FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Deus nunca descansa.


“Olho para os montes e pergunto: “De onde virá o meu socorro?” O meu socorro vem do Senhor Deus, que fez o céu e a terra. Ele, o seu protetor, está sempre alerta e não deixará que você caia. O protetor do povo de Israel nunca dorme, nem cochila. O Senhor guardará você; ele está sempre ao seu lado para protegê-lo. O sol não lhe fará mal de dia, nem a lua, de noite. O Senhor guardará você de todo perigo; ele protegerá a sua vida. Ele o guardará quando você for e quando voltar, agora e sempre.” Sl 121 NTLH Todo trabalhador precisa de um tempo de férias. As férias mexem com as expectativas dele. Ele faz projetos para si nessa época. É um tempo de sossego com a família, uma viagem, e outros tantos projetos pairam na mente do merecedor das férias. Todavia, é fácil perceber que na vida há quem nunca tira férias, como é o caso do coração, que trabalha constantemente; dos pulmões; e de Deus, que, por sua natureza eterna, também não para. É a ele, quanto a este constante trabalhar, que me refiro nesta reflexão. O salmo acima diz que Deus, como protetor de Israel, nunca dorme nem cochila. Deus não tira férias. Ele tem o universo para cuidar, o mundo com tudo que nele existe e ainda um grande número de pessoas que Ele escolhe para oferecer proteção especial; este grupo é formado pelo povo de Israel, conforme diz o salmista. Ele declara com tons de segurança que confia plenamente em Deus para ser o seu socorrista: “O meu socorro vem do Senhor”. A esperança de socorro do salmista pode ser também a nossa, pois o Deus em quem ele expressa confiança afirma que não cochila nem dorme e é também o Deus que não morre, e tem as reais condições de socorrer o aflito a qualquer tempo. Não sei exatamente qual situação de emergência moveu o salmista a declarar a confiança em Deus para lhe dispensar socorro, mas posso imaginar várias situações que levam uma pessoa a fazer tal declaração. Vou fazer aqui algumas perguntas. Será que o salmista ia fazer uma longa caminhada passando pelos montes, enfrentando o calor do dia, já que ele fala de sol? Será que ele temia as feras do campo durante a noite, uma vez que ele se refere à lua? Será que nessa caminhada corria o risco de enfrentar bandidos? Na verdade, não é necessário haver nenhum perigo visível diante de nós. A vida é uma caminhada com permanentes riscos. O certo é viver na companhia de Deus em todo o tempo, sabendo que seu socorro é o único imediato, pois Ele não dorme, não cochila, não morre e ainda tem os seus anjos, que estão disponíveis para assistir aos que vão herdar a salvação, conforme registro de Hebreus – “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” Hb1.14. Quando nossa vida está afinada com Deus, podemos fazer a mesma declaração de fé que o salmista fez: “O meu socorro vem do Senhor”. Podemos confiar nos cuidados permanentes de Deus à nossa disposição. Ele está sempre disponível em tempo de paz, alegria, harmonia e também nos momentos de aflição, pois ele não tira férias. Paz e be

Porque não sonhar ?


Referência: Salmos 126.1-3 (RA) INTRODUÇÃO[1] A paz de Cristo. Quero começar este sermão definindo o que representa o ato de sonhar na vida do ser humano. Os sonhos são como vento, você os sente, mas não sabe de onde eles vieram e nem para onde vão. Os sonhos nascem como flores nos terrenos da mente humana. O Dr. Augusto Cury afirma que há dois tipos de sonhos: Primeiro são os sonhos produzidos quando mergulhamos no sono. Segundo são os sonhos diurnos que produzimos quando estamos acordados, vivendo as batalhas da existência, sentindo a vida que pulsa em nosso dia-a-dia. Existem sonhos que produzimos quando nasce um filho, quando conquistamos um amigo, quando beijamos quem amamos. Mas eu quero dar ênfase ao ato de sonhar os sonhos de Deus. Quero ministrar junto aos cristãos que estão dispostos a sonhar os sonhos de Deus. A Escritura diz: “O homem sonha e faz planos, mas Deus sempre realiza a Sua vontade”. (Provérbios 19.21 Bíblia Viva) Meditemos no Salmo 126. Contexto Este salmo refere-se ao retorno dos judeus do cativeiro babilônico depois de 70 anos de exílio. Na verdade, o cativeiro ocorreu como um castigo da parte de Deus, por motivo de apostasia. E agora, o salmista estava muito feliz porque o Senhor tinha restaurado a sorte do povo. O profeta Jeremias em sua carta aos cativos da Babilônia havia dito: Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. (Jeremias 29:11 ACF) a) Sonhar os sonhos de Deus gera uma alegria sem igual. Quando o SENHOR trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. (Salmos 126:1 ACF) Por meio do poder de Deus e do decreto do imperador persa, Ciro, os cativos voltaram do cativeiro babilônico para Jerusalém. Foi tudo como um belo sonho que levou os exilados a um estado de êxtase. Quando os sonhos de Deus se cumprem em nossas vidas eles trazem vida sobre a morte, alegria sobre a tristeza e esperança sobre o desânimo. Quando os sonhos de Deus se cumprem em nossas vidas eles transformam um dia cinzento e chuvoso num dia de sol, e nos levam a superar os obstáculos, nos encorajando a conquistar. b) Os sonhos de Deus levam embora a lamentação e os gemidos dando lugar ao riso e aos cânticos de alegria. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. (Salmos 126:2 ACF) Os sonhos de Deus trazem sentido à nossa existência; Trazem vida ao nosso ser. Os sonhos de Deus trazem saúde para as nossas emoções e renovam as nossas forças. Quando os judeus estavam no cativeiro, eles pensaram que não teria mais jeito pra eles. Acharam que os sonhos de Deus não iriam se cumprir na vida deles. Eles se assentavam às margens dos rios da Babilônia e choravam (Salmos 137). Já haviam até pendurado as suas harpas, pois não conseguiam entoar cânticos a Deus. Muitas vezes a nossa vida é assim. Em meio às tormentas da vida, sequer temos forças para louvar a Deus. Mas os sonhos de Deus vão se cumprir em nossas vidas e voltaremos a cantar o hino da vitória. A lamentação vai dar lugar ao júbilo em nome de Jesus. c) Os sonhos de Deus nos fazem enxergar e entender o quão grande e maravilhoso Deus é. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres. (Salmos 126:3 ACF) Os sonhos de Deus deixam claro que tal sonho só foi possível por meio da intervenção divina em nossas vidas. As aflições do mundo muitas vezes nos levam a dar mais valor aos problemas que ao tamanho do poder do nosso Deus. Alegremo-nos no Senhor que grandes coisas têm feito por nós. Aleluia. Você quer sonhar os sonhos de Deus na sua vida? Segue três orientações: 1) Guarde o seu coração. Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. (Provérbios 4:23 ACF) Muitas vezes somos seduzidos pelas coisas do mundo e ao invés de sonharmos os sonhos de Deus cuja glória será d’Ele, incorremos no erro de sonhar os nossos sonhos, cuja glória será nossa. 2) Ouça a voz de Deus e veja qual a Sua vontade. Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que falará a mim, e o que eu responderei quando eu for arguido. (Habacuque 2:1 ACF) Discernir e entender os sonhos que Deus deseja realizar em nossa vida nos livra de muitos embaraços em nossa caminhada cristã. 3) Espere o tempo necessário para que os sonhos de Deus se cumpram na sua vida. Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. (Eclesiastes 3:1 ACF) É tempo de sonhar os sonhos de Deus. Paz e bem

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O que fazer ?


Talvez, você já tenha tido alguns dos pensamentos do tipo: “Vou desistir do meu casamento, não vale a pena continuar”; “Vou desistir do curso que estou fazendo, não serei capaz de concluí-lo”; Vou desistir da igreja, ela não vai melhorar nunca”; Vou desistir da minha família, já fiz tudo que tinha que fazer por ela”; Vou desistir de lutar por uma sociedade melhor, ninguém mais se importa com isso”; Vou desistir de amar as pessoas, elas são ingratas e hipócritas”; Vou desistir de ler a Bíblia, ela é muito difícil de ser compreendida”; “Vou desistir de orar pelas autoridades, elas fazem tudo errado”; “Vou desistir de manter um namoro que vê o sexo como bênção no casamento, afinal a maioria ao meu redor mantém relações sexuais sem qualquer compromisso conjugal”; “Vou desistir de minha dieta, afinal a morte vem para todos”; “Vou desistir de minhas caminhadas, não ajudam a ganhar dinheiro”; “Vou desistir do Brasil, vou para os Estados Unidos”; “Vou desistir de cumprir normas tributárias, já não suporto mais tanto desperdício com a verba pública”; “Vou desistir de crer que um milagre possa ocorrer, o médico já disse que a doença não tem cura”; “Vou desistir de economizar, é impossível vencer os ídolos do consumo” etc. É verdade que há situações na vida em que precisamos mudar de direção e desistir do que está causando nossa destruição ou adoecimento da alma. Mas, também é verdade que a desistência de alvos justos e nobres pode nos levar a enterrar prematuramente o que poderia vir a ser uma conquista extraordinária num futuro breve ou distante. Nesse sentido, imagine se o homem tivesse desistido de pesquisar e de elaborar e produzir vacinas para combater doenças. Pense na quantidade de contaminações que haveria se o homem tivesse desistido de inventar sistemas de tratamento de água que facilitassem o uso adequado da mesma. Considere a tragédia que seria se o homem tivesse desistido de combater ideologias monstruosas e governos e dirigentes infernais. Pare para refletir quão pouco encantamento e graça teria a vida se os santos e profetas tivessem desistido de fazer diferença no mundo, se os poetas tivessem desistido de escrever suas poesias e os compositores suas músicas. Cogite a situação que teríamos hoje que enfrentar se o homem tivesse desistido de sonhar alto, se o pai de Rafaela Silva e seus professores de judô tivessem desistido dela, e se ela, atualmente campeã mundial no esporte que pratica, tivesse desistido de lutar pelas tolices que ouviu quando não foi vitoriosa nas Olimpíadas de 2012. Caríssimo(a), se Jesus, o Deus que se fez gente, não desistiu de buscar o perdido, nem de amar os excluídos. Se Ele, em figura humana, não desistiu de dar sua própria vida em favor da nossa, temos razões de sobra para não desistir diante das lutas ou decepções, mas, sim, a oportunidade de prosseguir e conquistar, unidos a Ele, o que parecia impossível de ser conquistado. Por isso, prossiga seguindo os passos do Cristo vencedor, por meio de quem somos mais do que vencedores! Paz e bem

A espera. ( Deus nunca deixa de chegar )


Ao começar a escrever, não consigo deixar de colocar minhas próprias indagações e questionamentos quanto ao momento no qual me encontro. Não seria diferente agora, onde a “dor” da espera toma o meu ser, e faz com que eu perceba minha fragilidade e impotência diante das adversidades da vida. Esperamos muitas vezes por uma resposta, um milagre. Chegamos ao ponto de crer que tudo acabou e que agora é o fim, mas o fim de quê, na verdade? Somos tomados e enredados nas situações que perdemos a noção, o equilíbrio e a certeza do olhar atento do “Aba Pai”. Com certeza, você já enfrentou uma situação onde se viu sem saída, sem saber para onde ir, e pensou: “onde está Deus? Será que Ele se esqueceu de mim? Não estaria ele tão distante ao ponto de escutar meu clamor, e perceber meu desespero?”. É engraçado como nos esquecemos dos livramentos diários, por vezes imperceptíveis, das alegrias vividas, das pessoas que estão ao nosso lado. Achamos que nossa caminhada é solitária. Esperar é um exercício difícil. Vivenciar esse tempo nos exige exercitar nossa fé, nos desarmarmos e, por fim, nos entregarmos. Parece fácil não é mesmo? Como eu queria que fosse… Permitir expor nossa situação é o “start” que todos precisamos para recobrar a lucidez, perceber que a vida não acabou e continuar a caminhada. Em algum momento isso tudo vai passar e, após o vendaval, nos restará a convicção de que o sofrimento nos amadureceu, fortaleceu e mostrou que Deus sempre esteve perto, velando por nós. Enfrente esse seu momento, não tente se esconder, fingir que nada está acontecendo. Faça aquilo que só você pode fazer e nunca se esqueça de agradecer pelo fato de poder esperar, pois a revelação da parte de Deus para mim e para você chegará no momento certo. O relógio de Deus nunca informa a hora errada. ________ Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e capelão escolar.

Pessoas no Trabalho: Preparando-se para Ser a Igreja Global ( É muito importante ler )


“Observação do Editor: Este documento Avançando Cape Town 2010 foi escrito por Willy Kotiuga para dar um panorama geral do tópico a ser discutido na Sessão Multiplex sobre “Preparando Seu Local de Trabalho para a Jornada de Fé”. Resumo Um dos maiores grupos de pessoas ”não-ativadas” em todas as nações e continentes são aqueles presentes no local de trabalho, lugar onde a maioria da população do mundo está ativamente engajada no ganho do seu salário para sustentar suas famílias. Dentro de todos os segmentos do local de trabalho, há crentes que têm um relacionamento pessoal com Deus. Alguns são extremamente eficazes para convidar pessoas com quem trabalham para juntar-se à sua jornada; enquanto outros, o trabalho é um lugar onde a fé deles molda suas atitudes, mas não muito. Os campos estão maduros e prontos para a colheita, e no local de trabalho há muitos trabalhadores, mas apenas uma pequena porcentagem está inteiramente engajada na proclamação da esperança para um mundo em busca de esperança. Embora exista pouca discordância sobre a teologia de ser sal e luz onde somos plantados, a realidade é que não temos a paixão para viver nossa responsabilidade de declarar Jesus Cristo como Salvador. Neste documento, exploramos a questão de onde estamos hoje, destacamos vários exemplos de progressos evidentes do ministério no local de trabalho, e enfocamos as barreiras que existem para não estarmos onde Deus quer que estejamos, a fim de que haja um desenvolvimento sustentável que capacite os crentes a fazer o que Deus os chamou para fazer no local de trabalho. 1. O Contexto (Base Bíblica) Somos chamados para ir a todo mundo, e isso inclui o mundo no qual Deus nos colocou. Não importa até onde vá nossa esfera de influência, devemos ser sal e luz visível neste mundo. Este chamado não faz distinção entre trabalhadores, profissionais liberais, cristãos em igrejas ou agências cristãs, ou aqueles que têm ocupações comuns. O próprio Jesus exerceu Sua vocação como carpinteiro até chegar a hora de viver dez por cento da Sua vida trabalhando em tempo integral para anunciar o Reino às massas. Na Bíblia, vários exemplos de heróis mostram como a fé era parte integral na condução de seus negócios no local de trabalho. O elemento comum em todas as histórias é que a jornada de fé e a profissional eram uma só. Fé e trabalho funcionando em mutualidade e interdependência, sem diferença entre trabalho e espiritualidade, uma vez que eles viviam sua fé 24 horas por dias, sete dias por semana (24/7). A fé de José o sustentou durante as quatro diferentes funções que exerceu (negócios da família, gerente doméstico, administrador de presídio e do serviço público), e também foi um elemento chave para sua ascenção em cada posição que ocupou. Paulo usou sua habilidade como fazedor de tendas para seu sustento missionário e como um meio de alcançar um público que não se dava ao luxo de participar de discussões públicas sobre assuntos relacionados à fé. Daniel atingiu a mais alta hierarquia possível do seu tempo por causa da sabedoria que Deus lhe deu e do seu compromisso firme com os princípios de Deus, mesmo colocando sua própria vida em risco. Todos os aspectos do trabalho destes homens eram ofertas de excelência para Deus. 2. Nossa Situação Atual Os exemplos bíblicos têm inspirado a criação de várias organizações de alcance diversificado em comunidades em todo o mundo. A habilidade de fazer tentas de Paulo inspirou uma geração de fazedores de tenda que usaram suas habilidades profissionais como ponto de entrada em culturas que normalmente estariam fechadas para o trabalho missionário “formal”. O movimento Business as Mission (BAM – Negócios como Missão) deu um passo à frente ao estimular e preparar empresários para estabelecer negócios legítimos e autossustentáveis em todo o mundo. Estes negócios são exemplos vivos do trabalho de Deus através de indivíduos determinados a viver o Evangelho usando as habilidades dadas por Deus. Em todo o mundo, homens e mulheres de fé, usando a criatividade e meios vários, têm levado a igreja aos seus locais de trabalho. Existem Estudos Bíblicos que acontecem em locais de trabalho em pequenas empresas e em grandes corporações. Estes estudos são fontes de encorajamento para os que deles participam, e também um lembrete de que viver a fé é uma responsabilidade 24/7 que se estende além dos limites das congregações locais. Muitos destes Estudos Bíblicos foram a porta de entrada para trabalhadores que buscavam a Deus e que O encontraram quando descobriram a importância da fé no dia a dia. Grupos ou sociedades cristãos com base profissional reúnem pessoas da mesma categoria para serem fonte de encorajamento mútuo e para explorarem os usos efetivos de suas experiências profissionais na construção do Reino de Deus aqui na Terra. Mas, nem sempre é possível viver a fé alinhada à profissão. Vivemos um paradigma secular-sagrado que separa a Igreja do que acontece no local de trabalho. Neste paradigma, a fé é expressa principalmente dentro das paredes da igreja, ou em igrejas formais e funções organizadas, mas a mesma fé não se estende necessariamente para o local de trabalho, onde os indivíduos passam 40 horas por semana, ombro a ombro com pessoas que vivem em mundos desconhecedores do Evangelho. Existem muitos “trabalhadores da seara” em local de trabalho que não vivem todo seu potencial na divulgação das Boas Novas. Viver a fé vai além de ser bom exemplo no trabalho. O chamado para fazer discípulos clama para que vivamos a fé deliberadamente, convidando outras pessoas para se unirem a nós, na nossa jornada cristã. A desconexão entre teologia e práxis tem deixado muita gente com o chamado “incompleto”. Trabalhamos porque fomos designados e instruídos por Deus para obedecer ao Seu mandamento original e para declarar as Boas Novas. 3. Sérias Questões O que aconteceu para nos tornamos tão ineficientes em alcançar bilhões de pessoas que trabalham conosco, que temos um relacionamento pessoal e vivo com Deus? Em ambientes profissionais no Mundo Ocidental, cada vez mais multiétnico, penetrar no local de trabalho representa uma oportunidade sem precedentes para entrar na vida de pessoas de todas as nações do mundo. Na igreja, fomos ensinados a ir por todo o mundo e, mesmo assim, a igreja é ineficiente na preparação de crentes, no fornecimento de ferramentas e entendimento de como Deus vê o local de trabalho. A maneira como nós vemos o trabalho influencia a maneira como agimos nele. Você vê o trabalho como um mal necessário ou como uma incrível oportunidade? Se o vê como um mal necessário, qualquer coisa relacionada a ele será vista como menos santa. A fé e o ensinamento que recebemos na igreja moldam nossas atitudes e valores. Mas, infelizmente, numa sociedade cada vez mais pluralista, ser “bonzinho” não é o suficiente. Nós conhecemos o coração dos nossos colegas de trabalho? Será que vemos nossos colegas de trabalho da mesma maneira que Jesus os vê? A sua paixão na igreja alcança sua responsabilidade de convidar pessoas do trabalho para se unirem à sua jornada de fé? O compromisso de nos reunirmos em nossas congregações estende-se ao amor prático pelos nossos colegas e clientes, enquanto nos espalhamos como povo de Deus? Muito da importância estratégica do local de trabalho flui da realidade de que estamos constantemente rodeados de colegas, concorrentes, clientes e consumidores. Diariamente, a maioria de nós tem se engajado em uma conversa com algum incrédulo. Ensinamento, treinamento e ferramentas são necessários, mas não são suficientes para produzir a colheita que esperamos. Nosso entendimento e nosso coração têm que estar abertos para ver o “secular” como algo que Deus deseja tornar santo. Cada um de nós tem a responsabilidade de fazer isso acontecer, não através da nossa força, mas através do poder do Espírito Santo. Não podemos fazer isso sozinhos, mas podemos fazê-lo em parceria com Deus. Um entendimento sadio de como trabalhar em parceira com Deus no local de trabalho tem um grande efeito para levar a Igreja até ele. 4. Onde Queremos Estar Num ambiente de trabalho sagrado, existe uma proclamação vibrante de fé alimentada pelo movimento do Espírito Santo. Todos são sustentados pelas orações revigorantes, dinâmicas e alimentadoras da igreja local. O local de trabalho é um dos poucos ambientes nos quais os crentes têm acesso a uma audiência durante 48 horas por semana. O local de trabalho é ideal para incorporar o Evangelho de forma que reflita graça e verdade. Existem poucos locais evangelísticos onde isso seria possível. Repensar em como nos relacionamos com a igreja tornou-se uma “frase chavão”. Mas, grande parte dos esforços têm sido dirigidos para melhorar o desenvolvimento de programas já existentes, sem tocar em questões fundamentais que abririam portas para ver Deus de maneira poderosa. Existem histórias incríveis de como Deus tem se movido nas igrejas abertas para repensar as Boas Novas. Repensar a preparação de pessoas que vivem e proclamam sua fé no trabalho ajudaria a mudarmos de estarmos simplesmente no trabalho, para vivermos nossa fé no trabalho. Devidamente preparados com a visão holística de Deus sobre o local de trabalho, os trabalhadores da seara irão se tornar supermotivados. O envolvimento completo do mundo acontecerá quando os trabalhores estiverem completamente envolvidos onde exercer seus ofícios. Entretanto, este envolvimento completo dos trabalhadores da seara no local de trabalho vai exigir uma mudança da mentalidade na igreja para aceitar os trabalhadores como servos de Cristo em tempo integral. A distinção e a consequente parcialidade existente entre os trabalhadores cristãos em tempo integral, assalariados e laicos, tem de desaparecer com o entendimento do chamado para o ministério. O maior potencial para crescimento da igreja na próxima geração vem de pessoas que têm fome de relacionamentos significativos no local de trabalho. Nossos trabalhadores estão num campo pronto para a colheita, mas ainda não aprenderam como se envolver efetivamente. 5. Como Chegamos Lá Infelizmente não existe uma receita universal para chegar onde gostaríamos, mas existem alguns passos fundamentais que podemos tomar para nos aproximarmos daquilo que Deus pretende para nós. Durante anos, a igreja e o mundo secular têm se mantido em esferas separadas. Cada um tem sua própria cultura que separa local de trabalho e igreja. As pessoas não reagem até que sejam motivadas a responder. Na igreja, ouvimos sobre as Boas Novas e sobre como Deus quer trazer esperança para o mundo. Mas, quando no mundo, na segunda-feira, ninguém convida o colega de trabalho para descobrir a graça de Deus, o perdão e a esperança. Existe falta de paixão pelo bem-estar espiritual dos nossos colegas de profissão. Isso acontece semana após semana, e logo esta dissociação da igreja e trabalho se torna “normal”. A lacuna entre teologia e práxis cresce, criando um paradigma em que a igreja se torna cada vez mais irrelevante para o local de trabalho, e o local de trabalho irrelevante para a igreja. A dinâmica do domingo e dos dias da semana é a de dois mundos distantes, e não deveria ser. Na maioria das vezes, trabalhadores e pastores vivem paradigmas diferentes. Muitos pastores passam a maior parte de sua vida profissional como pastores em tempo integral e não entendem plenamente a dinâmica do trabalho. Por sua vez, os trabalhadores não fazem o pastor entender como eles passam a semana no local de trabalho. O resultado é que cada um permanece no seu respectivo mundo, encontrando-se apenas nas obrigações da igreja. Os trabalhadores têm a responsabilidade de levar seus pastores para um “tour” ao lugar onde exercem suas profissões, e os pastores precisam se tornar mais proativos para entender o coração e o contexto da cultura do trabalho dos seus membros. O Evangelho não é apenas teologia; é também compartilhar exemplos vivos do que funciona e do que não funciona. Estudos bíblicos no trabalho, na hora do almoço, oração de segunda de manhã com crentes amigos, discussão no corredor são parte da solução. Conferências no local de trabalho, alguns livros e estudos sobre os ofícios exercidos são ferramentas muito úteis e podem ajudar a começar. Entretando, o problema é que, em geral, as pessoas não integram trabalho e ministério. Não temos exemplos significativos para dar de trabalhadores cristãos que sabem integrar bem sua fé de domingo com o emprego durante a semana. A fé de muitas pessoas tende a ser bem dividida. Poucos crentes fazem constribuições importantes no trabalho, percebidas ou celebradas na igreja aos domingos. A igreja tem que se tornar viva onde os crentes atuam como profissionais, tornando sagrado aquele lugar. O trabalho tem que ser visto como uma parte integral e essencial do campo missionário de cada um. Duas coisas precisam acontecer para que haja a ponte entre trabalho e igreja: precisamos repensar globalmente o papel da igreja ajudando nossos emissários em locais de trabalho, e repensar o papel do trabalho como motivador do emissário. Sem este repensar deliberado e ações concretas, perpetuaremos o paradigma atual de trabalhadores, fazendo muito pouco pela colheita que está à espera da nossa atenção. O movimento Business as Mission (BAM – Negócios como Missão) tem demonstrado como precisamos ser muito mais intencionais a respeito de penetrar no local de trabalho. O seu foco no aspecto prático, equipando empresários para que prosperem em seus negócios precisa tornar-se parte da cultura da igreja. Uma característica comum dos integrantes do BAM é que eles são superapaixonados por sua missão e estão prontos a arriscar tudo para conseguir seus objetivos. O trabalho precisa ser visto como uma oportunidade para missões, um lugar onde podemos levar o dom do amor de Deus para pessoas com quem normalmente não teríamos contato. Para transformar o atual paradigma secular de “trabalhar para viver” em “soprar a vida de Deus no trabalho”, a igreja precisa se tornar mais do que simplesmente adoração e ensino. 6. O Que Precisamos Fazer Agora Não precisamos elaborar planos e estratégias. Só precisamos começar. Mas, para começar, precisamos desenvolver planos simples que funcionem, e construir sobre a experiência que já temos. Já temos um bom número de bons livros de motivação, estudos e exemplos, e suficiente culpa por não fazer o que é preciso. Isso está bom para começar. O que nos falta é massa crítica para construir e criar o momento para fazer o processo sustentável. Construir uma ponte entre o secular e o sagrado começa com uma ponte entre a igreja e o local de trabalho. Importantes envolvimentos da laicidade no desenvolvimento de estratégias, como o que está acontecendo no Congresso Cape Town 2010, é um bom começo. Apesar de os pastores estarem ombro a ombro com a laicidade no contexto da igreja, as conversas enfocam os negócios da igreja e não a missão nos locais de trabalho. Muitos pastores não têm a experiência nem o conhecimento para se envolver em uma discussão prática de missão voltada para ambientes profisisonais. Educar a laicidade no sentido de trazer questões do local de trabalho para a agenda de missões da igreja é importante, mas isso deve ser feito em paralelo, para ajudar o clero ver as possibilidades de missões nestes lugares. Tudo o que fazemos é um dom de Deus, quer seja pregar, ensinar, projetar, cozinhar, limpar, criar uma planilha ou operar uma máquina. E tudo o que fazermos deve refletir excelência, uma oferta digna e aceitável a Deus. Todo treinamento e todas as melhores ferramentas vão acumular pó nas prateleiras se não houver uma renovação da paixão, que vem somente através da oração e do mover do Espírito de Deus. O púlpito é um instrumento poderoso, mas apenas se for relevante. Regurgitar velhos clichês sem entender a dinâmica do trabalho apenas aumen ta a divisão entre o secular e o sagrado. Esta é a hora de colocar de lado velhos paradigmas e começar a transformar o local de trabalho em um terreno santo, onde Deus seja convidado a mover-Se através de nossas vidas. Começar é importante, mas sem sustentabilidade como parte integral de um projeto, a missão no local de trabalho se tornará um modismo e não uma realidade. Precisamos pedir a Deus que levante campeões que liderem o processo. Precisamos destes campeões para trabalhar com crentes de todas as vocações e chamados, para construir uma comunidade prática, para promover a excelência e para manter o momento vivo. Temos ferramentas como a Internet e o Skype que podem facilitar a troca de conhecimento através de comunidades virtuais. Tais ferramentas podem causar um impacto real. Através da tecnologia podemos compartilhar e vivenciar o mover de Deus em tempo real. Precisamos colocar em funcionamento rodas que nos levarão a lugares que não imaginávamos possíveis. 7. Como é um ambiente de trabalho sagrado? – Modelo de José Discutir conceitos sobre “o que é” e “o que deveria ser” cria conscientização e motiva as pessoas a agirem. Mas, se não soubermos para onde estamos indo, estaremos crescendo no escuro. Todos nós esperamos que nossos esforços produzam o início da jornada de fé nas pessoas, e que elas passem a ter um relacionamento cada vez mais firme com Deus. Mas sair de onde estamos e ir para onde queremos estar não acontece da noite para o dia. Não temos uma fórmula mágica nem manuais de instrução que garantam resultados perfeitos, mas temos uma lista de exemplos do que é possível. Deus me abençoou com um local de trabalho sagrado onde sirvo-O como consultor profissional de engenharia. Chamo este exemplo de “Modelo de José” em homenagem ao homem que transformou cada um dos seus ambientes de trabalho de condições adversas. O caminho para a fé é uma jornada cujo ponto da virada é alcançado quando a busca dá lugar ao comprometimento e à transformação constante, através de um andar diário com Deus, em um ambiente que foi reclamado por Ele. Entretanto, no processo de plantar a semente, existem muitas variáveis que fogem do nosso controle, impedindo o crescimento e a maturidade. Depois de anos tentando convidar colegas de trabalho para se juntarem à jornada de fé, percebi que sem um ambiente propício, palavras e exemplos pessoais não eram suficientes. Para superar alguns impedimentos e alcançar a fase de compromisso, comecei o processo de discipulado a partir do momento em que a pessoa entrava na minha esfera de influência. Embora eu tenha o privilégio de ser diretor da empresa na qual trabalho, também tenho a responsabilidade de tentar usar tudo o que estiver em meu alcance para criar um ambiente altamente propício à excelência do produto que fornecemos, e de ajuda, para que as pessoas alcancem seu mais alto potencial. Lidero um grupo de engenheiros profissionais altamente qualificados com projetos ativos em mais de 20 países. Nosso principal produto são relatórios de consultoria de alto nível para governos, agências de fundos internacionais e executivos de empresas de eletricidade. Os valores que conduzem nosso ambiente de trabalho incluem prestação de contas, responsabilidade, excelência, trabalho em equipe, discussões em um ambiente de aprendizado, riscos, perdão, apoio e celebração. Embora todos estes itens sejam muito desejáveis do ponto de vista profissional, eles também podem ser importantes para ajudar pessoas a embarcar em uma saudável jornada de fé, antes de assumirem qualquer compromisso com o Senhor. Estes itens se tornaram diretrizes para se obter execelência profissional, e também parte integrante do processo de fazer bons discípulos. Prestação de contas lembra as pessoas que devem responder a uma autoridade superior em qualquer área da vida. A responsabilidade reforça o princípio de trabalhar em meio à dificuldade de cumprir obrigações e compromissos. O valor da excelência motiva as pessoas a fazerem melhor do que faziam antes e melhor do que outros estão acostumados a fazer. Um ambiente de aprendizado estimula a discussão e encoraja a busca do conhecimento atual e a descoberta de coisas novas sobre a vida. Encorajar a equipe a correr riscos ajuda a sair da zona de conforto para um novo território, enquanto o perdão é oferecido aos que cometem erros ou àqueles cujas iniciativas não foram bem sucedidos como seu otimismo inicial indicava. O apoio ajuda as pessoas a prosseguirem com confiança para o nível seguinte de entendimento e conhecimento, com celebração pelos sucessos. Não existe divisão entre secular e sagrado no desenvolvimento destes valores. Este é um ambiente santo, uma vez que todos os valores acima são fundamentais para andar em fé. Tal ambiente não é apenas para excelência profissional, mas também para colegas de trabalho serem discipulados muito antes de assumirem um compromisso de fé. Cada um dos valores destaca um aspecto da fé e é praticado no local de trabalho diariamente, dando aos envolvidos no trabalho a experiência de andar em fé, o que é o objetivo das Boas Novas. Portanto, quando eles conhecem Jesus atravessando a ponte para a vida de fé, estão num estilo de vida que já lhes é familiar, porque já tinham passado por um curso intensivo de discipulado antes da sua conversão, que agora os ajuda a crescer rapidamente no seu relacionamento com Deus. Este é o ambiente sagrado no qual eu vivo no meu local de trabalho. Para aqueles que não estão em posições de gerência, o terreno santo pode ser limitado para sua área compartilhada de trabalho, sua mesa ou sua bancada. Para alguns, o local santo de trabalho é o estudo bíblico semanal na hora do almoço. Para outros, podem ser os intervalos para o cafezinho ou para o almoço com conversas, não monólogos, sobre coisas da vida. Por último, o que transforma o secular em sagrado é a presença de Deus. E quando Deus está presente, mudanças acontecem. Somos chamados para ser agentes de mudança. Se José pôde fazer isso como escravo e prisioneiro, não existe razão por que nós não possamos transformar em um terreno santo o que está dentro da nossa esfera de influência. 8. Mapa para o Futuro O futuro está repleto de possibilidades para alcançar bilhões de pessoas ativas, que ganham a vida no local de trabalho. Para onde esta estrada nos levará, depende da construção de pontes sobre a divisão entre o secular e sagrado. O Congresso Cape Town 2010 trará a laicidade para o contato direto com líderes da igreja. Podemos traçar um programa, mas o que precisamos mesmo é ampliar nossa visão com liderança eficaz, e isso virá somente através da oração. Todos os movimentos precisam de liderança. A liderança no local de trabalho é necessária tanto quanto a liderança em agências missionárias e nas igrejas. Muitos profissionais são líderes, mas outros, não. Os poucos que falam em público ou escrevem, recebem atenção, principalmente se forem CEO’s ou algum dignatário. Precisamos energizar, treinar e equipar homens e mulheres leigas para levarem o Evangelho a todos os cantos onde trabalham. Como treinamos líderes para serem catalisadores no contexto em que vivem e para mobilizarem outras pessoas? Muitos profissionais crentes querem realmente alcançar pessoas e causar impacto onde trabalham. Mas, como em outros contextos, eles precisam de liderança. Quase todos pensam em liderança no contexto secular e no contexto de igreja organizada. As pessoas leem livros sobre gerenciamento e liderança, sobre como liderar melhor no trabalho ou no “ministério”, mas, o que é preciso para liderar no local de trabalho e causar impacto para o Evangelho? Certamente é mais do que organizar um estudo bíblico ao meio dia ou uma palestra especial. Como é este líder na linha de montagem ou à frente de uma corporação? O que ele precisa para desenvolver a capacidade de liderança de fé no local que exerce sua profissão? Será que basta gerenciar bem o seu trabalho? Que no Congresso Cape Town 2010, Deus abra nossos olhos e derrube barreiras que criamos, para que todos possamos preparar o local de trabalho para uma incrível jornada de fé. © The Lausanne Movement 2010 Português Translation by: LGC_Translation Willy Kotiuga Author: Willy Kotiuga Date: 08.06.2010 Category: Workplace Ministry

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ser vontade de Deus.


‘’Ser cristão, sem a decisão por ser envolver ao Corpo de Cristo, sem sombra de dúvida, espelha as facetas de um discurso, devo até reconhecer, enredado de justificativas ponderáveis, mas, lá no fundo, demonstra a indiferença por professar o Cristo Ressuscitado, diante das vicissitudes, das ambiguidades e das tensões do cotidiano.’’ Afinal de contas, inicio com o título dessa delimitada reflexão, qual é a vontade de Deus para o ser humano? Não são poucas as respostas a serem enfocadas, caso fizéssemos uma pesquisa. Quantas pessoas, correm pra lá e cá, atrás de encontrar a vontade de Deus, como se estivessem num labirinto a procura da saída e da resposta. As vezes, ao atentar para determinadas pessoas, a vontade retratar um Criador com requintes de crueldade e remorso, em função de formar o ser humano. Aliás, em momento algum rejeito toda e qualquer via mística do evangelho, agora me deparo com uma pletora de pessoas em busca de vias rápidas, expedientes imediatos de obter a intervenção e a vontade de Deus ou, sinceramente, objetivam amoldá – ló a sua vontade egoísta e manipuladora. Então, com quem namorar?, qual o curso a seguir?, qual comunidade me filiar?, com quem devo firmar vínculos de amizade?, como devo me envolver e me comprometer nas boas – novas?, qual carro comprar?, que horas chegar em casa?, como perdoar? e uma lista incomensurável de itinerários que pressupõe nos levar a vontade de Deus. Para muitos, com traços megalomaníacos, a vontade de Deus perpassa por eu ser um líder de impacto personalista, por ser um missionário num país longínquo, por ser um pregador eloquente e de uma mega – igreja, por ser um predestinado para triunfar na terra. Sem sombra de dúvida, se pararmos e ponderarmos nas miríades de enfoques e abordagens sobre a vontade de Deus, indiscutivelmente, chegamos a conclusão de mexer num vespeiro. Indo ao texto de Marcos 16: 15, as palavras narradas abrem os enredos de ide e fazei discípulo. Vale dizer, aqui implica o comprometer – se e o aprofundar – se numa relação de intimidade, de abertura, de acessibilidade a Graça Jesus. Digo isso, em decorrência de enfrentarmos os efeitos, os resultados e as consequências nefastas de um evangelho regido pelos ideais de uma cultura pragmática utilitária, do sucesso da prosperidade (como prova da existência de Deus), do individualismo submergido no ajuntamento fomentado por uma retórica psicológica de massas e por ai vai. Evidentemente, a vontade de Deus pode nos direcionar para influenciarmos e irradiarmos o viver, Cristo, nos mais diversos nichos sociais e culturais; entretanto, a sua vontade configura a aceitação de nos incluirmos no discipulado, nos tornarmos em discípulos e em discipuladores. Todas as demais questão, categoricamente, são secundárias e caso venhamos soerguê – las, com prioridade, temerárias. Eis o desafio de uma cristandade, a qual precisa parar e reconhecer o óbvio, fomos chamados para o ‘’siga – me’’, o ‘’fazei’’ e o ‘’formai’’. Deveras, correspondente matéria pode incomodar, acarretar as mais ferrenhas negações e teses contrárias. Mesmo assim, somos e fomos chamados para sermos discípulos e não cantores, para sermos discipuladores e não pregadores, para sermos discipulados e não catequizadores, para sermos compromissados com a palavra e comprometidos com a ética chamada Jesus. Abro um parênteses, não um ideal ou um compêndio de ideais sobre uma ética veraz, profícua e eficiente, com suas regras e regramentos; mas sim, ser plasmado ou formado pelo Cristo Ressuscitado e isso desencadeia toda uma alteração de postura e proceder, diante deste oikos. Em suma, a vontade nos chama para ser discípulo, entrar em campo, participar da partida, receber a bola, passá – la e contribuir para as propostas da reconciliação, entre o Senhor Criador e a humanidade. Paz e bem

Em defesa da Fé.


Um deles feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha direita. Mas Jesus acudiu, dizendo: Deixai, basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou. Lc 22.50,51 Vamos colocar em evidência apenas os versículos 50 e 51, porém a ideia central do texto completo visualiza Jesus sendo preso para depois o crucificarem. Os versículos 50 e 51 registram duas reações que merecem grande consideração. A primeira vou nomeá-la de defesa da fé, e a segunda, de perdão incondicional. 1. Defesa da fé Créditos para Pedro, que não suportou a interferência da multidão e de religiosos da linha sacerdotal levantando a mão contra Jesus. Essa reação de Pedro, ao cortar a orelha do servo do sumo sacerdote, me faz repensar a maneira de levar a vida cristã, o testemunho que é dado quando digo que sou servo do Senhor Jesus. É bom notar que Pedro era seguidor de Jesus e ensinado a não revidar a violência. Provavelmente ele estava presente no sermão do monte quando Jesus ensinou a tolerância ao agressor: “Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; Mt 5.39”. A reação de Pedro foi mesmo agressiva e cruel, ao cortar a orelha do servo do sumo sacerdote, porém ele estava em defesa da sua fé no Salvador. Também Davi um dia expressou ódio contra os inimigos de Deus e ficou registrada a sua reação no salmo 139.19-22: “Tomara, ó Deus, desses cabo do perverso; apartai-vos, pois, de mim, homens de sangue. Eles se rebelam insidiosamente contra ti e como teus inimigos falam malícia. Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem? E não abomino os que contra ti se levantam? Aborreço-os com ódio consumado; para mim são inimigos de fato”. Pedro e Davi se posicionaram em defesa da fé no Jesus Salvador e no Deus Criador. 2. Perdão Incondicional Créditos para Jesus, que sempre ensinou a amar e a perdoar, e, mesmo no momento em que estava sendo traído e torturado, foi capaz de reagir, exercendo misericórdia e colando a orelha do servo do sumo sacerdote. O sumo sacerdote exercia função alta e representativa do templo, entretanto esse, desviando-se de seu ministério, preparava o Salvador e Filho de Deus para ser torturado e crucificado com a ajuda de Judas, o traidor. O fato de Jesus reconstituir a orelha decepada demonstra que ele tanto é capaz de fazer grandes milagres como de oferecer perdão a grandes pecadores. Diante das reações anotadas como defesa da fé e perdão incondicional, o que vemos em nosso tempo? Será que alguns representantes do templo não estão expondo Jesus ao ridículo, com risco de ser acionada a espada decepadora pelos defensores da fé? Será que o milagre de cura física garante salvação da alma? A suficiência do amor de Deus é capaz de salvar homens de má índole, mas requer o arrependimento e a confissão de que Jesus é o seu salvador. Os defensores da fé odeiam ações erradas de representantes do templo, mas admiram os milagres feitos por Jesus, que perdoa e restabelece a orelha para ouvir melhor. Paz e bem

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Criança alegra a vida !


Eu vou ser avô! O nome do meu neto é Arthur. Acompanhar a gestação da Caroline e do Marcell, contar as semanas de gravidez, enfrentar tenso a possibilidade de perder o nascimento do bebê por causa de uma viagem de trabalho — são fatos que estão entrando com força na agenda do meu coração. Estou mudando, e não é só porque vou ser avô. É que espiritualidade e relacionalidade andam juntas; e quanto mais nos aproximamos de Deus, mais perto chegamos do outro e da própria criança. Assim, quero priorizar o meu neto porque espero que, no decorrer dos anos, eu tenha me tornado um pouco mais íntimo de Deus. Mesmo que o conheça há muitos anos, reconheço que a minha relação com ele era muito mais “operacional e ativista” do que marcada por uma “cativante presença”. Mas assim era também a minha relação humana... e disso Deus vem tentando me converter faz um bom tempo. Deus gosta de gente. Ele se relaciona com as pessoas a partir de quem elas são e a partir de suas histórias de vida. Os Evangelhos estão repletos dessa relacionalidade de Jesus. Ele dedicava tempo e atenção às pessoas, especialmente aos pequenos. Jesus gostava de crianças. Quando elas chegavam, sempre havia algazarra, para grande agonia dos discípulos, que com isso não conseguiam cumprir a agenda nem colocar ordem na caravana do Mestre. Mas ele deixava clara sua prioridade: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas” (Lc 18.16). Essa relação entre a criança e o reino de Deus não é, definitivamente, coisa para adulto decifrar. É coisa para criança nos ajudar a entender. Assim, como Jesus, nós também precisamos priorizar a criança na agenda de nossas famílias, comunidades e sociedades. O quarto Objetivo do Milênio reflete isso: Reduzir a mortalidade infantil. Isso significa que até o ano 2015 a taxa de mortalidade de crianças de 0 a 5 anos deverá ser reduzida em dois terços. Em outubro de 2006, Carol Bellany, diretora executiva do UNICEF, afirmou em seu relatório: “O direito à sobrevivência é a primeira medida de igualdade, oportunidade e liberdade para uma criança. É inacreditável que nesta era de maravilhas da medicina e tecnologia a sobrevivência de crianças seja tão frágil em tantos lugares, especialmente para os pobres e marginalizados. Nós podemos fazer melhor.” Não só podemos, como precisamos fazer melhor. E isso os cristãos, em particular, deveriam saber. Em recente e inédita participação na conferência da Associação Nacional dos Evangélicos, nos EUA, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou os Objetivos do Milênio dizendo que “os cristãos evangélicos têm tido um chamado similar por bem mais tempo do que os anos de existência das Nações Unidas”. O que este quarto Objetivo do Milênio pretende alcançar, faz tempo que está no coração de Deus. Um dos belos textos apocalípticos de Isaías diz que Deus criará um mundo no qual “nunca mais haverá uma criança que viva poucos dias” (Is 65.20). Haveria melhor motivação que esta para os cristãos? Afinal, a boa escatologia bíblica é um convite para se modelar a vida hoje, em meio à realidade cotidiana e numa esperançosa antecipação dos sinais do reino de Deus. É bom ver Deus querendo concretizar entre nós este Objetivo do Milênio, ao anunciar o seu compromisso com um reino futuro onde as crianças viverão muitos dias! A Visão Mundial Internacional, ao colocar este sonho na sua Declaração de Visão, inspirou-se na palavra de Jesus quando disse que veio “para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância” (Jo 10.10). A declaração ficou assim: “Nossa visão para todas as crianças — vida em abundância. Nossa oração para todos os corações — a vontade para tornar isso uma realidade”. Mas este não é um mero desejo e oração de uma organização; deveria ser a visão, o sonho e o compromisso de todos nós. O Brasil caminha bem no cumprimento deste Objetivo do Milênio, embora ainda precisemos diminuir a desigualdade em que vivemos e à qual nos acomodamos. Desde 1990, o ritmo de redução da mortalidade na primeira infância vem diminuindo 4,3% ao ano. Até 2015 o país deve conseguir reduzir a taxa de mortalidade dos menores de cinco anos para vinte por mil nascidos vivos. Mas o nosso desafio real é reduzir a distância entre as regiões Nordeste, onde a taxa é de 59,9 por mil nascidos, e Sul, onde a média é de 22 por mil. Precisamos atingir juntos o objetivo de vivermos num mundo onde “a criança não viva poucos dias”. Os objetivos maiores para a redução da mortalidade de crianças de 0 a 5 anos não são difíceis de alcançar: a vacinação deve ser ampla e a amamentação da criança, assegurada; o atendimento pré-natal da gestante deve ser adequado e o parto, bem cuidado; a criança deve viver num ambiente adequado, com bom saneamento... Coisas básicas, que eu quero para o meu neto. E Deus me diz que as deseja para todos e que todos nós devemos empenhar-nos por construir uma sociedade que busque exatamente isso. Não somos nós, membros do Corpo de Cristo, chamados a querer o que Deus deseja? Tornemo-nos arautos e praticantes daquilo que ele quer. Esse é um bom mutirão. Um mutirão no qual haverá muita algazarra de criança. Objetivos do Milênio 1. Acabar com a fome e a miséria 2. Educação básica e de qualidade para todos 3. Igualdade entre sexos e valorização da mulher 4. Reduzir a mortalidade infantil 5. Melhorar a saúde das gestantes 6. Combater a aids, a malária e outras doenças 7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente 8. Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento • Valdir Steuernagel

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Devemos sempre buscar a amizade de Deus.


O livro de Gênesis relata a essência da nossa criação e a forma como trocamos um relacionamento íntimo e tenro com Deus pelo relacionamento da inimizade e do medo. Fomos criados a sua imagem e semelhança (Gênesis 1.27) e assim que desobedecemos e fizemos a única coisa que Deus disse para que não fizéssemos - segundo Bíblia: comer o fruto que nos dava o conhecimento do bem e do mal -, desde então temos tentado fugir por causa do medo, desculpar nossa culpa e religar-nos com Deus. Religião, do latim religare, é exatamente querer religar-nos a Deus. Gênesis diz que logo que pecamos, o primeiro pecado da humanidade, nosso sentimento foi de medo e inimizade - o que sociologicamente é um princípio da religião. Antes, Deus e homem eram amigos, agora são dois diferentes e Deus tem ficado cada vez mais distante. E se não somos amigos, somos inimigos e do inimigo sempre temos medo, com mais ou menos intensidade. Quando pecaram, descobriram também que estavam nus, embora Adão e Eva sempre estivessem nus. E disseram a Deus: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. (Gênesis 3.10) Ele ouviu a voz de Deus, mas teve medo, ao invés de querer estar com ele. E temeu, porque estava nu - porque tinha descoberto que estava nu. E se escondeu, fugiu. Estando nus, se cobriram com folhas. A primeira religião, tentativa de religar, foi a da “Folha de Figo”, na tentativa de cobrir a culpa. Contudo, a religião do homem não foi, nem é capaz de religar homem e Deus. O muçulmano, o hinduísta, o espírita, o cristão não é capaz de se religar com Deus. A verdadeira religião partiu de Deus: Deus matou animais (a primeira morte, o primeiro sangue) e os cobriu com roupas de pele de animais (Gênesis 3.21). Isaías 61.10 diz: Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas joias. Só Deus pode nos vestir de salvação. Só Deus pode nos chamar: Adão onde está você? (Gênesis 3.9). Você sente medo e culpa? Está certo, porque você peca. Mas não adianta dizer que foi mulher, ou o homem, ou a serpente. Deus chama: Mulher, onde está você? Homem, onde está você? Qual tem sido sua resposta? Fugir? Temer? Tentar desculpar-se? A verdadeira religião, a que vem de Deus, o religar de Deus, lança fora todo o medo e toda a culpa e chama-se Jesus. Foi o sangue de Jesus que nos cobriu de salvação. E mais: Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. (1 João 1.8-9) Agora que você sabe a má notícia, ei a boa: Pois assim como por uma só ofensa [a de Adão e Eva, a primeira] veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça [o derramamento do sangue de Jesus] veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. (Romanos 5.18-19) Religare. Religião. É apenas o ato de se tornar novamente amigo de Deus. Este caminho, foi ele que definiu: Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (João 14.6). Nada mais, inventado ou não, pode fazer este caminho. Só existe um e ele está aberto. Paz e bem

A Graça Jesus e a Lei Jesus.


‘’Os nossos atos e atitudes não apenas definem a forma do nosso passado, do nosso presente e do nosso futuro, além disso, constroem a maneira dessa formação; por isso, ouvir e ponderar, em meio a confissão, serve de apoio e orientação fundamental para evitarmos resultados trágicos e desastrosos.’’ Os textos de Romanos 05. 17 a 20 e 06. 14 nos levam a direção da Graça. Aliás, não uma mera graça, não uma proposta de santidade que nos retira das alternâncias e tensões, que muda nossa rota de uma realidade marcada pelo pecado, ou pela alienação, ou pela perda de esperança e respeito pela vida. Sem sombra de dúvida, as palavras do Apóstolo Paulo são categóricas e pontuais, ou seja, com relação a uma verdade inquestionável e ao qual parece esquecida, por muitos cristãos. Em outras palavras, onde abundou o pecado, superabundou a Graça ou, melhor dito, a Graça Jesus e não a Lei Jesus. Aproveito o ensejo e enfoco dois episódios exemplificativos, narrados nos enredos da revelação – viva ou da palavra de Deus. O primeiro nos remete a mulher Cananéia e a postura de reconhecer a via a fim de conceber a cura de sua filha, por meio de Jesus. Na mesma linha, deparamo-nos com o centurião romano e a cura de seu servo. Ambos acarretaram a admiração de Jesus e uníssona frase: - Tamanha fé! Ora, as duas personalidades, comumente as peculiaridades e diferenças, enfocam o Jesus sem os modelos da lei, as categorias e itens de como identificar um profeta, um messias, um predestinado. Simplesmente, submergiram suas incertezas, suas inseguranças, suas dúvidas, suas angústias, suas frustrações, suas descrenças e tantas outras inquietudes, em Jesus Cristo, no Cristo Ressuscitado. Vale dizer também, a mulher Cananéia e o centurião romano não se moveram, segundo um estilo ou um modelo de fé. Nada mais e nada menos, clamaram por Jesus. Lamentavelmente, quantos cristãos procedem, como os habitantes da terra natal de Jesus, por onde não pode estabelecer e realizar muitos milagres. Acredito, piamente, os habitantes daquele local possuíam uma definição e uma interpretação da ação vivificante, através de categorias, de itens, de critérios, de se enquadrava ou não dentro de um compêndio de boas ações e regramentos. Retomando o fio da meada, o Apóstolo Paulo enfocou que a Graça Jesus se espraia superabundantemente, em cenários arraigados no pecado, caso contrário, qual o sentido e o motivo da salvação? Infelizmente, aspiramos uma Graça sobre a ilusão de que não vamos nos defrontar com as manchas do pecado, ou seja, da alienação do próximo, da vida e de si mesmo. Vamos adiante, as cartas de Paulo aos Romanos relatam a expressão ‘’reinar em vida’’. Evidentemente, o soar dessa frase pode assustar, causar repulsas e decepções, por causa das ufanias e delírios de ministérios triunfalistas. Mesmo assim, verdadeiramente, reinar em vida, em uma sociedade corrompida, por meio do discipulado, do serviço e da confissão, do aceitar o chamado de seguir a Graça Jesus. Não por menos, reinar em vida e, por consequência, ir a nascente das águas purificadoras de Ezequiel 47.12 para tornar as pessoas livres, restauradas e voltadas para o próximo. Quantos de nós traçamos limites para o fluir dessa superabundante Graça Jesus? Tristemente, preferimos acionar nossos modelos, nossas categorias, nossos critérios, nossas estruturas e nossos sistemas para encaixar as pessoas em moldes de condutas e princípios. Eis o resultado de ministrações de como ser bom, ser justo, ser espiritual, ser obediente e ser e ser e ser. Opostamente, a Graça Jesus não questiona ser o centurião tinha sido circuncidado, se a mulher Cananéia cumpria os ritos da tora, se a mulher que derramou o perfume aos pés de Jesus havia deixado a velha vida e outros casos verídicos. Abro um parêntese e digo: - Não venho aqui defender o pecado, mas rejeito, veementemente, a ilusão de colocar Jesus na lei de categorias, de fazer isso para ser aceito, de atender aquilo para ser ouvido, de seguir isso para ser alcançado! Não e não, a Graça Jesus nos chama, como estamos e todas as defesas, tanto a favor quanto contra, são anuladas. A Graça Jesus pergunta e nos oferece a vida, a comunhão e o partilhar de seu corpo, por onde somos acolhidos e passamos a acolher, por onde fomos aceitos, por onde fomos incluídos, por onde servirmos como a decisão por reinar em vida (nos relacionamentos, nos sonhos e empreendimentos, nas conquistas e vitórias, no aprendizado e no discipulado, na confissão e no serviço, na disseminação dos dons, não porque fulano ou sicrano ou beltrano é honesto, é integro, é justo, é adequado e se amolda as nossas cartilhas do que é certo). Digo isso, em função de ser, tão somente, por meio da Graça Jesus que experimentaremos o viver, uma vida resolvida (não perfeita e nem imune aos reveses) consigo mesmo e com o próximo. Paz e bem

Ver,ouvir,refletir e praticar.


Referência: Mateus 13.9 A paz de Cristo. Ouvir é uma dádiva, em especial quando se trata da palavra do Senhor. Deus sempre buscou manter um diálogo com o homem, além do que, sempre deu orientações para que o homem guardasse os seus mandamentos. Salomão nos diz que é melhor chegar-se para ouvir do que ser precipitado no falar (Ec 5:1-2). Já Tiago vai dizer que todo homem seja pronto para ouvir e tardio para falar (Tg 1:19). Certa ocasião, o Senhor Deus deu um alerta por meio do profeta Amós e disse: Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor (Am 8:11). A Escritura Sagrada nos orienta a ouvirmos e darmos ouvido. OUVIR É UMA COISA E DAR OUVIDOS É TOTALMENTE DIFERENTE. Essa problemática aparece na Bíblia pela primeira vez no livro de Gênesis. Deus havia colocado o homem no Jardim do Éden e lhe dado uma ordem (Adão ouviu esta ordem): De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2:16-17). Depois Eva dá relatório à serpente daquilo que havia ouvido em algum momento: ... Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus (Eva ouviu a ordem assim como Adão): Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais (Gn 3:2-3). Mas mesmo assim Eva e Adão comeram o fruto da árvore (Gn 3:6). Eles tinham ouvido, mas não deram ouvidos, tanto que após comerem do fruto, assim que eles ouviram a voz do Senhor, tiveram medo e esconderam-se de Deus. Eles deram mais ouvido para a voz da serpente que representa Satanás do que à voz de Deus. Eu quero perguntar-lhe nesta palavra, a quem você tem dado ouvidos na sua vida, a Deus ou ao Diabo? Você tem ouvido palavras que geram vida ou palavras que geram morte e condenação? O salmista como boca de Deus disse: Mas o meu povo não me quis escutar a voz (dar ouvidos), e Israel não me atendeu. Assim, deixei-o andar na teimosia do seu coração; siga os seus próprios conselhos (Sl 81:11-12). Se você ouvir a palavra de Deus e der ouvidos, entre as muitas bênçãos que alcançarão a sua vida, quero destacar ao menos três: Fé, Obediência e Santidade. Comecemos falando da fé. 1. Fé E assim, a fé vem pelo ouvir, e ouvir a palavra de Cristo. (Rm 10:17) a) A fé não vem por meio da audição de qualquer palavra, mas sim pela palavra de Cristo. Selecione com discernimento espiritual aquilo que você ouve. b) Ouvir a palavra de Deus é uma questão de sobrevivência espiritual e fortalecimento da fé. Jesus no confronto com o Diabo disse: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Mt 4:4). c) A condição da fé e da geração de frutos está diretamente ligada ao ouvir e dar ouvidos. Na parábola do semeador Jesus disse: Mas o que foi semeado em boa terra é o que OUVE a palavra e compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um (Mt 13:23). 2. Obediência Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? (Lc 6:46) a) Deus não nos chamou para sermos crentes nominais, que apenas se intitulam cristãos, mas não o são de fato. Deus nos chamou para sermos crentes que vivem a Sua palavra. Precisamos ouvir as ordenanças de Jesus e obedecer, dar ouvido. Como disse o Salmista: Bastou-lhe ouvir-me a voz, logo me obedeceu (Sl 18:44a). b) É melhor obedecer a palavra de Deus do que sacrificar. Deus não quer sacrifícios, Deus quer obediência. Sacrifício sem obediência é um sacrifício de tolo (Ec 5:1). 3. Santidade Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. (Jo 17:17) a) A palavra de Deus nos santifica. Se não ouvirmos a palavra como seremos santificados? b) A palavra de Deus quando é ouvida corretamente nos ajuda a combater e vencer o pecado. O Salmista disse: Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti (Sl 119:11). Precisamos ouvir a palavra e dar ouvidos imediatamente. Numa conta rápida, um crente que vai aos cultos duas vezes por semana e participa de mais alguma programação da igreja, ele ouve por ano cerca de 100 SERMÕES. Mas infelizmente, em muitos casos, assim que acaba o culto, ele já nem se lembra o que foi pregado. Na Carta endereçada à Igreja de Laodiceia e por que não dizer à Igreja Contemporânea, Jesus disse: Eis que estou à porta e bato; se alguém OUVIR a minha VOZ e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito Santo diz às igrejas (Ap 3:20-22). Paz e bem

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Nosso dia de faxina.


Sábado geralmente é um daqueles dias que tiramos para colocar as coisas de casa em ordem, fazer supermercado, dar alguns telefonemas e manter os contatos, lavar o carro, banhar o cachorro, fazer uma boa faxina etc. E também colocar no lixo tudo quando não mais é adequado para nosso uso, assim com doar tudo quanto esta em perfeito estado, mas não mais utilizamos. É necessário um dia de faxina para que possamos, enfim, dar um destino mais adequado a essas coisas, e quase sempre o destino é o lixo. E aí vemos, com uma certa surpresa e espanto, a quantidade de itens secundários que guardamos ao longo dos dias, meses e anos. Ficamos atônitos diante de tanta tralha, são papéis que não sabemos mais para que servem, objetos que compramos de forma desnecessária, itens que no fundo não fariam nenhuma diferença em nossas casas. Coisas, coisas, coisas... Diante da montanha de lixo que se avolumava diante de mim, parei por alguns instantes e refleti sobre minha vida, sobre nossas vidas. A comparação foi inevitável: quanto lixo, quantas coisas fúteis adquirimos e guardamos ao longo de nossa curta existência. Quantos acessórios vamos pendurando na nossa caminhada, quanta falta de essencialidade, estamos “cheios de vazios”. Quantas conversas infundadas, filmes, livros e revistas sem sentido, quantas idas ao shopping só para ver uma vitrine ou comprar o eletrônico de última geração que nosso vizinho já comprou. Quantos produtos, promoções. Quanto vazio. Quanta efemeridade. E assim, vamos ajuntando coisas, hábitos, costumes que ao longo do tempo se transformam nas nossas montanhas de lixo pessoais. Na nossa mente e no nosso coração vão se formando verdadeiros castelos de coisas que nos levam a lugar nenhum e muitas vezes só alimentam nosso orgulho e nossa ambição, pecados cada vez mais idolatrados nos nossos dias de Pós-modernidade. Precisamos urgentemente de uma faxina para limpar os cantos mais recônditos do nosso coração, para eliminar o lixo que está apodrecendo nossa mente e cegando nossa visão, e assim, prepararmos um espaço para o novo, para enchermos o quarto, a casa com aquilo que realmente interessa, que constrói, com o que de fato pode nos fazer falta e nos ajudar a encontrar o outro, a Deus e principalmente, a nós mesmos, pois, com tanto lixo ao nosso derredor fica difícil ver o essencial. E o essencial, já dizia o grande escritor-poeta Exupéry, é invisível aos olhos, só se ver bem com o coração. Como é difícil, eu admito, aceitarmos que precisamos de uma faxina, de um renovo, de uma reforma. Como é fácil ver somente o pecado do outro. Jesus nos desmascara e nos exorta quando diz em Mateus 7.5: Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. Como é urgente fazermos ou deixarmos Deus fazer uma faxina em nossas vidas, em nossos conceitos, perspectivas, sonhos, projetos...Quanto lixo temos carregado em nossa caminhada, quantos megabites de impurezas e ilicitudes no HD do nosso coração, quanto peso temos colocado sobre nossos ombros. Quantos quartinhos escuros esbarrotados de sentimentos egocêntricos em nosso interior precisam ser escrutados. Precisamos ser lavados, desintoxicados de nós mesmos. Portanto, ao fazer sua faxina sabática pense nas coisas que precisam ser alijadas do seu interior, do lixo que precisa ser posto para fora. Num coração limpo, saudável, Deus poderá fazer muito mais com e nas nossas vidas. Com humildade e sabedoria peçamos a Ele que nos “lave completamente da nossa iniquidade e nos purifique do nosso pecado”. E assim ficaremos “mais alvo do que a neve”. Salmo 51: 2 e7. Paz e bem

O que esperar das próximas gerações se não nos unirmos por uma educação de qualidade.


Sabe-se que a educação é fundamental para uma vida equilibrada e harmoniosa em sociedade; que a arte de educar exige responsabilidade, dedicação, paciência e amor, e proporciona grande satisfação, na maioria das vezes a longo prazo, ao se ver o fruto do trabalho desenvolvido. Educar é como a arte de um restaurador, lenta e trabalhosa, minuciosamente observada, nada a curto prazo ou imediatista. A igreja, também educa, ela ensina, disciplina, incute valores, sem os impor; consciente de que no futuro, seja próximo ou longínquo, obterá algum fruto da semente plantada. O mundo, seus valores e ideais transitórios, tem o poder influenciador em nossas vidas, no nosso dia a dia, nas nossas escolhas, nas nossas decisões. Nosso comportamento e nossos sentimentos sofrem constantes transformações, sempre influenciados por uma gama de fatores que causam diversas consequências. O papel da igreja, é um papel transformador, onde ela resgata o homem trabalhando em sua restauração interior; resgatando os valores perdidos e trazendo o mesmo a consciência do seu papel, tanto dentro da sociedade quanto dentro do Reino de Deus, como filho e participante ativo neste Reino. Deste modo, aquele que foi acolhido e pôde experimentar as benesses de uma vida transformada, sente também em si próprio, a necessidade de transmitir o mesmo aprendizado para que os outros possam vivenciar a mesma experiência. Esta é uma responsabilidade não apenas da igreja, mas de todo cristão; todo àquele que se diz ser igreja; tabernáculo do Senhor. Se a igreja não se preocupa em transmitir e conservar os valores cristãos, ela acaba se secularizando, acaba sendo influenciada pelo mundo, adotando e adaptando princípios não bíblicos, e sim, humanos, como uma verdade; transformando toda verdade absoluta em transitória, mutável, inconstante, assim como o mundo, e perdendo sua característica como a “noiva de Cristo”, aquela que deve manter alva as suas vestes. Portanto, se a igreja não estiver atenta a esta responsabilidade, ela não deve ser chamada igreja, Casa do Senhor, Casa de Oração, lugar de vidas transformadas e transformadoras. Em meio a tantos modismos e técnicas que apelam para o emocional, para o hoje, o aqui e o agora, é necessário que haja uma preocupação por parte dos líderes, daqueles que se dispõem a ensinar, discipular, orientar e obter o privilégio de ver o seu trabalho em êxito, tendo consciência de que todo aprendizado requer tempo e dedicação, e que ensinar não é simplesmente atrair a atenção para si e ser ouvido. Se a igreja não aprende a ouvir e a tratar o ser humano em sua individualidade, este também não aprenderá. Verdades precisam ser transmitidas; verdades que chocam, que mexem, que modificam, que transformam o homem interior de forma tão expressiva que torna visível aos demais, aos que o rodeiam, incentivando-os, impulsionando-os a mesma transformação. Os púlpitos e as poucas escolas dominicais devem transmitir a mensagem do Reino e não substituí-las por necessidades momentâneas. A palavra precisa ser prioridade nas igrejas e a verdade transmitida, pois ela em si mesma possui o poder de transformar o homem. Estas verdades não transmitidas, não geram nenhuma transformação, não traz luz às trevas, não leva sabor a terra insípida. Os grandes reformadores se preocupavam em transmitir os ensinamentos bíblicos à gerações futuras, e se dedicaram a este propósito com todas as forças, suportando dificuldades em prol da verdade, para que a mesma pudesse chegar ao conhecimento de todos. Assim, na história, podemos ver o fruto de todo o trabalho árduo destes grandes homens. É necessário que esta mesma paixão, este mesmo amor esteja pulsando no coração de todo cristão que ama a verdade, para que a mesma enleve o ser humano, com o poder que ela possui. Quem ama a verdade preserva e luta por ela, não enxergando as circunstancias atuais, mas vendo, pela fé, que o Senhor faz florescer a semente uma vez plantada. Paz e bem

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O que sou ?


‘’Ser discípulo traz a decisão por atos e atitudes práticas, diante das alternâncias da vida; em direção oposta, ser multidão, ou, melhor dito, diluído nela, não passa de fazer parte de experiências momentâneas. ’’ O encontro das palavras ditas por Jesus, com relação aos discípulos, estabelece uma autêntica revolução interna e externa, manifestada por meio de atos e atitudes. Sem nenhuma margem de dúvida, segue – me! Nada mais, nada menos, nada diferente, nada contrário! Simplesmente, eis um comando imperativo, categórico, específico, objetivo e claro. Aliás, segue – me, sem uma cartilha de condutas morais e éticas, de um ideal de humanidade, de antídotos para desmoronar com as hemorragias da sociedade, com as criminosas desigualdades entre as pessoas, com a escassez de esperança e dignidade pela vida. Nessa trajetória, tudo parece suspenso. A aplicabilidade da torá com uma nova interpretação e enfoque ou a remodelação do denominado velho testamento. Para muitos, um subversivo das tradições cristalizadas e soerguidas, durante séculos de sangue e morticínios; um fanfarrão e aproveitador do vácuo vivenciado pelos desafortunados de pão e água, de sentido e destino, de sonhos e sorrisos, de criatividade e liberdade; um megalomaníaco messiânico, dentre tantos outros, disposto a levar multidões para malogros e suicídios coletivos. Mesmo assim, quem ousar vasculhar no seu baú, não encontrará princípios e preceitos mandamentais de faça isso, aquilo e acolá. Agora, o seu comando assusta, lança as propostas de um risco, abre as portas para descobertas e torna sem efeito toda e qualquer previsibilidade. Em outras palavras, siga – me, venha após, ao meu lado, atrás e haja, através de decisões e não se atrela a princípios do certo e do errado. Ora, valho – me da palavra catequismo, em função de manusear também a nossa visão de incutir todo um ciclo de regras e regramentos, ao quais culminará num sobrenaturalismo que coloca Deus acima de nós ou num naturalismo que o concebe como parte de uma energia positiva. Tristemente, ainda creditamos na vertente do catequismo eclesiástico, por onde uns repetem e outros são compelidos a engolir. Tudo, lá no fundo, muito embora nos vitrais, nos ornamentos, nas nomenclaturas, nas hierarquias eclesiásticas pareça agradável, na tresloucada realidade diária, parece um antídoto inócuo, sem efeito e eficácia. Quantos não foram acoçados para ir a direção do Cristo Ressuscitado e ao por os pés no mar, somente, se depararam com uma infinidade de ideias e ideais. Por tal modo, afundaram e acabaram tragados pelas decepções de expectativas irreais. De notar, o discipulado nos chama para ir, decidir e sem titubear participar de uma convivência intensa e reveladora, com o Cristo Ressuscitado. Lamentavelmente, derramamos nossas considerações parcas, quando não nunca ocorridas, sobre a certeza da Graça do Cristo Ressuscitado. Valem dizer, os catequismos são prodigiosos na constituição de apologistas, de articuladores das mais intricadas teorias e teses teológicas, de feitos e efeitos inexplicáveis, de pintar quadros convidativos de um Messias adequado as massas de consumidores de ilusões; entretanto, não descem as escadarias para ouvir e falar, segundo a revelação – viva, sobre a batuta do Cristo Ressuscitado; não aceita ser parte desse seguir, desse ir atrás, desse ir após e partilhar e participar do compartilhar. Não bastassem todos os malefícios do catequismo, há ainda o ímpeto e as histerias coletivas das multidões, pelo qual cada um se amolda a uma aparente imagem de fé, mas tudo não passa de um ajuntamento de esperanças e verdades arruinadas. Tanto no catequismo quanto na multidão, ninguém se compromete e muito menos assume o compromisso pelo próximo, pela vida e por si mesmo, num elo contínuo do amor a si mesmo, ao próximo e ao Criador. Destarte, deveríamos perguntar: - Sigo o discipulado? - Sou adepto do catequismo ou da multidão? Negar seria uma temeridade, o discipulado nos invade e faz com que a salvação venha para fora, justificados e remidos, aceitos e incluídos nos itinerários do Cristo Ressuscitado, por onde toda e qualquer existência falida pode ser livre. É bem verdade, o discipulado desintegra os altares dos predestinados, dos escolhidos, dos melhores e dos piores, dos bons e dos maus, dos justos e dos prevaricadores. Indiscutivelmente, o discipulado tem os olhos para a convivência prática e simples da vida, do café na padaria, da tarde de sábado, do boliche, dos parabéns para você, do abraço, do alento, do bom dia, das lembranças concretas e por ai vai. Vamos além, o discipulado vai ao outro e propõe ser próximo, amigo, companheiro e irmão. Por fim, somos discípulos, ministros catequizadores de ideologias teocráticas, enfileirados na multidão de conformados? Paz e bem

Aleluia ! A noiva está sendo preparada.


Se agrupados, os motivos de preocupação e angústia com a Igreja nos dias atuais produziriam uma lista mais extensa que as 95 teses expostas por Lutero em 1517. O constrangedor mercantilismo da fé; a frenética busca por pomposos títulos ministeriais; a manipulação da política eclesiástica para satisfações pessoais; o desinteresse pela missão e a intencional distorção dos textos bíblicos são apenas alguns -- entre muitos -- motivos de agonia ao olhar para a Igreja de hoje. É momento de quebrar o coração e buscar o Senhor para um sério compromisso de vida, renovo de alma e fidelidade no trato com as Escrituras. Grandes motivos de celebração! Há, porém, grandes motivos para celebração! Espantosamente, a Igreja tem crescido nos lugares mais improváveis -- como Índia, Etiópia, Filipinas, China e Nigéria1 -- e em todo canto há uma busca cada vez mais intensa pela Palavra de Deus. Milhares de anônimos levam diariamente a mensagem de Cristo para as ruas, escritórios, universidades, cidades e campos em todo o mundo. A Bíblia está traduzida, parcial ou totalmente, em mais de 2.500 línguas.2 O evangelho no Brasil tem sido anunciado, de forma crescente, entre os que pouco ouviram -- como indígenas, ribeirinhos, quilombolas, ciganos, sertanejos, imigrantes e surdos --, além de invadir as grandes e médias cidades. Em todo o mundo, mais de 120 milhões de cristãos vivem e perseveram em regiões hostis à sua fé.3 O impressionante milagre da conversão se dá em incontáveis vidas todos os dias. Em 1900 havia 100 milhões de protestantes no mundo e a projeção para 2050 é de quase 700 milhões. Louvado seja o Cordeiro, que tem preparado a sua noiva para o grande dia! Em 2012, empreendi uma viagem de pesquisa missionária ao longo do rio Solimões a partir de Manaus, no Amazonas. Durante seis dias, subimos o rio até a fronteira com a Colômbia em uma época de grande alagamento. Nos primeiros três dias, não encontramos sequer uma comunidade, fosse de palafita ou construída em terra firme, que não estivesse embaixo d’água. As populações se refugiaram nas cidades maiores e algumas poucas famílias tentavam subsistir em suas próprias casas em meio ao alagado. Parando em diversas comunidades, encontramos lamento e choro, além de grande frustração. Haviam perdido suas casas, roças e animais -- e também a esperança. No fim do segundo dia de viagem, avistamos uma casa sobre palafitas também coberta pela água até o meio das janelas. Três faces apareceram e, para a minha surpresa, estavam sorridentes. Parando a voadeira, equilibrei-me em algumas pranchas para entrar naquela casa. Em um canto da sala haviam construído um esteio de madeira que era elevado à medida que o rio subia. A família, formada por cinco pessoas, se apinhava naquele pequeno quadrado, onde também atavam suas redes e mantinham as panelas, além de um pequeno fogão e um saco de farinha. Expressei minha admiração por encontrá-los sorridentes, ao que rapidamente mencionaram ter encontrado Jesus no ano anterior -- e haviam concluído o momento devocional da família justamente quando chegávamos. O marido mencionou que estudavam naquela manhã sobre a bondade de Deus e estavam se lembrando dos muitos motivos de louvor, como a vida, a família e a salvação. A esposa completou: “E também o rio, que o Senhor segurou no limite”, não permitindo perderem a vida. Saí daquela casa agradecendo a Deus pelo testemunho, pois nenhuma tragédia será maior do que a sua bondade em nossas vidas. E pela Igreja, que apesar das inundações e lutas, segue caminhando. Nossa natureza é Cristo Vemos no Novo Testamento que a Igreja foi um resultado direto da vida e dos ensinos de Jesus Cristo, portanto tem o seu DNA. Em Atos, lemos que a Igreja era koinônica (orientada pela comunhão dos santos), kerygmática (proclamadora do nome de Jesus), martírica (vivia segundo a sua fé), proséitica (cultivava a oração), escriturística (amava e seguia a Palavra de Deus), diácona (servia com amor aos necessitados), poimênica (pastoreava o povo) e litúrgica (cuja vida era a adoração ao Pai).4 Essa é a nossa identidade, quem somos em Cristo Jesus. E a nossa natureza. Apesar das provações, perseguições, escândalos e esfriamento, sempre seremos atraídos de volta às raízes, que a Palavra tão bem apresenta:5 A Igreja é um grupo de redimidos, originada por Deus e pertencente a Deus, portanto formada por uma multidão de servos e um só Senhor (1Co 1.1-2). A Igreja não é uma sociedade alienante. Os que foram redimidos por Cristo continuam sendo homens e mulheres, pais e filhos, fazendeiros e comerciantes chamados para viver o evangelho no mundo e não longe dele (Mt 10). A Igreja é uma comunidade sem fronteiras. Portanto, fatalmente missionária. É chamada a proclamar Jesus perto e longe -- e fazer discípulos (Rm 15.18-19). A Igreja é chamada para viver Cristo e não apenas compreendê-lo. Quando orientada pelas Escrituras e comprometida com Jesus, ela se torna um grande testemunho para o mundo (Gl 2.20). A Igreja é Igreja quando segue a Palavra. Perseverar na doutrina dos apóstolos implica compreensão e vida -- compreender a Palavra de Deus com fidelidade e aplicá-la em nossa vida diária (At 2.42). A Igreja tem como propósito maior glorificar a Deus. Este é o nosso chamado e para tanto é preciso nos desglorificarmos. Devemos lembrar-nos de que nossa primeira missão é morrer (1Co 6.20; Rm 16.25-27). Somos chamados para a perseverança A Palavra de Deus exorta-nos a perseverar. Aos Efésios, Paulo afirma que devemos ser fortalecidos no Senhor (6.10) para não cair nas ciladas do diabo (v. 11), resistir no dia mau (v. 13) e proclamar o evangelho (v. 19). O termo “resistir” é tradução de uma palavra grega frequentemente usada para uma estaca bem fincada que, após os ventos e chuvas, permanece firme. Alguns anos atrás, rascunhei um exercício espiritual para sermos uma Igreja fortalecida, o qual partilho a seguir: -- Preocupar-nos um pouco menos com as loucuras feitas em nome de Cristo e um pouco mais com o nosso próprio coração para que não venhamos a ser desqualificados. -- Seguirmos os desejos do Senhor sabendo que, para isso, quase sempre estaremos na contramão do mundo. -- Para cada palavra de crítica à Igreja -- autocrítica, se assim quiser -- termos uma palavra ou duas de encorajamento. -- Ouvirmos com zelo e temor os profetas que nos denunciam o erro, bem como os pastores que nos encorajam a caminhar. -- Buscarmos na Palavra de Deus o fortalecimento da fé e o alimento da alma. -- Não perdermos de vista Jesus Cristo, Cordeiro vivo de Deus, para que a tristeza advinda das frustrações não nos impeça de experimentar a alegria do Senhor. Somos chamados a seguir caminhando. Lutero lembra-nos de que “esta vida, portanto, não é justiça, mas crescimento em justiça. Não é saúde, mas cura. Não é ser, mas se tornar. Não é descansar, mas exercitar. Ainda não somos o que seremos, mas estamos crescendo nesta direção. O processo ainda não está terminado, mas vai prosseguindo. Não é o final, mas é a estrada. Todas as coisas ainda não brilham em glória, mas todas as coisas vão sendo purificadas”.6 Que o Altíssimo nos encoraje a perseverar até o fim, pois o que nos aguarda é puro esplendor! “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou” (Ap 19.7). Aleluia! Ronaldo Lidorio

Amar a quem não me ama.


Eu estaria mentindo se dissesse que depois que me tornei cristã nunca mais tive problemas, desamores, desilusões, que nunca mais experimentei traições. Estaria mentindo se dissesse que as instituições cristãs melhores ou mais nobres do que as não cristãs. Estaria mentindo se dissesse que de dentro do seu círculo de amigos e irmãos mais próximos você não precisa esperar facadas nas costas, abraços falsos, ou simplesmente distâncias doloridas e inexplicáveis. Nestes anos todos de campo missionário pude conviver com o que há de melhor e mais nobre na natureza humana. Vi e vivi o auto-sacrifício, o despojamento, o amor de entregar a vida uns pelos outros. Mas vi também o que há de ruim, de sórdido e de mais mesquinho. Vi egoísmo, batalhas de poder, amarguras marcadas a fogo em corações, armas de guerra religiosa lustradas constantemente por teologias falsas, desamor puro e simples. Na minha própria jornada, apesar das decepções pessoais vivi o engano de achar que tudo estava perdoado. Quando pregava ou ouvia sobre o perdão, pensava: “Ah sou catedrática nisto! Perdoei a todos o que me feriram…” Tive até a oportunidade de fazer o “bem” a irmãos que não me foram tão honestos. Me sentia orgulhosa: “Esta área não é problema pra mim”. Foi quando alguém me perguntou: – Você ora pelos que te feriram? E se ora, ora como? Não oro, tive que admitir. Tenho coisas mais importantes pra fazer, me enganei. Mas a misericórdia do Senhor não me deixou. – O que é mais importante Braulia do que amar quem não te ama? Se leio a Bíblia direito tenho que admitir que não existe nada mais básico, mais fundamental na fé cristã. Se queremos habitar n’Ele, compartilhar da natureza de amor de Deus a primeira coisa que temos que fazer é aprender a amar. Não sabemos amar, assim como não sabemos muita coisa na nossa vida de fé. A fé é um aprendizado racional do se “ser como Deus.” – Como aprender a viver sua natureza meu Senhor? – “Aprenda a amar. Foi assim que comecei como um sedentário fazendo exercício físico pela primeira vez: – Quero orar pelo Fulano, Senhor. Abençoe-o. Mas se abençoar significa encher de graça de amor, de provisão financeira, se significa desejar para ele a mesma felicidade que desejo para mim e para os que amo, ah então não sei não… A palavra: abençoe – se enrosca, se torna pesada. O que meu coração deseja é “justiça” mas não na definição divina, vertical que nos chega através da misericórdia. Quero a “justiça” entre aspas, melhor traduzida como vingança. Quero árvores secas, alforges vazios, quero para eles a solidão que me assolapa, quero o mesmo fracasso que me faz chorar amargo. Meu estado interior se revela a mim como o de Isaías se revelou a ele diante do trono de Deus. Como minha fé é pequena, limitada, egoísta, empapelada de desculpas bíblicas para odiar, para me vingar, para excluir, para isolar. Choro agora, não por eles, mas por mim. Como este Deus vai me perdoar? E se Ele resolver cumprir sua palavra e perdoar-me apenas na proporção com que eu perdôo? Recomeço, insistente. Para orar pelo que não me ama, tenho que primeiro desenterrá-lo. Me lembro de um conto de Patricia Highsmith que li quando criança: Estranhas mortes na Repartição. O homenzinho trabalhava num escritório do governo, era excêntrico e cobrava das pessoas uma perfeição que tornava impossível a interação social. Terminou por matar uma a uma com requintes de crueldade as pessoas que o cercavam. Mas a autora nos revela que os assassinatos não são reais. O homenzinho se cerca de mortos porque não pode conviver com os vivos. Orar por meus “mortos” me obrigou a desenterra-los, um a um, com as mãos, sentindo-lhes o cheiro, tocando-lhes a carne. Qdo os desenterro, os coloco de pé, a meu lado e ando com eles até onde Deus está. Ressurretos meus mortos me vigiam. Não é fácil sentir-lhes vivos ali comigo, ouvir-lhes o coração, as rever suas dores, tornar-me uma com eles na oração desejando-lhes o mesmo bem que o Senhor lhes deseja. Ah Senhor, não sei orar. Tento de novo e as palavras vem, esparsas, gastas, clichés religiosos viciados. E o Senhor me diz: “Não, não é assim que você ora minha filha. Onde está sua paixão, sua intensidade, onde está seu coração íntegro? Oração pela metade não dá. Oração en passant também não funciona. Quando eu levantar a minha mão para encher o outro de bênçãos de amor, quero o seu regozijo sincero. Quero que você se veja como participante daquele momento. Eu vou abençoá-los porque você orou por eles.” Enfim a oração flui. Honesta. Não são mais os mortos, não são eles, é uma parte mim que ressurge. Volta a vida o meu amor enterrado, a minha esperança, o meu centro. Enfim as lágrimas não são mais amargas e duras. Me alinhei com ele. Posso orar pelo “inimigo”. Posso visualizá-lo recebendo carinhos do Pai de amor, inundado de bondade. Aconteceu o milagre da fé. Voltei a me encontrar em seu amor. Voltei a participar de sua natureza de amor. Até o próximo tropeço no meu egoísmo. Texto Publicado pela revista Olhar Cristão/Agosto 2013

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Meu PAI.


No Reino de Deus muitas coisas andam de mãos dadas. Há duas, em particular, que creio que estão intimamente relacionadas: a graça de Deus e sua paternidade. No Antigo Testamento, Deus não havia sido revelado como Pai, apenas como Deus. Jesus era o único filho e quando veio à terra, trouxe a revelação de Deus como Pai e nos permitiu sermos filhos desse mesmo Pai. Quando Jesus apareceu a Maria Madalena após sua ressurreição, ele disse a ela: “vai a meus irmãos e diz-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (João 20.17). Jesus também veio revelar a graça de Deus a toda humanidade. João, o discípulo amado, nos disse que “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai” (João 1.14) e, “a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (v. 17). Ser filho de Deus não é algo que simplesmente entendemos pela razão. É uma verdade revelada a nós. Da mesma forma, a graça. Ela nos é revelada por Jesus, através do seu Espírito, ao nosso coração. O apóstolo Paulo nos disse: “porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gálatas 4.6) e também, “mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8.15). Creio que há uma íntima relação entre a nossa compreensão de Deus como Pai e nossa compreensão da sua graça. Noutras palavras, eu consigo ver a Deus verdadeiramente como Pai, à medida que vou conhecendo sua graça e, da mesma forma, consigo compreender e conhecer a graça de Deus, à medida que me relaciono com ele como meu Pai. Para alguns, isso soa mais difícil, porque associam Deus à imagem de seu pai terreno, que pode ter sido alguém ausente, ou muito cruel, ou alcoólatra, ou indiferente ou até mesmo um ser totalmente desconhecido. Mas é o Espírito Santo quem clama dentro de nós: “Aba, Pai!” E esse mesmo Espírito é poderoso para curar qualquer ferida, ausência ou desamparo por parte do pai terreno e nos fazer olhar para Deus como um Pai perfeito, que jamais abandona seus filhos, que nos ama de verdade e que cuida de nós. Assim, vamos conhecendo seu amor e sua graça como nunca conhecemos antes e nossa fé vai crescendo e amadurecendo. Paz e bem