FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 9 de julho de 2010

NO MEIO DA CIDADE, O MEIO AMBIENTE

Se toda a poesia numa palavra

Eu ficaria com Jardim.
Gerson Borges
Há muitos anos, quando Jacques Cousteau revelava imagens da vida marinha, ao mesmo tempo em que mostrava preocupação com a manutenção do equilíbrio da ecologia e com a preservação das espécies, ambientalismo e ecologia eram assuntos para poucos. Parece que a ficha começa a cair cada vez mais para a maioria das pessoas. Ter consciência ecológica e cuidado com o planeta significa atentar-se para a própria casa. Aliás, a expressão eco, tão presente hoje em dia, vem do grego e significa “casa”.
A Bíblia começa num jardim e termina numa cidade. Há o jardim do Éden em Gênesis e há a Nova Jerusalém em Apocalipse. Ambos -- jardim e cidade santa -- não têm santuário, pois Deus mesmo é o seu santuário e em ambos a vida se dá em sua presença de forma ininterrupta, plena e sem obstáculos. Vivemos entre o jardim que passou e a cidade celestial que virá. Perdemos o jardim e dele sentimos saudade; moramos na cidade e vemos com esperança a Nova Jerusalém. Até a árvore da vida está lá. O jardim foi feito por Deus e lá ele colocou o homem, criado conforme sua imagem e semelhança, para com ele se relacionar e cuidar da criação. A Nova Jerusalém desce do céu, da parte de Deus, para se instalar entre os homens.
Se o jardim é criação das mãos bondosas de Deus, a cidade é realização das mãos ensanguentadas de Caim, que edificou a primeira, para nela habitar, depois de ter matado o irmão, Abel, e se retirado da presença do Senhor. Porém, o grande construtor de cidades foi Ninrode, neto de Cam, que era filho de Noé. É o primeiro homem descrito na Bíblia como poderoso e caçador. Edificou várias cidades, entre elas Babel e Nínive, cidades emblemáticas na história bíblica.
No livro “The Meaning of the City”, Jacques Ellul vê na edificação da cidade um ato de rejeição da proteção de Deus, pois quando o homem a edifica ele rejeita a criação de Deus, opondo-se ao jardim. Segundo Ellul, em sua origem a cidade é lugar da autoproteção do homem e ao mesmo tempo uma tentativa de fugir da maldição de Deus. Por isso, ela é resultado da alienação de Deus, e também elemento alienante para o homem do resto da criação. O homem refugiou-se na cidade para não ter de dizer: “O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela” (Sl 18.2). Na cidade o homem enganosamente pensou que não precisava mais do jardim.
A Nova Jerusalém é fruto da graça de Deus que trouxe redenção ao homem e a tantas das suas realizações. É fruto final da busca amorosa de Deus pelas cidades. É o caso de Nínive, Jerusalém, Samaria. Assim, a Nova Jerusalém é habitação eterna do Criador com sua criatura, a união dos propósitos divinos que santificam os projetos humanos por meio do Cordeiro. É cidade com alma de jardim.
A redenção de Jesus Cristo abrange toda a criação. Paulo deixa isso claro em Romanos 8.19-22. Ser discípulo de Jesus não é só voltar à comunhão com Deus perdida no jardim -- é encher-se de esperança pela realização da cidade santa trabalhando hoje para que o jardim brote novamente no meio da cidade. Isso é dar o devido valor e dignidade àquilo que Deus criou. É ter a mente de um cidadão e o coração de um jardineiro.

NÃO QUERO BRIGAR COM NINGUEM

A partir de hoje, com a ajuda de Deus, vou pôr um ponto final em meus desentendimentos com todas as pessoas com as quais convivo ou com as quais me encontro. Chega de briga, de discussões, de gritaria, de grosseria, de palavrões, de agressões, de antipatia. Estou cansado de depender do outro para parar de brigar. Vou tomar a iniciativa.

Não sou ingênuo. Estou ciente de que será difícil. Porém não digo mais que será impossível. Reconheço que já avancei um pouco e quero dar continuidade a esse pouco. A partir daí, Deus me dará outras vitórias.
Sei que o relacionamento entre duas ou mais pessoas é sempre complicado por causa da nossa herança adâmica. Lembro-me de Abel e Caim, de Sara e Agar, de Jacó e Esaú, de Raquel e Lia, de José e seus irmãos, de Maria e Marta, de Paulo e Barnabé e da membresia da igreja de Corinto.
Estou ciente de que eu e meu cônjuge, eu e meus filhos, eu e meus vizinhos, eu e meus colegas de trabalho, eu e meus irmãos na fé -- somos muito diferentes, o que me leva a crer que o relacionamento entre nós não será automático. Vai exigir esforço, temperamento controlado e autonegação continuada. Eu e eles temos temperamentos, históricos, ênfases, experiências, reações, defeitos, virtudes, capacidades e dons diferentes.
Além disso, eu e eles somos -- pelo menos potencialmente -- invejosos, ciumentos, egoístas, orgulhosos, impacientes, briguentos e outras coisas mais. Para viver em paz, preciso passar por cima de tudo isso. Preciso andar a segunda milha de que fala Jesus (Mt 5.41) e perdoar setenta vezes sete, também de acordo com Jesus (Mt 18.22).
Meu relacionamento no circuito mais próximo e íntimo (no lar) e no circuito mais amplo e público (no trabalho e na igreja) vai depender de certas virtudes claras. Preciso conhecer e respeitar o outro. Preciso amar e perdoar o outro. Preciso tolerar o outro e ter paciência com ele. Preciso ter sabedoria e acerto para conviver com o outro. Preciso de humildade para não me encher de glória à custa do esvaziamento da glória do outro. Preciso repudiar a comparação, a competição e a concorrência com o outro. Preciso descolar da memória qualquer lembrança negativa -- tanto recente, como remota -- do outro. Preciso pedir desculpas e desculpar. Preciso conversar, dialogar e desabafar com o outro. Preciso evitar qualquer oportunidade que possa gerar aborrecimento com o outro. Preciso interceder pelo outro.
De hoje em diante vai ser assim. Que o Senhor me socorra! Amém.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ELEIÇÕES 2010.

Foi dada a largada para as eleições de 2010, todos os candidatos estão em plena campanha eleitoral. Todos estão autorizados a fazer comícios, carreatas, propaganda móvel nas ruas e até via internet. Mas é preciso seguir regras definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Caro eleitor, você tem em suas mãos o poder para construir ou para destruir seu próprio Estado ou País. Seu voto é um tesouro para a construção de um mundo melhor se for bem utilizado.Seu voto poderá ser também uma bomba que destrói e arrasa com seus sonhos, travando o progresso, castigando o povo, piorando tudo; talvez enriquecendo poucos, às custa de todos. Por isso, seu voto não pode ser trocado por favor algum. Não há recompensa que possa pagar o valor do voto. Ele não tem preço.
Em artigo escrito pelo Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho ele faz profunda reflexão e nos instrue que "...O ideal seria que, dentre os que desejam se incorporar à edilidade, a comunidade escolhesse um ou dois e neles centrasse seus votos, o que seria um óbice aos aventureiros locais ou às aves de arribação. Entretanto, todos os que desejam servir à sua urbe necessitam ir além da estrutura social para sempre contemplar as pessoas que vivem os acontecimentos históricos. Devem estar dispostos a ações concretas, longe da maldita corrupção que tem enxovalhado tantos homens públicos. Cientes de que as instituições e a sociedade no seu conjunto devem estar a serviço sobretudo dos mais pobres e deserdados da fortuna. É participando da história do mundo visível que cada um trabalha no crescimento da sociedade, mas com critérios bem definidos e humanos. São atos, decisões, engajamentos que tomam sentido e valor numa atividade em prol do bem comum. Cabe ao eleitor não confiar mandato aos míopes que não enxergam a complexidade dos problemas a serem solucionados por lhes faltarem perspicácia ética e pragmática. Merecem votos os que têm plena consciência do respeito ao contribuinte que vê, tantas vezes, malbaratados os altos impostos que paga. O grande perigo é, de fato, a malversação, a dilapidação do dinheiro público, a má administração, a má gerência dos recursos que devem estar a serviço do desenvolvimento de todo o povo. Há necessidade de políticos de visão concernente a todos os aspectos da vida econômica, social, individual. Mister se faz a reforma das administrações públicas para que se solucionem as questões que afligem as comunidades. Modificação da lógica que considera os seres humanos como objetos submetidos à quantificação e não como seres dotados de autonomia, inteligência e afetividade. Cumpre haja uma política de restauração ou instauração da qualidade de vida. Políticos preocupados não com obras faraônicas, mas com a vida cotidiana do cidadão, sobretudo com a diminuição das doenças sócio-psico-somáticas provocadas pelo descuido com a saúde pública, firmes no combate a todo tipo de desordem." * Professor no Seminário de Marina - MG


Em pronunciamento Dom Luciano Mendes de Almeida (em memória) ele nos orientou sabiamente que "No período eleitoral, todos devemos nos voltar para o nosso povo sofrido e atender as suas necessidades religiosas.Para as exigências de uma vida mais digna, que os partidos devem considerar cada vez mais essa prioridade e colocar a pessoa em primeiro lugar. Isso para o bem do país, que há de atrair as bênçãos de Deus."


Os Bispos Católicos do Regional Sul 1, da CNBB (Estado de São Paulo), no cumprimento de sua missão pastoral, oferecem as seguintes orientações aos seus fiéis para a participação consciente e responsável no processo político-eleitoral deste ano:

1 - O poder político emana do povo. Votar é um exercício importante de cidadania, por isso, não deixe de participar das eleições e de exercer bem este poder. Lembre-se que seu voto contribui para definir a vida política do País e do nosso Estado.
2- O exercício do poder é um serviço ao povo. Verifique se os candidatos estão comprometidos com as grandes questões que requerem ações decididas dos governantes e legisladores: a superação da pobreza, a promoção de uma economia voltada para a criação de postos de trabalho e melhor distribuição da renda, educação de qualidade para todos, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e defesa do meio ambiente.
3- Governar é promover o bem comum. Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com a justiça e a solidariedade social, a segurança pública, a superação da violência, a justiça no campo, a dignidade da pessoa, os direitos humanos, a cultura da paz e o respeito pleno pela vida humana desde a concepção até à morte natural. São valores fundamentais irrenunciáveis para o convívio social. Isso também supõe o reconhecimento à legítima posse de bens e à dimensão social da propriedade.
4 -O bom governante governa para todos. Observe se os candidatos representam apenas o interesse de um grupo específico ou se pretendem promover políticas que beneficiem a sociedade como um todo, levando em conta, especialmente, as camadas sociais mais frágeis e necessitadas da atenção do Poder público.
5 - O homem público deve ter idoneidade moral. Dê seu voto apenas a candidatos com “ficha limpa”, dignos de confiança, capazes de governar com prudência e equidade e de fazer leis boas e justas para o convívio social.
6 - Voto não é mercadoria. Fique atento à prática da corrupção eleitoral, ao abuso do poder econômico, à compra de votos e ao uso indevido da máquina administrativa na campanha eleitoral. Fatos como esses devem ser denunciados imediatamente, com testemunhas, às autoridades competentes. Questione também se os candidatos estão dispostos a administrar ou legislar de forma transparente, aceitando mecanismos de controle por parte da sociedade. Candidatos com um histórico de corrupção ou má gestão dos recursos públicos não devem receber nosso apoio nas eleições.
7 - Voto consciente não é troca de favores, mas uma escolha livre. Procure conhecer os candidatos, sua história pessoal, suas idéias e as propostas defendidas por eles e os partidos aos quais estão filiados. Vote em candidatos que representem e defendam, depois de eleitos, as convicções que você também defende.
8 - A religião pertence à identidade de um povo. Vote em candidatos que respeitem a liberdade de consciência, as convicções religiosas dos cidadãos, seus símbolos religiosos e a livre manifestação de sua fé.
9 - A Família é um patrimônio da humanidade e um bem insubstituível para a pessoa. Ajude a promover, com seu voto, a proteção da família contra todas as ameaças à sua missão e identidade natural. A sociedade que descuida da família destrói as próprias bases.
10 - Votar é importante, mas ainda não é tudo. Acompanhe, depois das eleições, as ações e decisões políticas e administrativas dos governantes e parlamentares, para cobrar deles a coerência para com as promessas de campanha e apoiar as decisões acertadas.

COMO VIVER NA PRESENÇA DE DEUS

Em nossos dias há um desejo renovado de muitos cristãos no sentido de estar mais assiduamente na presença de Deus.

É consolador aos sacerdotes orientarem os fiéis movidos por um ideal tão sublime.
Cumpre, em primeiro lugar, disciplinar a inteligência, a memória e a vontade tão prestes a se deleitar nas futilidades. Para isto é preciso um olhar fixo e amoroso em Deus.
E que a alma compenetrada da grande realidade do Criador presente em si, pela graça santificante, tende então quase instintivamente a se unificar, a se orientar toda para Ele.
Cônscia do valor infinito da jóia que possui em si mesma, dirige para este tesouro, sem cessar, o pensamento e o coração.
Todas as suas potências se concentram em Deus e são atraídas por Aquele cuja amabilidade as fascina sempre mais. Neste caso, se passa a viver intensamente o dom da ciência, uma vez que tudo que é material se transforma em degraus para uma espiritualização de todas as ações.
O alimento, por exemplo, passa a ser tomado como um meio pelo qual se conserva o corpo que é o templo da Santíssima Trindade. Então, todo excesso é evitado e a gula é vencida. O mesmo vai ocorrer em tudo mais, pois a orientação para Deus vivifica as mínimas ações do cristão.
Trata-se de um processo de espiritualização e, deste modo, se o Espírito Santo pede mais renúncia este apelo é logo atendido. Disto resulta o desapego das coisas materiais em si mesmas e o cristão diz a seu Senhor com toda sinceridade: “Quero o que quiseres, como o quiseres, enquanto o quiseres. Não se faça a minha vontade, mas a Vossa”.
Quem assim procede pode chegar ao limiar da vida mística, ainda que no meio dos trabalhos cotidianos, transformando os instantes de preces em oásis no deserto deste mundo. Tudo isto porque a presença de Deus na alma não é algo metafórico, mas real.
São inúmeros aqueles que podem dizer que há momentos que, parece, tocam o Infinito, o Transcendente, ainda que seja por um instante. É um degustar instantâneo do que será a visão beatífica lá no céu.
Esta consciência do batizado que se percebe, como de fato o é, o tabernáculo do Altíssimo conduz a uma relação espiritual, íntima com Deus com todas as conseqüências faustosas para o cotidiano, não sendo a menor delas a imperturbabilidade.
Diante de qualquer turbulência o cristão repousa, realmente, tranqüilo nas mãos de seu Senhor, sabendo que Ele intervirá no momento oportuno.
Repete-se, desta maneira, a prece tão valiosa: “Senhor tua graça me basta, é ela que eu Vos imploro”.
*Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

Local:Mariana (MG)

FAZER O MESMO

Quem faz o bem deve ser seguido pelos seus admiradores. O bem cabe em todos os espaços e tempo. Ele está sempre dando qualidade de vida para as pessoas. É o que aconteceu com o gesto do bom samaritano, que viu alguém caído na estrada por onde passava. Sua atitude foi de compaixão e misericórdia.

Fazer o bem não depende de saber quem é o próximo, mas de se fazer próximo daquele que passa necessidade. É o que acontece quando doamos alguma coisa para ajudar os flagelados de uma catástrofe. Ajudamos a desconhecidos, mas irmãos e pessoas que devem ter dignidade e vida feliz.
O amor ao próximo é o resumo de todos os princípios da vivência cristã, a alma e a vida dos mandamentos. Ele não exclui ninguém e ocasiona a superação de todas as atitudes más e individualistas. Revela sensibilidade e acolhida aos abandonados pela atual cultura excludente.
Fazer o mesmo que foi feito pelo bom samaritano, no contexto bíblico, significa abolir os preconceitos raciais, religiosos, culturais e sociais. É a ação da gratuidade, evitando considerar próximo como objeto de caridade. A prática do verdadeiro amor abre caminho para novas relações humanas e fraternas.
Devemos sempre rever as nossas escolhas e opções, começando do coração, seguindo bons exemplos de amor ao próximo, entendendo as condições da humanidade sofrida e ferida em todo tipo de barreiras e preconceitos. Sendo atitudes do coração, não importa muitos conhecimentos de doutrina e prática de ritos religiosos.
Existem muitas formas de praticar a solidariedade. O importante é lutar pela integridade das pessoas, despertando esperança de superação das dificuldades. As realidades injustas precisam ser transformadas para dar suporte a uma vida feliz. Existem muitas pessoas caídas nas estradas da vida, feridas, perdidas, com medo e sem segurança.
A nossa luta deve ser de transformar a realidade social, de realizar ações solidárias com atitude de compaixão. Isto significa assumir o mesmo gesto do bom samaritano, prestando socorro a quem está abandonado, caído e desvestido de sua dignidade.

terça-feira, 6 de julho de 2010

DESABAMENTOS

Começamos o ano com os trágicos desabamentos em Angra dos Reis e o segundo trimestre com os trágicos desabamentos no Rio de Janeiro e em Niterói. O que aconteceu com as casas construídas sobre toneladas de lixo, no morro do Bumba, em Niterói, nos leva ao final daquele longo sermão que Jesus proferiu do alto do monte Chifres de Hatim, entre o mar da Galileia e a cidade de Cafarnaum. Nessa ocasião, Jesus faz referência a dois tremendos desabamentos.

O primeiro envolve a destruição de um imóvel construído imprudentemente sem apoio algum. Trocando a palavra “terra” por “lixão”, o texto relata exatamente o que aconteceu em Niterói: “[Certo] homem construiu uma casa no “lixão”, sem alicerce. Quando a água bateu contra aquela casa, ela caiu logo e ficou totalmente destruída” (Lc 6.49, NTLH).
O segundo envolve a repentina destruição de um projeto de fé e esperança construído sem o alicerce necessário. Jesus é a pedra sobre a qual se constrói a fé e a conduta do crente. Sem esse fundamento, mais cedo ou mais tarde, a casa desaba.
Se alguém construir o seu edifício religioso sobre a pedra e não sobre a areia, a terra ou o lixão, mesmo que a água bata contra essa casa, ela não se abalará nem desmoronará (Lc 6.46-49).
Se é difícil convencer um morador a não construir sua casa sobre um lugar de risco, quanto mais convencer um pecador a construir sua fé e sua conduta sobre a pessoa e o ensino de Jesus Cristo! A possibilidade de acreditar no desmoronamento de uma casa construída no lixão é difícil; a possibilidade de acreditar no desmoronamento de uma esperança é muito mais.
É assim que Jesus termina o Sermão do Monte!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

DEPENDÊNCIA DE DROGAS

Por volta do anos 70, surgia nos Estados Unidos, o Grupo Amor Exigente, fundado por um casal, David e Phyllis York, cujo objetivo foi definir princípios e novas atitudes visando a recuperação de suas duas filhas profundamente afetadas pela dependência química.

O “Amor Exigente” é estruturado em 12 Princípios, os quais visam à mudança de comportamento dos próprios familiares, levando-os primeiramente à própria recuperação, para depois poderem lidar com a problemática da dependência química de seu ente querido, apoiando-o em sua busca pela recuperação.
Chegou ao Brasil há cerca de 25 anos pelas “mãos” do padre Haroldo J. Rahm, SJ. Hoje o Grupo está implantado em todo o Brasil, funcionando nas principais cidades, apoiando as famílias que enfrentam o problema da dependência química de seus entes queridos.
Juliano Gonçalves frequenta o Grupo São Luís, em São Paulo, fundado há 23 anos por Beatriz Ferreira, que contou e continua contando com o apoio “missionário” e sempre decisivo do próprio padre Haroldo.
A seguir, a entrevista concedida por Juliano à revista Ave Maria:
A ideia da liberação de uso de drogas é o caminho para diminuir o tráfico e consequentemente o seu consumo?
Esta é uma questão muito complexa e há vários pontos de vista. O meu evidentemente é fundado na minha própria experiência de pai de um dependente químico, já sem uso de drogas há 12 anos, e também com base no que já li sobre a experiência de alguns países europeus que seguiram esse caminho, cujo consumo não diminuiu.
Creio que a liberação poderá até minimizar os problemas do tráfico, mas não os do consumo. A ideia de que contribuiria para diminuir o consumo, do meu ponto de vista, seria um verdadeiro “tiro pela culatra”.
Na verdade, a meu ver, há dois caminhos básicos que podem nutrir nossas esperanças para diminuir o consumo de drogas. O primeiro, refere-se a um trabalho sério e contínuo visando à prevenção, para que aqueles que ainda não usam, não venham a usar. O segundo, trata-se também de trabalho sério e contínuo, para recuperar aqueles que já foram dominados pela dependência dessas substâncias.
A prevenção, evidentemente, deve começar pela própria família, que precisa conversar abertamente sobre esse problema com seus filhos, passar-lhes valores espirituais e de família, desde a pequena idade. Não através de verdadeiros “sermões”, que não serão ouvidos, mas por meio de uma boa conversa nos momentos apropriados e, sobretudo, pelo exemplo de vida em todas as suas ações. Não adianta dizer para nossos filhos não usarem alguma substância, se nós mesmos fumarmos, bebermos e/ou formos “viciados” em drogas lícitas que compramos legalmente nas farmácias.
O Estado e a sociedade como um todo devem também contribuir com efetivas ações visando a prevenção. E melhor do que colocar propaganda contra o uso de drogas, como às vezes o fazem. O certo e mais efetivo mesmo seria proibir de uma vez por todas propagandas que incentivam o uso de tais substâncias, principalmente o álcool. A ideia que passam é de que para sermos bonitos, bem-sucedidos, vencedores, poderosos, temos que usar alguma coisa... Neste exato momento, podemos comprovar esse tipo de ação, totalmente danosa para todos, principalmente para os mais jovens, que é a propaganda de cerveja, utilizando a boa imagem de nossos jogadores e de nossa seleção...
Como a família e o Estado podem ajudar o dependente?
A família tem a obrigação de buscar ajuda em grupos de apoio como o Amor Exigente e também junto a profissionais para, em primeiro lugar, recuperar a si mesma, de forma a aumentar a própria autoestima, voltar a ter esperanças, a acreditar que merece uma vida melhor e, sobretudo, a acreditar em um Poder Superior. Um vez refeita, a família poderá dedicar-se ao trabalho de apoiar o seu dependente químico na busca e manutenção de sua recuperação.
A principal missão do Grupo Amor Exigente é exatamente essa. Ou seja,”refundar” a família, restabelecer papéis e regras para pais e filhos, recuperar a espiritualidade e a autoestima e consequentemente as esperanças.
No que se refere ao Estado e à sociedade, o primeiro passo é reconhecer que a dependência química é uma doença e que, portanto, não deve e não pode ser tratada com preconceito. É uma doença grave, que afeta seriamente o próprio dependente, física, emocional, mental, social e espiritualmente; pode destruir a família e tem potencial para gerar sérias consequências para toda a sociedade.
Assim, uma vez aceita como doença, e sem preconceitos, a exemplo do que aconteceu com a AIDS, o Estado poderá passar a tratar do assunto como deve ser e passar a investir no que for necessário, como, por exemplo, na formação de profissionais; na infraestrutura hospitalar, disponibilizando a quantidade de leitos necessários; em comunidades terapêuticas, em entidades de profissionalização, etc. Todos esses recursos são fundamentais para apoiar na recuperação dos dependentes químicos.
Qual a diferença entre os que defendem a liberação do uso de drogas aparentemente gratuita e a opinião vivencial de famílias que têm filhos dependentes?
Na minha opinião, aliás, já expressa é a de que o uso de drogas deve ser proibido. E digo, de todas. A sua liberação e/ou entrega gratuita, com certeza, só vai aumentar o uso de quem já é dependente e facilitar a iniciação daqueles que ainda não o são, mas têm a predisposição para desenvolver a doença da dependência química.
Qual o caminho a ser tomado para o combate ao consumo de drogas?
A meu ver, não será pela força, mas pelas ações de prevenção, a fim de que aqueles que ainda não usam não venham a usar e de recuperação dos já dependentes.
A ação de esclarecimento (campanhas) contra o consumo de drogas, para ser eficiente, deve ser dirigida mais aos pais ou aos jovens?
Creio que as campanhas devem ser para ambos os públicos, porém com conteúdos diferentes. A mesma campanha para pais e adultos não atingirá de forma alguma os jovens. Evidentemente, essas campanhas seriam apenas um reforço, pois o que realmente fará a diferença seria trabalharmos no sentido de recuperar a “célula mãe”, que é a família. Será nesta que se terá que recuperar uma série de valores e comportamentos, visando seu reforço. Por exemplo, menos televisão, menos internet e mais boa conversa entre todos os seus membros; não aconselhar uma coisa e fazer outra; não utilizar de substâncias químicas, sejam legais ou ilegais; passar para os filhos valores éticos, morais e principalmente espirituais.
Uma palavra final...
A partir da experiência desafiante, mas bem-sucedida que tive sobre esse assunto, em minha própria família e em várias outras que conheci e continuo acompanhando através de meu trabalho como voluntário no Grupo Amor Exigente, posso dizer que há esperança. Creio não haver nenhum caso em que não haja uma boa solução. Para tanto, temos que trabalhar séria e cabalmente em todos os aspectos envolvidos; praticar e “viver” os 12 Princípios do Amor Exigente, visando à mudança de nosso próprio comportamento; assumir novas atitudes e ações coerentes e racionais; recuperar nossa autoestima e, sobretudo, nossa espiritualidade. Sim, há esperança e é possível fazer desse limão azedo, uma deliciosa limonada. É o que fi z e venho fazendo!
Depoimento dos familiares de um dependente químico
Temos um filho em recuperação da dependência química há 1 ano e nove meses. O deserto foi longo, mas está valendo a pena! O nosso filho tem 22 anos e, provavelmente, começou a usar drogas aos 15 anos. Começou usando álcool, depois maconha, drogas químicas que lhe davam prazeres rápidos, até chegar a cocaína, sua droga preferida.
A família toda interpretava como safadeza e mau-caráter as atitudes típicas de um dependente. Mas, graças ao Amor Exigente, um grupo de trabalho para familiares de dependentes químicos, aprendemos que o que nosso filho tem é uma doença progressiva, que não tem cura e que leva à morte. Que havíamos nos tornado codependentes e que, somente mudando nossas atitudes e comportamentos, conseguiríamos restabelecer a ordem familiar e viabilizar o tratamento e a recuperação de nosso filho.
Foi preciso coragem... E o internamos, involuntariamente, numa clínica para que fizesse o tratamento: a desintoxicação e o aprendizado dos “12 passos” que o ajudarão a manter-se sóbrio e em recuperação, cotidianamente. Foram quase 10 meses de internação e, em casa, há 11 meses, nosso fi lho está firme em seu propósito de manter a VIDA, de não mais procurar a morte.
Hoje ele trabalha, vai iniciar a faculdade e sua maneira de se relacionar também mudou! “SÓ POR HOJE”.
O deserto foi longo... mas, mudando nossos comportamentos por nosso filho, a família toda mudou... e para melhor!