FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A semente do mal



O pecado não é apenas coisa de momento. Ele pode ser plantado, regado e colhido. Pode germinar lentamente nos corações. Assim como no coração dos onze irmãos de José. Eu sinceramente não creio que sobre eles repouse TODA a culpa. Acho sinceramente que como bem pontua o texto bíblico, José tinha algumas manias muito incomodas: 1 – Era Fofoqueiro (Gn 37:2), 2 – Mimado (Gn 37:3), 3 – Como todo bom mimado, gostava de dizer que estava por cima (Gn 37:5). E para piorar tudo ainda mais, Jacó percebia o caso e nada fazia (Gn 37:10-11).
Convenhamos José foi um grande homem. Homem de Deus, que permaneceu fiel, mas isso não quer dizer que era perfeito, que nasceu pronto! As vezes mitologizamos demais os personagens bíblicos e queremos imaginar que José era perfeito desde o começo, uma vítima desde sempre, e que nada tinha de errado por ter sido fiel a Deus quando foi necessário. Nada mais falso. José, Abraão, Jacó, Davi, Isaque, Moisés e muitos outros, foram homens de Deus, mas nenhum foi perfeito. E José tinha sérios problemas na adolescência.
Sinceramente não acho que os onze irmãos o odiavam de graça. Não acredito que onze pessoas possam se encher de fúria e ódio por pouca coisa. Conheço individuos que se enfurecem atoa. Mas esse não é o caso de um grupo com onze pessoas. Eles tinha razões pra odiar José. E essas “razões” os levaram ao ato extremo. Não quero, nem vou, justificar os onze irmãos. Mas tanto Jacó quanto José tem sua parcela de culpa nesta provocação.
O sofrimento de José e de Jacó foi semeado. E o simbolo dessa semente pode ser a veste colorida. O simbolo da discórdia naquela família. Ela acenava para um amor especial por José, ela era sinonimo da irritação dos onze irmãos com José, ela foi quem identificou José ao longe, ela era evidência de um crime e foi ela quem serviu de engodo para a triste mentira que enganou Jacó por anos.
Se rastrearmos o movimento da veste colorida nessa história veremos exatamente por que caminhos o erro percorreu até lograr seu exito na tentativa de assassinato, no sequestro e no engano.
Aprendi certa vez em dos sermões do Pr. Mark Finley, algo que ilustra bem a moral dessa história. Ele dizia que Sempre colhemos o que plantamos. Na mesma espécie, em quantidade maior e um tempo depois. Se plantarmos feijão, colheremos feijão. Não tem como colhermos outra coisa. Sendo assim, se agirmos mal, não haverá outra colheita que não seja de mal! Quando plantamos uma semente, colhemos varias, em quantidade muito maior do que plantamos. Entretanto, nunca imediatamente, sempre esperamos um tempo, até que venhamos a colher o que plantamos.
Jacó, José e os irmãos, todos colheram o que plantaram. Em tempos diferentes. E quantidades maiores. O pecado nunca é amigável, nunca é inocente, nunca é ingenuo. Ele sempre é mal e SEMPRE vai te prejudicar, por menor que pareça. A história da veste colorida está aqui pra nos mostrar como o pecado pode afetar profundamente a sua vida e a de todos que te cercam. Plante suas ações com responsabílidade.

Ser moldado por Deus.


A lição dessa semana nos revela o que a mente humana é capaz de cometer. Sem dúvida não passa pela sua mente fazer o mau a alguém muito menos fazer algo contra alguém de sua família.
Talvez venha em sua mente, o porque de Deus permitir que isso ocorresse com José?
Ao ler toda a história, podemos podemos aprender algumas lições importantes.
1 – Deus jamais irá permitir que você passe por alguma provação que não suporte.
Na história, José é vendido pelos seus irmãos a pessoas que ele jamais conheceu. Imagine o que se passava em sua mente ali parado esperando ser comprado. Provavelmente ele nem sabia o idioma e ficava atento ao que iria acontecer. Mesmo assim, José esteve em comunhão com Deus.
2 – Um cristão é moldado pelos seus princípios morais pois anda nos caminhos de Deus.
José ganhou cargo de confiança e trabalhou na casa de seu dono um importante homem responsável pelo exército de Faraó. A esposa deste homem tentou deitar-se com José, mas ele fugiu. Então ela disse a seu marido que José tentou deitar-se com ela. O resultado nós sabemos, José foi preso sem ao menos pode se defender. Na prisão ainda assim, José louvava a Deus.
3 – Aquele que crê em algo que não se pode ver, esse sim é temente a Deus pois possui fé no Senhor.
Traído pelos seus irmãos. Preso injustamente. Nesta situação, o que você eu pensaríamos?Deus nos abandonou? Talvez sim, mas José permaneceu firme e ainda louvando a Deus.
Um dia o Faraó teve um sonho, e uma pessoa que esteve presa com José, lembrou-se que um dia José havia revelado seu sonho, e disse ao Faraó. José foi solto, e após revelar o sonho de Faraó foi colocado em um posto abaixo apenas do próprio Faraó. Aqui, aprendemos que o tempo de Deus é diferente do nosso. Deus nos permite passar por provações não para nos testar, mas sim para moldar o nosso caráter
4 – Perdoar é dádiva de Deus pois nós humanos e pecadores não temos esse poder sem estarmos junto ao Criador.
Um dia seus irmão apareceram no Egito a fim de buscar comida por causa da fome e seca que estava ocorrendo. José poderia ter se vingado de seus irmãos, mas ele não fez isso. Pelo contrário. José perdoou a ainda os ajudou.
Todas estas atitudes de José somente foram possíveis porque ele se manteve ao lado de Deus em todas as situações. Quando você crê que Deus é seu único salvador, nada tem a temer. A sua vida passa a ter valor e você passa a ter paz. As coisas desse mundo não o atacam pois você está vertido na túnica do Senhor.
Não iremos ter uma melhora neste mundo. Devemos nos manter juntos de Deus. Procurar estar em comunhão com ele todos os dias. Experimente deixar Deus moldar a sua vida e eu tenho certeza que ele fará de você um instrumento de trazer almas perdidas e cansadas aos pés da cruz.
Agradeça a Deus pelas aflições que você está passando, nunca deixe de louvá-lo pois o final é a glória. Deus não deixa que nenhum de seus filhos seja injustiçado. Acredite.

TRISTEZA MORTAL



Você conhece a dor da angústia?
Angústia gerada pela solidão, mesmo em meio à multidão ou compartilhando uma conversa com um grupo seleto de amigos?
A angústia pela ausência de um ombro amigo, mesmo que só para te ouvir, ou ainda assim, para contigo compartilhar o silêncio?
A angústia já lhe trouxe fortes dores na alma ao ponto de doer até para respirar e só você consegue sentir e pouco explicar?
Pois bem, muitos de nós já sentimos este sentimento amargo e dolorido chamado angústia em algum momento de nossa vida, ou, estamos sentindo-o bem agora, no ardor no peito em nosso respirar.
Em um lugar chamado Getsêmani, alguém se sentiu profundamente angustiado, aflito e completamente solitário. Um forte ardor em sua alma o consumia de tal forma que quase não suportou o cálice da iniqüidade humana.
Jesus Cristo se sentiu só quando, ainda pouco andara rodeado pelas multidões, seguidores e seus amigos. Falava-lhes ao coração, escutava suas aflições, compartilhava olhares de simpatia e amor.
Quase sem forças pode suportar tal sofrimento por amor a você e a mim, aceitou o cálice da iniqüidade humana e gotas de sangue transpassaram sua pele. Percebia ter sido abandonado por Deus, mas um anjo magnífico em poder veio dos céus sustentar tamanha dor.
Queridos, é assim que Deus age conosco hoje também. Quando estamos nos sentindo sós, machucados pela vida, feridas por cicatrizar, sem alguém para nos ouvir até mesmo compartilhar nosso silêncio, Deus nos manda anjos em forma de gente ou gente em forma de anjos para nos abraçar, pois Jesus compreende nossa dor, reconhece nossos suspiros ardidos e nos espera ansiosamente, com os braços abertos como brisa suave em tardes quentes de verão, com braços quentes em noites de inverno, braços alegres e perfumados como as tardes da primavera e braços abertos que esperam para recomeçar assim como as folhas que deixam as árvores desnudas no outono, há esperança para florescer e o renascer para Cristo Jesus.
Podemos ajudar nossos queridos que estão sofrendo com a dor da angústia. Basta, uma palavra amiga, basta um abraço acolhedor, basta um coração que saiba ouvir, basta ser caridade, basta amar como Cristo nos ensinou. Paz e bem

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Não julgueis e não serão julgados


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 36“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”. (Lc 6,36-38)

Eis um dos temas principais da pregação de Jesus, o perdão e o amor ao próximo. Chama-nos o Senhor a agirmos, e mais profundamente, a sermos, em favor do outro, a nossa vida assim ser voltada, fazer parte da nossa vida. Este ensino se perpetua por todo o evangelho, e ele nos ensina muito mais com sua vida e com o mostrar da vida de Deus em toda a história, do que meras orientações. Perdoar-mos, amarmos, por que Deus é assim!

Mas até onde, de que maneira amarmos? assim como ele nos amou.
Quantas vezes perdoarmos? setenta vezes sete, ou todas as vezes.
De que maneira perdoarmos? dando festa para o filho que volta ao lar.
Até quem devemos perdoar? Até os nossos algozes, na cruz.
Por que perdoarmos? por que assim é nosso Pai do Céu.
Mas devemos amar só a quem nos é caro? ao samaritano, desconhecido e de uma raça de inimizade conosco, que encontrarmos precisando no caminho.
Por que darmos do que é nosso? por que também nos será dado, uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo.
Mas e quem não merecer ser perdoado? - Mas não merecer de acordo com quem? Não é Deus o juiz? não cabe a ele julgar? não devemos julgar para não sermos julgados;
Mas não posso dar em paga o mal  merecido?  - Mas assim, seremos nós quem condenemos?  um só não é o nosso juiz? e aqueles que condenam serão condenados;
Mas então não posso desejar o mau para quem é mal? Deus foi bem claro de dizer sem acrescentar condição que aqueles que perdoam, serão perdoados.

A graça, é ela quem nos faz viver segundo Deus. Na verdade, o homem com sua concupiscência, em seu egoísmo, não é capaz de dar uma esmola , gastar seu tempo, fazer gentilezas despendiosas, perder em vista do outro. Mas ainda assim não pode negar, este é o ensinamento de Jesus, e a Palavra de Deus. Palavra que queima por dentro. Ela é o que somos, todo o homem, chamados a viver. Isto é muito mais do que fazer o bem a alguém, isto é o viver o que fomos feito para ser.

E se ainda não vemos, não percebemos isto, temos de começar, para só então perceber que é nisto que está nossa verdadeira alegria, e se ainda não temos força, peçamos a graça. Aquele que nos criou, e que é Pai do necessitado e do nosso ofensor, quer nos dar esta alegria de amar, muito mais do que o maior desejo de alguém de nós possa ter por vivê-lo.

Peçamos pois ao dono da graça, e com sua ajuda e companhia demos o nosso primeiro passo, e depois o segundo, ...


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A cura acontece quando deixamos Deus agir




Texto Base:  Lc 22.47-51 47 E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela, e chegou-se a Jesus para o beijar.
48 E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem?
49 E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada?
50 E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita.
51 E, respondendo Jesus, disse: Deixa-os; basta. E tocando-lhe, o curou.
Numa época onde a violência está em cada esquina, balas perdidas, assaltos, vinganças, milícias, quero trazer um pequeno estudo sobre o último milagre corporal realizado por Cristo. Tal milagre sintetiza a mensagem de paz, de amor e de cura que o cristianismo pode trazer. É sobre a cura de Malco, cujo nome no hebraico significa conselheiro, criado particular ou escravo do sumo-sacerdote Caifás. O seu nome é citado por João que também cita que foi Pedro que cortou-lhe a orelha (Jo 18.10); porém João omite a cura do mesmo. Só Lucas, o médico, registra o milagre. Mateus (Mt 26.51 e 52) e Marcos (Mc 14.47) registram a retaliação por parte do díscipulo, sem citar o nome do autor do golpe contra Malco e sua cura.
Devo, antes de abordar a cura do servo, pintar o quadro, mostrando o cenário desta cura. Aconteceu no jardim de Getsêmane (o nome significa “prensa do óleo” ou “lagar de azeite”), também chamado de Jardim das Oliveiras, onde Jesus estava com seus discípulos, Levando Tiago, João e Pedro para um lugar mais reservado. Ali Jesus, em oração, suou gotas de sangue, vivendo o significado do nome daquele lugar, e mostrou a sua submissão à vontade do Pai. Tal passagem mostra claramente a sua humanidade. Mesmo sendo Deus, viveu sua humanidade plenamente. Procurou três vezes seus discípulos e encontrou-os dormindo. De repente aparece uma multidão com varapaus e tochas, acompanhada de Judas, um dos doze, o qual beija Jesus para o identificar. Quando Pedro percebeu a emboscada, sacou da espada e acertou a orelha de Malco. Jesus disse: “Embainha a tua espada; porque todos que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mt 26.52). Jesus vai mais além, dizendo: “Pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras que dizem que assim convém que aconteça?” (Mt 26.53 e 54). Depreendemos quatro lições destas palavras de Cristo. Primeiro, ao usarmos a espada, atrairemos a espada de volta. A violência gera violência. A palavra dura gera a ira, mas a palavra branda desvia o furor (Pv 15.1) A segunda lição, que Jesus tinha poder para impedir a sua prisão na hora que quisesse. Tanto que ele manifestou seu poder curando Malco e, quando Jesus se apresenta, algumas pessoas caem por terra (Jo 18.6). A pergunta dele foi: pensas tu que eu não poderia agora orar(…)? Jesus podia e continua podendo. Às vezes nos acontecem coisas que nós perguntamos por que Deus não evitou. A terceira é que aquilo aconteceu para que se cumprissem as Escrituras. Tudo aquilo fazia parte dos planos de Deus. A quarta é que as armas que Cristo tinha eram maiores do que a espada. Jesus falou em doze legiões de anjos. (As legiões romanas contavam 6.000 homens). As armas que o cristão dispõe não são carnais, mas poderosas em Deus para vencer as situações que se levantam (Ef 6.10-20; 2 Co 10.4). “Cristo jamais pensou em implantar seu reino ou a sua nova doutrina, por meio da violência” (in:Milagres de Jesus e sua função pedagógica. Sátilas do Amaral Camargo).
Observe a pergunta feita a Jesus, antes de Pedro desferir o golpe: Senhor, feriremos à espada? (Lc 22.49). Quem fez a pergunta? Pedro? Não sabemos exatamente. Como lidar com aqueles que são os nossos opositores? Como lidar com nossos adversários? Usando a espada da língua? Usando a espada da vingança? Usando a espada da ofensa? Usando a espada do revide? Usando a espada do rancor? Tais perguntas, muitas vezes, nos fazemos. Malco estava ali para prender a Jesus. Era um opositor de Cristo. Porém, o Cristo que ensinou sobre o perdão e dar a outra face não respondeu a agressividade de Malco com agressividade. Ao invés de respondermos com espada, devemos responder as ofensas com perdão. Veja o texto de Mt 18.21-35. A tradição rabínica dizia que se devia se perdoar três vezes. Pedro quis ser generoso, quando perguntou se deveria perdoar até sete vezes. Jesus mostrou que o perdão não pode ser mensurado pelo conta-gotas do homem e que deve ir além dos mesquinhos cálculos humanos. Pois o perdão é uma nota paga, vencida e incinerada. Como deve ser o nosso revide? Como combater a oposição? Inúmeras vezes justificamos reações explosivas e agressivas por causa das ações dos outros. Porém Jesus, em Mateus 5.38-48, ensinou como devem ser as nossas reações. Em Romanos 12. 20 e 21, Paulo escreveu: “Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” O mal e a oposição devem ser combatidos com o bem. É assim que se vence o mal. Quando combatemos o mal com mal, somos vencidos pelo mesmo.
Não sabemos exatamente como aconteceu a cura de Malco. Cristo deve ter pegado a orelha decepada de Malco no chão e colocado de volta com um toque restaurador. Entretanto esse milagre revela a essência do ministério de Cristo. Cristo veio a terra para curar seus inimigos, seus opositores e transformá-los em amigos, em irmãos dele. Veja o que está escrito em Colossenses 1.21 e 22: E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis. Em Romanos 5.8 está escrito: Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. A verdade da Palavra de Deus é que éramos inimigos de Deus e Cristo veio para nos reconciliar com Deus. Veja 2 Co 5.19: a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. Mesmo a humanidade estando em rebelião Jesus Cristo morreu por ela.
A cura de Malco é somente registrada em Lucas e em apenas um versículo. Porém o seu significado é imenso. Se seguíssemos a essência desse milagre, não haveria guerras, assassinatos, vinganças pessoais etc. Muitos preferem o uso do poder da espada para combater os adversários. Jesus, que demonstrou em todo seu ministério ter um maior poder que as armas humanas, absteve–se de usar as doze legiões de anjos, para usar o poder do amor; e aquilo que pareceu ser derrota foi na verdade a sua vitória. Usemos o poder do amor e vençamos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Desentulhe as gavetas



Sabe aquela montoeira entulhada impedindo a livre abertura das gavetas? Papéis e outras inutilidades, reflexos da nossa mania de guardar as coisas para mais tarde jogarmos fora? Isso se denomina protelar, adiar, retardar, prorrogar, procrastinar.

Todos nós fazemos isso com uma certa freqüência, raro são os afortunados que lidam com o tempo de forma a não deixar nada para resolver depois. Existe um tipo de protelador que escapa a todos os limites de normalidade, e é dele que iremos falar agora.

Sua mesa é limpa e desentulhada na aparência, com a impressão de ausência de habitação, mas, se pudermos vasculhar suas gavetas, veremos que se encontram abarrotadas de compromissos adiados ou esquecidos, contas a serem pagas, anúncios a serem feitos, cartas a serem encaminhadas e uma enorme quantidade de correspondências não lidas e, ainda, papéis avulsos, catálogos, memorandos, pequenos objetos inúteis; enfim, um caos...

É impossível se comunicar com um protelador, ele nunca está, e se solicitamos que nos dê um retorno telefônico, esperamos em vão. Também não adianta recorrermos desesperadamente à Internet, seu e-mail sempre volta, pois ele nunca confere seu correio eletrônico.

O seu comportamento é repetitivo e inalterável, jamais podemos contar com sua atenção, principalmente nas urgências, dando-nos a impressão, com ares de mistério, de que vive muito ocupado. Em reuniões, chega atrasado, é sempre notado e esperado, o que lhe dá uma satisfação narcísea, base de sua personalidade em desajuste.

Confiança legítima jamais terá de seus pares. Sofre assim de solidão e, se demitido, suas chances de ser novamente empregado são ínfimas, pois no mundo atual, o que mais se exige é habilidade para resolver rapidamente os problemas sem burocracia.

A protelação é um mal que atinge o que há de mais vital do ser humano, a esperança. Corrói as expectativas com a morosidade do tempo estéril e de quem espera ansiosamente e depende do protelador. Quando solicitado que responda a um pedido de alguém, na maioria das vezes, não diz sim nem não, apesar de saber que, muitas vezes, a resposta será negativa, ele retarda e procrastina o retorno ao outro, deixando-o “seco” na condição de dependente de sua resposta.

A procrastinação habita preferencialmente os cargos burocráticos inertes e autoritários do poder público e privado, longe do alcance da democracia. Usura, sovinice e avareza são três palavras sinônimas para expressar a secura da alma do protelador.

A insônia é um mal comum nessas pessoas, sendo freqüente o acordar de madrugada após pesadelos medonhos, “como se a cabeça estivesse na gaveta do escritório”, com enorme aflição pelos projetos adiados.

Antes que esse mal nos acometa, urge, portanto, cuidarmos para sairmos na inércia, adquirirmos competência e redefinirmos a relação com os outros, conquistando mais liberdade para caminhar e crescermos profissionalmente e, assim, retirarmos os atrasos das gavetas, explicitarmos a “bagunça por sobre as nossas mesas” e resolvermos os problemas em tempo hábil no ano que se inicia.

Paulo César de Souza

A palavra e o compromisso- não adianta só falar


O mundo anseia pela manifestação dos filhos e filhas de Deus (Rm 8, 19), cada coração
de homem e mulher pede e clama para conhecer o Amor e a Verdade que os tornem
verdadeiramente felizes e livres.

Como nos diz o documento de Aparecida e a Encíclica “Deus Caritas est”, do Papa
Bento XVI, o que torna o cristão e a Igreja identificados com Cristo é a vivência do
amor de forma concreta e efetiva em cada batizado. Por isso, Jesus dizia aos seus
discípulos que todos conhecerão a presença dele em cada cristão, quando puderem
reconhecer, conhecer e tocar no amor que não para em si, mas ama sem medida, dá-se
inteiramente (Jo 13, 35; DAp 138).

Amar não é uma declaração de intenções, ou apenas um desejo e sentimento do
coração. Deus amou em ato enviando seu Filho, Cristo amou em ato entregando sua
vida inocente pelos nossos pecados; e nós somos chamados a amar em ato por meio de
uma vida nova convertida e configurada a Jesus. Amar em ato é ter uma vida firmada
na Palavra de Deus, e isso tem como conseqüência mudar de vida, ter coração novo e
decisões novas. Mas, esse amor de misericórdia que gera conversão pessoal, não pode
ficar paralisado, deve ser comunicado e gerar conversão social.

Assim, não haverá um mundo fraterno e solidário, se não houver homens e mulheres
que tenham um coração apaixonado por Cristo, e que em suas ações e decisões
coloquem-No sempre como medida e referência de todas as coisas. É preciso no mundo
de hoje ver, julgar agir e decidir com o olhar e o coração de Cristo.

É a santidade – como expressão da adesão real a Cristo e ao Reino de Deus –, de cada
cristão colocada na perspectiva concreta de uma vida guiada ao ritmo da Palavra de
Deus que firma as bases necessárias para que se construa um mundo de Paz, Justiça
e solidariedade, poderíamos dizer um “mundo santificado” pela presença do sagrado
encarnado na vida do homem.

É muito interessante percebermos que a Palavra de Deus sempre correlaciona a
santidade pessoal com a santidade universal, já que a conversão pessoal pela ação do
Espírito Santo que comunica os dons e graças de maneira inefável é fonte propulsora
da conversão social que tanto desejamos, com um mundo fraterno, solidário, de
Paz, construído sobre a base da Verdade, da Justiça e do Amor de Deus. O cristão se
compromete concretamente com o Plano de Salvação universal de Deus. Vejamos que
em Rm 12,2, São Paulo apresenta esse projeto de conversão social de maneira clara,
indicando à comunidade cristã que não lhe cabe a conformidade com o mundo, mas que
pela ação da graça, devem colaborar para a sua efetiva e concreta transformação.

Não cabe ao cristão aderir aos valores que contrariem a verdade do Evangelho; e não
cabe ao cristão uma postura passiva de conformidade com as realidades atuais que são contrárias a sua fé. Assim, a vida do cristão implica em decisões fundamentais e
cotidianas que visem a sua adesão de discípulo do Mestre quanto a santidade pessoal,
bem como de missionário da Verdade e do Amor construindo, com as decisões que lhe
cabem, o Reino de Deus ao seu redor.

Por isso que o Papa João Paulo II nos dizia que o mundo clama pela manifestação
dos santos e das santas, deste tempo, que com suas opções firmadas em Cristo e Sua
Palavra, vão manifestando clara e decididamente a vitória do Reino de Deus na face da
terra.

O mundo não mudará sem que os santos deste tempo se coloquem decididamente em
direção dessa mudança que é muito urgente e necessária, já que vidas humanas estão
constantemente sendo perdidas e sendo desprezadas em sua dignidade real, onde as
famílias são destruídas nas suas bases mais primordiais.

O discipulado e a missão deste tempo, somente, serão convincentes e eficazes se
firmados na Palavra de Deus. Os projetos humanos por mais belos e bem elaborados
se não estiverem fundamentados na Palavra de Deus e nos valores do Reino, não são
capazes de corresponder às necessidades humanas mais fundamentais, bem como não
têm vida longa e tendem inexoravelmente ao fracasso. Aliás, é exatamente isso que
o Papa Bento XVI alerta na Encíclica Caritas in Veritate, onde ele diz que qualquer
projeto de desenvolvimento humano (coletivo ou individual) somente será eficaz e
integral se tiver Cristo como referência e fundamento.

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por Maira Silvia Duarte Peixoto, Missionária da comunidade de aliança Shalom/São Paulo

Amar a Igreja Católica de Cristo



“A Igreja! Ela é nosso amor constante, nossa solicitude primordial, nosso pensamento fixo! Não se ama a Cristo se não ama a Igreja: e não amamos a Igreja se não a amamos como a amou o Senhor: “Amou a Igreja e por ela se entregou” (Ef 5, 25)”.
Papa Paulo VI
Em sua carta encíclica Mystici Corporis, o Papa Pio XII (1939-1958), traz ensinamentos riquíssimos sobre a condição de Corpo Místico de Cristo, concedida somente à Igreja Católica. Pio XII não somente fala sobre esse assunto, como também exorta todos os fiéis a amarem a Igreja com ainda mais ardor.

Publicada na Festa de São Pedro e São Paulo do ano de 1943, a encíclica Mystici Coroporis, direcionada especialmente aos bispos da Igreja, se faz atual devido aos seus salutares ensinamentos a respeito da doutrina do “Corpo Místico de Cristo”. A carta ajuda a compreender por que a Igreja é chamada dessa maneira e como essa comunhão com Cristo-Cabeça se dá. “A doutrina do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja (cf. Cl 1,24), recebida dos lábios do próprio Redentor (…) é de sua natureza tão grandiosa e sublime que convida à contemplação todos aqueles a quem move o Espírito de Deus”, afirma Pio XII logo no início da encíclica. A seguir, ele recorda que assim como Cristo, a Cabeça da Igreja, sofreu perseguições, seu Corpo Místico continuará a sofrer na caminhada terrestre: “Propomo-nos, pois, falar das riquezas entesouradas no seio da Igreja que Cristo adquiriu com seu sangue (At 20,28) e cujos membros se gloriam de uma Cabeça coroada de espinhos. Isto mesmo já é prova evidente de que a verdadeira glória e grandeza não nascem senão da dor; por isso nós quando compartilhamos dos sofrimentos de Cristo, devemos alegrar-nos, para que também na renovação da sua glória jubilemos e exultemos (cf. 1Pd 4,13). E para começar, note-se que assim como o Redentor do gênero humano foi perseguido, caluniado, atormentado por aqueles mesmos que vinha salvar, assim a sociedade por ele fundada também neste ponto se parece com o divino Fundador”.
Por fim, em um belíssimo parágrafo, aconselha aos bispos a exortarem os fiéis a amarem a Igreja, reconhecendo nela a imensa misericórdia e grandeza de Deus: “Agora julgamos conforme ao nosso múnus pastoral excitar os corações a amar o Corpo Místico, com ardente caridade, que não se fique em pensamentos e palavras, mas se traduza em obras. Se os fiéis da antiga lei cantaram da cidade terrena: ‘Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, paralise-se a minha mão direita; fique presa a minha língua ao meu paladar, se eu não lembrar de ti, se não tiver Jerusalém como a primeira das minhas alegrias’ (Sl 136,5-6); com quanto maior ufania e júbilo não devemos nos regozijar por habitarmos a cidade edificada sobre o monte santo, com pedras vivas e escolhidas, ‘tendo por pedra angular Cristo Jesus’ (Ef 2,20; 1Pd 2,45). Realmente não há coisa mais gloriosa, mais honrosa, mais nobre, que fazer parte da Igreja santa, católica, apostólica, romana, na qual nos tornamos membros de tão venerando corpo; nos governa uma tão excelsa cabeça; nos inunda o mesmo Espírito divino; a mesma doutrina, enfim, e o mesmo Pão dos Anjos nos alimenta neste exílio terreno, até que, finalmente, vamos gozar na céu da mesma bem-aventurança sempiterna”.
O AMOR DOS SANTOS PELA IGREJA
Santo Inácio de Antioquia (50ca-110/115), um dos primeiros escritores da Igreja, mártir na Coliseu de Roma, dizia: “Onde está o Cristo Jesus está a Igreja Católica”.
O mesmo repetia o bispo e mártir Santo Irineu de Lyon (ca 115/50 – 202/3): “Onde está a Igreja está o Espírito de Deus, ai estão a Igreja e os tesouros de todas as graças, porque o Espírito Santo é a verdade”.
“É realmente verdadeira e firme a pregação da Igreja, onde a única via de salvação em todo o mundo. Com efeito, à Igreja foi confiada a luz de Deus, e, portanto a “sabedoria” de Deus, pela qual Ele salva os homens… Por toda a parte a Igreja anuncia a verdade: ela é o candelabro de sete luzes (Ap 2.1) que transporta a luz de Cristo… convém refugiar-se na Igreja e ser educando em seu grêmio, nutrindo com as santas Escrituras do Senhor. Pois a Igreja está plantada neste mundo como o Paraíso.” (Contra as Heresias. Liv. V. cap. 20).
“Quem se aparta da Igreja e se junta a uma adúltera, separa-se das promessas da Igreja. Quem deixa a Igreja de Cristo não alcançará os prêmios de Cristo. É um estranho, um profano, um inimigo. Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe. Se alguém se pôde salvar dos que ficaram fora da arca de Noé, também se salvará os que estiverem fora da Igreja?” Escreve o bispo e mártir São Cipriano de Cartago (210-258).
Para Santo Agostinho (354-430), bispo e Doutor da Igreja: “Era cheio do Espírito Santo aquele que fosse cheio de amor à Igreja: “Onde está a Igreja aí está o Espírito de Deus”. Na medida em que alguém ama a Igreja é que possui o Espírito Santo”. E completava: “Fazei-vos Corpo de Cristo se quereis viver do Espírito de Cristo. Somente o Corpo de Cristo vive de Seu Espírito”.
O Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino (1225-1274), afirmou: “O bem de Cristo é comunicado através dos sacramentos da Igreja”.
A grande mística e Doutora da Igreja Santa Catarina de Sena (1347-1380), disse de modo espetacular: “Tenho certeza de que quando eu morrer, a única causa de minha morte será meu amor pela Igreja”.
Uma dos maiores expressões e mais bela e magistral afirmação de amor a Santa Madre Igreja é a da Padroeira das Missões e Doutora da Igreja Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897): “Encontrei, enfim, minha vocação; minha vocação é o Amor!… Sim, encontrei meu lugar, oh meu Deus, fostes vós que me destes… No Coração da Igreja, minha mãe, serei Amor… Assim serei tudo… Assim será realizado o meu sonho!!! O menor movimento de puro Amor é mais útil à Igreja do que todos as outras obras juntas…”
As expressões abissais de amor dos santos à Santa Igreja de Deus, são para nós uma chamada ardente de entrega radical na caridade ao Corpo de Cristo. Amar a Igreja é a forma nítida de ser verdadeiros cristãos…

CONCLUSÃO

O Novo Testamento apresenta muitas imagens para descrever a Igreja: o templo de Deus (1 Co 3,16), o Corpo de Cristo (1 Cor 12,27), a família de Deus (Ef 2,19), a habitação de Deus em Espírito (Ef 2,22), a coluna e baluarte da verdade (1 Tm 3,15) e a Esposa de Cristo (Ef 5,25-32; Ap 19, 7-9).
Colossal é o mistério da Santa Igreja de Cristo. Há dois mil anos ela brilha mais do que o Sol é a sua brancura jamais é manchada pelas nódoas de alguns filhos atropelados pelo pecado.
Para Igreja não existe o tempo noctâmbulo e sim o Kairós do Cordeiro Imaculado (Ap. 22,5). Realmente, é grande a transcendência do Corpo Místico de Cristo! Compreender um pouco de tudo isso, só em estado de êxtase abissal. No entanto, cabe a cada cristão buscar com fervor a compreensão e a sabedoria da Igreja de Deus pelas três Colunas de Ouros desse grande edifício: A Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Sagrado Magistério.
A nossa brilhante missão é conhecer, amar, defender e morrer por amor pela Santa Igreja Católica: Corpo Místico de Cristo.
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por Pe. Inácio José do Vale, Professor de História da Igreja - Faculdade de Teologia de Volta Redonda
Católicos na Rede

ONDE ESTA A FELICIDADE


Jesus está diante de uma multidão imensa! Esperam dEle a sua doutrina salvadora, que dará sentido às suas vidas. Então Jesus subiu ao monte e começou a ensinar-lhes (Mt 5, 1-12).
É esta a ocasião que Jesus aproveita para traçar uma imagem profunda do verdadeiro discípulo.
Trata-se do Evangelho das bem-aventuranças que constitui um resumo do Sermão da Montanha e de todo o Evangelho de Jesus Cristo.
“Bem-aventurado” significa feliz, ditoso, e em cada uma das Bem-Aventuranças Jesus começa por prometer a felicidade e por indicar os meios para consegui-la. Por que Jesus começa falando da felicidade? Porque em todos os homens há uma tendência irresistível para serem felizes; esse é o fim que têm em vista em todos os seus atos; mas muitas vezes buscam a felicidade no lugar em que ela não se encontra, em que só acharão tristeza.
“Jesus começou a ensiná-los: Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5, 2-3).
A atitude fundamental exigida para participar do Reino dos Céus é a pobreza em espírito. Pobre em espírito é todo aquele que tem a atitude de confiança da criança em relação a seus pais. Pobre em espírito é quem coloca toda a sua confiança no Senhor. É o que não coloca sua segurança nos bens materiais, na glória e na fama, mas em Deus. O cristão considera-se diante de Deus como um filho pequeno que não tem nada em propriedade; tudo é de Deus seu Pai e a Ele o deve. A pobreza em espírito, quer dizer, a pobreza cristã, exige o despreendimento dos bens materiais e austeridade no uso deles.
O espírito de pobreza, a fome de justiça, a misericórdia, a pureza de coração, o suportar injúrias por causa do Evangelho são aspectos de uma única atitude da alma: o abandono em Deus, a confiança absoluta e incondicional no Senhor.
Em geral o homem antigo, mesmo no povo de Israel, procurava a riqueza, o gozo, a estima, o poder, e considerava tudo isso como a fonte de toda a felicidade. Jesus traça um caminho diferente. Exalta e abençoa a pobreza, a doçura, a misericórdia, a pureza, a humildade.
Com as Bem-aventuranças, o pensamento fundamental que Jesus queria inculcar nos ouvintes era este: só o servir a Deus torna o homem feliz.
O conjunto de todas as Bem-aventuranças traça, pois, um único ideal: o da santidade. Ao escutarmos hoje novamente essas palavras do Senhor, reavivamos em nós esse ideal como eixo de toda a nossa vida. Como nos diz o Apóstolo S. Paulo: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4, 3). Chama cada um à santidade e a cada um pede amor: a jovens e velhos, a solteiros e casados, aos que têm saúde e aos enfermos, a cultos e ignorantes; trabalhem onde trabalharem, estejam onde estiverem.
Sejam quais forem as circunstâncias por que atravessemos na vida, temos que sentir-nos convidados a viver em plenitude a vida cristã. Não pode haver desculpas, não podemos dizer a Deus: “Esperai, Senhor, que se solucione este problema, que me recupere desta doença, que deixe de ser caluniado ou perseguido…, e então começarei de verdade a buscar a santidade”. Seria um triste engano não aproveitarmos precisamente essas circunstâncias duras para nos unirmos mais a Deus.
“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem…Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 11-12). Assim como nenhuma coisa da terra nos pode proporcionar a felicidade que todos procuramos, assim nada nos pode tirá-la se estivermos unidos a Deus. A nossa felicidade e a nossa plenitude procedem de Deus. Peçamos ao Senhor que transforme as nossas almas, operando uma mudança radical nos nossos critérios sobre a felicidade e a infelicidade.
Seremos necessariamente felizes se estivermos abertos aos caminhos de Deus em nossas vidas. Quando os homens, para encontrarem a felicidade, experimentam caminhos diferentes do da vontade de Deus, diferentes daquele que o Mestre nos traçou, no fim só encontram solidão e tristeza. Longe do Senhor, só se colhem frutos amargos e, de uma forma ou de outra, acaba-se como o filho pródigo enquanto esteve longe da casa paterna: comendo bolotas e cuidando de porcos (Lc 15, 11-32).
São felizes aqueles que seguem o Senhor, aqueles que lhe pedem e fomentam dentro de si o desejo de santidade.
Quando nos falta alegria, com certeza, é porque não procuramos a Deus de verdade, no trabalho, naqueles que nos rodeiam, nas dificuldades. Não será, talvez, porque ainda não estamos inteiramente desprendidos? “Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor”!
Mons. José Maria Pereira

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A igreja precisa se mexer

O Concílio Vaticano II, no decreto Ad Gentes, ensina: “Cada discípulo de Cristo tem sua parte na tarefa de propagar a fé” (n.23).
Cada católico tem que ter consciência  da sua responsabilidade de buscar a “ovelha perdida” e anunciar a Boa Nova de Cristo que tem poder de libertar toda criatura  da cultura de morte.
O ser humano só pode ter vida e vida com abundância no projeto do reino de Deus.
Só no fundamento da doutrina de Jesus de Nazaré, a pessoa pode e deve encontrar, paz, justiça e salvação.
No fiel cumprimento de sua vocação batismal, o discípulo deve levar em consideração os desafios que o mundo de hoje apresenta à Igreja de Jesus, entre outros: o êxodo de fieis para seitas e outros grupos religiosos; as correntes culturais contrárias a Cristo e à Igreja” (DA n.185).
A Santa Madre Igreja enfrentou e vai enfrentar sempre os grandes desafios contrários o seu projeto de paz e justiça e de vida eterna. Nada pode deter a sua missão em prol da dignidade da pessoa humana. Temos a promessa  de Jesus Cristo: “As portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18).
Não podemos ter medo dos desafios e dos inimigos de Cristo e da sua Igreja.
A fome não só destruiu a fé no Czar como também a fé em Deus”, disse com mentira, deboche e cinismo o comunista ditador soviético ateu Vladimir Lenin (1870-1924). Ele utilizou a fome como meio “didático” de transformar a sociedade a extirpar qualquer fé religiosa.
Ora, sabemos a derrota do comunismo e a morte da sua ideologia ufanista contra fé cristã.
No século XXI, temos o confronto da dissimulada Nova Era. A sua tarefa é destronar radicalmente do mundo “a fé cristã”, “a graça de Cristo, o sangue do Cordeiro Imaculado” e o “amor ao único Deus verdadeiro”.
O escritor ateu e autor do bestseller “A Bússola de Ouro”, Philip Pullman disse “Estou tentando minar as bases da fé cristã”, se referindo ao conteúdo herético de sua obra.
Diante dos desafios atrevidos e provocativos, temos que confrontá-los com mais ousadia e audácia como pede o Documento de Aparecida:        “A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e “audácia” sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais” (n. 11).
“A Igreja na América Latina precisa se mexer. A Igreja está chamada a continuar com esse estado de missão permanente de que fala Aparecida, e esta missão de ser energicamente posta em andamento, para reverter a erosão que a Igreja Latino-Americana está sofrendo, declarou Dom Antônio Arregui Yarza, arcebispo de Guayaquil e presidente da Comissão Episcopal de Comunicação de Conferência Episcopal Equatoriana, em um diálogo com a Organização Católica Latino-Americana e do Caribe de Comunicação (OCLACC)” (2).
CONHECER A FÉ
Num mundo em que vivemos com tanto conhecimento técnico e científico, da era pós-moderna e globalizada, mais do que nunca, precisamos urgente e profundamente conhecer a nossa santíssima fé.
Como é atual a exortação do apóstolo São Pedro: “Crescei na garça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pd 3, 18).
Atentemos para o pensamento abissal, salutar  e bem oportuno do Cardeal e Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer: “O que realmente importa é que cada católico, cada batizado, seja um católico consciente, convicto, procure conhecer bem a própria fé e o significado da pertença à Igreja”(3).
No que trata de conhecer bem a própria fé, o Documento de Aparecida responde: “Para cumprir sua missão com responsabilidade pessoal, os leigos necessitam de sólida formação doutrinal, pastoral, espiritual e adequado acompanhamento para darem testemunho de Cristo e dos valores do Reino no ambiente da vida social, e econômica, política e cultural”(n. 212).
No tocante ao significado da pertença à Igreja, o mesmo Documento diz: “os fiéis leigos são “os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo”. São homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja” (DA n. 209).
CONCLUSÃO
Cada  vez mais o mundo é hostil a santa doutrina de Cristo. O príncipe das trevas, o deus deste mundo obscureceu a inteligência, a fim de que não vejam brilhar a luz do evangelho  da glória de Cristo, que á a imagem de Deus”. (2  Cor 4,4).
Todavia, não há derrotismo, não há fracasso para mensagem libertadora de Cristo. Cremos que o evangelho é a força de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1,16).
Temos ciência dos grandes desafios levantados pelos inimigos de Cristo e sua Igreja, como: o avalanche das seitas, cultura de morte, projeto de demolição da moral cristã, morte da consciência evangélica e a negação do amor ao verdadeiro Deus Criador.
Os desafios existem para serem vencidos. Como é glorioso os confrontos, tendo em vista a verdade e a salvação das almas.
Para o verdadeiro católico, ciente da sua responsabilidade, diante da Santíssima Trindade e da Igreja, nada pode lhe coibir de buscar seus irmãos afastados, feridos e excluídos ao rebanho do Bom Pastor.

Se eu não pregar



Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros
     Saulo de Tarso nasceu há dois mil anos e foi grande perseguidor dos cristãos. Estava junto do povo que apedrejou Estevão, o primeiro mártir do cristianismo. A caminho de Damasco, onde pretendia aprisionar os seguidores de Jesus, viu a luz cegadora que o fez cair do cavalo, escutando a voz do Senhor que o convidava a mudar de vida. Perseguir os cristãos é perseguir o próprio Cristo! Paulo mudou completamente sua vida, encontrando em Jesus a razão da mesma. Por Ele viveu, enfrentou perseguições, prisões, grandes sacrifícios, a condenação e a morte por degolo.

     O destemido Apóstolo era ousado. Não perdia ocasião para anunciar a pessoa e o Evangelho do Divino Mestre. “Ai de mim se eu não pregar o evangelho!” (1 Cor 9, 16). Espalhou para todos os lugares possíveis a Boa Nova da Salvação. O número dos cristãos foi crescendo rapidamente. As pessoas percebiam o quanto era importante assumir a fé no Ressuscitado, não simplesmente por seguirem uma nova religião, mas por encontrarem o sentido vital da mesma no Filho de Deus. Só Ele é capaz de dar ao ser humano a possibilidade de vida eterna feliz com Deus. Ser humano algum, por maior líder que seja ou até mesmo fundando religião, não tem poder de dar a vida eterna com Deus por si mesmo. Ninguém nos provou até hoje a própria divindade se não o próprio Jesus Cristo. Convencido disto, Paulo não se importou com mais nada na vida a não ser amoldar-se a Cristo e anunciá-lo a todos.
     Quem realmente assume a fé em Cristo, com sua Igreja, vive-a de modo dinâmico e transformador. Aliás, a fé sobrenatural é um dom de Deus, mas deve ser cultivada pelo ser humano. Jesus deixou, em sua Igreja, meios eficazes para isso. Além de sua Palavra, a oração, especialmente a feita de modo comunitário e litúrgico, os sacramentos, a missão evangelizadora, as vocações diferenciadas e unidas no mútuo apoio e a comunhão fraterna são fatores indispensáveis no sustento da fé. Sozinhos, não podemos fazer muito. Por isso, como verdadeiros discípulos e missionários do Mestre, somos capazes, com sua ajuda, de enfrentar os obstáculos para promovermos a ação evangelizadora em todos os lugares, realidades de vida e ambientes. A ação dos leigos, verdadeiros apóstolos, se dá na vida familiar, profissional, eclesial e social, a ponto de ajudarem a implantar os critérios e valores do Evangelho. Para fazerem frente ao paganismo, materialismo e hedonismo, com as consequentes injustiças e exclusões sociais, ferindo a vida e a dignidade humanas, a proposta transformadora do Filho de Deus faz tudo superar através de homens e mulheres cheios do ardor de Paulo, mesmo nos areópagos da vida. A família, a política, a mídia e a educação apresentam-se como verdadeiros terrenos a serem melhores cultivados com o Evangelho do Reino.
     As pessoas de especial consagração na vida religiosa e os sacerdotes têm o grande compromisso de ser presença especialmente animadora de todos para que a pregação do Evangelho seja um ato diuturno por parte de todos, dentro de suas respectivas vocações. Os leigos precisam, mais do que nunca, de formação para a evangelização transformadora para terem condições de viverem sua fé de modo ardoroso e promotor do bem comum.

Eucaristia muito mais que uma reúnião fraterna


A vossa visita ad Limina tem lugar no clima de louvor e júbilo pascal que envolve a Igreja inteira, adornada com os fulgores da luz de Cristo Ressuscitado. Nele, a humanidade ultrapassou a morte e completou a última etapa do seu crescimento penetrando nos Céus (cf. Ef 2, 6). Agora Jesus pode livremente retornar sobre os seus passos e encontrar-Se como, quando e onde quiser com seus irmãos. Em seu nome, apraz-me acolher-vos, devotados pastores da Igreja de Deus peregrina no Regional Norte 2 do Brasil, com a saudação feita pelo Senhor quando se apresentou vivo aos Apóstolos e companheiros: «A paz esteja convosco» (Lc 24,36).

A vossa presença aqui tem um sabor familiar, parecendo reproduzir o final da história dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 33-35): viestes narrar o que se passou no caminho feito com Jesus pelas vossas dioceses disseminadas na imensidão da região amazônica, com as suas paróquias e outras realidades que as compõe como os movimentos e novas comunidades e as comunidades eclesiais de base em comunhão com o seu bispo (cf. Documento de Aparecida, 179). Nada poderia alegrar-me mais do que saber-vos em Cristo e com Cristo, como testemunham os relatórios diocesanos que me enviastes e que vos agradeço. Reconhecido estou de modo particular a Dom Jesus Maria pelas palavras que acaba de me dirigir em nome vosso e do povo de Deus a vós confiado, sublinhando a sua fidelidade e adesão a Pedro. No regresso, assegurai-o da minha gratidão por tais sentimentos e da minha Bênção, acrescentando: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão» (Lc 24,34).

Nesta aparição, palavras - se as houve - diluíram-se na surpresa de ver o Mestre redivivo, cuja presença diz tudo: Estive morto, mas agora vivo e vós vivereis por Mim (cf. Ap 1,18). E, por estar vivo e ressuscitado, Cristo pode tornar-Se «pão vivo» (Jo 6, 51) para a humanidade. Por isso sinto que o centro e a fonte permanente do ministério petrino estão na Eucaristia, coração da vida cristã, fonte e vértice da missão evangelizadora da Igreja. Podeis assim compreender a preocupação do Sucessor de Pedro por tudo o que possa ofuscar o ponto mais original da fé católica: hoje Jesus Cristo continua vivo e realmente presente na hóstia e no cálice consagrados.

Uma menor atenção que por vezes é prestada ao culto do Santíssimo Sacramento é indício e causa de escurecimento do sentido cristão do mistério, como sucede quando na Santa Missa já não aparece como proeminente e operante Jesus, mas uma comunidade atarefada com muitas coisas em vez de estar recolhida e deixar-se atrair para o Único necessário: o seu Senhor. Ora, a atitude primária e essencial do fiel cristão que participa na celebração litúrgica não é fazer, mas escutar, abrir-se, receber… É óbvio que, neste caso, receber não significa ficar passivo ou desinteressar-se do que lá acontece, mas cooperar – porque tornados capazes de o fazer pela graça de Deus – segundo «a autêntica natureza da verdadeira Igreja, que é simultaneamente humana e divina, visível e dotada de elementos invisíveis, empenhada na ação e dada à contemplação, presente no mundo e, todavia, peregrina, mas de forma que o que nela é humano se deve ordenar e subordinar ao divino, o visível ao invisível, a ação à contemplação, e o presente à cidade futura que buscamos» (Const. Sacrosanctum Concilium, 2). Se na liturgia não emergisse a figura de Cristo, que está no seu princípio e está realmente presente para a tornar válida, já não teríamos a liturgia cristã, toda dependente do Senhor e toda suspensa da sua presença criadora.

Como estão distantes de tudo isto quantos, em nome da inculturação, decaem no sincretismo introduzindo ritos tomados de outras religiões ou particularismos culturais na celebração da Santa Missa (cf. Redemptionis Sacramentum, 79)! O mistério eucarístico é um «dom demasiado grande – escrevia o meu venerável predecessor o Papa João Paulo II – para suportar ambigüidades e reduções», particularmente quando, «despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa» (Enc. Ecclesia de Eucharistia, 10). Subjacente a várias das motivações aduzidas, está uma mentalidade incapaz de aceitar a possibilidade duma real intervenção divina neste mundo em socorro do homem. Este, porém, «descobre-se incapaz de repelir por si mesmo as arremetidas do inimigo: cada um sente-se como que preso com cadeias» (Const. Gaudium et spes, 13). A confissão duma intervenção redentora de Deus para mudar esta situação de alienação e de pecado é vista por quantos partilham a visão deísta como integralista, e o mesmo juízo é feito a propósito de um sinal sacramental que torna presente o sacrifício redentor. Mais aceitável, a seus olhos, seria a celebração de um sinal que corresponda a um vago sentimento de comunidade.

Mas o culto não pode nascer da nossa fantasia; seria um grito na escuridão ou uma simples auto-afirmação. A verdadeira liturgia supõe que Deus responda e nos mostre como podemos adorá-Lo. «A Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo Se deu primeiro a ela no sacrifício da Cruz» (Exort. ap.Sacramentum caritatis, 14). A Igreja vive desta presença e tem como razão de ser e existir ampliar esta presença ao mundo inteiro.

«Fica conosco, Senhor!» (cf. Lc 24, 29): estão rezando os filhos e filhas do Brasil a caminho do XVI Congresso Eucarístico Nacional, daqui a um mês em Brasília, que deste modo verá o jubileu áureo da sua fundação enriquecido com o "ouro" da eternidade presente no tempo: Jesus Eucaristia. Que Ele seja verdadeiramente o coração do Brasil, donde venha a força para todos homens e mulheres brasileiros se reconhecerem e ajudarem como irmãos, como membros do Cristo total. Quem quiser viver, tem onde viver, tem de que viver. Aproxime-se, creia, entre a fazer parte do Corpo de Cristo e será vivificado! Hoje e aqui, tudo isto desejo à esperançosa parcela deste Corpo que é o Regional Norte 2, ao conceder a cada um de vós, extensiva a quantos convosco colaboram e a todos os fiéis cristãos, a Bênção Apostólica.


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por Papa Bento XVI *
http://www.zenit.org/article-24602?l=portuguese


A Salvação



Anunciamos como todo o nosso coração, como todas as nossas forças a salvação de Jesus e do seu Evangelho, essa é a nossa condição, esse é o nosso chamado de sermos e proclamarmos a paz, com a nossa vida, com a nossa palavra, como o nosso testemunho, então com que nós vamos proclamar a Paz, com nossa vida, com nosso chamado e com nosso testemunho e aí acontece a necessidade da evangelização, da renovação da evangelização.

Em primeiro lugar a evangelização é um dom do Espírito, mas não podemos evangelizar, nós não estamos abertos para evangelizar, mas é um dom do Espírito, assim como é um dom Espírito a contemplação, como é um dom do Espírito a unidade, também a evangelização é uma graça, antes de nós sermos batizados no Espírito Santo nós não rezávamos, nós não entendíamos a Palavra de Deus, nós não saíamos a falar de Jesus, pra nenhum lugar nem pra ninguém, no entanto depois do batismo do Espírito Santo nós começamos a rezar, começamos a entender a Palavra de Deus e aonde nós pudéssemos ir pra falar de Jesus e orar pelas pessoas nós íamos, não é assim que aconteceu?

Por exemplo eu e a Eveline tivemos uma experiência muito interessante há muitos anos atrás lá em Aparecida onde nós fomos pra um encontro com o padre Robert Dgrands e lá ele falava do repouso do Espírito e todos os dons e quando ele falava no repouso do Espírito e todos os que estavam num lugar como esse caíam no chão e todos ficavam acorda tia, e não entendia nada do que estava acontecendo e o Shalom já estava vivendo e eu e a Vevé saímos por aquelas ruas de Aparecida tentando rezar por todos que estivessem doentes, então fez-se filas e filas pra que nós pudéssemos rezar e pelo o repouso do Espírito e no nosso quarto também a nossa companheira também nós rezamos por ela e ela recebeu o repouso do Espírito, rezamos pelo gago e queríamos que o gago falasse e o pobre do gago não falava de jeito nenhum, mas são coisas que nós não podemos esquecer disso, do desejo de falar, de rezar, de levar a Palavra de Deus, de ter a profecia nos lábios, de ter sabedoria, de ter dons pra que o Senhor, então possa realizar sua obra, então nós precisamos dessa renovação no Espírito Santo em vista da evangelização, nós precisamos da graça que é evangelizar.

Quem quer evangelizar aqui levanta a mão? Então peça essa graça não baixa a sua mão, levante a sua mão e diga Jesus dá-me a graça de evangelizar, Espírito Santo dá-me a graça de evangelizar, a evangelização é um dom e sem esse dom não somos evangelizadores, por isso crava no nosso coração Jesus a graça de evangelizar, nós te suplicamos por Maria. Amém.

Então precisamos colaborar com a renovação da evangelização no meio de nós, porque não anunciamos a nossa paz, mas a de Jesus, não é em nosso nome que evangelizamos, mas é em nome de Jesus, os nossos olhos não serão os nossos olhos, as nossas mãos não serão as nossas mãos, nossas pernas não são nossas, mas de Jesus, nós não vamos evangelizar em nosso nome, nem em nome do Shalom, mas em nome de Jesus, isso a gente precisa reviver e se conscientizar ainda mais que nós vamos em nome de Jesus, nós colaboramos com Jesus, mas nós não vamos por nós mesmo, mas é Jesus que nos envia e assim nos constituiu comunidades.

A paz que nós somos chamados a anunciar não é a paz que muita vezes nós entendemos, não é a paz que o mundo nos dá, não é ausência de guerra é uma paz que veio de Deus que é o próprio Jesus que é o Shalom do Pai e é ele que transmite essa paz, não somos nós que transmitimos, então nós precisamos colaborar com o Espírito Santo pra que a gente dê ao povo, pra que a gente possa formar um povo e tudo fazer pra que a paz reine em todos os lugares onde nós vamos, mas essa paz é transmitida pelo Espírito Santo de Deus, não é em nosso nome, não somos nós que transmitimos essa paz, por isso nós não podemos ficar fazendo as coisas de modo mecânica mais, porque aqui nós não estamos fazendo nada pelos outros, nós não estaremos promovendo a transformação, a reconciliação do homem com Deus porque muita vezes damos de nós mesmos e precisamos dar do Espírito Santo, é a paz que vem do alto, é a paz que vem de Deus, é a paz que é Espírito Santo quem transmite.

Coloque a mão no seu coração e diga, Jesus eu reconheço que preciso da tua paz, que não sou chamado a anunciar a minha paz, aos meus moldes, como eu penso, como eu quero, mas eu sou chamada a anunciar a tua paz, por isso dá-me o teu Espírito para que ele mesmo em mim e através de mim anuncie a tua paz, agora ore em línguas bem baixinho e que não seja uma coisa mecânica, mergulhando no coração de Deus desejoso que aconteça. Obrigada Espírito Santo.

Mas como nós podemos colaborar com o Espírito Santo? E o Raniero Catalamessa nos ensina que são quatro coisas, nós colaboramos com o Espírito Santo através da oração, nós colaboramos com o Espírito Santo através da humildade, nós colaboramos com o Espírito Santo através do amor e nós colaboramos com o Espírito Santo através da cruz. Então quais são os quatro fundamentos da nossa colaboração em deixar que o Espírito transmita a paz de Jesus através de nós? primeiro: oração, segundo: humildade, terceiro: amor, quarto: a cruz.

A oração, que coisa linda, por isso que eu pedi pra Jesus ficar mais na frente, será que estamos sendo felizes porque adoramos? experimentamos a felicidade agora em adorar o Senhor? Será que quantas vezes o Senhor está sozinho em nossas vigílias, às vezes só o formador comunitário, coitado. Será que nós experimentamos verdadeiramente a felicidade de estar diante do Senhor e adorá-lo? Será que nós compreendemos o que é verdadeiramente adorar? Será que nós temos experiência com o Senhor faltando a vigília, isso é sinal que nós gostamos de adorar, que nosso dever é adorar, que nós fomos criados para adorar? Como é que está as nossas atitudes em relação ao Senhor?

Eu fico muito impressionado porque rezar é submeter-se a Deus, rezar é deixar Deus ser, é esquecer de mim , é olhar para Deus, é olhar para Jesus, é contemplar Jesus, mesmo que eu não fale nada, mesmo que eu não entenda nada, mas o importante é estarmos na presença de Deus, é mergulharmos na presença de Deus, submetendo o nosso coração, dilacerando o nosso coração, eu sei que o Senhor está dando na comunidade a graça de muitas pessoas, mesmo sendo da aliança não rezar apenas duas horas, mas rezar mais, eu pelo menos conheço três pessoas da Aliança.

Será que o Senhor está, como o disse o João Edson pregando pra nós no primeiro tempo, realmente eu gosto de procurar o Senhor, eu me empenho, eu sou impulsionada, eu amo, eu quero estar com ele, sou capaz de dormir muito menos, sou capaz de olhar pra Jesus e sentir esse desejo de estar com o Senhor? Sentimos a presença de Deus na nossa oração? Nos contentamos inteiramente com ele? Porque a nossa mestra de oração Sta Teresa D´Ávila nos diz: só Deus é e basta. Será que no momento da oração, nós estamos travando relações internacionais com o Senhor? relações comerciais, relações de dominação, de querer que Deus faça a nossa vontade?

É um comércio a nossa oração, ou a nossa oração é simplesmente olhar para Jesus e deixar que aquele momento seja dEle, é Ele que eu tenho que estar vendo, é Ele que eu tenho que estar olhando, não é momento de eu rezar pelo meu projeto, não é momento de eu rezar pelo meu ministério, não momento pra eu rezar pelos meus problemas financeiros, mas a oração aos moldes de Santa Teresa, é uma oração contemplativa e através da contemplação Deus vai dar através de nós aquilo que vem do seu coração traspassado por nós. Contemplar a Deus, submeter-se a Deus, dilacerar o nosso coração diante de Deus, nos humilharmos diante de Deus, a oração é isso, é me humilhar diante de Deus, esquecer de mim e lembrar dele, exaltá-lo, adorá-lo, submeter, submeter essa palavra pra nós ela é um tanto quanto distorcida, a submissão que Deus quer para nós é uma submissão de amor, de doação, de entrega, não uma submissão de humilhação que denigre a minha imagem e a imagem do outro, pelo contrário, submeter-se a Jesus é elevar a nossa dignidade, é estar diante dEle, submeter, é reconhecer que Ele é o Senhor, que ele é Deus, olhar para Ele, contemplá-lO, passar mais momentos.

Diz a Emmir numa fita que ela prega para a Comunidade de Vida que nós temos o dom da contemplação no nosso genoma, quem sabe o que é genoma? O que é? É a parte mais profunda de uma célula. Eu não sei dizer bem não porque também não estou ouvindo, mas é a parte mais profunda de uma célula. Então é aí que está o dom da contemplação que nós somos chamados a uma contemplação profunda, mística, que transforma a nossa vida, não só pessoal, mas também comunitária, a nossa oração comunitária não é um grupo de reza, já foi falado aqui e eu não vou repetir, mas só lembrar. Então contemplar a Deus, submeter-se a Deus, e eu vou pedir pra você fechar os olhos e deixe tudo o que passa ao seu lado e e mergulhe em Deus, procure, procure-o como Maria, encontre-o e nos silêncio absoluto, contemple-o.

Submeta-se a ele, assuma uma atitude de obediência, assuma uma atitude de abertura em relação a ele, reconheça o poder de Deus, aceite a sua vontade, descubra a felicidade em contemplar a Deus, morra para você mesmo, deixe-se como dilacerar o seu coração para conhecer inteira a vontade de Deus, renda-se a Deus, tenha coragem, não tenham medo, meu filho, não tenham medo de nada, porque eu sou por vocês, quem será então contra vós, não tenham medo de mim, não tenham medo de mim eu os amo, eu não quero a sua morte, eu não quero a morte de vocês, eu não quero matá-los eu quero amá-los, não tenham medo de abraçar o Shalom, o shalom vem do meu coração misericordioso por cada um de vocês, sê feliz agora Shalom, sê feliz agora na minha presença, eu te faço experimentar a alegria e a felicidade de estar na minha presença. Amém

E o frei Raniero Catalamessa diz quando nós nos rendemos a Deus, misteriosamente Deus se rende a nós, quando nós verdadeiramente nos submetemos a Deus, misteriosamente Deus se submete a nós porque ele dá dele mesmo para nós, dá do que ele tem, dá do que ele é e ele dá para nós, então é muito importe, muito importante essa submissão a Deus, por isso nós não podemos viver sem contemplar.

Quem senti assim, verdadeiramente, não levantar o braço só por levantar, mas quem sentiu uma alegria e uma felicidade nova nesse pequeno momento de oração levanta o braço? Glória a Deus.

A segunda coisa é a humildade, qual é a minha intenção de evangelizar? Ergamos os braços e vamos dizer pra Deus, Jesus dá-me a perfeição Jesus das minhas intenções, peça isso verdadeiramente. Dá-me a perfeição das minhas intenções, não para a minha glória Jesus, mas para a tua. É a ti, Senhor que eu vou anunciar, não é a mim, não quero lugares, não quero posições, não quero funções, eu quero a tua glória, mesmo que eu perca tudo Jesus, não importa porque tenho a ti e quero viver para ti e quero viver para a tua glória, eu não busco a minha glória, novamente digam só vocês, novamente. Vamos pedir uma música que nos faça ter uma experiência da glória de Deus, vamos pedir a Jesus, Jesus eu quero ter a mesma experiência de Isaías que viu a tua glória e não resistiu e deixou cair todas as suas resistências, se sentia indigno, mas viu profundamente a sua glória, não com sentimentos, por isso dá-me a graça de ver a tua glória agoram, como Isaías, como Ezequiel que caiu no chão e perdeu as forças ao ver e contemplar a tua glória, Jesus que nós caiamos no chão por experimentar e contemplar a tua glória e agora assim cantar.

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por Germana Perdigão, Comunidade de Aliança Shalom

Ressurreição do Senhor


Por: Padre Wagner Augusto Portugal
 
“Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo: pousaste sobre mim a tua mão, tua sabedoria é admirável, aleluia!”(cf. sl 138, 18.5s)

Meus queridos Irmãos,

“Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!”(cf. Sl 117).

Com grande alegria, as alegrias eternais, celebramos neste dia santo a Ressurreição do Divino Salvador. Hoje a terra celebra o evento mais importante de ontem, de hoje e de sempre, a Ressurreição do Senhor.

Dizia anteontem no Sermão do Descendimento da Cruz que nós não devemos limitar a nossa fé carregando o esquife com um Jesus inerte, que nada questiona. O que nós precisamos fazer é remover a pedra do Sepulcro e enxergar o Cristo luminoso e ressuscitado que irrompeu o império da morte e anunciou a vida eterna, a vida em Deus.

Jesus, o autor da vida, nos dá uma nova e eterna vida; a vida do céu. A morte verdadeira de Jesus continua para todos nós uma doce lição de encantamento e de amor e não é difícil de entender. Sua ressurreição confirma todas as suas palavras e ensinamentos, e será sempre um doce mistério, isto é, um fato que ultrapassa toda a compreensão racional e é apenas apreendido pela fé.

A ressurreição deve ser entendida como ponto fundamental de nossa fé cristã. Fundamental no sentido estrito da palavra: é fundamento sobre o qual se levantou e levanta-se o edifício de nossa fé católica e apostólica.

Tirado este fundamento, todo o edifício ruiria. Um Cristianismo não construído sobre a ressurreição seria impossível. A ressurreição é o único milagre que garante a divindade de Jesus de Nazaré. É a única prova indestrutível de sua messianidade redentora.
           
Irmãos caríssimos,

Hoje é Páscoa, que significa passagem! Para nós passagem do pecado para a vida da graça, passagem da morte eterna para a vida em Deus, a vida plena.

O túmulo está vazio! O corpo de um homem pregado numa cruz não está lá mais. Jesus Ressuscitou para nos salvar ao terceiro dia.

Aqueles que procuravam Jesus entre os mortos não o encontraram, porque Ele havia ressuscitado. Vamos encontrá-Lo falando com os Apóstolos incrédulos, comendo com eles e mostrando-lhes as mãos e os pés perfurados pelos cravos. Encontramo-Lo, consolando Maria Madalena angustiada desde o Calvário. Encontramo-Lo ressuscitado, explicando aos discípulos entristecidos de Emaús o significado das profecias e de suas próprias palavras.

Todos nós hoje devemos repetir a seqüência da santa Missa que encantou a minha infância e permeia toda a minha vida: “Cantai, cristãos, afinal: Salve ó vítima pascal! Cordeiro inocente, o Cristo, abriu-nos do Pai o aprisco!”.

Sim, aleluia, hoje e sempre! Porque Jesus é maior do que a morte e a venceu e, por sua vitória, todos nós viveremos. Aleluia, porque a Páscoa de hoje é certeza de páscoa eterna!

Meus amados Irmãos,

A Páscoa é festa de libertação, desde os tempos de Moisés.  Na páscoa moisaca se celebrava a passagem do povo da escravidão para a liberdade e a sua caminhada para a Terra Prometida.

Agora Jesus veio reescrever a velha aliança nos dando uma nova e eterna aliança: a passagem do pecado para a graça. A passagem da morte para a vida eterna. Jesus arrancou com a sua morte a maldade dos homens e nos transformou em criaturas novas. Ao ressuscitar, Jesus não voltou atrás, como aconteceu com Lázaro, mas foi além da morte, assumindo uma condição que escapa à nossa compreensão e à nossa experiência. Esse destino nos espera depois de nossa morte.

A Eucaristia é a celebração plena da morte e ressurreição de Jesus. Doce e grandioso mistério que nos pavimenta a vida eterna.

Assim, todos nós somos convidados a fazermos a passagem, relembrando Santo Agostinho: “Passar é preciso!” Passar de onde e para onde? De onde estamos, envoltos em trevas, para a luz da ressurreição; de onde estamos, amarrados pelo egoísmo, para o amor partilhado; de onde estamos, cercados de erros que dividem, para o campo da verdade, que acolhe e unifica. Passar de onde estamos, gananciosos e armados de medo, para a pureza do desapego e da fraternidade; de onde estamos, abrindo fossos de autoproteção, para as pontes de paz, que facilitam o encontro; de onde estamos, marcados pelo pecado, para a graça, que é a marca dos filhos de Deus.

Meus irmãos,

A memória de Jesus, na Palavra e na Eucaristia, ensina-nos que ele vive conosco. Ele é o centro de nossa vida. Temos que relacionar tudo com ele, enxergar tudo à sua luz, que venceu as trevas, a vida que venceu a morte. Isso é vivenciar a ressurreição de Cristo em nossa própria vida, procurar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita do Pai, conforme nos ensina a segunda leitura de hoje. A nossa vida velha e abatida morreu, temos uma vida nova escondida lá com ele. Isso transforma nosso modo de viver. Mesmo se exteriormente andamos envolvidos com as lidas e as lutas desta sociedade injusta, interiormente já não nos deixamos vencer por ela. Após uns pequenos três dias, experimentamos a presença daquele que venceu a morte. Por isso, vamos viver de cabeça erguida, os olhos fixos em nossa verdadeira vida, que está nele. Se o pecado nos abate, vamos abrir-nos na comunidade, no sacramento. Se a injustiça nos faz morrer, vamos unir-nos em comunidade em torno a Cristo. Isto é Páscoa, nossa ressurreição em Cristo.

Irmãos amados,

O Senhor Jesus, cujo túmulo hoje foi encontrado vazio, vida que venceu a morte e os infernos, está vivo aqui conosco. Ele está presente de modo invisível, na Palavra que ouvimos e meditamos, na pessoa de cada um de nós, na nossa comunidade orante reunida e no pão consagrado.

Refletimos, pois, sobre o sepulcro vazio, os gestos de amor de Cristo e o testemunho do Cristo ressuscitado. Portanto, Jesus se fez Páscoa, surge a vida, onde as pedras são retiradas dos sepulcros, onde se vive a caridade no serviço ao próximo. Estes são os sinais de que Jesus cristo continua ressuscitando hoje. Eles anunciam a sua ressurreição e suscitam nova vida, pois retiram todas as barreiras que atentam contra vida.
Jesus ressuscitou verdadeiramente, Aleluia! Aleluia! Aleluia