FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Diretor das Pom de Zâmbia: "precisamos do testemunho deixados pelos missionários... -

"Precisamos do testemunho deixado pelos missionários a fim de continuar a difundir o Evangelho em comunhão com a Igreja Universal", disse Pe. Bernard Macadani Zulu, diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias de Zâmbia que foi entrevistado pela AgênciaFides em relação à situação do país e da Igreja. Em Zâmbia se realizaram recentemente as eleições presidenciais antecipadas por causa da morte do Presidente Levy. A consulta foi vencida por Rupiah Banda. Como o senhor avalia a realização do pleito?"Estamos satisfeitos com a maneira com a qual foram realizadas as eleições, um evento não previsto, que se realizou por causa da morte do Presidente Mwanawasa. Numa tal situação, poderiam se verificar violências que, graças a Deus, não aconteceram. A campanha eleitoral foi até correta e as eleições se realizaram na calma. É preciso considerar que numa democracia muito jovem, o multipartidarismo e as eleições livres foram instaurados somente em 1991 e o fato que estas eleições foram realizadas de maneira correta, é um bom sinal. Estamos conscientes de que existe ainda muito trabalho a ser feito em prol da melhoria do nosso sistema democrático. Os partidos políticos devem cumprir as promessas que fazem durante as campanhas eleitorais e os governantes devem fazer o possível para buscar o bem comum e trabalhar pelo bem-estar da população. Devemos melhorar a maneira de utilizar as reservas do país fazendo com que elas sirvam para o bem de todos. Temos o problema da corrupção que o presidente falecido começou acombater. Espero que este processo continue. Devemos ter consciência de que este problema diz respeito a todos e todos os cidadãos de Zâmbia devem se integrar na luta contra a corrupção". A Igreja fez a sua parte em promover entre a população uma cultura democrática, em colaboração com outras igrejas cristãs. Isto porque, enquanto católicos, estamos conscientes de que todo aspecto da vida diz respeito à evangelização.
A Igreja em Zâmbia nasceu graças ao apóio dos missionários. Como os católicos locais vivem o mandato de Jesus Cristo de evangelizar o mundo?
A Igreja em Zâmbia é o fruto do trabalho dos missionários. Seremos eternamente agradecidos a estes nossos irmãos que abandonaram seus países para vir numa terra distante trazer a Mensagem do Evangelho. Trata-se de um gesto heróico. Muitos missionários morreram em nosso país, e neles nos inspiramos a fim de prosseguir o nosso caminho de fé. Sentimos que fazemos parte da Igreja universal e por isso ouvimos os apelos de Jesus que deseja que proclamemos a sua Mensagem até os confins da terra. Desejamos levar outros ao dom da fé que recebemos através de nossos irmãos. Vivemos a nossa vocação missionária: em Zâmbia, através da colaboração entre as dioceses, como também no exterior, através do envio de nossos sacerdotes ao exterior (também na Europa). A exigência missionária está presente em nossas discussões e nos perguntamos muitas vezes como podemos ser verdadeiros agentes da evangelização.
E neste trabalho as POM têm uma função central...
As POM colaboram com os bispos de Zâmbia na obra de evangelização. Agradeço ao Senhor de ser o diretor das POM porque isso me ajuda a ter uma visão mais ampla dos desafios que a Igreja deve enfrentar. Acredito que no futuro da Igreja católica em Zâmbia: temos numerosas vocações sacerdotais, religiosas e leigas. Devemos fazer com que estas vocações tenham uma formação adequada. É um desafio, mas podemos afirmar que se a messe é grande existe uma abundância de trabalhadores.


Última Alteração: 13:55:00
Fonte: Agência Fides Local:Zâmbia (África)

UM BOM ACORDO


Por ocasião da visita do Presidente Lula ao Vaticano, neste dia 13 de novembro de 2008, foi assinado um ACORDO entre o Brasil e Santa Sé, referente ao estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil, assinalando alguns pontos específicos que implicam o relacionamento concreto entre Igreja e Estado em nosso país.
E´ um fato relevante, que terá amplas repercussões. Para aquilatar sua importância histórica, bastaria lembrar que desde a proclamação da Republica vinha sendo aguardado um documento que servisse de referência básica para identificar e explicitar as relações entre o Estado Brasileiro e a Igreja Católica.
Com o “acordo” que acaba de ser firmado, foi dado um grande passo para embasar com clareza a personalidade jurídica da Igreja Católica no Brasil, e explicitar alguns pontos que mais necessitavam de detalhamentos práticos para o bom relacionamento entre ambas as partes, no pleno respeito da autonomia tanto do Estado Brasileiro como da Igreja Católica.
O “acordo” procurou se restringir ao mínimo, e ao mesmo tempo ao suficiente, na sua abrangência. Esclareça-se que ele não tem as feições de uma “concordata” tradicional, como a grande maioria dos países já tem com a Santa Sé. Uma “concordata” estabelece em detalhes todos os pontos do relacionamento entre Igreja e Estado em determinado país. Não foi esta a opção assumida no Acordo de agora. A intenção de ambas as partes foi limitar o acordo ao mínimo necessário para um tranqüilo e seguro relacionamento jurídico envolvendo as duas partes.
Outra observação importante se refere ao fato de que todos os pontos do acordo estão em conformidade com o que prescreve a Constituição Brasileira, e fazem parte da praxe jurídica já existente. O Acordo vem aglutinar estes pontos em documento único, consolidando-os com sua força jurídica que lhe é conferida pela solenidade do ato celebrado publicamente entre o Brasil e a Santa Sé.
Acrescente-se que este “acordo”, na maneira como foi e está sendo conduzido, obedece aos trâmites da Constituição Brasileira, que confere ao Presidente da República a responsabilidade de celebrar acordos internacionais, e determina que estes acordos sejam ratificados pelo Parlamento Brasileiro. Portanto, a efetivação do Acordo demanda esta providência política muito importante, de ser aprovado pelo Parlamento para que surta definitivamente os seus efeitos.
Neste sentido, convém divulgar seu conteúdo, para que todos possam se dar conta da sua conformidade com a Constituição Brasileira, e da sua conveniência política. Pois mesmo se referindo especificamente às relações entre a Igreja Católica e o Estado Brasileiro, esse Acordo é de interesse público para todos. Em primeiro lugar para o próprio Estado Brasileiro, que assim finalmente tem um parâmetro claro para definir suas relações com qualquer Igreja. Seja para a sociedade que pode ter mais clareza da consistência jurídica da Igreja Católica. Como, evidentemente, para a própria Igreja Católica, que finalmente passa a ter melhor clareza sobre o reconhecimento público de sua personalidade jurídica expressa em documento adequado e solene.
Aliás, o ponto central do Acordo que acaba de ser assinado está, exatamente, na definição clara da personalidade jurídica da Igreja Católica no Brasil, que esteve presente desde o início da formação da nacionalidade brasileira, e continua presente com tanta capilaridade no território brasileiro como nenhuma outra instituição existente no país. Comparando, é como se um indivíduo finalmente conseguisse o CIC ou RG que atesta sua existência jurídica. Tardou, mas este documento é agora resgatado, não de maneira fragmentada e esparsa em praxes jurídicas recolhidas episodicamente, mas condensado em documento único, que permanecerá como referência clara para todo o ordenamento jurídico implicado em seu conteúdo.
A assinatura deste acordo é um fato relevante, a ser saudado por todos como expressão da maturidade política da República Federativa do Brasil e da responsabilidade pública da Igreja Católica em nosso país.
(http://www.diocesedejales.org.br/)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ERA UMA VEZ


Era uma vez uma menina que tinha como seu melhor amigo um pássaro encantado. Ele era encantado por várias razões. Primeiro, porque ele não vivia em gaiolas, vivia solto, vinha quando queria, vinha porque a amava. Segundo, porque sempre que voltava suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado. Certa vez, voltou com penas imaculadas brancas, e ele contou estórias de montanhas cobertas de neve. Outra vez, suas penas estavam vermelhas, e ele contou estórias de desertos incendiados pelo sol. Era grande a felicidade quando eles estavam juntos. Mas sempre chegava a momento quando o pássaro dizia: "Tenho que partir". A menina chorava e implorava "Por favor, não vá. Fico triste. Terei saudades. Vou chorar..." "Eu terei saudades também", dizia o pássaro "Eu também vou chorar. Mas vou lhe contar um segredo: eu sou encantado por causa da saudade". "É a tristeza da saudade que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado e, talvez você deixará de me amar". E partiu... A menina sozinha, chorava. E foi numa noite de saudade, que ela teve uma idéia: "Se o pássaro não puder partir ele ficará. Se ele ficar, seremos felizes para sempre. E para ele não partir basta que eu o prenda numa gaiola". Assim, aconteceu, a menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda que ela pode encontrar. Quando o pássaro voltou eles se abraçaram, ele contou estórias e adormeceu. A menina aproveitando-se do seu sono, o engaiolou... Quando o pássaro acordou ele deu um grito de dor. "Ah, menina o que você fez? Quebrou-se o encanto. Muitas penas transformaram-se em um cinzento triste. E veio o silêncio. Deixou de cantar. Também a menina entristeceu. Não era mais aquele pássaro que ela tanto amava. E de noite chorava, pensando naquilo que havia feito aos seu amigo... Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola. "Pode ir pássaro" ela disse: "Volte quando quiser..." "Obrigado menina" disse o pássaro, irei e voltarei quando ficar encantado de novo. E você sabe: ficarei encantado de novo quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você. Quantas vezes em algum determinado momento, aprisionamos a quem amamos, pensando que estamos fazendo o melhor. Pense... Muitas vezes, deixar livre é uma forma singela de ver voltar... QUE VOCÊ SAIBA DIRECIONAR O SEU AMOR DE FORMA A NÃO PRENDER... MAS DE FORMA A CONQUISTAR!!!

O PROPOSITO DE DEUS


“Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Pelo contrário, tenham medo daquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno! Não se vendem dois pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Quanto a vocês, até os cabelos da cabeça estão todos contados. ” (Mt 10, 28-30)
Somos propriedade de Deus, nossa vida e nosso coração devem estar consagrado a Ele diariamente. Ele permite todas as coisas e sabe o que realmente é melhor para nós. Muitas vezes vivenciamos situações que fogem por completo do nosso controle, não compreendemos e nos questionamos sobre o que fazer. Porém, quando estamos caminhado com Cristo, temos a certeza de que nada acontece sem o seu consentimento e que em tudo Ele tem um propósito.
Caminhar desta forma nos dá maior força para percebermos que nossas lágrimas são diamantes para Deus e nossa fé é essencial para acreditarmos que em meio a tudo que Deus permito, existe um fim sagrado. Porém precisamos ficar atentos ao que nos afasta de Deus, pois Ele deve ser a essência da nossa caminhada e o verdadeiro motivo para suportarmos a adversidades do mundo.
O mundo não quer nossa felicidade em Cristo, mas sim a falsa felicidade pautada no bem-estar a qualquer custo. Nós, como conhecedores da Palavra, precisamos ir além do hoje, precisamos caminhar rumo ao céu, rumo à morada santa que Deus reserva para nós. Tendo esta meta de salvação, podemos perceber as grandes maravilhas que Deus pelos olhos da fé.
Se hoje nada está como imaginávamos ou se num piscar de olhos tudo fugiu do seu controle, esteja perto de Deus, busque o discernimento para avaliar o que Deus tem permitido e mesmo que não entendamos, busquemos n’Ele o consolo para que ao tempo certo tudo seja feito de para o nosso bem e nossa santificação.
Acreditemos juntos na ação de Deus em nossa vida e mesmo que venha a tempestade, busquemos o porto seguro do coração de Jesus

JESUS A PORTA CERTA PARA SALVAÇÃO


“Jesus tornou a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem. O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância.” (Jo 10, 7-10)
A porta do cercado que prende as ovelhas tanto pode ser o ponto de entrada, como o ponto de saída. O cercado é sinal de proteção e de cuidado e neste contexto hoje podemos nos imaginar como sendo as ovelhas que recebem o cuidado de Deus. Quando estamos com Ele e entramos por Ele para ficarmos aos seus cuidados estaremos protegidos e em tudo Ele proverá. Até nossa saida, quando é feita por Ele e através d’Ele é para que encontremos alimentos.
De repente me vejo numa situação de um retiro espiritual ou de uma celebração da missa, quando eu realmente me sinto abastecido do amor de Deus em sua plenitude, é como se estivesse me preparando para sair e levar o “alimento” às ovelhas desgarradas. Porém, quando a gente sai é preciso que fique de olho na porta para que não percamos a essência e o motivo pelo qual estamos fora do cercado. Quando ficamos de olho na porta, saberemos a hora em que Ele nos permitirá entrar novamente e buscar auxilio e proteção.
Existem muitas situações que tentam fazer com que não tenhamos em vista a porta que é Jesus, desta forma seremos as ovelhas desgarradas, mas o bom pastor já deu a vida por nós e quer que continuemos buscando o caminho de volta.
Mesmo que as coisas difíceis aconteçam, precisamos confiar na “pastagem” que Deus reserva para nós, n’Ele temos vida e vida em abundância.
Um bom final de semana para todos e que o Senhor seja realmente a nossa segurança e que n’Ele tenhamos a verdadeira proteção.
Obrigado, Senhor por Tua providência e por Tua misericórdia para conosco.

O QUE QUERO SER PARA JESUS


a “Jesus perguntou àquele que tinha falado: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” (Mt 12, 48-50)
O que queremos ser de Jesus? Queremos ser colegas, conhecidos, trabalhadores, espectadores, irmãos? O que Maria quis ser de Jesus? Barriga de aluguel, uma incubadora ou a mãe? O que os discípulos quiseram ser de Jesus? O que eu e você queremos ser enfim?
Se quisermos ser colegas de alguém, é muito simples: precisamos apenas ligar de vez em quando, dizer como estamos de maneira superficial, saber como a pessoa está e se der, podemos visitá-la qualquer dia desses; para sermos conhecidos também é fácil, só basta cumprimentar ao ver, tentar lembrar de onde é mesmo que nós conhecemos, mas não forçar muito a mente, pois certamente teremos coisas mais importantes para pensar; já o trabalhador, trabalha apenas, recebe seu salário e vai viver sua vida, de vez em quando, porém, faz hora extra, mas cobra por isso, pois “deixou de viver” para servir; ser espectador é mais fácil ainda basta assistirmos o que a pessoa tem para mostrar e admirar, questionar ou criticar, então pronto é só voltar para o seu mundinho.
Da mesma forma como atuamos com as pessoas, podemos ser com Jesus, ele nos dá a opção de liberdade para agirmos. Porém ele nos diz claramente que “os que fazem a vontade do Pai” são seus irmãos, irmãs e mãe. Muitos preferem interpretar que Jesus rejeita Maria, mas como rejeitar aquela que mais fez a vontade do Pai? Afinal, com o seu sim, Maria escolheu ser a mãe de Deus e realmente é a mãe de Deus e da humanidade. E se nós queremos fazer a vontade do Pai e sermos irmãos de Jesus, a que mais fez Sua vontade, Maria, e se tornou sua mãe, certamente é nossa também.
A vontade de Jesus é que sejamos mais que amigos, mais que servos, quer que sejamos seus irmãos e façamos a vontade do Pai. Precisamos lutar para que esta realidade seja espontânea em nossa vida. Quero deixar claro a minha posição de busca, pois tenho buscado cada dia mais viver e fazer a vontade do Pai. Não é tão simples quanto parece, mas eu estou tentando e quero levar esse amor de Pai e de amigo que sinto.
Senhor entrego em tuas mãos a vida de cada um que lê hoje essa partilha e peço que venhas fazer a tua vontade na vida de todos. Peço que tenha misericórdia de nossas faltas e nos ensine e estar mais próximos de Ti. Eu te louvo e te bendigo pelos grandes milagres que fazes em nossa e que não percebemos, peço pelos que sofrem com a fome, com a miséria, com a violência e a injustiça. Como filhos que querem fazer a vontade do Pai, queremos nos espelhar em quem já o fez: como Maria, os apóstolos e tantos homens e mulheres que vivem por Ti e para Ti.
Glórias e louvores ao Deus que nos ama e nos quer felizes.

O TRAJE CERTO PARA FESTA


Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí alguém que não estava usando o traje de festa. E lhe perguntou: ‘Amigo, como foi que você entrou aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrem os pés e as mãos desse homem, e o joguem fora na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes’. Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos.” (Mt 22, 11-14)
Diariamente somos convidados a fazer parte do banquete de Deus e várias podem ser as nossas respostas. Podemos simplesmente ignorar o convite, podemos nos preparar de última hora, ou podemos tentar entrar de “penetras” sem os trajes adequados. Às vezes até pensamos que estamos “vestidos” adequadamente. Mas daí, o Senhor me coloca um questionamento: qual o “traje” que tenho colocado em minha vida, em minha alma? Este traje é digno de um banquete com O Rei? O que tem vestido minha alma, amor, caridade, fé ou dinheiro, arrogânica, pecado? O Rei sabe exatamente quem está ou não preparado para o grande dia e o convite nos é dado a cada nascer do sol, a cada respirar. Temos nos preparado ou não? Eu poderia ser bem enfático dizendo que ”o fim está próximo” ou chantageando, mas este sentimento de chamado deve partir do nosso coração, pois é o coração que Deus vê e de acordo com a importância que damos ao convite é que estaremos nos preparando devidamente. E a preparação é um caminho que deve ser trilhado com paciência, por isso chamamos de caminhada e ela muitas vezes é árdua, mas o prêmio é bem maior e mais gratificante. Portanto, convido você a refletir sobre como vc tem revestido sua vida. Que traje temos usado? Muitos são chamados, e você quer ser um escolhido? Então prepare-se para o banquete… Bom dia!

JESUS CURA


Jesus desceu da montanha com os doze apóstolos, e parou num lugar plano. Estava aí numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judéia, de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. Foram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus, foram curados. Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.” (Lc 6, 12-19)
Que força é essa que vem de Jesus? É simples, mas não fácil de se explicar, pois é uma força que vem da nossa fé e do amor de Deus por nós. Todos nós queremos experimentar essa força e queremos ser curados para sermos felizes e plenos em tudo na nossa vida. Assim acontecia com aquela multidão que buscava essa força do alto.
Mas um fato me chama atenção em tudo isso: a atitude dos que queriam ser curados. Se observarmos bem, poderemos ver que essas pessoas iam ao encontro de Jesus, talvez elas nem soubessem ao certo o tamanho do amor de Deus, tampouco seu poder celestial, mas elas o buscavam e se nos reportamos a outras passagens veremos que uns gritavam por Jesus, outros se jogavam aos Seus pés, outros queriam ao menos tocar o Seu manto e eu acredito que muitos outros episódios não retratados ocorreram diante da busca daqueles que queriam a cura através do amor de Jesus.
Observando bem o texto podemos ver que as pessoas foram até a montanha escutar Jesus, ou seja, saber qual a Sua vontade na vida deles. Vemos ainda que as pessoas procuravam tocar Jesus. Tratava-se de uma busca exaustiva, havia muito esforço, muita fé e muita força de vontade, pois o que essas pessoas precisavam era da realização de um impossível na vida delas que somente através de Jesus era possível de se concretizar e por meio da fé delas e do amor de Deus se realizava.
E hoje o que temos feito para alcançar a cura? Como temos buscado Esse Deus? Eu tenho me esforçado ou continuo esperando sua ação sentado na minha cadeira contemplando o meu comodismo? Hoje Jesus não se faz presente como homem, mas está em essência na nossa vida diariamente, mas é preciso que nós O busquemos, é preciso que saibamos a Sua vontade na nossa vida e tentemos tocá-lo com o ”tato da fé”. Tocar Jesus pode não ser uma tarefa simples, já que temos tantos obstáculos no mundo nos impedindo e tantas preocupações tomando nosso tempo, mas será que tudo isso nos trará a cura? A cura do corpo, da alma e do coração?
A força de Deus é presente em nosso meio e, acreditemos, Ele quer agir em nosso meio com força e poder. Ele quer nos dá a verdadeira felicidade e precisa de nossa atitude para que, ao tocá-Lo, ao ouví-Lo e ao vivenciarmos o Seu amor, sejamos verdadeiramente curados, felizes e prontos para espalhar no mundo o seu amor.
Louvemos juntos ao Deus que é força e poder em nossa vida e realiza o impossível em nosso meio. Amém

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

UM LEIGO CONVERSO SERA TESTEMUNHA DE CRISTO NA VIDA DIARIA



O responsável pela Comissão Pastoral de Leigos da Arquidiocese de Manágua, Dom Bismarck Carballo, informou que a Igreja local impulsionará uma nova catequese para que graças ao encontro pessoal dos fiéis com Cristo, os leigos se convertam em testemunhas de Jesus na vida diária do país.
“Nós queremos pregar o que dizem as Sagradas Escrituras e o que implica a conversão do coração. Eu sinto que é um caminho que vai dar seu fruto (...) A conversão levará aos cristãos leigos a ser testemunhas de Jesus nas tarefas da política, do social, do trabalho, das artes e das comunicações sociais”, assinalou em declarações à Imprensa.
O bispo informou que, seguindo os esboços de Aparecida, todas as paróquias entrarão “em um processo de missão permanente” que tem por objetivo “coonduzir ao encontro pessoal com Jesus Cristo”. “A preocupação primitiva nestes momentos é a evangelização para obter a conversão fruto da conversão pessoal com o Senhor”, explicou.
Dom Carballo se referiu à importância do leigo na vida da Igreja e indicou que se trabalhará para que cada um deles tenha “uma presença desde sua própria identidade” e ilumine todos os setores da vida com seu exemplo e conversão.
“Para obter isso é importante o encontro pessoal com o Jesus Cristo e isso é parte do processo atual, tratar de que os leigos possam ter essa experiência pessoal com Cristo, o qual implica reconhecer que até agora houve o fenômeno da caricatura de Cristo”, assinalou.
Nesse sentido, informou que de 10 a 12 de novembro se realizará uma Assembléia Pastoral para trabalhar como se levará a cabo a formação permanente dos leigos.



Última Alteração: 09:09:00
Fonte: Aci Digital Local:Manágua

DEMOCRACIA NA IGREJA ?



Antes de tudo, por uma questão de lealdade, considero que o sistema de governo democrático, não está com essa bola toda como se procura insinuar. Ademais, tal regime de governo não se encontra, em estado quimicamente puro, em lugar nenhum. Em alguns países se fala, com boca redonda, em democracia. Mas o que vige é o uso mais sem cerimônias, da força bruta; a compra de votos; o desprezo pelas minorias; os golpes de esperteza; a sedução dos menos instruídos; a enganação mais pura. Todas as democracias do mundo tem vícios horrorosos, mesmo entre os americanos. Estes intervém em vários países, não levados por sentimentos de justiça apenas, mas também por interesses, os mais reles. “A democracia é um fracasso universal. A começar pela Europa e pela América do Norte” (P.Comblin). A atenuante que existe a seu favor, é que qualquer outro regime em funcionamento, é muito pior que o democrático. A democracia deve ser aperfeiçoada até atingir não só o lado político, mas também o social e o econômico. O caminho é íngreme e longo.
“O que vos parece?” (Mt 17, 25), pergunta Jesus aos seus interlocutores. Como bom pedagogo, nas suas parábolas não entrega uma historia pronta. O seu ensinamento é participativo. A Igreja durante muitos séculos usou o método monocrático. As novas situações eram resolvidas pela intervenção costumeira do Papa, ou dos Bispos. Mesmo em Concílio, tudo ficava reservado para uns poucos. Mas atenção. Mesmo com essa maneira de governar, as pessoas que sempre receberam as maiores referências não era a hierarquia, mas os Santos e as Santas, cujo prestígio sempre ficou muito acima de qualquer autoridade. Vivendo no meio do mundo moderno a Igreja aprendeu a lidar com Conselhos, Assembléias, Sínodos, Grupos, Tribunais Eclesiásticos. É o que se depreende dos Planos de Pastoral das Dioceses. O Bispo, em vez de chamar especialistas, com encargo de escrever a programação das Paróquias, estabelece um diálogo construtivo com todos os diocesanos, para em conjunto, se chegar às melhores conclusões. Mesmo aqui os assuntos precisam ser definidos pelas preferências. A Igreja, no entanto, olha para mais longe: queremos ultrapassar a democracia e alcançar o que se chama de comunhão. É o regime mais perfeito, porque se alcança o consenso, sem humilhar ninguém. É esse regime que costuma vigorar dentro das boas famílias.
domroqueopp@terra.com.br

Última Alteração: 09:16:00
Fonte: Dom Aloísio Roque Oppermann, scj - Arcebispo de Uberaba, MG Local:Uberaba (MG)

O MISTÉRIO DO SANTO GRAAL VOLTA A SER NOTICIA



Desde o dia 7, em Valência, Espanha, especialistas do mundo todo sobre o Santo Graal – cálice que provavelmente foi usado por Nosso Senhor Jesus Cristo na Última Ceia – estão reunidos em congresso para debater o assunto.
O Santo Cálice é uma das relíquias mais importantes do cristianismo. Mede 17 cm de altura e está na Espanha desde o ano 258, guardado em uma capela própria na Catedral de Valência.
Não há um reconhecimento oficial da Igreja, porém Bento XVI usou o Santo Cálice numa celebração na visita que fez a Valência em 2006.
Alguns estudiosos questionam a autenticidade da relíquia, pois ela está decorada com ouro e pedras preciosas. Mas para Vicente Martínez, professor de história da Universidade de Valência, é este mesmo o Cálice Sagrado utilizado por Cristo Jesus.
Não é toda a peça considerada genuína, apenas a parte de cima; asas e base de ouro são do XVI século.
O congresso se dá no 1750º aniversário de sua chegada à Valência e conta com 150 especialistas.





Última Alteração: 16:00:00
Fonte: Redação Arautos do Evangelho Local:Valência (Espanha)

O DESPERO DE TER QUE AGRADAR


Sinto melancolia ao lembrar o dia em que João correu ao meu lado. Ele tinha 25 anos de idade e era magro; por isso, não precisava esforçar-se para manter meu ritmo. Com fôlego sobrando, de repente, João começou a me contar que se sentia deprimido. Perguntei-lhe se identificava alguma causa para sua tristeza. “Medo de fracassar”, retrucou, entre um passo e outro. Pelo restante do percurso procurei mostrar-lhe que podia descansar, pois Deus nos ama sem cobrar desempenhos e, mesmo nunca alcançando êxito, continuamos queridos por ele; falei-lhe que Deus, ao contrário das pessoas, não desiste dos malsucedidos. Porém, duas semanas depois, chorei: João se suicidara. João tinha medo do futuro e, por mais que tenha se esforçado, não conseguiu reverter seu desespero. Sua morte me desmoronou. Eu aprendera a amá-lo. Meus conselhos e orações, aliados ao cuidado de outros cristãos, não o ajudaram. Nada, absolutamente nada, reverteu seu desânimo, e ele se puniu com o mais desastroso ato — castigando a todos nós. Angústia e depressão fazem parte da nossa existência. Vários personagens da história secular e bíblica tentaram fugir para dentro de cavernas escuras em momentos semelhantes; abatidos, nem sequer imaginavam encontrar forças que lhes devolvessem esperança. Essa apatia não lhes tirava apenas o sono; acordados, tinham de conviver com um pessimismo infinitamente triste. Pensamentos mórbidos não são incomuns, porém, não precisam terminar de forma tão horrível. No trágico suicídio do João, aprendi que as pessoas não têm, necessariamente, medo de morrer, elas se apavoram por não saberem viver. A inevitabilidade da morte não as assusta, elas só querem evitar uma vida sem valia, que vem da noção de que existimos, mas desapareceremos sem importância. O escritor Milan Kundera afirmou: “Todo mundo tem dificuldade de aceitar o fato de que desaparecerá, desconhecido e despercebido, num universo indiferente”. Isso explica por que algumas pessoas se esforçam tanto para realizar algo extraordinário — até cometer um crime. Todo mundo quer ser valorizado em vida e lembrado depois de morto. Meses depois, contaram-me que João passara a infância angustiado com o desejo de agradar seu pai, mas intuindo que nunca conseguiria. Na adolescência, jogava futebol com os olhos fitos na arquibancada, esperando ganhar um sorriso de aprovação, que não vinha. João formou-se em engenharia, mas, envergonhado, não celebrou: não alcançara nota máxima em todas as matérias. Assim, ao projetar sua vida futura, se deprimia antecipando possíveis fracassos. Preocupa-me que o mundo religioso ocidental enfatize tanto as exigências rigorosas de um Deus difícil de ser agradado. A maioria dos evangélicos brasileiros jamais concordaria com isto que Gilberto Gil canta: “Se eu quiser falar com Deus/ Tenho que aceitar a dor/ Tenho que comer o pão/ Que o diabo amassou/ Tenho que virar um cão/ Tenho que lamber o chão”. Contudo, o comportamento da maioria confirma o conteúdo da música. A espiritualidade que se difunde e prevalece atualmente oprime as pessoas com fardos pesados. Multiplicam-se pelo Brasil igrejas que não deixam as pessoas esquecerem suas dívidas perante um Deus implacável na defesa de sua lei. Nessa religião, ninguém descansa já que se culpam as inadequações humanas pelos revezes da vida, e todo contratempo acontece como resultado de pecados ou de eventuais brechas por onde o diabo entra. Multidões lotam essas igrejas, ávidas por saberem como agradar um Deus manhoso. Desse modo, cultuam sem jamais esperarem afetos ou compaixão da parte dele. Tudo se resume em como conseguir afastar o mal e “alcançar bênçãos”. Se alguém almejar “conquistar” o amor divino, precisará fazer sacrifício, passar por ritos punitivos e, lógico, dar ofertas. As pessoas não precisam desse tipo de religião, o fardo de viver já lhes pesa. Elas carecem de uma mensagem diferente: Deus não desiste de amar, mesmo quando seus filhos não merecem. Seu amor é leal. Nada diminuirá seu compromisso de oferecer seu melhor para que seus filhos cresçam. Na parábola do pródigo, o Pai disse ao filho mais velho: “Tudo o que tenho é seu”. Essa frase precisa ressoar na mente de todos os cristãos, pois ela contém a promessa bíblica de que somos co-herdeiros com Cristo. Deus não estima as pessoas por sua capacidade de cumprir mandamentos ou alcançar níveis excelentes de santidade, ele ama gratuitamente. Chorei com a morte do João, mas solidifiquei minha percepção da graça. O bem que Deus despeja sobre seus filhos não vem atrelado a desempenho e ele não abandona os malogrados. Ninguém precisa ter medo de fracassar, porque ninguém precisa fazer jus ao amor de Deus. Ponto final. Assim, qualquer um pode se sentir convidado para o banquete divino e colocar-se rumo ao fantástico projeto de ser lapidado à imagem de Jesus Cristo.

A IGREJA PRECISA DE MODELOS


Paulo explica que deixou de fazer coisas erradas e abriu mão de certos direitos pessoais “para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês” (2Ts 3.9). Jesus, por sua vez, levantou-se da mesa, tirou sua capa, colocou uma toalha em volta da cintura, derramou água numa bacia, abaixou-se, lavou os pés dos seus discípulos e depois os enxugou. Então esclareceu: “Eu lhes dei o exemplo para que vocês façam como lhes fiz” (Jo 13.15). O exemplo pode vir de baixo para cima, mas ele é mais necessário quando vem de cima para baixo. O mau exemplo é sempre muito mais escandaloso quando vem de cima para baixo. Sem bons exemplos, a igreja perde o rumo. Uma vez ordenado epíscopo (bispo ou presbítero), o ministro de Deus, além das qualidades básicas (vida irrepreensível, moderação, sensatez, amabilidade, desprendimento, desapego ao dinheiro etc), deve ter boa reputação, boa fama, boa consideração, bom testemunho entre os de fora de sua comunidade, para não cair em descrédito, para não ficar desmoralizado (1Tm 3.7). Não se pode abrir mão do bom exemplo nem das autoridades nem dos subordinados. O bom exemplo vale mais do que a pregação e o ensino. É mais fácil tornarmo-nos corretos pelo exemplo do que pela palavra. O exemplo convence muito mais do que o discurso. O exemplo torna coerente o discurso e o fortalece. O maior legado que alguém pode oferecer é o exemplo. Depois da salvação, o legado maior de Jesus foi o seu exemplo. Pedro menciona esse fato: “O próprio Cristo sofreu por vocês e deixou o exemplo, para que sigam os seus passos” (1Pe 2.21, NTLH). Nós éramos ovelhas que havíamos perdido o caminho, mas fomos trazidos de volta para seguir o exemplo do supremo pastor: “Ele não cometeu nenhum pecado, e nunca disse uma só mentira. Quando foi insultado, não respondeu com insultos; quando sofreu, não ameaçou, mas pôs a sua esperança em Deus, o justo Juiz” (1Pe 2.22-23, NTLH). O exemplo de Jesus está disponível: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (Fp 2.5). Quando o rebanho não tem um modelo para seguir ou quando o padrão de comportamento dos pastores não é bom, pode-se esperar uma decadência em cadeia, que se alastra por toda a igreja. Pois os novos pastores vão se ordenando e os novos crentes vão nascendo sem aquele exemplo original, dado por Jesus Cristo, para ser seguido. Como pai na fé e tutor eclesiástico de Timóteo, Paulo exorta o jovem pastor a ser “um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza” (1Tm 4.12). A maturidade espiritual manifestada pela força do exemplo compensaria o fato de Timóteo ser ainda muito jovem.

AMAR A CRISTO E A SUA IGREJA


Robinson Cavalcanti A Igreja nasce da mente e do coração perfeitos de Jesus. É o povo da nova aliança, de todos os povos, que tem a missão de salvar, santificar, sarar, exorcizar, transformar, apontando, ensaiando e anunciando a presença e a plenitude futura do reino de Deus. É inegável a iniciativa e a importância da Igreja, que recebeu de Jesus o sopro do Espírito Santo, que a assiste até a consumação do tempo. Os problemas da Igreja não estão na sua iniciativa divina — que a vê como mistério/sacramento na história e como a noiva das bodas finais —, mas da sua composição humana. Nela sempre haveria “trigo” e “joio”, e a nós não caberia fazer a separação entre ambos. Nela apareceriam sempre “falsos profetas” com “outros evangelhos”. Nela estariam os que nunca foram e as sementes que nunca germinaram. Nela estariam os “carnais”, que não se deixariam trabalhar pelo Espírito Santo. Historicamente, a Igreja teve seus bons e maus momentos, mas tem subsistido há dois mil anos. Periodicamente, tem carecido de reformas e avivamentos para corrigi-la dos seus desvios. Do coração do Senhor nos chegam duas preocupações centrais: a preocupação com a unidade, “para que todos sejam um”, e a preocupação com a verdade: “o Espírito conduz a toda a verdade”. A divisão do Corpo atenta contra a verdade; e a unidade sem verdade é uma falsa unidade. A Igreja é portadora de doutrinas, de verdades reveladas, universais e permanentes, sistematizadas e confessadas, emanadas das Sagradas Escrituras, legadas pela tradição apostólica e pelo consenso dos fiéis. Confessamos com o Credo Niceno: “E cremos na Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica”. A Confissão de Augsburgo, luterana, de 1530, em seu artigo oitavo ensina: “a Igreja cristã, propriamente falando, outra coisa não é senão a congregação de todos os crentes e santos.”. E a Confissão Helvética, calvinista, de 1562, afirma: “Segue-se, necessariamente, que esta é uma só Igreja... por isso chamamos de católica, porque universal”. Emil Brunner, em O Equívoco sobre a Igreja, chama a atenção para a autoridade apostólica: “E o que eles receberam deve ser passado para o mundo... tem o peso pleno da autoridade final. Sem os apóstolos não haveria cristianismo... sem a autoridade divina dos apóstolos não haveria a Ecclesia”. Aprendemos com os apóstolos pela leitura do Novo Testamento, mas aprendemos também com a geração seguinte, os pais apostólicos (discípulos dos apóstolos), e com a seguinte, os Pais da Igreja (discípulos dos discípulos dos apóstolos). Eles tomaram três decisões fundamentais para a Igreja como instituição: 1) o estabelecimento do próprio cânon (quais livros deveriam ou não integrar o Novo Testamento), fechando a revelação escrita especial; 2) o estabelecimento da doutrina (o que deveria ou não deveria ser crido), o que foi feito, principalmente, com a redação do Credo Apostólico e do Credo Niceno; 3) o estabelecimento de uma forma de governo, o que foi feito com o episcopado histórico, tão bem elaborado, no século segundo, por Inácio de Antioquia e Irineu de Lyon, e, no século terceiro, por Cipriano de Cartago. Esses princípios permanecem inalterados, no Ocidente e no Oriente, até a Reforma Protestante do Século 16. Cristo não criou uma Igreja de anjos, mas de pessoas humanas, que deveria ser uma só instituição, o que, pelo pecado, nunca ocorreu. As instituições não apenas são inevitáveis para a vida em sociedade, como também fazem parte da capacidade criativa da humanidade, no exercício do mandato cultural recebido do Criador. Os apóstolos foram o epicentro dessa nascente organização, continuada e consolidada por seus sucessores: os bispos. Nunca tivemos um único centro administrativo, mas diversas sés, situadas nas cidades-chaves do Império Romano, com supervisão sobre as regiões vizinhas, com destaque para as capitais: no Oriente, Constantinopla; no Ocidente, Roma, além de Jerusalém, Antioquia e Alexandria. Diferenças culturais e de pontos doutrinários tópicos concorreram para a fragmentação da cristandade antiga em quatro ramos históricos: A Igreja Assíria do Leste (nestorianos), os pré-calcedônios (sirianos, armênios, coptos, etíopes e indianos), os bizantinos e os romanos, sendo que os dois primeiros nunca estiveram sob jurisdição dos dois últimos, e Bizâncio nunca esteve subordinado ao bispo de Roma, apenas nele reconhecendo um “primado de honra”. Iniciamos o século 16 com quatro ramos do cristianismo e terminamos a era da Reforma com onze. Diante do caos institucional posterior, emanado dos Estados Unidos nos últimos duzentos anos, com 38.000 “denominações”, devemos reconhecer que o caminho da cura para a Igreja passa pela volta aos ensinos da Reforma (que se pretendeu uma reforma e não uma refundação), bem como pelos ensinos de antes da Reforma, dos apóstolos aos pré-reformadores. Sem passado não há presente e não haverá futuro. No meio de tantas doutrinas e “doutrinas”, nos falta conhecer a doutrina da Igreja. • Dom Robinson Cavalcanti é bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política – teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo – desafios a uma fé engajada. http://www.dar.org.br/

SER CRISTÃO É PREVILÉGIO E CONQUISTA


Ricardo Gondim Em 29 de junho de 2007, o papa Bento 16 assinou um documento que aponta a Igreja Católica como a única capaz de reunir todos os requisitos da comunidade fundada originalmente por Cristo e seus apóstolos. Logo que a notícia correu o mundo, recebi vários pedidos para que escrevesse sobre o assunto. Não escrevi porque, se o fizesse, teria de aconselhar os evangélicos a não ficarem tão enfurecidos. Bento 16 não disse nada que os próprios crentes não acreditam ou não tenham falado. Quantos líderes igualmente se consideram como a autêntica expressão do cristianismo! Se não simpatizei com a declaração do papa também não concordo com o ufanismo profundamente entranhado entre muitos evangélicos. Eles se enxergam como os mais puros e mais autênticos defensores da verdade, enquanto fazem vista grossa para os grupos neopentecostais que achincalham os valores mais elementares da ética. Acho esquisito que se critique as igrejas adeptas da teologia da prosperidade, mas se faça uso de seu crescimento para cevar as estatísticas sobre a presença evangélica no país. Por que gabar-se do crescimento desses grupos? E o que fazer com seus escândalos horrorosos? Os abalos provocados pelos neopentecostais parecem insuficientes para que as igrejas históricas se mobilizem por uma grande vigília ética, infelizmente. Eles se esforçam em mostrar que preservam a reta doutrina, mas, ao mesmo tempo, se mantêm omissos na defesa das crianças pobres, dos índios, das mulheres negras e dos idosos. Por que tanto zelo em proteger a ortodoxia enquanto deixam um imenso desprezo pela vida? Entre os crentes, sobra ortodoxia e falta ortopraxia. O movimento carece de mobilizações pela defesa do meio ambiente; de quem escreva contra os efeitos terríveis da globalização; de mais passeatas em protesto contra a pedofilia e o trabalho escravo. Restam poucos profetas. Precisa-se de mulheres e de homens que se recusem a vaticinar paz, paz, no meio de tanto sofrimento e morte. Triste ver a esperança propositalmente vendida como ilusão, a fé confundida com a manipulação do sagrado, assistir às multidões procurando um alívio mágico para suas angústias existenciais nas igrejas e serem pilhadas em seus magros salários. Enquanto os membros esperam um milagre, os pastores faturam para deslancharem seus projetos megalomaníacos. É preciso questionar as intenções e os objetivos subjacentes desses sermões pretensamente evangélicos. Aumentar o número dos convertidos? Convertidos de quê a quê? Quanta jactância dos crentes continuarem a aferir a aprovação de Deus pelas estatísticas de seu crescimento. Infelizmente alguns líderes confundem inchaço com verdadeiro crescimento e com avivamento. Com João Wesley, aconteceu um genuíno avivamento e ocorreram mudanças na Inglaterra. Nos avivamentos de Jonathan Edwards e Charles Finney, ambos abolicionistas, leis mais justas foram promulgadas nos Estados Unidos. No Brasil, mesmo com a presença da igreja em áreas pobres, dificilmente acontecem câmbios sociais. Triste observar como algumas lideranças se deixam picar pela mosca azul. A cada eleição, oligarcas espertíssimos procuram os pastores em busca de alianças. Estes, por sua vez, manipulam seus rebanhos, alegando que a igreja precisa de alguém que “faça a diferença”. Os candidatos dos evangélicos são eleitos, mas acabam rebaixados à categoria de “nanicos”. E só se ouve falar neles novamente na eleição seguinte ou quando pipocar algum escândalo. Triste observar como os crentes nutrem uma visão idealizada de si mesmos. Acho estranho que se divulguem libertações com testemunhos fantásticos enquanto uma grande maioria é obrigada a viver com sua realidade inalterada. Toda semana recebo mensagens de pessoas feridas e decepcionadas; perdidas por não saberem relacionar os sermões com suas contingências concretas. Por isso, aumenta tanto a população dos “ex-evangélicos” e dos “sem-igreja”. Triste observar como os cambistas voltaram. Os evangélicos oram pouco e negociam muito. Infelizmente, mais igrejas buscam requintar seu buffet de serviços religiosos e mais pastores tentam ser palestrantes motivacionais bem-sucedidos. Triste observar como os ambientes evangélicos se ensimesmam. Desconectados da vida, líderes insistem em responder a perguntas que ninguém faz; e há um despreparo para dialogar sobre os novos questionamentos. Poucos evangélicos escrevem para o mundo secular; faltam pesquisadores com respeitabilidade acadêmica. Acho insuportável o clima beligerante de algumas igrejas em relação ao mundo, aos poetas, às artes, aos esportes e ao diálogo inter-religioso. A intolerância recrudesce e novos preconceitos confirmam que os evangélicos permanecem proselitistas. Antes de sentirem raiva do papa, os evangélicos deveriam se perguntar o que estão fazendo para honrar o nome de cristãos. Soli Deo Gloria. • Ricardo Gondim é pastor da Assembléia de Deus Betesda no Brasil e mora em São Paulo. É autor de, entre outros, O Que os Evangélicos (Não) Falam e Eu Creio, mas Tenho Dúvidas — a graça de Deus e nossas frágeis certezas, lançamento da Editora Ultimato. http://www.ricardogondim.com.br/

NÃO SOMOS FILHOS DA NOITE


Não foram só Jesus e os discípulos que passaram em claro a noite de quinta para sexta-feira da primeira Semana Santa. Judas Iscariotes também não dormiu naquela noite. Embora não tenha participado de toda a longa reunião realizada no cenáculo e não tenha acompanhado Jesus ao Getsêmani, o apóstolo não foi para a cama. Logo após ter comido o pedaço de pão passado no molho, Judas se retirou do local. O Evangelho de João explica que o dia já havia escurecido (Jo 13.30). O que Judas fez naquela noite? Ele foi cumprir o acordo que fizera com os chefes dos sacerdotes e com os oficiais da guarda do templo (Lc 22.1-6). Foi apanhar o destacamento de soldados e guardas (“uma grande multidão”, segundo os Evangelhos sinóticos) armados de espadas e varas, para prender Jesus no Getsêmani (Jo 18.1-3). Enquanto os outros apóstolos participaram da parte final e mais emocionante da reunião do Cenáculo e acompanharam Jesus até o olival que havia do outro lado do vale de Cedrom, onde o Senhor experimentou uma tristeza e uma angústia mortal, Judas consumava a sua traição. Peca-se de dia e de noite. Mas, em geral, os crimes mais horrendos são cometidos sob a proteção da escuridão da noite. Daí o discurso de Jó: “Os olhos do adúltero ficam à espera do crepúsculo; ‘nenhum olho me verá’, pensa ele; e mantém oculto o seu rosto. No escuro os homens invadem casas, mas de dia se enclausuram; não querem saber da luz” (Jó 24.15-16). Uma das mais desastrosas realidades da igreja é a presença do joio no meio do trigo, problema sem solução até a vinda do Senhor. Esse drama é esclarecido nesta parábola de Jesus: “Certa noite, quando todos estavam dormindo, veio um inimigo, semeou no meio do trigo uma erva ruim, chamada joio, e depois foi embora” (Mt 13.25, NTLH). O casal em trânsito pela cidade de Gibeá, na tribo de Benjamin, foi advertido por um idoso a não passar a noite na praça. Para proteger o levita e sua mulher dos jovens perversos daquele lugar, o homem acabou hospedando-os em sua casa. Mesmo assim, os bissexuais de Gibeá cercaram a casa do hospedeiro e, não podendo abusar do levita, violentaram a mulher dele a noite toda, até deixá-la morta (Jz 19.22-28). A maior parte dos crimes cometidos sob a proteção das trevas ainda não veio à tona. É por tudo isso que o apóstolo Paulo exorta: “Deixemos de lado as obras das trevas e revistam-nos da armadura da luz” (Rm 13.12). Precisamos nos comportar com decência, “como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja” (Rm 13.13). Em outra magistral passagem, Paulo é explícito: “Vocês todos [os crentes de Tessalônica] são filhos da luz, filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas” (1Ts 5.5). Os crentes de hoje podem ser chamados “filhos da luz”?

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Deus não se serve apenas da cúpula eclesiástica e dos pós-graduados


Em artigo publicado no Jornal do Brasil (03/09/07, A12), Leonardo Boff lembra que no quarto século quase todos os bispos aderiram à heresia arianista, segundo a qual Jesus é apenas semelhante a Deus, e não imagem visível do Deus invisível (Cl 1.15). “Foram os leigos que salvaram a Igreja, proclamando Jesus como Filho de Deus”, acrescenta Boff. É preciso lembrar que foi uma mulher (Débora) e não um homem (Baraque) que tornou possível a vitória de Israel sobre o rei de Canaã e sobre seus novecentos carros de ferro, depois de vinte anos de opressão (Jz 4). É preciso lembrar que foi o caçula de Jessé, um rapaz da roça, e não o rei Saul e seu exército, que derrubou o gigante Golias, de quase três metros de altura e livrou os israelitas dos filisteus (1Sm 17). É preciso lembrar que foi uma adolescente, e desterrada que levou Naamã, comandante em chefe do exército assírio, a curar-se da lepra (2Rs 5.1-19). É preciso lembrar que foi um menino, e não um adulto, que ofereceu seus cinco pães de cevada e dois peixinhos para Jesus multiplicar e matar a fome de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças (Jo 6.9, NTLH). É preciso lembrar que é do coração e da boca das crianças e dos recém-nascidos, e não dos marmanjões, que Deus suscita o perfeito louvor (Mt 21.16) Finalmente é preciso lembrar que foi um ex-perseguidor e torturador dos cristãos (Paulo), e não Pedro, nem Tiago nem qualquer outro dos mais influentes líderes da igreja, que a livrou do legalismo, a praga que diminui o valor da graça e aumenta o valor da lei (Gl 2.11-21). Enquanto a sociedade supervalorizava e supervaloriza os doutores, os poderosos, os nobres de nascimento e a hierarquia, eclesiástica ou secular, Deus continua livre para eleger e usar a seu bel-prazer as pessoas que, sob o ponto de vista humano, parecem desprezíveis e insignificantes (1Co 1.26-29).

MALICIA POLICA E ABORTO



Cicero Harada:Político malandro é esperto. Seu olhar fisiológico não se desprega do próprio umbigo. Concorda sempre com o possível eleitor. Surfa nas ondas da contradição e leva o voto de pessoas de concepções mais díspares. Simpático, fala coisas bonitas, ri, chora, esbraveja, protesta, sempre segundo as circunstâncias. Afirma ou nega convictamente algo que lhe dê pontos. Humilde, reconhece ignorância diante de polêmica que lhe possa subtrair votos. Nega, olimpicamente, se for surpreendido em ações comprometedoras. Carrega uma aura de alva e comovente pureza. Diante dele, até a testemunha ocular da falcatrua chega a duvidar de seus sentidos. Se tudo está perdido, com ares de comovida indignação, esbraveja: “as coisas sempre foram assim desde que o mundo é mundo! Mas agora, nunca como antes, é por uma causa sublime!”
Digo isso, porque a Câmara dos Deputados fulminou o Projeto nº 1.135/91, que pretende a legalização do aborto no Brasil. Primeiramente, na Comissão de Seguridade Social e Família por unanimidade (33X0). Depois, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania por expressiva maioria (57X4). Nesta, o parecer aprovado, por força do Regimento da Casa, é terminativo, isto é, põe fim ao processo legislativo, salvo se houver recurso. Ocorre que o deputado José Genoíno (PT-SP) interpôs o recurso nº 201/2008 contra o parecer da Comissão de Constituição e Justiça. O apelo foi subscrito por ele e mais sessenta e dois deputados federais.
Três deputados, Carlos Santana (PT–RJ), Carlos Abicalil (PT–MT) e Vicentinho (PT–SP) apresentaram requerimento de retirada da assinatura do requerimento. Os pedidos foram indeferidos nos termos do artigo 102, §4º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, porque, uma vez publicado o recurso, não cabe a retirada da assinatura. Antes mesmo dos indeferimentos o assessor parlamentar Jaime Ferreira Lopes já o havia previsto. O fato pode ser comprovado aqui: http://www2.camara.gov.br/proposicoes/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=16299
Além dos deputados que desaparecem na hora do voto, eis aí outro álibi. Os eleitores a favor da vida são informados pela assessoria de que houve desistência e pedido de retirada da assinatura. A petição protocolada pode até ser apresentada ao embasbacado eleitor, mas o pedido de desistência não tem efeito jurídico algum. É um zero à esquerda.
Outros juram por tudo aos defensores da vida, que são contra o aborto, o assassínio de crianças não nascidas, que nunca votaram nada a favor da medida, até porque não fizeram parte de nenhuma daquelas comissões. Apenas subscreveram o recurso, a fim de que a matéria pudesse ser debatida em plenário. Notem bem: recurso é meio processual para os inconformados se socorrerem de instância superior, para combater e reformar uma decisão.
Será que alguém assinaria recurso para discutir a possibilidade de legalização do seu próprio assassínio? São tentativas de ficarem em cima do muro ou pura ingenuidade? Ignoram eles recente pesquisa do Datafolha de que só 3% das pessoas acham o aborto moralmente aceitável? Um dia, questionado por jovens, Ulysses Guimarães disse-nos que alguns parlamentares podem não ter formação superior ou acadêmica, mas lá na Câmara dos Deputados não há ingênuos, lá não há bobinhos. Todos têm muita experiência, já foram presidentes de empresas, de grandes entidades, foram governadores, ministros, prefeitos, secretários de Estado, senadores, deputados estaduais, vereadores. Se ainda assim concluirmos que o deputado não tem malícia, merecerá ele o nosso voto?
Matias Aires dizia que malícia é aquela inteligência ou ato que prevê o mal ou o medita, espécie de arte natural, que se compõe de combinações e conseqüências, sendo, por isso, virtude política. Fazia uma distinção importante: “tem malícia quem descobre o mal para o evitar, é malicioso quem o antevê para o exercer”. Também nós precisamos ter muita malícia e discernimento para não cair nas manobras dos maliciosos.
Cicero HaradaAdvogado, Conselheiro da OAB-SP, Presidente da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB-SP, foi Procurador do Estado de São Paulo.cicero.harada@terra.com.br

Última Alteração: 09:31:00
Fonte: Articulista Local:São Paulo

Papa lembra Holocausto e drama no Congo -



70 anos depois da “Noite de Cristal”, que deu início à perseguição aos judeus sob o régie nazi e ao Holocausto, Bento XVI apelou este Domingo ao fim de todas as formas de discriminação e anti-semitismo.
“Ainda hoje sinto dor por tudo o que aconteceu naquelas trágicas circunstâncias, cuja memória deve servir para assegurar que tais horrores nunca mais se repitam”, disse aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação do Angelus.
O Papa lembrou “aquele triste acontecimento que se verificou na noite de 9 para 10 de Novembro de 1938, quando se desencadeou a fúria nazis contra os judeus. Foram atacadas e destruídas lojas, escritórios, habitações e sinagogas, foram também mortas numerosas pessoas, dando-se início à perseguição sistemática e violenta dos judeus alemães, que culminou na Shoah”.
Neste contexto, desejou que “as pessoas se empenhem, a todos os níveis, contra qualquer forma de anti-semitismo e de discriminação, educando sobretudo as jovens gerações no respeito e no acolhimento recíprocos. Convido também a rezar pelas vítimas de então e a unir-vos a mim ao manifestar profunda solidariedade com o mundo judaico”.
O Papa recordou depois as “inquietantes notícias” que continuam a chegar da região do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo: “Sangrentos confrontos armados e atrocidades sistemáticas provocaram e continuam a provocar numerosas vítimas entre os civis inocentes; destruições, saques e violências de todo o género constrangeram outras dezenas de milhares de pessoas a abandonar mesmo o pouco que tinham para sobreviver”.
Calcula-se que os deloscados sejam actualmente mais de um milhão e meio, como recordou o Papa.
“A todos e a cada um desejo exprimir a minha particular proximidade, ao mesmo tempo que encorajo e abençoo quantos se estão a empenhar para aliviar os seus sofrimentos, entre os quais menciono em particular os agentes pastorais daquela Igreja local”, acrescentou.
Bento XVI apresentou os seus pêsames às famílias enlutadas, assegurando a sua oração de sufrágio e concluiu com um apelo: “Renovo o meu fervoroso apelo para que todos colaborem em restabelecer a paz naquela terra desde há demasiado tempo martirizada, no respeito pela legalidade e sobretudo pela dignidade da pessoa humana”.

Última Alteração: 15:50:00
Fonte: Agência Ecclesia Local:Cidade do Vaticano

O ANJO


Dia desses eu estava sentado numa sala de espera aguardando a minha vez para cortar o cabelo, com o Toninho, da Super Quadra Tupã.
Estava muito distraído, lendo uma daquelas revistas que sempre tem em sala de espera,quando adentrou uma menina, linda, magra, muito branquinha e aparentemente,de uns sete anos de idade. Ela usava um arco a lhe prender os cabelos finos e lisos que iam até os ombros, roupas que denunciavam a origem pobre, mas que também mostravam um cuidado materno especial, pois estavam muito limpas e cheirosas.
Era uma criança impossível de não ser notada, sorriso aberto, carisma à flor da pele e trazia numa das mãos um cartão de loteria instantânea, dessas conhecidas como "raspadinha".
Já completamente cativado não me preocupei em disfarçar o meu encanto e fiquei ali torcendo para que ela me dirigisse a palavra. Era como se eu soubesse que algo especial estava para acontecer. - O senhor compra pra ajudar? É dez real...- Reais, disse eu para ver a reação dela.- É mesmo.Minha mãe sempre me corrige: dez reais. Mas o senhor compra?A minha vontade era comprar o cartão, mas não queria acabar logo com a conversa e continuei:- Depende... Pra ajudar o quê? - É pra ajudar a gente lá em casa. Meu pai tá desempregado e a minha mãe ta muito doente. Eu tô vendendo essa raspadinha aqui pra poder comprar leite pro meu irmãozinho. Ele tem dois anos e meio.A essa altura eu já tinha certeza de que compraria o cartão. Não que me comovesse além do normal com essa história tão comum do nosso sofrido povo brasileiro. Era puro encantamento com aquela menina.- Como é o seu nome? - Amanda... Nossa! Como o senhor ficou vermelho! - É que eu tive uma filha que se chamava Amanda... A última lembrança que eu tenho dela, ela era assim como você... Sabe? Em todo lugar que eu vou eu sempre encontro uma Amanda.- Onde tá a sua filha agora? - Ela morreu num acidente faz algum tempo. Talvez ela esteja "vendendo cartões" no céu pra ajudar lá em casa. - O senhor ficou triste, né? Desculpa...- Não, eu não estou triste. Mas o que é que a sua mãe tem? - Eu não sei dizer não senhor. Mas o meu pai vive chorando escondido. Ele bem que tenta disfarçar. Eu também finjo que não noto, mas eu sei que ele ta chorando. Eu não gosto de ver meu pai chorando... O senhor vai comprar, não vai? Eu vou contar um segredo: este cartão aqui está premiado, sabia?-É? Onde você conseguiu este cartão? E como você sabe que ele está premiado?- Foi um anjo que desceu lá do céu e me deu ele pra eu vender. Ele disse que é um cartão premiado.

- Um anjo? - É! Por quê? O senhor não acredita?- Acredito sim. Mas se o anjo lhe deu o cartão e disse que é premiado, por que você o está vendendo? Por que você não raspa ele e fica com o prêmio? Assim você vai poder ajudar toda a sua família, a sua mãe... - Mas eu não posso ficar com ele não senhor. - Por que não? - O anjo me disse que era pra eu vender por dez real.- Reais! - É. Por dez reais. E que não era pra eu raspar ele senão eu estaria sendo gananciosa. Eu não sei o que quer dizer essa palavra "gananciosa", o senhor sabe?- Eu também não sei não.Esse anjo fala muito difícil... Mas eu tenho certeza que você não é isso não... - Ele falou que eu tinha de dar a sorte pra alguém que eu encontrasse e que eu gostasse, e eu gostei do senhor. O senhor compra? - Como você sabia que era um anjo de verdade?- Ele tinha duas asas bem grandes e desceu voando lá do céu. - Como era o nome dele?- Ele não falou o nome dele não senhor.- E você não perguntou?- Se o senhor visse um anjo o senhor ia ficar fazendo pergunta? Eu fiquei foi mudinha. - E por que esse anjo apareceu logo pra você?- É que eu estava rezando pro menino Jesus, pedindo pro meu pai arranjar um emprego e pedindo pra Ele curar a minha mãe, então o anjo apareceu pra mim.- Ele disse que se eu vendesse esse cartão que ele me deu, por dez real - Reais!- É, reais... Se eu vendesse, Jesus já tinha autorizado ele a curar a minha mãe e a arranjar um emprego pro meu pai, mas, que se eu ficasse com o cartão só ia acontecer coisa ruim. - Então se eu comprar o cartão que o anjo deu pra você, só vai me acontecer coisa ruim?- Não.O senhor não entendeu. Eu é que não posso ficar com o cartão. A pessoa que comprar ele, vai tá sendo boa e vai tá acreditando no anjo. Então, pra quem comprar, só vai acontecer coisa boa. O senhor vai receber o prêmio e não vai mais ser triste.- Quem disse pra você que eu sou triste? - Os seus olhos e o seu jeito de falar. O senhor parece uma pessoa triste, sabia? - Sabia... Tá bom. Eu compro o seu cartão. Deixando escapar um breve suspiro, Amanda agarrou os dez "real" e, num gesto que me deixou surpreso e muito feliz, me deu um beijo no rosto. Ela parou na minha frente e ficou olhando eu guardar o cartão no bolso, com um sorriso bobo nos meus lábios. Um tanto decepcionada ela perguntou:- O senhor não vai raspar pra ver se está mesmo premiado?- Não. Eu tenho certeza de que está. - Mas se o senhor não raspar não vai poder receber o prêmio. - Eu já recebi quando você entrou aqui.- Eu não entendi o que o senhor quis dizer.
- Mas o seu anjo entendeu, minha filha. O seu anjo entendeu, meu anjo... Ela foi embora meio que desconfiada, olhou pra trás algumas vezes e eu nunca mais a vi. Sempre que volto ao Toninho, ou paro na Super Quadra para alguma coisa, corro os olhos pelas calçadas. Tenho certeza de que a verei um dia. Quero saber se sua mãe está melhor e se seu pai já "arranjou" um emprego. Quanto ao cartão, eu ainda não me atrevi a raspá-lo e creio que nunca o farei. Gosto de acreditar que sou o único homem no mundo que ganhou um cartão de loteria premiado, dado por um anjo e trazido por outro.Quanto ao prêmio, penso que não pode haver um mais valioso do que esta História toda.

Este texto foi escrito por um senhor,de nome Robson,que mora em Londrina, Paraná,e que perdeu sua filha Amanda–de 3 anos–no mar, durante as férias.