FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O que sou ?


‘’Ser discípulo traz a decisão por atos e atitudes práticas, diante das alternâncias da vida; em direção oposta, ser multidão, ou, melhor dito, diluído nela, não passa de fazer parte de experiências momentâneas. ’’ O encontro das palavras ditas por Jesus, com relação aos discípulos, estabelece uma autêntica revolução interna e externa, manifestada por meio de atos e atitudes. Sem nenhuma margem de dúvida, segue – me! Nada mais, nada menos, nada diferente, nada contrário! Simplesmente, eis um comando imperativo, categórico, específico, objetivo e claro. Aliás, segue – me, sem uma cartilha de condutas morais e éticas, de um ideal de humanidade, de antídotos para desmoronar com as hemorragias da sociedade, com as criminosas desigualdades entre as pessoas, com a escassez de esperança e dignidade pela vida. Nessa trajetória, tudo parece suspenso. A aplicabilidade da torá com uma nova interpretação e enfoque ou a remodelação do denominado velho testamento. Para muitos, um subversivo das tradições cristalizadas e soerguidas, durante séculos de sangue e morticínios; um fanfarrão e aproveitador do vácuo vivenciado pelos desafortunados de pão e água, de sentido e destino, de sonhos e sorrisos, de criatividade e liberdade; um megalomaníaco messiânico, dentre tantos outros, disposto a levar multidões para malogros e suicídios coletivos. Mesmo assim, quem ousar vasculhar no seu baú, não encontrará princípios e preceitos mandamentais de faça isso, aquilo e acolá. Agora, o seu comando assusta, lança as propostas de um risco, abre as portas para descobertas e torna sem efeito toda e qualquer previsibilidade. Em outras palavras, siga – me, venha após, ao meu lado, atrás e haja, através de decisões e não se atrela a princípios do certo e do errado. Ora, valho – me da palavra catequismo, em função de manusear também a nossa visão de incutir todo um ciclo de regras e regramentos, ao quais culminará num sobrenaturalismo que coloca Deus acima de nós ou num naturalismo que o concebe como parte de uma energia positiva. Tristemente, ainda creditamos na vertente do catequismo eclesiástico, por onde uns repetem e outros são compelidos a engolir. Tudo, lá no fundo, muito embora nos vitrais, nos ornamentos, nas nomenclaturas, nas hierarquias eclesiásticas pareça agradável, na tresloucada realidade diária, parece um antídoto inócuo, sem efeito e eficácia. Quantos não foram acoçados para ir a direção do Cristo Ressuscitado e ao por os pés no mar, somente, se depararam com uma infinidade de ideias e ideais. Por tal modo, afundaram e acabaram tragados pelas decepções de expectativas irreais. De notar, o discipulado nos chama para ir, decidir e sem titubear participar de uma convivência intensa e reveladora, com o Cristo Ressuscitado. Lamentavelmente, derramamos nossas considerações parcas, quando não nunca ocorridas, sobre a certeza da Graça do Cristo Ressuscitado. Valem dizer, os catequismos são prodigiosos na constituição de apologistas, de articuladores das mais intricadas teorias e teses teológicas, de feitos e efeitos inexplicáveis, de pintar quadros convidativos de um Messias adequado as massas de consumidores de ilusões; entretanto, não descem as escadarias para ouvir e falar, segundo a revelação – viva, sobre a batuta do Cristo Ressuscitado; não aceita ser parte desse seguir, desse ir atrás, desse ir após e partilhar e participar do compartilhar. Não bastassem todos os malefícios do catequismo, há ainda o ímpeto e as histerias coletivas das multidões, pelo qual cada um se amolda a uma aparente imagem de fé, mas tudo não passa de um ajuntamento de esperanças e verdades arruinadas. Tanto no catequismo quanto na multidão, ninguém se compromete e muito menos assume o compromisso pelo próximo, pela vida e por si mesmo, num elo contínuo do amor a si mesmo, ao próximo e ao Criador. Destarte, deveríamos perguntar: - Sigo o discipulado? - Sou adepto do catequismo ou da multidão? Negar seria uma temeridade, o discipulado nos invade e faz com que a salvação venha para fora, justificados e remidos, aceitos e incluídos nos itinerários do Cristo Ressuscitado, por onde toda e qualquer existência falida pode ser livre. É bem verdade, o discipulado desintegra os altares dos predestinados, dos escolhidos, dos melhores e dos piores, dos bons e dos maus, dos justos e dos prevaricadores. Indiscutivelmente, o discipulado tem os olhos para a convivência prática e simples da vida, do café na padaria, da tarde de sábado, do boliche, dos parabéns para você, do abraço, do alento, do bom dia, das lembranças concretas e por ai vai. Vamos além, o discipulado vai ao outro e propõe ser próximo, amigo, companheiro e irmão. Por fim, somos discípulos, ministros catequizadores de ideologias teocráticas, enfileirados na multidão de conformados? Paz e bem

Aleluia ! A noiva está sendo preparada.


Se agrupados, os motivos de preocupação e angústia com a Igreja nos dias atuais produziriam uma lista mais extensa que as 95 teses expostas por Lutero em 1517. O constrangedor mercantilismo da fé; a frenética busca por pomposos títulos ministeriais; a manipulação da política eclesiástica para satisfações pessoais; o desinteresse pela missão e a intencional distorção dos textos bíblicos são apenas alguns -- entre muitos -- motivos de agonia ao olhar para a Igreja de hoje. É momento de quebrar o coração e buscar o Senhor para um sério compromisso de vida, renovo de alma e fidelidade no trato com as Escrituras. Grandes motivos de celebração! Há, porém, grandes motivos para celebração! Espantosamente, a Igreja tem crescido nos lugares mais improváveis -- como Índia, Etiópia, Filipinas, China e Nigéria1 -- e em todo canto há uma busca cada vez mais intensa pela Palavra de Deus. Milhares de anônimos levam diariamente a mensagem de Cristo para as ruas, escritórios, universidades, cidades e campos em todo o mundo. A Bíblia está traduzida, parcial ou totalmente, em mais de 2.500 línguas.2 O evangelho no Brasil tem sido anunciado, de forma crescente, entre os que pouco ouviram -- como indígenas, ribeirinhos, quilombolas, ciganos, sertanejos, imigrantes e surdos --, além de invadir as grandes e médias cidades. Em todo o mundo, mais de 120 milhões de cristãos vivem e perseveram em regiões hostis à sua fé.3 O impressionante milagre da conversão se dá em incontáveis vidas todos os dias. Em 1900 havia 100 milhões de protestantes no mundo e a projeção para 2050 é de quase 700 milhões. Louvado seja o Cordeiro, que tem preparado a sua noiva para o grande dia! Em 2012, empreendi uma viagem de pesquisa missionária ao longo do rio Solimões a partir de Manaus, no Amazonas. Durante seis dias, subimos o rio até a fronteira com a Colômbia em uma época de grande alagamento. Nos primeiros três dias, não encontramos sequer uma comunidade, fosse de palafita ou construída em terra firme, que não estivesse embaixo d’água. As populações se refugiaram nas cidades maiores e algumas poucas famílias tentavam subsistir em suas próprias casas em meio ao alagado. Parando em diversas comunidades, encontramos lamento e choro, além de grande frustração. Haviam perdido suas casas, roças e animais -- e também a esperança. No fim do segundo dia de viagem, avistamos uma casa sobre palafitas também coberta pela água até o meio das janelas. Três faces apareceram e, para a minha surpresa, estavam sorridentes. Parando a voadeira, equilibrei-me em algumas pranchas para entrar naquela casa. Em um canto da sala haviam construído um esteio de madeira que era elevado à medida que o rio subia. A família, formada por cinco pessoas, se apinhava naquele pequeno quadrado, onde também atavam suas redes e mantinham as panelas, além de um pequeno fogão e um saco de farinha. Expressei minha admiração por encontrá-los sorridentes, ao que rapidamente mencionaram ter encontrado Jesus no ano anterior -- e haviam concluído o momento devocional da família justamente quando chegávamos. O marido mencionou que estudavam naquela manhã sobre a bondade de Deus e estavam se lembrando dos muitos motivos de louvor, como a vida, a família e a salvação. A esposa completou: “E também o rio, que o Senhor segurou no limite”, não permitindo perderem a vida. Saí daquela casa agradecendo a Deus pelo testemunho, pois nenhuma tragédia será maior do que a sua bondade em nossas vidas. E pela Igreja, que apesar das inundações e lutas, segue caminhando. Nossa natureza é Cristo Vemos no Novo Testamento que a Igreja foi um resultado direto da vida e dos ensinos de Jesus Cristo, portanto tem o seu DNA. Em Atos, lemos que a Igreja era koinônica (orientada pela comunhão dos santos), kerygmática (proclamadora do nome de Jesus), martírica (vivia segundo a sua fé), proséitica (cultivava a oração), escriturística (amava e seguia a Palavra de Deus), diácona (servia com amor aos necessitados), poimênica (pastoreava o povo) e litúrgica (cuja vida era a adoração ao Pai).4 Essa é a nossa identidade, quem somos em Cristo Jesus. E a nossa natureza. Apesar das provações, perseguições, escândalos e esfriamento, sempre seremos atraídos de volta às raízes, que a Palavra tão bem apresenta:5 A Igreja é um grupo de redimidos, originada por Deus e pertencente a Deus, portanto formada por uma multidão de servos e um só Senhor (1Co 1.1-2). A Igreja não é uma sociedade alienante. Os que foram redimidos por Cristo continuam sendo homens e mulheres, pais e filhos, fazendeiros e comerciantes chamados para viver o evangelho no mundo e não longe dele (Mt 10). A Igreja é uma comunidade sem fronteiras. Portanto, fatalmente missionária. É chamada a proclamar Jesus perto e longe -- e fazer discípulos (Rm 15.18-19). A Igreja é chamada para viver Cristo e não apenas compreendê-lo. Quando orientada pelas Escrituras e comprometida com Jesus, ela se torna um grande testemunho para o mundo (Gl 2.20). A Igreja é Igreja quando segue a Palavra. Perseverar na doutrina dos apóstolos implica compreensão e vida -- compreender a Palavra de Deus com fidelidade e aplicá-la em nossa vida diária (At 2.42). A Igreja tem como propósito maior glorificar a Deus. Este é o nosso chamado e para tanto é preciso nos desglorificarmos. Devemos lembrar-nos de que nossa primeira missão é morrer (1Co 6.20; Rm 16.25-27). Somos chamados para a perseverança A Palavra de Deus exorta-nos a perseverar. Aos Efésios, Paulo afirma que devemos ser fortalecidos no Senhor (6.10) para não cair nas ciladas do diabo (v. 11), resistir no dia mau (v. 13) e proclamar o evangelho (v. 19). O termo “resistir” é tradução de uma palavra grega frequentemente usada para uma estaca bem fincada que, após os ventos e chuvas, permanece firme. Alguns anos atrás, rascunhei um exercício espiritual para sermos uma Igreja fortalecida, o qual partilho a seguir: -- Preocupar-nos um pouco menos com as loucuras feitas em nome de Cristo e um pouco mais com o nosso próprio coração para que não venhamos a ser desqualificados. -- Seguirmos os desejos do Senhor sabendo que, para isso, quase sempre estaremos na contramão do mundo. -- Para cada palavra de crítica à Igreja -- autocrítica, se assim quiser -- termos uma palavra ou duas de encorajamento. -- Ouvirmos com zelo e temor os profetas que nos denunciam o erro, bem como os pastores que nos encorajam a caminhar. -- Buscarmos na Palavra de Deus o fortalecimento da fé e o alimento da alma. -- Não perdermos de vista Jesus Cristo, Cordeiro vivo de Deus, para que a tristeza advinda das frustrações não nos impeça de experimentar a alegria do Senhor. Somos chamados a seguir caminhando. Lutero lembra-nos de que “esta vida, portanto, não é justiça, mas crescimento em justiça. Não é saúde, mas cura. Não é ser, mas se tornar. Não é descansar, mas exercitar. Ainda não somos o que seremos, mas estamos crescendo nesta direção. O processo ainda não está terminado, mas vai prosseguindo. Não é o final, mas é a estrada. Todas as coisas ainda não brilham em glória, mas todas as coisas vão sendo purificadas”.6 Que o Altíssimo nos encoraje a perseverar até o fim, pois o que nos aguarda é puro esplendor! “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou” (Ap 19.7). Aleluia! Ronaldo Lidorio

Amar a quem não me ama.


Eu estaria mentindo se dissesse que depois que me tornei cristã nunca mais tive problemas, desamores, desilusões, que nunca mais experimentei traições. Estaria mentindo se dissesse que as instituições cristãs melhores ou mais nobres do que as não cristãs. Estaria mentindo se dissesse que de dentro do seu círculo de amigos e irmãos mais próximos você não precisa esperar facadas nas costas, abraços falsos, ou simplesmente distâncias doloridas e inexplicáveis. Nestes anos todos de campo missionário pude conviver com o que há de melhor e mais nobre na natureza humana. Vi e vivi o auto-sacrifício, o despojamento, o amor de entregar a vida uns pelos outros. Mas vi também o que há de ruim, de sórdido e de mais mesquinho. Vi egoísmo, batalhas de poder, amarguras marcadas a fogo em corações, armas de guerra religiosa lustradas constantemente por teologias falsas, desamor puro e simples. Na minha própria jornada, apesar das decepções pessoais vivi o engano de achar que tudo estava perdoado. Quando pregava ou ouvia sobre o perdão, pensava: “Ah sou catedrática nisto! Perdoei a todos o que me feriram…” Tive até a oportunidade de fazer o “bem” a irmãos que não me foram tão honestos. Me sentia orgulhosa: “Esta área não é problema pra mim”. Foi quando alguém me perguntou: – Você ora pelos que te feriram? E se ora, ora como? Não oro, tive que admitir. Tenho coisas mais importantes pra fazer, me enganei. Mas a misericórdia do Senhor não me deixou. – O que é mais importante Braulia do que amar quem não te ama? Se leio a Bíblia direito tenho que admitir que não existe nada mais básico, mais fundamental na fé cristã. Se queremos habitar n’Ele, compartilhar da natureza de amor de Deus a primeira coisa que temos que fazer é aprender a amar. Não sabemos amar, assim como não sabemos muita coisa na nossa vida de fé. A fé é um aprendizado racional do se “ser como Deus.” – Como aprender a viver sua natureza meu Senhor? – “Aprenda a amar. Foi assim que comecei como um sedentário fazendo exercício físico pela primeira vez: – Quero orar pelo Fulano, Senhor. Abençoe-o. Mas se abençoar significa encher de graça de amor, de provisão financeira, se significa desejar para ele a mesma felicidade que desejo para mim e para os que amo, ah então não sei não… A palavra: abençoe – se enrosca, se torna pesada. O que meu coração deseja é “justiça” mas não na definição divina, vertical que nos chega através da misericórdia. Quero a “justiça” entre aspas, melhor traduzida como vingança. Quero árvores secas, alforges vazios, quero para eles a solidão que me assolapa, quero o mesmo fracasso que me faz chorar amargo. Meu estado interior se revela a mim como o de Isaías se revelou a ele diante do trono de Deus. Como minha fé é pequena, limitada, egoísta, empapelada de desculpas bíblicas para odiar, para me vingar, para excluir, para isolar. Choro agora, não por eles, mas por mim. Como este Deus vai me perdoar? E se Ele resolver cumprir sua palavra e perdoar-me apenas na proporção com que eu perdôo? Recomeço, insistente. Para orar pelo que não me ama, tenho que primeiro desenterrá-lo. Me lembro de um conto de Patricia Highsmith que li quando criança: Estranhas mortes na Repartição. O homenzinho trabalhava num escritório do governo, era excêntrico e cobrava das pessoas uma perfeição que tornava impossível a interação social. Terminou por matar uma a uma com requintes de crueldade as pessoas que o cercavam. Mas a autora nos revela que os assassinatos não são reais. O homenzinho se cerca de mortos porque não pode conviver com os vivos. Orar por meus “mortos” me obrigou a desenterra-los, um a um, com as mãos, sentindo-lhes o cheiro, tocando-lhes a carne. Qdo os desenterro, os coloco de pé, a meu lado e ando com eles até onde Deus está. Ressurretos meus mortos me vigiam. Não é fácil sentir-lhes vivos ali comigo, ouvir-lhes o coração, as rever suas dores, tornar-me uma com eles na oração desejando-lhes o mesmo bem que o Senhor lhes deseja. Ah Senhor, não sei orar. Tento de novo e as palavras vem, esparsas, gastas, clichés religiosos viciados. E o Senhor me diz: “Não, não é assim que você ora minha filha. Onde está sua paixão, sua intensidade, onde está seu coração íntegro? Oração pela metade não dá. Oração en passant também não funciona. Quando eu levantar a minha mão para encher o outro de bênçãos de amor, quero o seu regozijo sincero. Quero que você se veja como participante daquele momento. Eu vou abençoá-los porque você orou por eles.” Enfim a oração flui. Honesta. Não são mais os mortos, não são eles, é uma parte mim que ressurge. Volta a vida o meu amor enterrado, a minha esperança, o meu centro. Enfim as lágrimas não são mais amargas e duras. Me alinhei com ele. Posso orar pelo “inimigo”. Posso visualizá-lo recebendo carinhos do Pai de amor, inundado de bondade. Aconteceu o milagre da fé. Voltei a me encontrar em seu amor. Voltei a participar de sua natureza de amor. Até o próximo tropeço no meu egoísmo. Texto Publicado pela revista Olhar Cristão/Agosto 2013

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Meu PAI.


No Reino de Deus muitas coisas andam de mãos dadas. Há duas, em particular, que creio que estão intimamente relacionadas: a graça de Deus e sua paternidade. No Antigo Testamento, Deus não havia sido revelado como Pai, apenas como Deus. Jesus era o único filho e quando veio à terra, trouxe a revelação de Deus como Pai e nos permitiu sermos filhos desse mesmo Pai. Quando Jesus apareceu a Maria Madalena após sua ressurreição, ele disse a ela: “vai a meus irmãos e diz-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (João 20.17). Jesus também veio revelar a graça de Deus a toda humanidade. João, o discípulo amado, nos disse que “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai” (João 1.14) e, “a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (v. 17). Ser filho de Deus não é algo que simplesmente entendemos pela razão. É uma verdade revelada a nós. Da mesma forma, a graça. Ela nos é revelada por Jesus, através do seu Espírito, ao nosso coração. O apóstolo Paulo nos disse: “porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gálatas 4.6) e também, “mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8.15). Creio que há uma íntima relação entre a nossa compreensão de Deus como Pai e nossa compreensão da sua graça. Noutras palavras, eu consigo ver a Deus verdadeiramente como Pai, à medida que vou conhecendo sua graça e, da mesma forma, consigo compreender e conhecer a graça de Deus, à medida que me relaciono com ele como meu Pai. Para alguns, isso soa mais difícil, porque associam Deus à imagem de seu pai terreno, que pode ter sido alguém ausente, ou muito cruel, ou alcoólatra, ou indiferente ou até mesmo um ser totalmente desconhecido. Mas é o Espírito Santo quem clama dentro de nós: “Aba, Pai!” E esse mesmo Espírito é poderoso para curar qualquer ferida, ausência ou desamparo por parte do pai terreno e nos fazer olhar para Deus como um Pai perfeito, que jamais abandona seus filhos, que nos ama de verdade e que cuida de nós. Assim, vamos conhecendo seu amor e sua graça como nunca conhecemos antes e nossa fé vai crescendo e amadurecendo. Paz e bem