FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O ALTAR DO CRISTÃO


"A minha casa será chamada casa de oração; mas vocês estão fazendo dela um covil de ladrões" (Mt 21: 13).

Uma coisa, é servir a Cristo com a força do seu corpo, outra coisa, é se deixar ser usado na orientação do Espírito Santo para Cristo em oração (Ex 15: 24-25).

Fomos feitos para orar, orar sem cessar (Ts. 5: 17-18). Jesus disse, "a minha casa será chamada casa de oração." (Mt 21: 13). Porque não oramos. Somos como uma águia, que, por ser criado num poleiro, imagina ser uma galinha.

Vivemos das migalhas da nossa pobre fé, por falta de oração (Ec 5:2); enquanto estamos cheio desta gigantesca força sobrenatural inesgotável a nossa disposição, pronta a ser descoberta, a se jorrar para fora, como um poço de petróleo, e ser usufruído.

Ser crente não é algo que se é, mas que se vive em contínua oração – o interruptor que acende a luz da fé (Sl 65: 2).

O entendimento do crente na oração, é como uma corrida de maratona. Não importa como começa o importante é como vai terminar! (Is 56: 7).

A oração é para o crente como o mar para o marinheiro.

À oração é a perfeita adoração a Deus. (Fp. 4: 6-7), que não conforma, mas transforma o crente (Rm 12). E, fortalece a igreja.

"Se nenhum pardal pode cair no chão sem o conhecimento de Deus, tampouco uma nação pode se levantar sem a bênção de Deus. Eu proponho que façamos um intervalo para orar" (Benjamim Franklin). Parafraseando-o digo, que - sem uma oração respondida, nenhum crente poderá levantar-se. E, para se ter uma resposta é preciso que se tenha feito uma pergunta; para receber algo, é preciso que se tenha feito algum pedido. É disso que Jesus estava falando em Mateus 7: 7.

Aquele que não crer na oração, não crer também que é salvo (Ap. 5: 8).

Para se viver uma vida de oração, é necessário equilíbrio e direção (Tg 4: 8). Para quem não tem experiência, é como aprender andar de bicicleta, isto é, fazer duas coisas ao mesmo tempo (Ef 3). Enquanto ora, tome um tempo para ouvir aquilo que Deus está falando, lembre-se orar é como telefonar. Orar é um momento especial de comunicação com Deus. Na continuação, o Senhor aprofundará e fortalecerá esses momentos de oração (At. 4: 31).

"Quem ora, vive em comunhão com o Espírito Santo, não tem magoa de ninguém, é honesto com Deus e consigo mesmo (Marcos 9: 24). Não tenta justificar seus pecados, apenas admite que eles existem e se arrepende porque crê no perdão de Deus (I João 1: 9); é livre em libertar outras pessoas de suas culpas; convive com suas faltas, e, seus fracassos tanto quanto com os sucessos. Tem sentimento de valia pessoal, embora não seja digno perante Deus, somente com Cristo (Cl 1: 10) que o exorta. Exercita o perdão na ofensa e não retém o pecado (era nisto que Davi era um homem segundo o coração de Deus - At 13: 22). É livre de si mesmo e dos outros; não tem sentimento de vergonha, humilhação nem recorda às ofensas; suas feridas são curadas por Jesus (Tiago 5: 15), enquanto ele ora pelos que ainda não são capazes de liberar perdão." (Luiz Clédio Monteiro, Uma Janela Para o Céu. Cap. 85. Nov. 2003).

Como é bom receber de Deus encargos para orar em oração apostólica (Is 55: 11).

O DRAMA DA PERDA


Como enfrentar o drama de mergulhar em uma experiência de Perda e superar seus traumas? Porque a perda nos ameaça tanto se ela está presente em toda instância da vida? Perdemos o sono, perdemos a hora de acordar, perdemos a paciência, perdemos dinheiro, perdemos parentes e amigos, perdemos o ônibus, perdemos a Fé, enfim perder está coeso ao nosso cotidiano social. Ref Ec 3: 2-8. Nesse texto a Bíblia revela que a vida é composta de Tempo e Tempos, e a Perda é um tempo relevante na formação da vida "... há tempo de Perder..." Embora a vida plena seja sublime e de valor excelente temos vivido de forma superficial e subjetiva, pois, não obstante, que em sua essência, o atributo da perda é de fundamental significância para o processo de sobrevivência. Ninguém que vive está livre do tempo das perdas. A Perda não significa necessariamente um prejuízo, na verdade é que existem situações em que mesmo Perdendo meu Direito, minha Razão, eu posso Ganhar um Amigo ou um Irmão.

Outrossim, já que a perda é um fato e contra fatos não existe argumentos porque não aceitamos a Perda de um modo familiar e equilibrado? Um fato contraditório existencial é que naturalmente aceitamos a vida, porém decididamente negamos a morte mesmo sendo um o outro lado de uma mesma moeda, isto é, a negação da perda não elimina a evidencia dos danos, Porque não nos ensinaram a Perder? Haja vista, que, Qualidade de Vida não se adquire apenas tirando vantagem em tudo. Temos como exemplo de vida o sábio Salomão. Ref Ec 2: 4-12 e 17 "Pelo que aborreci esta vida...". Pensamento; "A vida de qualquer não se versa no que ela possua".

Então; A Perda revela o lado sombrio, obscuro das limitações humanas, sua fragilidade, insegurança, impotência, indecisão, incompetência, incapacidade, dependência, insignificância, crises, medos, traumas, complexos, frustrações, decepções. E porque negamos essas características congênitas humanas? É que a Perda evidencia nosso lado hostil, fútil, débil, frívolo, inseguro, imaturo, ingênuo, por isso ninguém admite PERDER. E todo ser humano leva em sua carga genética a natureza Autosuficiente, pela necessidade de Autosobrevivencia, nessa guerra natural um Perde outro Ganha. Um sábio Poeta certa vez escreveu um Poema que dizia; "A vida é uma gangorra, sempre um vai estar em cima e outro embaixo, dizia o poeta; você que está em cima não deve de eu sorrir, um dia você vai ter que descer para que eu possa subir." É o que revela Salomão em; Ec 9.11,12 "...o tempo e a sorte pertencem a todos." Porem o mesmo sábio Salomão afirma que; "...o homem não conhece o seu Tempo...". Como Reconhecer, Aceitar, Compreender e Conceber a idéia da Perda em nossa vida? Expressão popular; "A vida explica a própria vida” Isto é, a vida é uma Autoescola, e a Perda é uma das matérias paradidáticas da grade curricular existencial sendo aplicado diariamente como Exercício pedagógico e terapêutico. Ref Sl 119:67 e 71"... antes de ser afligido andava errado. "Ref Pv 18.12 "...antes de ser quebrantado, eleva-se o coração do homem..."A perda não é uma matéria teórica conquanto uma simples leitura não leva necessariamente a um aprendizado, aliás a afirmação da teoria está na prática, o método pedagógico de Jesus baseado na materialização da aprendizagem, isto é; "...aprendeu pelo que padeceu." Ref Hb 5.8. Tendo em vista que, a Perda leva a adaptações necessárias, gerando mudanças efetivas, que são desafios motivacionais para concretização de um crescimento significativo pessoal, pois a perda estimula a autoconfiança. Ref Rm 5: 3 "... tribulação produz paciência...". O Apostolo Paulo passou por uma experiência dolorosa de perdas, Ref I Co 4: 11-13"... ser como lixo...”, dentro do processo de aprendizado, Ref Fl 4: 11-13 "... estou instruído..."e"... já aprendi...” Deus usa o fracasso e fragilidade humana como fator desencadeante de aperfeiçoamento do Temor, Ref II Co 12: 9,10. "Os vergões das feridas são a purificação dos maus..."Ref Pv 20: 30 Deus tem um centro de treinamento intensivo Ref Jó 33: 14-30. "... para apartar o homem do seu desígnio..."e "... para desviar a sua alma da perdição...". A Perda se constitui como elemento terapêutico de avaliação da integridade de caráter. Abraão consolidou seu temor a Deus mediante a provocação da Perda de seu Filho, em; Gn 22: 1,2 Deus anuncia a Perda de seu filho, em; Gn 22: 12 Deus reconhece o temor (obediência mesmo em situação de Perda) do patriarca Abraão. Outro caso relevante de comprovação de integridade fidedigna é o exemplo de Jó, que mesmo em situação de extrema Perda; Ref Jó 19: 13-20, "...afastou os irmãos, os parentes, meus domésticos...". Perdeu os Bens, Perdeu os Filhos, Perdeu a Saúde e até o amor da Esposa, mas não Perdeu a Fé e a Esperança em Deus. Ref Jó 1: 20-22. "Então, Jó se levantou... e se lançou em terra e adorou". Com a expressão; "Ainda que Ele me mate nele esperarei..." e "Depois de consumida a minha pele ainda em minha carne verei a Deus" Jó 13: 15 e Jó 19: 26.

DEUS EU PRECISO DE UM MILAGRE


Nem sempre o fim de linha é a linha de chegada. Às vezes são obstáculos que tentam paralisar uma caminhada. Pode ser uma queda, como o envolvimento de Davi, o marido de Mical, com Batseba, a esposa de Urias (II Sm 12: 24); ou pode ser o mar, o grande mar Vermelho, que se apresentou no caminho durante a peregrinação israelita em direção à terra prometida (Êx 14).

O povo de Israel não podia voltar porque avistaram atrás o exército de Faraó, mas também não podia seguir em frente porque não havia mais caminho. O que fazer agora? Esse é o momento da total dependência de Deus, quando todos os nossos recursos acabam, quando chegamos no limite de nossas forças e possibilidades. Milagre é isso: uma intervenção divina onde só Deus pode fazer alguma coisa. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e faz do Onipotente o seu protetor, pode dizer ao Senhor: Tu és o meu Deus, em quem confio (Sl 91, NTLH). O povo que confia em Deus pode dizer: Quando estamos fracos, aí é que estamos fortes. Isso é místério, porque mistério na religião cristã quer dizer verdade inacessível à razão. E a nossa crença é essa: que só Deus faz milagre, porque milagre é coisa que só Deus pode fazer.

A atitude dos israelitas é a única arma eficaz em situações como estas: "Os filhos de Israel clamaram ao Senhor" (Êx 14: 10). Somente Ele poderia impedir a destruição e o fracasso do seu povo. Como disse Judas, servo de Jesus Cristo: Deus pode impedir que vocês caiam! (Jd 1: 24, NTLH). Foi sábia a atitude de Maria durante um casamento em Caná da Galiléia. O vinho terminou, a festa também terminaria. A sua oração, direcionada a Cristo, era a única oração possível: "Jesus, o vinho acabou!" (Jo 2: 3). Na verdade, uma confissão. Precisamos aprender a ser assim - corajosos, sinceros e diretos, sem rodeios, como foi Maria. Em nosso caso, outras orações devem ser igualmente claras e objetivas: "Jesus, o limite chegou!", "Senhor, eu preciso de um milagre!"

No caso israelita, Deus deu ordens ao povo pra marchar. Ele manda seguir em frente, quando aparentemente não há motivos para seguir em frente. Mas na verdade há: a certeza de que o Senhor está à nossa frente. Como ele disse a Josué: "Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes: porque o Senhor, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares" (Js 1: 9). E quando o povo fez isso, o mar saiu da frente, abrindo o caminho para a vitória de Israel e derrota dos seus inimigos.

Nas bodas de Caná, Jesus até questionou sua mãe por não ser o momento para dar início ao ministério de milagres e maravilhas. Só que ela não tinha dúvidas: por compaixão, para impedir que a alegria daquele momento festivo terminasse prematuramente, Jesus iria fazer alguma coisa. Ficou registrado, então, o único mandamento de Maria aos discípulos de Jesus: "Façam tudo o que ele disser" (Jo 2: 5). Apesar da sua hora não ter chegado, Jesus adiantou-se para fazer o milagre. Outra oração é válida: "Jesus, apressa-te em me livrar. Eu preciso de um milagre, por favor, por amor, apressa-te!".

terça-feira, 12 de maio de 2009

ESPIRITUALIDADE - PILOTO AUTOMATICO


Nós somos pilotos automáticos em muitas situações da vida. Agimos movidos não tanto pela inteligência, e nem sempre pela consciência clara do que fazemos, mas por hábito adquirimos determinadas atitudes que fazem parte da nossa vida. Assim, nós as incorporamos e agimos com alegria, como aviões controlados pelo piloto automático que o comandante liga quando chega a uma certa altura. Isto lhe permite descansar, conversar, levantar-se, dar uma voltinha, mas sempre com os olhos fixos na parafernália de botõezinhos do painel de comando.




Assim acontece também com a nossa vida. Quando se chega a uma certa “altura” de atitudes, de convicções, podemos nos permitir o luxo de uma liberdade que nos ajuda a crescer e nos faz sentir bem. Deus quer que nós sejamos orientados por ele. A vida é um avião que é dirigido por Deus e pilotado por nós, mas é ele que se encarrega de conduzir-nos onde devemos chegar. O piloto automático não anula a responsabilidade do piloto verdadeiro, ele deve sempre viver numa constante vigilância, sentindo-se co-responsável de tudo o que acontece, verificando antes de mais nada se o piloto automático funciona direitinho.



Pode acontecer que o nosso piloto automático não seja bem direcionado e aí achamos que tudo está certo quando, na verdade, a rota está errada, a bússola não funciona e nós vamos para uma direção que não é a melhor e podemos causar um grande acidente tanto para nós como para os outros. Creio eu que muitas das minhas ações são dirigidas pelo piloto automático, que é minha fé, meu amor apaixonado a Deus, ao Carmelo, o desejo de anunciar o Evangelho e tantas vezes me encontro a rezar o terço ou a pensar em Deus sem tê-lo bem claro em mim... Deve ser o piloto automático do meu amor a Maria que me faz sentir a sua presença na minha vida.



O piloto automático são as grandes opções de vida que se fazem uma vez para sempre e se renovam constantemente, mas que não mudam a direção que assumimos. Há um meu irmão no Carmelo que diz que eu ando com piloto automático. No início, esta frase no me intrigava mas, depois, conversando com ele e pensando na minha oração, vi que de verdade em muitas coisas eu coloco o meu piloto automático, que é Deus, o Espírito Santo, e ando seguro pelos mares da vida. Não é por acaso também a vida de Jesus dirigida por este piloto que é fazer a vontade do Pai em todas as circunstâncias – “meu alimento é fazer a vontade do Pai? Não é por acaso um certo piloto automático aquilo que diz o apóstolo Paulo: “Quer você coma, durma, beba ou faça qualquer outra coisa, tudo faça com alegria e para agradar a Deus e aos outros”?



Entendi como devemos descobrir e assumir com alegria a espiritualidade do piloto automático: é necessário fazer na nossa vida opções fundamentais, tomar determinadas determinações e ser fiéis custe o que custar. A vida, é mais fácil vivê-la com Deus do que sem Deus, sabendo que ele é nosso pastor e que nos conduz, mesmo quando não sabemos aonde e como ele nos vai conduzir. É ter a certeza de que nunca estaremos sozinhos e, embora sejamos mergulhados nos desertos mais áridos, ele está ao nosso lado, e que nunca estaremos sem apoio, mesmo quando nos acontecer de caminhar sem ter um rumo certo.



A espiritualidade do piloto automático não é determinismo nem inconsciência, e nem consiste em empurrar a vida com a barriga, como provavelmente queria insinuar o meu irmão, mas é uma vida consistente, e vida com responsabilidade. A espiritualidade do “piloto automático” é deixar de nos preocupar demasiadamente e ir deixando que Deus se preocupe conosco, o que não dispensa a nossa co-responsabilidade na vivência do nosso dia-a-dia. Não somos meros espectadores mas, sim, observadores atentos e prontos a entrar em ação quando o momento o exige. Assim como o piloto do avião não pode perder de vista o painel dos botões dos comandos, assim também nós não podemos perder de vista a nossa responsabilidade e vigilância.



Gostei do exemplo e de ter ao meu serviço o “piloto automático”, que me orienta e guia nos momentos difíceis, mas quero estar sempre atento à presença viva do Deus vivo.

COISAS VELHAS E NOVAS


Nenhum grupo humano pode considerar a geração nova como conhecedora das tradições e dos sadios ensinamentos. Tudo precisa novamente ser ensinado, insistido, mostrado pela geração adulta. Nós não carregamos conosco - ao contrário dos animais - os instintos da nossa espécie. Também em assuntos de fé, e de convivência comunitária acontece isso. Precisamos aprender tudo, seja dos nossos pais, seja dos irmãos de vida comum. O fracasso do crescimento na fé não é difícil de detectar nos dias atuais. Os princípios religiosos consistentes, com firme espinha dorsal, são exceção. Vemos muitos serem frios nas suas convicções, desligados dos ensinamentos insuperáveis de Jesus, seguidores fáceis de ventos de doutrina, fugitivos repentinos diante de grandes dificuldades. Muitos gravitam na mediocridade da fé. Não é fácil de encontrar mártires, ou pessoas capazes de enfrentar os ventos da adversidade, e apesar disso serem fiéis a Cristo.



Na Igreja Primitiva encontramos um método insuperável de modelagem na fé. É a chamada “Iniciação à Vida Cristã”, que forjou muitos Santos e Mártires. Não se sabe qual foi o motivo de se abandonar tamanha riqueza pedagógica. Hoje fazemos um esforço hercúleo, para colocar a Catequese em condições, de se tornar uma resposta convincente aos anseios de vivência cristã. Quais foram algumas das características da antiga pedagogia cristã? Antes de tudo, ela sabia que o mistério (a pessoa de Cristo), não se aprendia pelo estudo, mas pela experiência. “Vinde e vede” (Jo 1, 39). Ademais, por ter vínculos antropológicos, a Catequese primitiva nunca terminava; envolvia pais e padrinhos; e reconhecia que a riqueza de Cristo é impossível aprender em pouco tempo. Nestas circunstâncias, o catequista não era um professor, mas um mistagogo (aquele que introduz no mistério). O Brasil todo vai entrar nesta “Iniciação à vida cristã”, observando as diversas etapas, seguidas pelos antigos. Mas ninguém se espante. Todas as modernas conquistas catequéticas, sem excetuar o Diretório Nacional de Catequese serão incorporadas. Procuraremos seguir as orientações do Mestre: “Todo o discípulo do Reino é como um pai de família que tira do seu baú coisas novas e velhas” (Mt 13, 52).

PASTOR INCOMPREENDIDO


Ser pobre e despojado é procurar ser como Nosso Senhor Jesus Cristo, que nada teve, a não ser uma única túnica, que foi objeto de escárnio da parte dos que o assassinaram. As raposas têm tocas, as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde inclinar sua cabeça (Mt 8, 22). Francisco de Assis e o Irmão Universal Charles de Foucauld amaram em profundidade a Senhora Pobreza, que Cristo a inaugurou, ao nascer numa estribaria e, ao morrer, semelhante a um malfeitor, despido e sedento.
O Papa João XXIII, “Il Papa buono”, como era conhecido pelo povo Italiano, teve a bela inspiração de iniciar uma nova era na Igreja, era de uma Igreja mais povo de Deus, mais servidora e pobre. Isso teve seu início com convocação do Concílio Vaticano II.
No Ceará tivemos a sorte de contar com Dom José de Medeiros Delgado, um paraibano sábio e de uma cultura invejável, que compreendeu e assimilou o Concílio Vaticano II, desejando uma Igreja rejuvenescida, renovada. O mais exigente para ele foi viver essa transição, fazer acontecer e levar o clero e povo a uma compreensão do mundo, com suas exigências e que todos tinham a missão de construir a sua própria história. Neste sentido, Dom Delgado, foi grandioso e extraordinário.
Prestes a encerrar o Concílio Vaticano II, maior acontecimento eclesial do Século XX, 40 padres conciliares redigiram e assinaram um documento, dentre os quais uma boa parte de bispos da América Latina, no dia 16 de novembro de 1965, firmando no final da Celebração Eucarística na Catacumba de Santa Domitila um Pacto – foi o “Pacto das Catacumbas”.
Dom Helder Câmara, Dom José Mota Albuquerque, Dom Antônio Batista Fragoso, Dom Fernando Gomes e Dom José de Medeiros Delgado estavam à frente desse pacto, que foi conseqüente, influenciando e fazendo florescer tantas coisas belas e maravilhosas na nossa Igreja, na América Latina e no Brasil.
Comprometeram-se os nossos queridos pastores em levar uma vida de pobreza, de rejeitar todos os símbolos ou privilégios do poder, de colocar os pobres no centro da sua ação e ministério pastoral. Outra coisa presente no pacto foi a colegialidade e a coresponsabilidade da Igreja como povo de Deus, a abertura ao mundo e a colhida fraterna.
Dom Helder procurou viver rigorosamente a mística do pacto das catacumbas, despojando-se de tudo que pudesse transparecer uma Igreja com estrutura pesada e burguesa, abraçando a simplicidade e a pobreza, indo ao encontro da profecia, sendo a voz dos pobres e dos que não podiam falar, nos duros anos do arbítrio. O compromisso do pastor dos empobrecidos foi um insulto para muitos, mesmo dentro da própria hierarquia da Igreja, não para aquele que tinha na mente e no coração a colegialidade e a coresponsabilidade, Dom José Delgado.
Esse grande pastor soube ser fiel ao pacto firmado, solidarizando-se com Dom Helder e outros irmãos perseguidos. Dom Delgado foi um bispo extremamente aberto, fiel as decisões conciliares e assim se pronunciou: ‘A Imprensa brasileira vem desencadeando uma intensa campanha contra a pessoa de D. Helder Câmara, Arcebispo de Olinda e Recife’ (cf. Artigo de Márcio de Sousa Porto, Livro o Peregrino da Paz, Pg. 73).
Dom Delgado foi o terceiro Arcebispo de Fortaleza, ficou à frente de nossa Igreja por 10 anos, de 1963 a 1973. Não foi fácil para ele assumir o período da transição, mas como um homem sensível, aberto as novidades do seu tempo e, ao mesmo tempo, com sua vasta cultura, sonhava e desejava obstinadamente ver implantada as resoluções de uma Igreja que se abria para o mundo, Igreja comunhão e participação.
Construiu o Seminário Regional Noroeste I – Para os Estados do Ceará, o Piauí e o Maranhão; fundou o Centro de Treinamento da Pacatuba; revitalizou o Banco Popular de Fortaleza; adquiriu a Casa de Lazer do Clero na Praia do Pacheco; retomou a construção da Catedral e a construção da nova residência episcopal [...] e desmembrou a Arquidiocese de Fortaleza, com a criação das Dioceses de Itapipoca e Quixadá.
Dentro da visão de uma Igreja do Vaticano II, a partir do pacto das catacumbas, pobre e servidora, longe dos símbolos e dos privilégios do poder, foi corajosamente levado a desfazer-se do patrimônio mais histórico e expressivo da cidade de Fortaleza - “Palácio do Bispo”.
Dom Delgado ao despedir da Arquidiocese de Fortaleza, com o coração compungido, disse: “Agora, Senhor, podes deixar teu servo partir em paz, segundo a tua palavra; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos, luz para iluminar as nações e glória de teu povo, Israel” (Lc 2, 29-32), citando o velho Simeão, sumamente alegre e feliz. Diante do acima exposto e das críticas que sempre escutei a seu respeito, quero afirmar, sem nenhuma dúvida, que esse homem de Deus fez que o que tinha que ser feito e foi um grande bispo, um pastor incompreendido.



pegeovane@paroquiasantoafonso.org.br


Última Alteração: 09:10:00

Fonte: Pe. Geovane Saraiva
Local:Fortaleza (CE)

PALAVRAS DE SABEDORIA


"Todas as nossas palavras serão inúteis se não
brotarem do fundo do coração. As palavras que não
dão luz aumentam a escuridão".
(Madre Tereza de Calcutá)

NAS MÃOS DE DEZ FAMILIAS


O quadro pode mudar, mas no momento em que este livro sai da gráfica, o Brasil está sendo evangelizado PRINCIPALMENTE pelas mensagens de cerca de dez famílias católicas, pentecostais ou evangélicas. A mídia religiosa que mais repercute está nas mãos ou sob a direção delas.



Fundadores, familiares, cunhados, ou primos e casais há mais de vinte anos na direção desses grupos de fé, respondem seja como dirigentes da programação, seja pela direção de cadeias de emissoras religiosas, ou conduzem programas que chegam a cerca de 80 milhões de brasileiros.



O leitor saberá, se quiser pesquisar, quem dirige, prega, faz a pauta e decide o que vai ao ar. Verá a forte influência de famílias na evangelização do Brasil de agora. Não deixa de ser admirável. Não deixa, também, de ser preocupante. Dez a quinze casais, por mais de vinte anos a influenciar com os seus programas a sua visão de Cristo e de Igreja a mais da metade dos cristãos do país podem formar um país mais cristão, ou mais do jeito deles.



É de se perguntar se tais famílias realmente interpretam e representam o pensar dos cristãos do mundo, ou se o que ensinam leva um povo inteiro a pensar mais como eles do que como as igrejas às quais dizem pertencer... Vale o que estas famílias, seus filhos e parentes pensam ou vale o que séculos de busca de teólogos, filósofos, mártires e catequistas cristãos nos ensinaram?



Não é influência excessiva de apenas dez a quinze famílias, muitas das quais demonstram pouquíssima familiaridade com os teólogos e pensadores cujos livros marcaram a história do cristianismo? Não teria o púlpito cristão abandonado a história de suas igrejas em troca das histórias dessas famílias e dos seus seguidores? Não teria o púlpito mudado de mãos e, com o advento da mídia, ido parar nas mãos de quem não leu nem a décima parte dos documentos da fé cristã?



A catequese cristã e familiar na mídia no Brasil diversamente do que sucede na maioria dos outros povos, está excessivamente influenciada por cerca de dez a quinze famílias. Não tem havido sucessão, como acontece com paróquias, dioceses e igrejas. Refletir é preciso. Os primeiros a fazer tal reflexão deveriam ser tais famílias. Foram eleitas? Criraam tais mídias e não pretendem passá-las a outras mãos? Quem determina a catequese naquela mídia poderosa? Eles ou um conselho?


Última Alteração: 13:47:00

Fonte: Pe. Zezinho, scj
Local:São Paulo (SP)

30 MINUTOS ECUMÊNICOS


Pe Zezinho scj



O pastor permitiu que o padre ocupasse 15 minutos do seu programa e, na semana seguinte, por gentileza do padre teve 15 minutos a mais. Foram 30 excelentes minutos ecumênicos. Os fiéis da igreja evangélica ficaram sabendo do respeito entre o padre; os da igreja católica sentiram, nas palavras do pastor, a amizade dele pelo padre e pelos católicos. Nenhum dos dois teve medo de chamar à outra de igreja cristã e nenhum se esqueceu que naqueles quinze minutos a mais estava falando a fiéis da outra igreja. O gesto encantou a cidade que viu a diferença entre as atitudes dois pregadores e a de outros que encontram enorme dificuldade de ouvir alguém de outra convicção ou de deixá-lo falar.



O que se poderá esperar de igrejas que assumem tais gestos, senão graça sobre graça? Significa que uma não tem medo da outra e não há desconfianças, ainda que haja pontos de divergência. Mas a divergência não vira guerra, nem a discordância se torna discórdia.



Se crer, em latim, vem de “credere: cor-dare: dar o coração” a fé tem que ser gentil. Se, como está em outras línguas, vem de prestar atenção, de viver a “theoria”: isto é: a abrangência, a contemplação a mente aberta e não apenas a phronesis, que seria o pragmatismo imediatista, a busca aquilo que não passa um palmo além do nariz, então crente de verdade quem carrega mente e coração aberto.



Trinta minutos de gentileza fizeram mais pelo Reino de Deus vivido pelas duas igrejas do que teriam feito meses de pregação sem gentileza. Os crentes e os tementes a Deus têm o direito ás suas conclusões e convicções, e, por isso mesmo, o direito de discordar. O que não podem é fugir ao dever de amar e ser irmãos. Ninguém deixa de ser irmão porque discorda. Mas o que desrespeita e não cede em nada perde a chance de mudar este planeta. Ceder 15 minutos para a outra igreja pode ser o começo de uma era de admiração mútua e de diálogo maduro sobre as semelhanças e as diferenças.



Bons jardineiros sabem o que fazer com as diferenças entre as flores. Sabem até o que fazer com os espinhos. Os outros, infelizmente, pensam que, ao declarar que rosas vermelhas não são rosas de verdade, mudam a natureza delas. Mas elas continuam rosas... Mesmo diferentes, quando adequadamente ajeitadas, rosas brancas, amarelas e vermelhas costumam formar um lindo buquê.


Última Alteração: 09:24:00

Fonte: Pe. Zezinho, scj
Local:São Paulo (SP)