13, 31 diz: “...ele saiu...” Judas Iscariotes abandonou o Senhor e saiu...

Hoje, infelizmente, quantos católicos, batizados e crismados, saem!

Saem de perto do Cordeiro Imaculado, abandonando a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, para mergulharem nas trevas das heresias, seguindo bodes berrantes dentro das espeluncas.

Saem da água cristalina, doutrina católica, para beberem das fossas repugnantes das seitas.

Saem da luz da verdade, para cambalearem em meio às trevas da mentira.

Judas saiu! O que ele encontrou nas criaturas? Somente desprezo e frieza! Suicidou-se depois.

O que um católico encontra nas secas relvas das seitas? Somente engano, desprezo e ilusão. Então se desesperam!

O que está na fossa não pode satisfaz um estômago faminto. Também um prato de heresias não pode satisfazer uma alma sedenta da verdade.

“Agora o Filho do Homem foi glorificado e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi nele glorificado, Deus também o glorificará em si mesmo e o glorificará logo”.

Esta glorificação refere-se sobretudo à glória que Cristo receberá a partir da Sua exaltação na Cruz (Jo 3, 14; 12, 32): “Jesus considera como já realizada a sua Paixão, que será para ele a glorificação. O Pai vai glorificá-lo brevemente, ressuscitando-o dentre os mortos” (Dom Duarte Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos).

São João sublinha que a morte de Cristo é o começo do Seu triunfo; “tanto é assim que a própria crucifixão poderia considerar-se como o primeiro passo da subida para o Pai. Ao mesmo tempo é glorificação do Pai, pois Cristo, aceitando voluntariamente a morte por amor, como ato supremo de obediência à Vontade divina, realiza o maior sacrifício com que o homem pode dar glória a Deus. O Pai corresponderá a esta glorificação que Cristo Lhe tributa glorificando-O a Ele, como Filho do Homem, isto é, na Sua Santíssima Humanidade, através da Ressurreição e exaltação à Sua direita. Desta forma a glória que o Filho dá ao Pai é ao mesmo tempo glória para o Filho.

Assim também o discípulo de Cristo encontrará o seu maior motivo de glória na identificação com a atitude obediente do Mestre. São Paulo indica-o claramente ao dizer: ‘Longe de mim gloriar-me a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6, 14)” (Edições Theologica).

Em Jo 13, 33 diz: “Filhinhos, por pouco tempo ainda estou convosco. Vós me procurareis e, como eu havia dito aos judeus, agora também vo-lo digo: Para onde vou vós não podeis ir”.

Dom Duarte Leopoldo escreve: “Meus filhinhos... estas palavras são dirigidas a esses homens tirados da ínfima classe da sociedade. Meus filhinhos... sim, porque são seus discípulos e Jesus os ama mais do que ninguém” (Concordância dos Santos Evangelhos).

Neste versículo distinguem-se três partes: “Na primeira, o Senhor começa por proclamar o Mandamento Novo (vv. 33-35) e anuncia as negações de Pedro (vv. 36-38). Explica-lhes depois que a Sua Morte vai ser o trânsito para o Pai (cap. 14), com Quem é um por ser Deus (vv. 1-14). Também lhes anuncia que depois da Sua Ressurreição lhes enviará o Espírito Santo, que os guiará ensinando-lhes e recordando-lhes tudo o que lhes tinha dito (vv. 15-31).

A segunda parte do discurso está contida nos capítulos 15 e 16. Jesus Cristo promete que aqueles que crerem terão uma nova vida de união com Ele, tão íntima como a que têm as varas com a videira (15, 1-8). Para conseguir essa união é necessário praticar o Mandamento Novo do Senhor (vv. 9-18). Previne-se das contradições que terão de sofrer, e anima-os com a promessa do Espírito Santo, que os defenderá e consolará (vv. 18-27). A ação do Paráclito ou Consolador conduzi-los-á eficazmente ao cumprimento da missão que Jesus lhes confiou (16, 1-15). Fruto da presença do Espírito Santo será a plenitude do gozo (vv. 16-33).

A terceira parte (cap. 17) recolhe a oração sacerdotal de Jesus, em que roga ao Pai pela Sua glorificação através da Cruz (vv. 1-5). Pede também pelos Seus discípulos (vv. 6-19) e por todos os que por meio deles crerão n’Ele, para que, permanecendo no mundo sem serem do mundo, esteja neles o amor de Deus e dêem testemunho de que Cristo é o enviado do Pai (vv. 20-26)” (Edições Theologica).

“Para onde vou...”. Estas mesmas palavras foram também dirigidas aos judeus: “Terríveis para uns como uma sentença de morte, para outros cheias de amor e de consolação. Os judeus não podiam segui-lo por causa da sua incredulidade; os Apóstolos não podem agora acompanhar o seu Mestre, porque têm de ir pregar o Evangelho a todo o mundo. Eles o deviam encontrar mais tarde, às portas do reino dos céus” (Dom Duarte Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos).

Em Jo 13, 34- 35 diz: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”.

Nosso Senhor Jesus Cristo, depois de anunciar a Sua partida (v. 33), resume os Seus preceitos num só: “O mandamento da caridade, Jesus o chama novo, posto que tantas vezes o tivesse inculcado, não só com as suas palavras, mas ainda com os seus exemplos. É novo de fato, ou porque os Apóstolos ainda o não tinham compreendido, ou porque não o tinham praticado até então. É novo porque, tendo quase desaparecido do mundo, era necessário renová-lo ainda; novo pelo caráter especial que dele faz o distintivo dos verdadeiros discípulos de Jesus; novo finalmente, pela sublimidade e perfeição a que foi elevado, tendo por medida o próprio amor de Deus” (Dom Duarte Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos), e: “É um mandamento novo porque são novos os seus motivos: o próximo é uma só coisa com Cristo, e por isso é objeto de um especial amor do Pai. É um mandamento novo porque o Modelo é sempre atual. É um mandamento novo porque estabelece relações novas entre os homens; porque o modo de cumpri-lo será sempre novo: como eu vos amei; porque se dirige a um povo novo e requer corações novos; porque estabelece os alicerces de uma ordem diferente e desconhecida até então. É novo porque sempre será uma novidade para os homens, acostumados aos seus egoísmos e às suas rotinas” (Pe. Francisco Fernández-Carvajal), e também: “Ó Cristo, destes-nos um mandamento novo: amar-nos uns aos outros, como nos amastes. E o chamais novo porque, despojando-nos do homem velho, nos reveste do novo. Não é, de fato, qualquer amor que pode renovar o homem, mas o amor que vós distinguis do puramente humano, ao acrescentar: como eu vos amei. E este mandamento novo renova só quem o acolhe e lhe obedece... Fazei, ó Senhor, que este amor nos renove, tornando-nos homens novos, herdeiros do Testamento Novo, cantores do cântico novo. Fazei que este amor, que renovou também os justos dos tempos antigos, os patriarcas e os profetas, como depois os bem-aventurados Apóstolos, continue a renovar os povos e a reunir todo o gênero humano espalhado por todas as partes da terra, para fazer dele um só povo novo, o corpo de vossa Esposa” (Santo Agostinho, Em Jo 65, 1).

Aquele que não ama o próximo como se deve, não é um católico perfeito; antes, deve-se duvidar se o mesmo ama verdadeiramente a Deus.

Quem ama o próximo é discípulo de Nosso Senhor; que o odeia, é seguidor do mundo inimigo do Evangelho.

Quem ama o próximo, vive na luz; aquele que deseja-lhe mal, vive nas trevas.

Como amamos o próximo? Sofrendo com quem sofre, ajudando com esmolas quem tem necessidade, confortando-o na dor, corrigindo os seus erros e, principalmente, orientando-o no caminho da santidade.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

A RELAÇÃO ENTRE OS QUE CRÊEM E OS ATEUS


É raro em nossos dias que se feche a alguém uma porta, porque uma pessoa seja crente ou não. Homens das duas categorias labutam em conjunto, agem no seio dos mesmos grupos políticos, econômicos, esportivos e culturais. Acrescente-se que casamentos entre crentes e não-crentes se tornam freqüentes, apesar da comunicação espiritual entre uns e outros ser difícil e sempre desaconselhável.
Crentes e descrentes já não se acusam de obscurantismo e não mais se insultam. Há, pois, uma tolerância, fruto do pluralismo do mundo em que se vive.
O papa João XXIII na sua Encíclica Pacem in terris fez uma distinção que ficou famosa entre o que não é aceito pela Igreja, as teorias fixas e os movimentos que nelas se inspiram, mas que evoluem com a vida.
Em seguida João XXIII dizia: “Na medida em que estes movimentos estão de acordo com os sãos princípios da razão e correspondem às justas aspirações da pessoa humana, quem recusaria reconhecer aí elementos positivos e dignos de aprovação? Pode acontecer, por conseguinte, que certos encontros no plano das realizações práticas que até hoje teriam parecido inoportunas ou estéreis, possam agora apresentar vantagens reais ou as prometer para o futuro”.
Na Encíclica suam o papa Paulo VI também falou do diálogo com o ateísmo. Uma troca de idéias entre peritos e não entre grupos é o que surtirá efeito no que diz respeito a um intercâmbio cultural realmente de alto nível e com fins práticos. Num plano mais vasto a troca de opiniões entre o catolicismo e o marxismo é inconcebível por causa dos péssimos resultados para a atuação religiosa e civil.
O ateísmo hodierno, não obstante, é um ateísmo positivo e absoluto e isto tem que ser levado em conta. Seus adeptos pretendem ser ateus não apenas em relação às crenças de uma religião, àquela do meio ao qual eles pertencem, mas radicalizam. Negam e combatem todos os deuses, reivindicam a autonomia do homem e do universo. Claude Bruaire expressou-se com precisão: “O humanismo, com efeito, não passa de um revestimento do absoluto sobre a idéia vazia do homem, libertado do sistema natural, tentativa monstruosa e irrisória de identificar o animal bípede com o informe absoluto do Sujeito indeterminado. Eis por que Deus fica um problema lancinante que atormenta o humanismo ateu”. Menosprezam qualquer fé como um indesejável entrave. Alguns admitem a razão como o critério supremo da verdade; outros endeusam a Ciência, sistematizam uma filosofia que eleva o homem e o emancipa do Deus vivo.
Tem, assim, traço comum com o ateísmo de outros tempos. É na religião cristã que os ateus em geral encontram o óbice à idéia que fazem do homem e de sua felicidade. Até Marx e Freud, embora de origem judaica, dirigem suas críticas sobre o papel sociológico da religião, não tanto contra o judaísmo, quanto contra o cristianismo. É que a encarnação do Verbo de Deus contradiz Hegel que falou de um Deus-coisa, o eterno Ausente, informe, impessoal. Heidegger sustenta que o Deus que Nietzsche anunciou absoleto é o Deus cristão, Deus pessoal com o qual se conversa. Além disto, a imoralidade, da qual a dissolução dos costumes é triste indicador, faz do cristianismo a derradeira resistência à irradiação atéia. Negando o cristianismo, não há razão para aderir a uma outra religião. Resta apenas esta opção: chegar à descrença total.
Cumpre, por tudo isto, a quem professa a crença em Deus ser firme na fé, jamais cedendo aos argumentos daqueles que negam fortuitamente a existência do Ser Supremo, Criador de tudo que existe.
* Professor no Seminário de Mariana - MG

terça-feira, 29 de julho de 2008

PREOCUPAÇÃO SOCIAL SIM SOCIALISMO NÃO


Os socialistas pintam hoje um quadro da realidade dos mais falsos possíveis. Colocam eles mesmos de um lado, como "preocupados em combater a miséria e defender os pobres"; e de outro lado, colocam todos os que discordam de suas teses, como se fossem diabos na terra, interessados na "exploração dos mais pobres" e (ofensa das ofensas!) "reacionários".

A Santa Igreja Católica Apostólica Romana, por condenar o socialismo como "intrinsecamente mau" (Papa Pio XI. Encíclica Divini Redemptoris, de 19 de março de 1937; Catecismo da Igreja Católica, 2424-2425) devido à perversão que ele faz da ordem natural das coisas, é automaticamente colocada neste segundo grupo, por ser ela a grande opositora da revolução socialista.

Uma análise mais atenta da doutrina social católica e das doutrinas socialistas, bem como um rápido retrospecto histórico, mostra o quão falso é este quadro dualista da realidade que os socialistas pintam. Se um socialista está realmente preocupado em "combater a miséria e defender os pobres", não está fazendo nada mais do que conservar uma herança da civilização cristã - mesmo que não o perceba! Provas disso são a própria Sagrada Escritura e o testemunhos dos primeiros cristãos, bem como os documentos - tanto antigos como recentes - do Sagrado Magistério da Igreja.

Já dizia Nosso Senhor Jesus Cristo: "Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, estive nu e me vestistes (...). Todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que fizestes." (Mateus 25, 35-40) E como não lembrar aqui da encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII? Da encíclica Quadragesimo Anno, de Papa Pio XI? Da encíclica Mater Et Magistra, do Papa João XXIII? Da Constituição Pastoral Gaudium Et Spes, do Concílio Vaticano II? Da encíclica Populorum Progressio e da Carta Apostólica Octogesima Adveniens, do Papa Paulo VI? Da encíclica Centesimus Annus, do saudoso Papa João Paulo II? Todos estes documentos atestam a preocupação social da Santa Igreja, por excelência defensora da Lei de Deus e da dignidade intrínseca do ser humano!

Ocorre ainda que, os socialistas, quando falam em defender o ser humano, contrariam as suas próprias teses, pois ao procurar aprovar o aborto e outras imoralidades (e assim o costumam fazer, ao menos em suas vertentes mais avançadas), negam que exista uma lei moral objetiva. Ora, se não existe moral objetiva, como se poderá falar em justiça social? Se não existe moral objetiva que garanta o valor da vida humana em si mesma (e derivando daí a imoralidade em abortar), como se poderá defender que todos tenham condições dignas de vida? Defender à condições dignas para si e para os seus, ao mesmo tempo que se nega que exista uma moral objetiva e se assassina crianças no ventre de suas mães (Catecismo da Igreja Católica, 2270-2275), é no mínimo uma incoerência, quando não há aqui uma hipocrisia da pior espécie possível!

A doutrina socialista, aliás, em sua aplicação, jamais poderá atender de maneira estável e duradoura os anseios de seus próprios defensores, por perverter a ordem natural das coisas ao negar o direito natural à propriedade privada e à livre iniciativa, tolhendo, assim, as liberdades individuais (Catecismo da Igreja Católica, 2402; 2424-2425; 2429). A fracassada Ex-União Soviética é o grande exemplo disso.

O saudoso Papa João Paulo II, falando a respeito do capitalismo selvagem, escreveu: "Nesta luta contra tal sistema não se veja, como modelo alternativo, o sistema socialista, que, de fato, não passa de um capitalismo de Estado, mas uma sociedade do trabalho livre, da empresa e da participação." (Centesimus Annus, 35)

DEMOCRACIA ABSOLUTISTA


Inegável que a democracia seja um valor. O erro moderno, contudo, é considerá-la valor absoluto, ao qual tudo o mais pode e deve ser sacrificado. Como toda idéia que tende a sobrepor-se à realidade, também a democracia corre o risco de tornar-se ideológica.

A análise dos fatos mais evidentes – e um mínimo de filosofia clássica, não sua deturpação sectária e iluminista ministrada em sala de aula, pode ajudar nesse sentido – fornece-nos um dado irrefutável: nem tudo é motivo de escolha, nem tudo deve ser eleito por uma maioria. Nisso está que a verdade, o bem, não são objetivos de pleito democrático algum!

Como a democracia, também a monarquia e a aristocracia são valores, segundo o esquema aristotélico-tomista. Livres somos para a adoção de um ou outro, bem como para mesclar as três formas ou duas delas. Equivoca-se o monarquista, v.g., quanto, tornando sua opção valor supremo, único, acaba defendendo a monarquia absolutista. Do mesmo modo, a democracia pode ser degenerada, convertendo-se em algo como uma “democracia absolutista”. Na monarquia absoluta, confere-se ao soberano poder de decisão sobre todas as coisas, colocando-o acima da moral e do direito. Algo semelhante ocorre com a mania contemporânea de endeusar a democracia: dá-se ao povo condições de decidir, de modo absoluto, sobre o bem e o mal, e, com isso, corrompe-se o valor, originalmente bom.

Serve a democracia para a escolha de governantes e representantes. Aí, sim, ela cumpre seu papel – que, aliás, não é único, dado que as demais formas políticas são igualmente válidas. Criamos um monstro quando o princípio democrático é transportado para outros campos, e, de relativo, seu valor torna-se absoluto. A maioria da população não tem direito algum de, por eleição, legitimar atos contra a verdade. A mentira não se muda em verdade por vontade popular. O erro não se transforma em direito. A democracia não tem, pois, o condão de autorizar, nem por unanimidade, o homicídio, o furto, o estupro.

Pelo mesmo viés, não compete ao povo nem ao Parlamento, no qual se assentam seus representantes, aprovar normas permissivas ao aborto, ao extermínio de embriões humanos, à eutanásia, ao confisco da propriedade privada, à impossibilidade – via desarmamento – do exercício da legítima defesa.

Todo o poder emana do povo? Todo? Para Heinz Krekeler, a soberania popular absoluta é uma tese jurídica perigosa, pois, a prevalecer, insinuaria que o povo (ou o Parlamento) poderia decidir acabar com a própria soberania popular, substituindo-a pela tirania aceita pela maioria. A democracia absoluta tem o poder de extinguir a democracia em si.

Se o monarca deve respeitar uma ordenação maior, sob pena de instaurar um regime absolutista, também na democracia a lei natural e a moral precisam ser observadas. Deputados, presidentes, prefeitos podem ser escolhidos pelo voto. Nunca os conceitos de verdade, de ética, de bem. Estes são pontos a guiar nossas escolhas, e não objetos das mesmas, descartáveis conforme a opinião das massas. Ainda que todos queiram o erro, não tem ele direito a triunfar!

A IGREJA E O ESTADO


Em 1905, promulgava-se em França perniciosa lei anticlerical, pretendendo que os leigos, e não mais o Papa, elegessem os Bispos, instituindo associações culturais no lugar das Dioceses, confiscando os bens eclesiásticos a pretexto de separação entre Igreja e Estado, e também, invocando o mesmo motivo, acabando, na prática, com a educação religiosa confessional. Era a vitória do laicismo, programa de feições liberais que estabeleceu sua sede no país outrora denominado "filho primogênito da Igreja" e cujo chefe de Estado goza até hoje do título de Primeiro Cônego Honorário do Cabido de São João do Latrão, a catedral do Sumo Pontífice em Roma.

Importa diferenciar os termos e precisar as expressões. Quando a doutrina católica se opõe à separação entre Igreja e Estado não está a canonizar a confusão entre os dois entes nem a defender a subordinação direta de um ao outro. Pelo contrário, sempre foi pacífico entre os melhores teólogos e cristalino no Magistério dos Papas a tese de que, em seus campos próprios - a sociedade espiritual e a temporal, a vida religiosa e a civil -, Igreja e Estado são soberanos e independentes, cada qual exercendo sua máxima e natural autoridade no âmbito que lhes compete. Desse modo, não cabe à Igreja imiscuir-se em assuntos meramente civis nem ao Estado intrometer-se no plano diretamente religioso. Isso é laicidade, é reconhecer a independência das duas esferas.

Muito distinto desse ensino é o laicismo, que pretende não só o reconhecimento dos dois campos, como uma radical separação entre eles. Ora, o homem-religioso também é um homem-súdito, um homem-cidadão, de maneira que extremar tais qualidades é um desrespeito à realidade dos fatos. Se faz parte do dogma católico a sustentação da laicidade - independência e soberania do Estado e da Igreja, com a conseqüente condenação da confusão entre ambos ou da subordinação direta de um a outro -, igualmente verdadeira é a rejeição ao postulado da separação radical. Melhor expressão, a resumir o pensamento eclesiástico, é "mútua colaboração".

Refutamos, evidentemente, a supremacia direta da Igreja sobre o Estado, eis que a cada um compete a gestão de seus negócios específicos. Entretanto, em uma Nação católica não pode o Estado ignorar os benefícios de uma aliança com a Igreja. Ao mesmo tempo em que rechaça as indevidas ingerências do plano espiritual no temporal, e deste naquele, proclama a Igreja que uma separação sua do Estado não é sadia. Os extremos devem ser evitados, e uma correta autonomia de colaboração, como vem salientando Bento XVI, se alcança quando os postulados tradicionais católicos em matéria social são implantados. Basta ler, entre outras, a Gaudium et Spes, do Vaticano II (interpretando conforme a Tradição), o Catecismo, a Quanta Cura, do Beato Pio IX, a Quas Primas, de Pio XI, e a monumental Immortale Dei, de Leão XIII, tão esquecida pelos "católicos progressistas" - que, ao invés de defender os direitos de Deus e os interesses de Cristo Rei, fazem pacto com os inimigos da Igreja e, em nome da católica laicidade, propagam o funesto laicismo.

Há 100 anos a França de São Luís IX, de Santo Hilário de Poitiers, de Santo Irineu de Lion, de Carlos Magno, de Santa Teresinha, de São Martinho de Tours, voltava a declarar guerra a si mesma, ao perseguir a Fé Católica que a moldara com Clóvis e Santa Clotilde. Na mesma época, reagiu o povo católico tendo a frente o grande Papa São Pio X, com sua Encíclica Vehementer Nos. Hoje, quando o novo laicismo investe contra a Civitas Dei, proibindo o uso público de sinais religiosos nas escolas (ou tentando o banimento dos crucifixos no Judiciário gaúcho, em nítido contraste com a fé da maioria de nosso povo), impedindo que cristãos preguem sua doutrina moral contra o homossexualismo e o aborto, etc, o que faremos nós?

Distinção, sim, entre Igreja e Estado. Nunca separação. "Não se deve ceder às pretensões de quem, amparando-se em uma errônea concepção do princípio de separação Igreja e Estado (...), tenta reduzir a religião à esfera meramente privada do indivíduo." (João Paulo II. Discurso ao Embaixador do México à Santa Sé, 24/02/2004)

Unidos ao Papa, é preciso um novo levante! Cordial, pacífico, ordeiro e legal... Mas corajoso, decidido, firme e eficaz!

EUTANASIA ASSASSINATO DISFARÇADO


Muito se comenta sobre a eutanásia, com opiniões favoráveis ou contrárias, porém pouco se diz sobre o que ela é realmente. Imperioso, assim, precisar o termo, afastar diferenças, marcar bem as nuances.

Eutanásia é a ação ou omissão que, na intenção ou por si, produz a morte, no intuito de aliviar um sofrimento ou uma dor. Pelo conceito, vemos que pode ser ativa (ação) ou passiva (omissão). Não ministrar os alimentos devidos ou a água a um paciente (como no caso da moribunda Terry Schiavo), deixar de prestar os cuidados normais ao doente, são exemplos de eutanásia passiva – quanto à ativa, restam mais facilmente aferíveis: aplicar uma substância mortífera qualquer, desferir um golpe etc.

Não confundamos, entretanto, a eutanásia passiva com a mera “interrupção de procedimentos médicos onerosos, perigosos, extraordinários ou desproporcionais aos resultados esperados”, que, conforme o caso, “pode ser legítima” (Catecismo da Igreja Católica, 2278). É o que se chama ortotanásia, e, como vemos, não é necessariamente imoral. Embora pareça, a princípio, com a eutanásia passiva, dela se difere por ser um modo de “rejeição da ‘obstinação terapêutica’. Não se quer dessa maneira provocar a morte; aceita-se não poder impedi-la.” (op. cit.)

Sem levar em conta os matizes próprios, alguns atacam a Igreja, acusando-a de ser contrária também à ortotanásia, prolongando artificial e inutilmente a vida, sendo, portanto, destituída de misericórdia para com os agonizantes. Nada mais falso, podemos observar pelo Catecismo. O próprio Papa João Paulo II preferiu abdicar dos meios extraordinários, vindo a falecer em seu apartamento no Palácio Apostólico.

Por outro lado, não faltam os que, ainda confundindo a eutanásia passiva com a ortotanásia, tiram conclusão diversa, quiçá mais nefasta. A de que só a ativa seria imoral, e que, de modo passivo, poder-se-ia interromper a vida – sem atentar para o colossal abismo entre o deixar de dar comida por uma sonda, v.g., procedimento absolutamente ilícito, e a referida rejeição da obstinação terapêutica, perfeitamente moral.

Se a ortotanásia é uma expressão da caridade cristã e da conformidade piedosa aos planos de Deus, a eutanásia, ainda que passiva, é um modo horrendo e radical de institucionalizar o egoísmo. A legalização da eutanásia, defendida por alguns, mostrará que nossa sociedade está gravemente enferma ao oficializar o assassinato, justo dos mais necessitados de cuidados especiais..

O CRIME DO ABORTO


O direito à vida é o fundamento de todos os demais direitos. O primeiro pecado histórico foi o de Caim. Todo pecado se reduz a homicídio. Mata-se biologicamente, economicamente, socialmente, moralmente, psicologicamente. Mas o analogado principal é sempre o assassinato. O Diálogo de Cristo com o jovem rico diz tudo: "Se queres entrar para a vida eterna, guarda os mandamentos. Quais? perguntou o jovem. Jesus respondeu: Não matarás" (Mt 19,17-18). A vida humana é sagrada, inviolável. Procede, desde a origem, de um ato criador de Deus. A morte deliberada de um ser humano inocente é crime monstruoso. Não há autoridade alguma que possa legitimamente permiti-la. Ora, o aborto provocado é a morte deliberada e direta de um ser humano inocente na faz inicial de sua existência, que vai da concepção ao nascimento. O Concílio Vaticano II classifica o aborto de "crime abominável" (nefandum crimen, GS, 51).

A ciência genética moderna demonstrou que, a partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida, que não é a do pai nem a da mãe, mas sim a de um novo ser humano que se desenvolve por conta própria. Nunca poderia tornar-se humana, se não o fosse já desde então. Não há mais dúvida possível sobre o surgimento da vida humana na concepção. Todo o patrimônio genético do novo ser já se encontra determinado no óvulo fecundado. Após a concepção nada ocorre de novo que possa alterar a natureza do novo ser surgido com a união das duas células. A partir daí, só há desenvolvimento do feto humano. Desde o primeiro instante já está programado aquilo que será o novo ser vivo, uma pessoa individual, com características já bem determinadas. Todos os aspectos biológicos, psicossomáticos e até o temperamento do novo ser humano já estão definidos, inclusive a cor dos cabelos. Desde a fecundação, tem início a aventura de uma vida humana com as imensas potencialidades que caracterizam a pessoa humana. O ser humano deve ser respeitado e tratado como uma pessoa desde a sua concepção e, por isso, desde esse mesmo momento, devem-lhe ser reconhecidos os direitos da pessoa, entre os quais o primeiro de todos, o direito inviolável de cada ser humano inocente à vida.

A encíclica Evangelium Vitae, de João Paulo II, ensina que, mesmo na hipótese da probabilidade, hoje já descartada pela ciência, de que o embrião humano ainda não fosse uma pessoa humana, a simples probabilidade contrária de se encontrar em presença de uma pessoa humana já exige a proibição categórica de interromper a vida do embrião humano. Pois, como diz o jurista José C. G. Wagner, o direito à vida é inviolável. Havendo a dúvida sobre a possibilidade de existir vida humana no embrião, há pelo menos ameaça de violação pois a dúvida sobre se há ou não vida humana é a admissão de que pode haver.

Ora, o que é inviolável não pode estar sujeito à ameaça de violação. Se há a menor possibilidade de vida humana no embrião, então uma lei permitindo interromper seu desenvolvimento é uma violação evidente do direito à vida. Diante do direito à vida, não existem privilégios nem exceções para ninguém. Perante as exigências morais, todos somos absolutamente iguais. Não há vida mais importante ou menos importante. Dentro da ordem natural, é a mãe que renuncia à vida em favor do filho. O filho no seio da mãe não é um injusto agressor. Ele está no seu devido lugar, mesmo se a vida da mãe corre perigo. O feto, além de inocente, é indefeso e não deve responder sequer pelo risco de vida da mãe.

Se a vida é um direito inviolável, eliminar a vida pelo aborto é sempre um crime de violação do fundamento dos direitos humanos, que é a vida. Esse direito não permite qualquer exceção. Nem o estupro, nem o risco de vida podem violar um direito inviolável. Nem mesmo o Código Penal pode prever qualquer exceção. O Código pode despenalizar, mas não pode descriminalizar o aborto. Eliminar a vida é sempre crime.

"Como o direito inviolável à vida é cláusula constitucional pétrea, ou seja, não pode ser alterada nem mesmo por emenda constitucional, para se adotar o aborto será necessária uma revolução que derrogue a atual Constituição (J. C. G. Wagner, FSP, 27-11-95)).

A pior crise do mundo moderno é a "cultura da morte" (denunciada incansavelmente pelo Papa) que, usando todos os meios de comunicação, está apostada na difusão do permissivismo sexual, do menosprezo pela maternidade e na fundação de instituições internacionais que se batem sistematicamente pela legalização e difusão do aborto no mundo. Uma das mais belas conquistas de nossos dias é a emergência do feminismo que reivindica os direitos da mulher sistematicamente violados em todo o mundo.

Mas ao lado dessa magnífica revolução cultural, surgiu um arremedo degenerado de feminismo, verdadeira excrescência teratológica no organismo social, fruto de lavagem cerebral operada pela televisão. Essa "feminismomania" apesar de ser um quisto microscópico, tem uma virulência arrasadora, procurando suplantar, pelo grito, a voz da razão e do bom senso. Todos os meios de pressão são usados para impor a legalização do aborto. Apelando para o pluralismo da sociedade moderna e para a democracia, se reivindica para cada pessoa a total autonomia para dispor da própria vida e da vida de quem ainda não nasceu. Segundo essas "feministas", feto é mera matéria biológica e só é vida após sua "libertação" do útero. Desprezando a convicção e a consciência da quase totalidade das mulheres do mundo, essas feministas desvairadas, autocredenciando-se como profetas da democracia, gritam que a lei deve ser expressão da vontade da maioria que é favorável ao aborto. Estamos perante o relativismo ético que faz da maioria parlamentar o árbitro supremo do direito, numa tirania contra o ser humano mais débil e indefeso, quando pretende coagir a maioria parlamentar a decretar a legitimação do aborto. Essa é a fraqueza da democracia na qual a regulação dos interesses é feita a favor de parcelas mais fortes e mais industriadas para manobrar não apenas o poder, mas também a formação dos consensos. A democracia se torna então uma palavra vazia.

A tradição cristã, desde suas origens, sempre considerou o aborto como desordem moral gravíssima. Já no tempo dos Apóstolos, a Didaké (ca. 70) prescrevia: "Não matarás o embrião por meio do aborto". Atenágoras (160) diz que as mulheres que praticam aborto são homicidas. Tertuliano (197) afirma: "É um homicídio premeditado interromper ou impedir o nascimento. Já é um ser humano aquilo que o será" (CSEL 69,24).

Todos os códigos jurídicos, já há mais de quatro mil anos, condenavam o aborto como homicídio. O Código de Hamurabi (1748-1729 a.C.) castiga o aborto, mesmo involuntário ou acidental (§ 209-214). A coletânea das Leis Assírias (séc. XIX-XVIII a.C.) prevê pena terrível para o aborto intencional: a empalação. Entre os persas o aborto era punido com a pena de morte. Entre os hebreus, o historiador Flávio Josefo relata que o aborto é punido com a morte (Hist. dos Ant. Jud. 1, IV, C. VIII). Na Grécia, as leis de Licurgo e de Solom, e a legislação de Tebas e Mileto consideravam o aborto, crime que devia ser punido. Na Idade Média. A lei dos visigodos edita penas severas contra o aborto. A repressão se agrava à medida que os séculos avançam. No séc. XIII, na Inglaterra, todo aborto era punido com a morte. Mesmo rigor no tempo de Carlos V (1553). Na Suíça a mulher que abortava era enterrada viva. No Brabante (1230), a mulher que abortava era queimada viva. Na França a pena de morte reunia todos os cúmplices de um aborto. O rei Henrique II da França decretou a pena de morte para a mulher que abortasse. A mesma pena foi renovada por Henrique III (1580), Luís XIV (1701) e Luís XV (1731). O Código penal francês, 1791, determina que todos os cúmplices de aborto fossem flagelados e condenados a 20 anos de prisão. O Código penal francês de 1810 prevê a pena de morte para o aborto e o infanticídio. Depois, a pena de morte foi substituída pela prisão perpétua, além disso os médicos, farmacêuticos e cirurgiões erma condenados a trabalhos forçados. Na Igreja, os Concílios do século III decretaram que a mulher que praticasse o aborto ficasse excomungada até o fim da vida. Depois todos os Concílios mantiveram a pena de excomunhão

O GOVERNO E O COMBATE A CASTIDADE


A vida deve ser respeitada ainda antes da concepção. O respeito à vida deve começar pelo respeito à sexualidade, que é a fonte e a raiz da vida. A cultura da vida coincide com a cultura da castidade. O aborto é o fundo de um abismo que se inicia com o desregramento sexual.

No governo Lula, a causa pró-aborto — que ataca diretamente a vida humana — anda de mãos dadas com a causa pró-homossexualismo — que ataca frontalmente a virtude da castidade, sobre a qual se funda a família. Desde o início de 2003, o governo vem fazendo todo o possível, seja internamente, seja perante a comunidade internacional (ONU e OEA), para glorificar o homossexualismo e tratar como criminosos (“homofóbicos”) os que se opõem à conduta homossexual.

Ao mesmo tempo em que oferece aos pobres a chamada “bolsa-família”, o governo investe pesadamente em destruir os valores da família. Nas escolas, os alunos são convidados a escrever, às ocultas de seus pais, suas experiências sexuais na cartilha de pornografia chamada “O caderno das coisas importantes – confidencial”, uma iniciativa dos Ministérios da Saúde e da Educação [1]. Segundo anúncio do Ministro José Gomes Temporão de 26/06/2008, as primeiras 400 máquinas de distribuição de preservativos estão para ser instaladas em escolas públicas participantes do programa “Saúde e Prevenção nas Escolas” [2].

Examinemos a seguir a cronologia da promoção do homossexualismo durante os dois períodos de governo do atual presidente:

Abril 2003 – A delegação do governo Lula apresenta à Comissão de Direitos Humanos da ONU uma proposta de resolução proibindo a discriminação com base na “orientação sexual”. A discussão é adiada, por decisão da maioria dos países.

7 e 8 dez. 2003 — O governo Lula, pelo Secretário Especial dos Direitos Humanos Nilmário Miranda, lança o “Brasil sem Homofobia: Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB e de Promoção da Cidadania Homossexual” [3].

30 mar. 2004 – O governo Lula, em um “recuo estratégico”, desiste de reapresentar na ONU a proposta apresentada em 2003. [4]

22 maio 2006 – O Partido dos Trabalhadores, em seu 13º Encontro Nacional, aprova as “Diretrizes para a Elaboração do Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores (Eleição presidencial de 2006)”, contendo como propósito para o segundo mandato a “descriminalização do aborto e a criminalização da homofobia” (item 35). [5]

27 set. 2006 – Atendendo às propostas do 13º Encontro Nacional do PT, o presidente Lula inclui em seu programa de governo 2007- 2010 a legalização do aborto: “Criar mecanismos nos serviços de saúde que favoreçam a autonomia das mulheres sobre o seu corpo e sua sexualidade e contribuir na revisão da legislação” (Programa Setorial de Mulheres, p. 19). [6] À promoção do homossexualismo é dedicado um caderno de 14 páginas: “Lula presidente: construindo um Brasil sem homofobia: Programa Setorial Cidadania GLBT 2007 / 2010”. Sem o menor escrúpulo, o presidente se compromete a aprovar a “união civil entre pessoas do mesmo sexo, estendendo aos casais homossexuais os mesmos direitos que os casais heterossexuais possuem. Inclusive o reconhecimento e proteção de suas famílias, garantindo o direito à adoção” (p. 13). [7]

28 nov. 2007 – O Presidente Lula assina um decreto [8] convocando a I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT), sob os auspícios da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com o tema: “Direitos Humanos e Políticas Públicas: O caminho para garantir a cidadania de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais”.

3 jun. 2008 – Em Medellín, Colômbia, a Assembléia-Geral da OEA, por iniciativa do Brasil, aprova a resolução “Direitos Humanos, Orientação Sexual e Identidade de Gênero” (AG/RES. 2435 (XXXVIII-O/08)) [9].

5 jun. 2008 – Em Brasília, participando da abertura da I Conferência GLBT, o presidente Lula, segurando uma bandeira com o arco-íris, afirma que a oposição ao homossexualismo “talvez seja a doença mais perversa impregnada na cabeça do ser humano” [10]. Essa conferência pró-homossexualismo “é a primeira do Brasil e do mundo realizada com apoio governamental”. [11]

PLC 122/2006: podar ou extirpar?
(com o apoio do governo Lula e com a omissão dos cristãos, uma nefanda lei “anti-homofobia” pode ser aprovada)

Suponhamos que alguém fizesse a proposta de uma lei em defesa dos fumantes. A injúria – que já é crime – seria um crime especial, com pena maior, se fosse cometida contra alguém em razão de ser fumante. O crime de constrangimento ilegal – por exemplo, impedir alguém de se locomover em um local público – teria uma pena agravada se o fosse praticado em razão do tabagismo da pessoa constrangida. A dispensa de um empregado sem justa causa – que não é crime – passaria a ser crime se o empregado fosse tabagista e se fosse dispensado em razão do fumo.

Certamente surgiriam objeções a essa proposta legislativa. Afinal – diriam – os direitos das pessoas, fumantes ou não, já estão elencados na Constituição Federal. O fumante, na qualidade de fumante, não tem direitos. O tabagismo é um vício que não pode acrescentar direito algum a alguém.

* * *

Está para ser apreciado no Senado Federal um projeto (PLC 122/2006) que pretende defender os que praticam atos de homossexualismo. A injúria – que já é crime – será um crime especial, punível com reclusão de 1 a 3 anos e multa, se cometida contra alguém em razão de seu comportamento homossexual (cf. art. 10). A dispensa de um empregado sem justa causa – que não é crime – passará a ser crime punível com 2 a 5 anos de reclusão se o empregado for homossexual e se for dispensado em razão de atos de homossexualismo (cf. art. 4º). A proibição de ingresso ou permanência de alguém em um estabelecimento aberto ao público será crime punível com 1 a 3 anos de reclusão se a pessoa impedida for homossexual e se a causa do impedimento for sua conduta homossexual (cf. art. 5º).

Que significa isso? Que além dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal a todas as pessoas, os praticantes do homossexualismo terão direitos em virtude do homossexualismo por eles praticado. O projeto pretende dar aos homossexuais direitos, não na qualidade de pessoa, mas na qualidade de homossexuais. Ora, o homossexualismo (entendido como prática da conjunção carnal entre pessoas do mesmo sexo) é um vício contra a natureza, que não pode acrescentar direito algum a alguém.

* * *

O PLC 122/2006, que recebeu parecer favorável da relatora Senadora Fátima Cleide (PT/RO), tem sido alvo de inúmeras críticas. Fala-se da perseguição que sofrerão aqueles que, comentando passagens bíblicas, condenarem o homossexualismo; da punição que sofrerá uma mãe de família ao dispensar a babá que cuida de suas crianças, após descobrir que ela é lésbica; da sanção penal que sofrerá o reitor de um seminário ao não admitir um candidato homossexual. Tudo isso é verdadeiro, mas não constitui o cerne da questão.

Fala-se também que as penas propostas para os novos crimes (chamados crimes de “homofobia”) serão enormes, o que também é verdade. Mas também isso não é o ponto central do problema.

O núcleo do PLC 122/2006 é que ele, pela primeira vez na história legislativa brasileira, pretende dar direitos ao vício. Em nosso país isso é inédito, embora já existam coisas semelhantes em leis estrangeiras, com efeitos desastrosos.

* * *

Os pecadores têm um lugar especial no Cristianismo. Jesus disse textualmente: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. [...] Com efeito, eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mt 9,12-13). Ele, que acolheu a mulher adúltera que estava para ser apedrejada (Jo 8,2-11) e o ladrão que fora crucificado ao seu lado (Lc 23,39-43), não rejeitaria um homossexual penitente. Certamente, Ele o perdoaria dizendo: “Vai, e de agora em diante, não peques mais” (Jo 8,11).

O auxílio que Jesus veio trazer aos pecadores é libertá-los do pecado. Afinal, disse Ele, “quem comete pecado é escravo” (Jo 8,34).

O PLC 122/2006 pretende, não libertar os homossexuais, mas consolidar sua escravidão. Longe de estimular uma verdadeira mudança de conduta (“conversão”), o projeto pretende glorificar o vício contra a natureza. Numa total inversão de valores, ele pretende que sejam punidos como criminosos aqueles que censuram o comportamento antinatural.

Ora, orgulhar-se do pecado cometido e exigir que seja reconhecido o “direito de pecar” é uma das atitudes que se chamam pecados contra o Espírito Santo. [12] É um endurecimento do coração, que fecha o pecador à misericórdia de Deus. É justamente esse pecado que o PLC 122/2006 pretende prestigiar.

O PLC 122/2006 não é uma árvore, em si boa, mas com alguns ramos muito altos, que precisam ser podados. É uma erva daninha, que precisa ser extirpada pela raiz.

O erro do PLC 122/2006 não está nos meios que pretende usar para defender uma boa causa. O erro do projeto está em seu próprio fim: dar direitos ao vício. Por isso, é inútil fazer emendas para tentar aproveitar alguma coisa. É preciso rejeitá-lo totalmente.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

SACRILÉGIOS


A questão dos sacramentos sacrílegos hoje é o problema mais dramático na pastoral da Igreja. Há muito tempo venho dizendo que, por causa da distribuição de sacramentos sacrílegos, os eclesiásticos transformaram as paróquias no caminho mais curto para o inferno. Entre 1968 e 1972 eu trabalhei três anos e meio numa paróquia em São Paulo e 3 meses numa paróquia em Detroit (USA). Fui forçado a deixar o trabalho paroquial, porque me recusava a distribuir sacramentos sacrílegos. Hoje, a situação é muito mais grave do que na época em que trabalhava na paróquia.

Os sacramentos se dividem em dois grupos:
1. Sacramentos dos vivos: confirmação, Eucaristia, ordem, matrimônio e unção dos enfermos.
2. Sacramentos dos mortos: batismo e confissão.

Os sacramentos dos vivos só podem ser recebidos em estado de graça. Quem recebe um sacramento dos vivos em pecado mortal comete um sacrilégio. Para cometer um pecado mortal basta faltar a missa aos domingos (vide Cat. da Igreja Catól. Nº 2181).

1. Confirmação: as pessoas admitidas ao sacramento da confirmação sem serem freqüentadoras da missa dominical, recebem o sacramento validamente mas cometem um sacrilégio.
2. Eucaristia: pessoas que vão à missa esporadicamente e comungam recebem o corpo, sangue, alma e divindade de Jesus, mas comem e bebem a própria condenação, porque cometem um sacrilégio (Cf.1 Cor.11). Estou tomando como base apenas a freqüência a missa, mas obviamente as pessoas podem ter outros pecados mortais. Quando pais não praticantes colocam os filhos no catecismo da primeira comunhão com a intenção de continuar não praticantes após recebimento da Eucaristia, a primeira comunhão dessa criança é sacrílega.
3. Ordem: Se alguém recebe o sacramento da ordem em pecado mortal, o sacramento é válido, mas comete um sacrilégio.
4. Matrimônio: O sacramento do matrimônio em que ambos estão em estado de graça, hoje, é muitíssimo raro. Mesmo casais praticantes em que a mulher casa virgem, em geral, são sacrílegos, porque eles se permitem intimidades que são tão graves como se tivessem feito sexo completo. Na recepção do sacramento do matrimônio, quando um está em pecado mortal e outro em estado de graça, somente o que está em pecado mortal comete sacrilégio. É comum casais de namorados praticantes que fazem sexo comungarem para evitar que os parentes desconfiem que eles estão praticando sexo. Neste caso o sacrilégio é multiplicado. Às vezes, casais que vivem em pecado confessam alguns dias antes do casamento. Mas raramente demonstram um verdadeiro arrependimento e, se não houver sincero arrependimento, a própria confissão se torna um sacrilégio.
5. Unção dos enfermos: Em si, a Unção dos Enfermos é um sacramento dos vivos, mas em certas circunstâncias pode se tornar um sacramento dos mortos. Se o doente estiver lúcido, antes de receber a unção dos enfermos deve confessar, porque o sacramento apropriado para perdoar os pecados é a confissão; se o enfermo estiver em coma, se supõe que ele não tinha pecados graves (no caso de católico praticante) ou que se tenha arrependido antes de entrar em coma: neste caso, a Unção dos enfermos, opera como sacramento dos mortos, perdoando os pecados.
6. Batismo: O batismo apaga o pecado original e perdoa todos os pecados pessoais cometidos até o momento do batismo, contanto que a pessoa esteja arrependida dos pecados pessoais. No caso de batismo de criança, o batismo elimina somente o pecado original. Em caso de adulto, o batismo, apesar de válido, pode ser sacrílego: Se um adulto recebe o batismo sem se arrepender sinceramente de todos os pecados mortais que cometeu até ali, recebe o sacramento validamente, isto é, fica livre do pecado original, mas comete um sacrilégio, porque impediu o batismo de perdoar os pecados pessoais.
7. Confissão: A confissão perdoa todos os pecados contanto que haja arrependimento sincero em relação a todos os pecados mortais e veniais. A absolvição também pode ser sacrílega. Basta que a pessoa não esteja sinceramente arrependida de todos os pecados mortais cometidos ou que não esteja disposta a parar de cometer os pecados daí para frente. Tomemos por exemplo, um casal de namorados praticantes que faz sexo. Antes da semana santa, decidem confessar para comungar na páscoa, com a intenção de continuar praticando sexo em seguida. A absolvição é sacrílega bem como a Eucaristia que receberem durante as cerimônias da semana santa.

As pessoas que recebem sacramentos sacrílegos dificilmente se salvam, porque não admitem que cometeram um pecado grave por terem recebido um sacramento em pecado mortal. Como não admitem o pecado (sacrilégio), não se arrependem e não confessam. Quando Deus procurou Adão e Eva após o pecado, os procurou para perdoar, mas nenhum dos dois admitiu o pecado. Adão acusou Eva e Eva acusou a serpente. Não havendo admitido o pecado não se arrependeram e Deus não pôde perdoar: 9 Mas o Senhor Deus chamou o homem, dizendo: “Onde estás?”10 E este respondeu: “Ouvi teus passos no jardim. Fiquei com medo porque estava nu, e me escondi”. 11 Disse-lhe Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?”12 E o homem disse: “A mulher que me deste por companheira, foi ela que me fez provar do fruto da árvore, e eu comi”. 13 Disse, pois, o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente me enganou e eu comi” (Gn.3,9-13). Se um dos dois se tivesse ajoelhado e pedido perdão, Deus teria perdoado. O outro teria sido induzido a fazer a mesma coisa e Deus teria perdoado os dois. Deus não teria destruído o paraíso com a maldição da terra e o sofrimento e a morte não existiria: 17 Para o homem ele disse: “Porque ouviste a voz da mulher e comeste da árvore, cujo fruto te proibi comer, amaldiçoada será a terra por tua causa. Com fadiga tirarás dela o alimento durante toda a vida (Gn.3,17). Adão e Eva foram mais “burros” quando não se arrependeram do que quando pecaram.

Na minha atividade pastoral, encontrei milhares de pessoas que receberam sacramentos em pecado mortal (sacrilégios) e dos quais nunca se arrependeram e, portanto, estavam caminhando para a perdição, apesar de terem voltado a praticar a religião, recebendo regularmente a Eucaristia no caso de forma sacrílega. Deus certamente será severo com os padres que distribuem sacramentos sacrílegos, sem avisar as pessoas que os recebem que estão cometendo um sacrilégio, e quando estas mesmas pessoas decidem assumir seriamente suas obrigações religiosas, não as ajudam a se purificar dos sacrilégios cometidos na vida passada. Os padres que promovem este tipo de chacina espiritual nas paróquias não são os únicos culpados, porque aqueles que recebem sacramentos em pecado mortal também são culpados.