FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ENRAIZADOS E DIFICADOS EM CRISTO, FIRMES NA FÉ

Um milhão e meio de jovens reunidos em Madri, na Espanha, em torno de um homem de oitenta e quatro anos, Bento XVI, Sucessor de São Pedro, junto com cerca de oitocentos bispos, vindos de todo o planeta para a vigésima sexta Jornada Mundial da Juventude (JMJ), ideia nascida do coração apostólico do Beato João Paulo II, que até hoje atrai pessoas de todas as idades.

A Igreja não tem idade! Ela é casa aberta para todas as nações e gerações, mãe que acolhe em seu regaço as diversas situações humanas. Ela será sempre jovem, renovada e embelezada pelo seu Esposo, que é o Cristo. Velhice é o pecado, não o abençoado acúmulo de anos e de experiência. Olhando para esta multidão de jovens que acorreram a Madri, pensei nos resultados das anteriores Jornadas Mundiais da Juventude. Nossa geração ficou marcada por este compromisso periódico, agenda da Igreja para os jovens cristãos do mundo inteiro. Quantas vocações ao matrimônio, ao sacerdócio ou à vida religiosa nasceram delas! Como a Igreja tem mostrado seu rosto jovem para o mundo, pois continua e será sempre atual o chamado de Jesus Cristo a uma vida santa, na medida do Evangelho!

O lema da JMJ, cujo conteúdo foi desenvolvido em sua preparação e nas catequeses feitas por nós Bispos em Madri, veio do texto de São Paulo aos Colossenses: “Continuai enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Cf. Cl 2, 7). A carta, da qual é tirado este convite, foi escrita para responder a uma necessidade precisa dos cristãos de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de tendências culturais que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural tem muitas analogias com o tempo dos Colossenses. Há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, O adoram na verdade e ouvem a Sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá (Cf. Mensagem do Papa Bento XVI para a XXVI Jornada Mundial da Juventude, 2-5).

Bento XVI trabalhou sua mensagem para a Jornada Mundial da Juventude em torno de três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. No texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isso significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os que acreditam. No encontro com Cristo, a juventude do mundo, enraizada n'Ele e n'Ele alicerçada, encontra forças para permanecer firme na fé.

A experiência da JMJ nos remete à jovem de Nazaré, Maria, cuja Assunção do Céu nós celebramos. Ela foi saudada pelo anjo com uma expressão inusitada na Sagrada Escritura: “Ave, cheia de graça” (Cf. Lc 1, 28). É a inimizade com o pecado, sonhada e prometida no Livro do Gênesis: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela” (Gn 3, 15). A uma apenas adolescente, Deus pediu uma resposta de gente grande: “Eis a escrava do Senhor, fala-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Ela foi elevada ao Céu em corpo e alma, sem sofrer a corrupção do sepulcro após a morte. Nela já se realizou a promessa contida na palavra do Apóstolo: “Quando este ser corruptível estiver vestido de incorruptibilidade e este ser mortal estiver vestido de imortalidade, então estará cumprida a palavra da Escritura: a morte foi tragada pela vitória” (1 Cor 15, 54).


Foto Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.

NÃO RECUE DIANTE DO MEDO

Não recue diante do medo

É preciso policiar a nossa mente; ela pode fabricar fantasmas
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O medo da desgraça é pior do que a desgraça. O medo de sofrer é pior do que o sofrimento. É natural ter medo; é algo humano, mas devemos enfrentá-lo para que ele não paralise a nossa vida. Há muitas formas de medo: temos medo do futuro incerto, da doença, da morte, do desemprego, do mundo... O medo nos paralisa e nos implode interiormente, perturba a alma, por isso é importante enfrentá-lo. Talvez seja ele uma das piores realidades de nossos dias.

Coragem não é a ausência do medo, é sim a capacidade de alcançar metas, apesar do medo; caminhar para frente; enfrentar as adversidades, vencendo os medos. É isso que devemos fazer. Não podemos nos derrotar, nos entregar por causa desse sentimento [medo].

A maioria das coisas que tememos acontecer conosco, acabam nos acontecendo. E esse medo antecipado nos faz sofrer muito, nos preocupar em demasia e perder horas de sono. E, muitas vezes, acaba acontecendo o que menos esperamos. Muitas vezes antecipadamente, sem nenhuma necessidade. Como me disse um amigo: “não podemos sangrar antes do tiro!”.

É preciso policiar a nossa mente; ela solta a si mesma e pode fabricar fantasmas assustadores, especialmente nas madrugadas. Os medos em geral são sombras imaginárias sem bases na realidade.

Há pessoas que se sentem ameaçadas por tudo e por todos: "Fulano não gosta de mim, veja como me olha!" Ou: "Sicrano me persegue; todos conjuram contra mim; meu trabalho não vai dar certo..." E assim vão dramatizando os fatos e fabricam tragédias.
É preciso acordar, deixar de se torturar com essas fantasias e pesadelos imaginários; o que assusta é irreal. Quando amanhece as trevas somem... para onde foram? Não foram para lugar algum, simplesmente desapareceram, não existiram; não eram reais. Quanto menor o medo, menor o perigo. As aflições imaginárias doem tanto quanto as outras.

Quando Jesus chamou Pedro para vir ao encontro d'Ele, andando sobre as águas do mar da Galileia, ele foi, mas permitiu que o medo tomasse conta do seu coração; então, comecou a afundar. Após salvá-lo, Jesus lhe pergunta: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” (Mt 15,31).

Pedro sentiu medo porque olhou para o vento e para a fúria do mar em vez de manter os olhos fixos em Jesus. Esse também é o nosso grande erro, em vez de mantermos os olhos fixos em Deus, permitimos que as circunstâncias que nos envolvem nos amendrontam.

Não podemos, em hipótese alguma, abrigar o medo e o pânico na alma; não lhes permitir que “durmam” conosco. Não! Arranque-os pela fé, pela oração e por um ato de vontade, decididamente.

É claro que toda a fé em Deus não nos dispensa de fazer a nossa parte. Não basta rezar e confiar, cruzando em seguida os braços; o Senhor não fará a nossa parte. Ele está pronto a mover todo o céu para fazer aquilo que não podemos fazer, mas não faz nada que podemos fazer. Vivemos dizendo a Deus que temos confiança n'Ele, mas passamos o tempo todo provando o contrário, por nossas preocupações...

Quando você age com fé e confiança em Deus, Ele lhe dá equilíbrio e luzes para agir, guiando-o e abrindo portas para você resolver o problema que o angustia. Se temos um problema é porque ele tem solução, então vamos a ela; se o problema não tem solução, então não é mais um problema, é um fato consumado, que devemos aceitar.
Em vez de ficar pensando em suas fraquezas, deficiências, problemas e fracassos, reais ou imaginários, pense como o salmista: “ O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei” (Sl 26,1).
Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

DONS DE DEUS

O espetáculo da paternidade e da maternidade continue a ser dado a público!
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“Quem herda, não rouba”. Foram inúmeras as vezes em que ouvi de meu pai essa frase, referindo-se às marcas que se transmitem de geração a geração. Se somos únicos quanto à dignidade pessoal, dom irrevogável de Deus (Cf. Rm 11,29), o Senhor nos concedeu uma série de valores, transmitidos de geração em geração, a serem ciosamente guardados, conservados e passados adiante com fidelidade. No varejo dos contatos com as pessoas, tenho aprendido a respigar lições do cotidiano. Não dá para viver distraído, e aproveito o Dia dos Pais para comunicar algumas delas.

“Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio” (Mt 15, 21-28) é o grito de uma mãe dirigido a Jesus. “Minha filhinha está nas últimas” (Mc 5, 23), diz ao Senhor um dos chefes de sinagoga, chamado Jairo. Meu filho, minha filha! Nesta relação se encontra a comunicação positiva de uma imagem, a da paternidade e da maternidade. Ao cumprimentar nestes dias um casal amigo que faz festa pelo casamento da filha, faz-se presente em minhas orações o pedido de que o santo orgulho dos pais seja conservado em nossas famílias. Muitos casais possam ostentar, sim, com imensa alegria, um verdadeiro troféu que simboliza o amor vivido, a graça de passar adiante a vida recebida.

Outro casal esperava o filho que estuda fora e conversávamos no aeroporto. Orgulhosamente, ao apresentar-me o rebento, o pai dizia que já começam a referir-se a ele como “o pai” daquele filho médico. E não se sentia diminuído. Sua felicidade é ser pai, e o filho fica maior! E ninguém fica complexado ao mudar de status! É porque pai que se preze quer ver o filho crescer! Já se superou o conflito e a competição tantas vezes presentes quando os filhos são adolescentes. De fato, os pais se perpetuam no crescimento dos filhos, que são diferentes, mas não deixam de ser filhos.

Aproximam-se de mim um homem e uma mulher, ao final da Missa, numa de nossas paróquias. Repete-se um pedido que se faz, graças a Deus, muito frequente, de que toque e abençoe a linda e imensa barriga da mulher que estava para dar à luz nos dias seguintes. Não posso me omitir e faço festa pela vida! Sejam muitas as mulheres grávidas a pedir à Igreja a bênção antes do parto! Muitas vidas sejam preparadas, ainda no ventre materno, para o banho batismal, como expressa o rito desta bênção. Multipliquem-se o rumor, o sorriso e o choro das crianças em nossas igrejas! Vejam-se mulheres amamentando, homens quais marinheiros de primeira viagem, desajeitados com crianças no colo ou aprendendo a trocar fraldas. O espetáculo da paternidade e da maternidade continue a ser dado a público!

Um jovem casal, cujo matrimônio tive a alegria de abençoar, passou por momentos difíceis, pois os médicos previam dificuldades quanto à saúde da criança. Antes de vir à luz a desejada criança, vi os dois se desdobrando em atenções e cuidados. Houve apreensão, medo do futuro, alegria por ver que tudo agora está bem, enquanto aguardam o iminente nascimento da criança. O amor dos dois os faz prontos para enfrentar dificuldades. No correr da vida, serão muitas as surpresas, tantas as noites em claro, muito maiores as alegrias! Aprendizado inigualável, sinfonia executada pelos vários artistas da existência, na mais bonita das escolas, a do lar!

Faço propaganda do casamento! O matrimônio é um sacramento, canal que simboliza e comunica a graça de Deus para duas pessoas chamadas, por vocação, a oferecerem a Deus a capacidade de se amarem mutuamente como matéria a ser transformada em sinal do amor de Cristo e da Igreja. Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Cf. Ef 5, 21-33), escolhendo a união exclusiva, fecunda e fiel de um homem e de uma mulher como sinal de tal amor. Não se trata de “morar juntos”, mas de transformar a vida dos dois que se casam, de forma a poderem dizer ao mundo: “vejam aqui a presença de Deus”!

A vida digna será sempre cultivada na família. Sonhamos juntos, Igreja e Casais, com a família segundo plano de Deus. Nossa geração seja digna a ponto de não desperdiçar seus valores, mas, antes, transmiti-los aos que vierem depois de nós. É assim que queremos viver a Semana Nacional da Família, que se celebra a partir do Dia dos Pais. E a todos os que receberam a graça da paternidade, o abraço e a bênção!
Foto Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.

SORRINDO PARA VIDA

A Palavra meditada hoje está em Jeremias 1, 4 – 8:

4. Veio a mim a palavra do SENHOR:

5. “Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia, antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações”.
6. Eu respondi: “Ah! Senhor DEUS, não sei falar, sou uma criança”.
7. O SENHOR me respondeu: “Não digas: ‘Sou uma criança’, pois a quantos eu te enviar irás, e tudo o que eu te mandar dizer, dirás.
8. Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te” — oráculo do Senhor.

"A vitória vem em meio às lutas que acontecem no dia a dia", recorda Márcio
Foto: Wesley Almeida




A Palavra de Deus tem a força de cumprir em nós aquilo que ela anuncia, ela vem acompanhada de graças, bênçãos, unção e tem o poder de nos transformar quando a ouvimos com reverência.

Por vezes, quando seguimos os mandamentos de Deus ou quando nos colocamos no caminho de Jesus ou ainda quando começamos a ser fiéis a Deus, temos o mau costume de pensar que não seremos perseguidos, que não encontraremos tribulação e provações. Entretanto, podemos passar pelas tribulações e sair vitoriosos delas se fizermos a vontade de Deus e permanecermos fiéis a Ele. Deus é fiel a nós, mas nem sempre o somos a Ele..


Muitas bênçãos serão derramadas sobre você, mas as tribulações também vão fazer parte da sua vida. Muitas coisas poderão tentar fazê-lo desistir da caminhada, muitas coisas lhe serão tiradas, mas o Senhor lhe restituirá com cem vezes mais, Ele não o abandonará.


A vitória vem em meio às lutas que acontecem no dia a dia. Se você estiver passando por aflições ou por um vale de tribulações, acredite: você passará por tudo isso, basta continuar caminhando, pois Deus segura firme em suas mãos e caminha junto de você
.

Haverá na sua vida quem opere maldades a fim de desviá-lo do caminho certo, mas nada o vencerá, não porque você seja forte ou invencível, mas porque a sua vitória provém de Deus, porque Ele está ao seu lado e é o motivo da sua vitória!


Ponha-se de prontidão, fique de pé e não tenha medo para que não trema diante do mal. Ainda que combatam contra você, não o vencerão, o Senhor está junto de você para defendê-lo. Deus o ama, muito antes de você existir no ventre de sua mãe, Ele já o conhecia e já o amava. O Senhor desejou que você viesse a este mundo e para isso o consagrou, você é uma obra sagrada de Deus.


A Palavra de Deus hoje é uma mensagem d’Ele para você. A mensagem do Senhor é direta, Ele o ama e o consagrou, você é uma obra do Altíssimo, você é sagrado para Ele e, quem atentar contra você estará atentando contra Ele.


E por ser uma obra sagrada, o templo do Espírito Santo, você deve se cuidar e ter zelo consigo. Nossa consagração aconteceu no batismo e a nossa força para lutar contra o mal se manifesta quando ouvimos, obedecemos e colocamos em prática a Palavra de Deus.


É nosso dever servir a Deus, e quando escolhemos servi-Lo, não podemos olhar para trás, a fim de não cairmos na tentação de desistir ou nos arrepender.


Peça a Deus a graça de servi-Lo sem olhar para trás, pois o sentido da vida é servir ao Senhor com gratidão, com amor e confiança.



Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova

Transcrição e adaptação: Rita Bueno

SOMOS FEITOS PARA O AMOR

Perdão e providência estão intimamente ligados. O perdão é uma condição fundamental! Urge fazer essa experiência e dar a Deus a chance de abrir as válvulas de nosso coração e “desprender” o perdão. Todos nós passamos por situações dolorosas que nos marcaram muito, por isso, ficamos magoados. São situações que envolvem pessoas, instituições, acontecimentos... Pode ser até que tenhamos nos magoado com o Senhor!

Veja bem: esse “ficar sentido com Deus” é como um coágulo dentro das veias do nosso coração: ele impede o fluxo do sangue. Da mesma forma, a falta de perdão impede a graça de Deus.


Para muitos de nós é difícil perdoar porque isso implica tocar nas feridas e mexer em situações dolorosas. Implica abrir o coração e remexer no “lixão” da nossa vida. Seria mais fácil não tocar em nada disso! Mas imagine conservar uma lata cheia de lixo durante um mês dentro da sua casa! Ninguém aguentaria o mau cheiro.


É isso que acontece conosco, e nos tornamos pessoas difíceis; talvez, as mais difíceis em nossa casa. Sabe qual é a causa disso? Mágoas e ressentimentos: a falta de perdão que carregamos conosco.


Por isso, Deus quer nos libertar. Quer “arejar a casa”. Jogar fora o lixo significa colocá-lo aos pés da cruz de Jesus, para que possa ser queimado.
O lugar desse lixo não é seu coração, é aos pés da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não é o seu coração, é o coração de Jesus.

Esse convite ao perdão não é uma imposição. Você poderia dizer: “Além de tudo pelo que eu já passei, ainda sou obrigado a perdoar?!” Não! Deus quer lhe dar a graça de retirar de seu coração tudo o que está estragado.


Lembre-se: Deus é amor! Somos Sua imagem e semelhança. Por isso, dentro de nós só podem ficar o amor e tudo o mais que o ajuda a amar. Aquilo que é contrário ao amor é tóxico, venenoso.


Somos feitos para o amor!


Deus o abençoe!


Monsenhor Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Divina Providência - Considerai como crescem os lírios" de monsenhor Jonas Abib)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

VENCER O ÓDIO COM A ESPADA DO AMOR

Não há lugar para ódio no bem-estar existencial. Ódio é veneno que mata a alma do que odeia e se esparrama nas entranhas da sociedade. Seja uma relação, uma célula familiar ou mesmo em grupos mais amplos.

Não se deve, nem se pode (embora ninguém possa impedir uma pessoa de odiar, pode-se, pelo menos, considerar inaceitável tal sentimento para com qualquer semelhante), odiar. Não há justificativa para o ódio.

Se amar é divino, odiar é diabólico.

Não há razões certas para se odiar. Ódio não é o mesmo que indignação. Podemos nos indignar, mas nunca odiar. Ódio é um sentimento vazio de qualquer razão. Ódio é fruto de um coração azedo e uma alma adoecida.

Toda pessoa que odeia é uma pessoa doente e que necessita de cura. Mais que cura, precisa de libertação. Sim, pois o ódio é como correntes que aprisionam a alma e joga no cárcere escuro o espírito. Seja o espírito do ser humano ou de um ser angelical. Que o diga Lúcifer.

Como o ódio destrói. Destrói um ser. Destrói uma relação. Destrói uma família. Destrói uma sociedade inteira.

O ódio pode ter como origem uma mágoa não curada, o orgulho ferido (ou a humilhação, a vergonha, passada) ou uma raiva não apaziguada. Obviamente, há outras sementes das quais o ódio floresce.

A verdade é que o ódio e as suas sementes só podem ser vencidos pelo amor. O amor sempre vence. Ainda que a “batalha” não termine como se deseja, o amor sempre sairá vencedor dela.

Quem ama é nascido de Deus, pois Deus é amor.

O amor sempre vence porque o amor não cobra, mas doa.

O “amor” que só cobra, mas não doa (e falo isso em relação a quem não se comunga de intimidade e coisas e conceitos em comum), é falso e esconde sob a “capa” o ódio.

Quem ama não concordo com tudo e todos, mas ama a todos.

Não é isso que aprendemos ao olharmos para Deus? Deus ama todas as pessoas, mas, nem por isso, aprova tudo que as pessoas pensam, falam e fazem.

O amor não é conivente. O amor é misericordioso.

A verdade é que quem ama não odeia e que odeia não ama. Se alguém diz que tem uma relação de amor e ódio que se direciona para um mesmo “objeto” (por favor, é só uma expressão para definir o ponto de referência), na verdade, vive numa guerra interior que deve (eu queria dizer: com certeza) ser muito angustiante e que tira a paz.

Devemos amar todo e qualquer ser humano e não somente aquele que se enquadrar em nosso perfil. Devemos amar por virtude e não por pena. Devemos amar porque embora não enxerguemos motivos para amar sempre encontraremos razão para amar. A razão é que o amor é a força mais poderosa que existe em todo o universo para produzir bem-estar na existência. Seja em que dimensão for. O amor será sempre o Caminho mais excelente para se trilhar.

Para vencermos e sermos libertos de todo ódio o remédio é simples: AME! Paz e bem 



Fonte: Luiz.C.Gomes

EM CONFLITO COM A SANTIDADE

[ITs 4:3] "A vontade de Deus é que vivamos consagrados a Ele, e que nos afastemos da libertinagem"

A respeito do nosso viver como um humano convertido é que dentro de nós, está acontecendo um conflito que só vai terminar quando Jesus voltar. E, por fim, nosso coração permanecer firme e irrepreensível na santidade diante de Deus, nosso Pai por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos [3: 13].

O crente que não vive essa desordem de personalidade não está convertido. Somente aquele que se converteu, pode ter dentro de si, duas pessoas divergentes, em eterno conflito pelo poder. Do contrario só tem uma.


Quando nos convertemos aprendemos como nos comportar para agradar a Deus através da nova criatura que embora recém-nascida, seu progresso espiritual implicou na morte do velho homem que reinava em nosso interior. Ele foi nocauteado pelo poder de Cristo.


Entretanto nossa imprudência com o entorpecido e velho homem pagão; intolerante do ponto de vista moral; apesar das instruções recebidas do Espírito sobre nossa consagração a Cristo; termina por “alimentar” o velho homem, e com isso, o ressuscitamos. De agora em diante, passamos a viver um conflito desproporcional - entre um homem negligente e uma nova criatura [ainda infante] santificada na obediência do Senhor.


O que está mais alimentado vence, fica no controle, e, determinado os efeitos. Assim sendo, quando alimentamos o velho homem, pelo desejo dos olhos, da carne e da soberba da vida [Gn 3:6]. relaxamos na fé e nada dar certo. Entretanto quando é a nova criança que esta sendo alimentada; Cristo derrota o incômodo velho homem. Daí tudo vai bem – a graça do Senhor vêm em abundancia, os milagres acontecem, as vitorias se concretizam e o mal desaparece.


E comum em campanha de oração as coisas por um período dar tudo certo. Ate que tornamos alimentar o velho homem, e, somos arrastar por paixões libidinosas, e sofremos as consequências da presença do mal.


Deus não nos chamou para o sofrimento, mas para a santidade [v.7]. Portanto, devemos desprezar definitivamente o velho homem pagão, e alimentar a criança convertida que o próprio Deus fez nascer em nós pelo seu Espírito Santo.


Isso significa compreender de maneira nova a nós mesmo, os outros e as relações humanas quanto ao chamado de Deus a participarmos da ressurreição.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DROGA, O QUE FAZER ?

O crack entrou no Brasil no ano de 1989 e definitivamente tomou conta da nossa sociedade para desespero de incontáveis famílias. Uma droga de baixo custo que começou a alastrar-se a partir das camadas mais baixas e agora já está totalmente impregnada em todos os níveis sociais, acometendo crianças e adolescentes principalmente com cracolândias instaladas em ruas e praças em diversas capitais brasileiras.

Uma pessoa entra nesse caminho muitas vezes por uma simples curiosidade para ter uma sensação de prazer e euforia em contraste com as frustrações pessoais e as pressões familiares e sociais.

A ação da droga é rápida com a sensação de prazer e agitação que dura de cinco a dez minutos, mas provocando alterações cardiovasculares e motoras, alterações da percepção, irritabilidade e rápida dependência química e psíquica.

Logo ela se vê dependente da droga a ponto de ser compelido a conseguir dinheiro para manter seu consumo o que leva a realizar furtos dentro da própria casa, vendendo bens pessoais e familiares e depois passando a crimes mais graves e violentos, destruindo famílias e deteriorando a sociedade. Há uma perda de valores e da condição pessoal de higiene e de saúde rapidamente progressiva a um estado e modo de vida deploráveis, além de morte prematura.

Autoridades iniciaram internações compulsórias que estão sendo ainda questionadas, tentando remediar a dependência química e o caos social.

Um problema grave de calamidade pública que pode facilmente entrar em nossas casas por influência de colegas de escola de nossos filhos e vizinhos ou outros círculos de relacionamento cada vez mais permissivos e amorais.

A pergunta: “o que eu faço com essa droga?” está cada vez mais presente nos lares, mesmo os evangélicos.

A saída da dependência química é muito complexa e se faz por tratamento medicamentoso durante internação hospitalar, afastamento radical e definitivo do convívio das pessoas influentes para o uso e dependência da droga, apoio emocional da família ao dependente e com certeza cura espiritual para fortalecer a vontade e o domínio próprio, parte do fruto do Espírito em Gálatas 5.22.

A dependência química e psíquica existe, é bem física e natural, além de ser muito intensa ou forte e sua cura não depende de ministrações espirituais, orações de “descarrego”, ou ajuda emocional para desfazer um mau caráter ou atitudes “malandras ou sem-vergonhas”, muito menos depende de ações punitivas.

As ações espirituais e emocionais são muito importantes para o dependente, bem como para a família que precisa aprender a lidar com a situação, mas não podemos ignorar o tratamento físico da dependência, como uma das partes essenciais.

A cura desse mal para as famílias e para a sociedade a médio e longo prazos depende de atender as palavras de Provérbios 22.6: “Educa a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele.”, bem como às palavras de Malaquias 4.6: conversão do coração dos pais aos filhos, para que então o coração dos filhos se converta a seus pais.

Isso implica em uma restauração do convívio saudável dos pais entre si, tratando-se com dignidade e honra, perdoando um ao outro, mantendo fidelidade, harmonia e paz como casal e investindo tempo de qualidade para entender e atender às necessidades dos filhos com amor, companheirismo, ensino de princípios morais e especialmente espirituais de temor a Deus, ensinando a criança ao estar andando no Caminho com ela, para que ela não se desvie quando mais velha, mesmo na infância e adolescência, influenciada pelos valores de uma geração mais pervertida e corrupta.

Os pais devem seguir os princípios do Salmo 127 e saber edificar as suas casas também espiritualmente e emocionalmente, vigiar como sentinelas para perceber as fontes de influência maligna que podem vir de “inocentes” desenhos animados, novelas e filmes cheios de violência, permissividade e imoralidades, relacionamentos de “amigos” que questionam valores morais, princípios bíblicos, papeis e postura de autoridade dos pais sobre os filhos, bem como devem os pais ser como valentes guerreiros para lutar e defender os filhos dos ataques do inimigo das trevas, com seus dardos inflamados do maligno e com vãs sutilezas e seduções.


Cremos que é possível haver restauração de vidas que hoje estão na dependência das drogas como o crack, entre outras. O investimento na cura física, psíquica e espiritual é essencial para colher os seus frutos no devido tempo, ainda que o caminho seja difícil e o resultado pareça tardio.

Mas especialmente é necessário renovar a fé na salvação por intemédio de Jesus Cristo, crendo e dependendo da operação e do milagre de Deus para que as almas sejam curadas pelo poder do Espírito Santo no homem interior para não se deixarem seduzir por pressões ou simples curiosidades para ter um momento de prazer que possa custar a vida temporal e a vida eterna. Paz e bem



Fonte: Luiz . C. Gomes

NOSSOS DESEJOS UMA SAUDADE EM SINAIS

O ser humano é sempre um ser por se fazer. É sempre um ser que está na estrada, caminhando. O que o leva a caminhar mais e mais é uma consciência interna de que existe mais vida, mais encantos, mais beleza do que a que ele tem experimentado.

Esse motor que nos move é chamado na filosofia clássica de “desejo”.


Spinoza argumentava que:


“Desiderium é o desejo ou apetite de possuir alguma coisa cuja lembrança foi conservada e, ao mesmo tempo, está entravada pela lembrança de outras coisas que excluem a existência desejada”


Dentro de nós temos uma fome que precisamos reconhecer. Nem sempre nossa fome entende bem o que deseja para saciá-la. Muitas vezes nossa fome se equivoca na busca por sua saciedade. Quando isso acontece a fome volta com mais intensidade, e vai se prolongado, perdida na nossa história, sem nos levar a lugar algum a não ser na casa da tristeza.


Quando Jesus aparece na história humana, encarnado, traz uma mensagem de “boas novas”.


Boas novas é o evangelho do desejo. Mas não o desejo desencontrado e alienado da vida plena, mas sim o desejo integrado, maduro e refinado.


O evangelho é a proposta de Jesus por uma vida plena a todos os que o aceitam e a Ele se submetem. É uma proposta de reconfiguração do desejo. Na verdade é o atendimento do nosso desejo no que ele tem de mais original e puro. O evangelho é emancipação, embelezamento, gozo e envolvimento.


Ele nos emancipa para entendermos que nossas buscas podem ser recompensadas se a entendermos corretamente em Cristo Jesus. Nosso maior sonho é um mundo onde a gente sente e vive o que fomos feitos para sentir e viver; a plenitude da vida com glória e esplendor.


O evangelho é a força que nos descobre. Ele revela o Salvador ao mesmo tempo em que nos revela. E o que ele nos revela é que somos seres desejantes e que na maioria das vezes não estamos de bem com esses desejos, e que os desconstruímos para nos alienar deles.


Deus tem uma proposta inversa; Construir-nos. E dar ao nosso coração o que tanto desejamos. Plenitude, encontros, vida, beleza, fertilidade.


As boas novas criam caminhos nos desertos, e rios nos ermos (Is 43.19). É uma vida de aventuras que descobre a cada momento as mais profundas sensibilidades de Deus nos levando à saciedade interior, ao relacionamento pleno, à estatura de um ser humano glorificado. Um ser humano de encontros, de vitalidade, encantado e festivo.Paz e bem 



Fonte: Luiz.C.Gomes

EM ORAÇÃO ESTAREMOS PRONTOS PARA GUERRA.

Texto base: Ef 6.18

"De joelhos travo mais uma batalha / De olhos fechados, vejo o impossível acontecer / Piso nos restos de uma grande muralha / Destruídas pelo poder de quem luta por mim." (Música De Joelhos – Oficina G3)

Entendo que a oração é o momento que nos voltamos para o Deus Todo Poderoso e pedimos o auxílio esperado; é quando assumimos que não podemos continuar a batalha sem o Senhor. E quando nos prostramos de joelhos o Mal "bate em retirada", pois sabe que nesse momento o Senhor assume a batalha para si (
Sl 140.7).

Ouvi certo dia que a oração não é parte de uma preparação para a guerra espiritual, mas é a própria guerra. Então, como estamos caminhando em meio a uma batalha que não é contra homens, mas contra os principados, as potestades, os príncipes deste mundo tenebroso e as hostes espirituais do mal (Ef 6.12), devemos investir ainda mais em oração porque colocamos a batalha nas mãos de quem realmente tem poder: O Grande El Shadai.

O Apóstolo Paulo aconselha os cristãos a fazerem isso: “com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos” (Ef 6.18), “Orai sem cessar” (I Ts 5.17).

Numa batalha o soldado deve está vigilante, de prontidão, para que não venha a cair nas mãos do inimigo. Por isso, há em torno de quinze verbos imperativos “vigiai” no Novo Testamento. Se você é um soldado vigie durante a guerra. E se você é um soldado do Senhor Jesus ore e experimente as vantagens e as alegrias de lutar no lado vencedor (Rm 8.37).

"Mil caíram ao meu lado / Com meus olhos pude ver / Dez mil a minha direita / Mal algum não vou temer." (Música
De Joelhos – Oficina G3)

A oração é algo essencial na vida de todo cristão. Então, faça isso em todos os momentos da sua vida! Esteja sempre em comunicação intensa com Deus, pois você já entrou numa guerra sem trégua e para permanecer firme até o fim precisa orar.


Junte-se a nós nessa empreitada de oração, seja impactado, transformado, e desfrute da alegria de ter a Cristo do seu lado até o fim dela.

"Com minhas mãos levanto a bandeira / Marcada com o sangue de quem morreu por mim / A sombra da cruz descanso a minha alma / Que venha o poder / Daquele que venceu por mim." (Música
De Joelhos – Oficina G3). Paz e bem


Fonte: Luiz . C. Gomes 

OS SONHOS DA HUMANIDADE E OS CAMINHJOS DA IGREJA

De onde surge a cizânia na Igreja (Mt 13.24-43)? Onde se semeia a discórdia? Temos a paciência do tempo, aguardamos com esperança e confiança a conversão da cizânia em trigo bom para nosso povo e nossas comunidades? Lembrando Jacó, como reconheceremos que a Igreja é o lugar de Deus e porta para os “céus”, todos os céus, formas de bem-estar disponíveis desde a economia, e na participação das lutas e dos bens sociais? E, também, a partir da paz espiritual, o que se fará para alcançar dignidade, direitos humanos, cidadania, como o hebreu Mateus identificou o Reino dos Céus? Como reconheceremos na Igreja um lugar sagrado no qual se vislumbre que o reino de Deus é o lugar onde se realizam os sonhos “impossíveis” (impossible dreams) da humanidade?

Jacó, que roubara a primogenitura do irmão, consegue a bênção do pai, Isaque, após ter enganado Esaú (Gn 28.10). Jacó foge do irmão que poderia matá-lo, pelo roubo da primogenitura. O texto descreve o deslocamento de Beer-Sheva para Haran. Trata-se, como se observa na tradução dos termos, “de um lugar para outro lugar”. Logo depois, Jacó “depara-se com ‘o lugar’ e lá se deita, porque caía o sol”. A construção hebraica é inusitada: “va-ifgá ba-makon”, quer dizer: foi pego, seduzido, atraído pelo sagrado do lugar. Que lugar é esse? O texto não esclarece, o contexto não ajuda. Mas a noção do ‘lugar’ torna-se o drama concreto. Jacó não está simplesmente ‘num lugar’, mas ‘neste lugar’ (“bá makon há-hú”). É aqui que Jacó tem seu famoso sonho, no qual vê uma escada, e por ela subindo e descendo anjos.

Quando desperta, lemos: “Acordou Jacó de seu sono e disse: Certamente ‘há Deus neste lugar’ e eu não o ‘penetrava’”. André Chouraqui, teólogo judeu interessado também na exegese do Segundo Testamento, traduz o verbo “yaddá” tanto no sentido de ‘saber’ como no de ‘penetrar’. Esse entendimento bíblico da palavra ‘penetrar’ equivale a “conhecer” uma mulher penetrando-a. Uma sondagem do mundo criador, através do mergulho no útero matricial donde tudo se origina. Em seu momento de crise Jacó “penetra” no “lugar”, no útero gerador das intenções de Deus. Busca o fundamento de tudo, e encontrando-o compreende: “quão terrível é este lugar”! O lugar é nada menos que a casa de Deus, sua habitação, porta do céu.

Mas alguém já escrevera: “em Jacó também se cumpre o duplo movimento, saindo do espaço doméstico (igreja?), penetrando no interior profundo dos grandes sonhos da humanidade” (Luther King Jr., no famoso discurso “eu tenho um sonho...”, quando defendeu os direitos de todas as raças). “Bet-el” (porta do céu) é o contrário de “Bab-el” (portal dos deuses). Na Bíblia Hebraica, “Bet-el” é um centro de expansão para os quatro pontos cardeais da Terra, no olhar de Abraão: “em ti será bendita toda a tua descendência...”. Jacó, na verdade, agora, não foge do irmão. Ao contrário, caminha para Deus; quer entender as intenções do Alto (Shöekel).

A humanidade quer ir sempre atrás da vida, da felicidade, da liberdade, dos grandes sonhos. A Igreja, ao contrário, parece esquivar-se. Sonhar com justiça social, inclusão, dignidade e amplo bem-estar social, vida plena e abundante (nada comparável aos sonhos de poder, no egoísmo e ganância da religião da prosperidade!), faz parte do que anseiam homens e mulheres, onde quer que estejam. Infelizmente, quase sempre fora da Igreja. O sonho é alguma coisa que não se pode tirar de ninguém. Escravos sempre sonham a liberdade. Oprimidos pela violência das sociedades injustas; dominados culturalmente, explorados pelas estruturas de poder, sonhamos com a libertação. Na vida de fé, cristãos permanecem em situação teológica, espiritual. Não? Pois deveriam observar as intenções libertárias de Deus. Querer o “êxodo” bíblico. Sonhar com as transformações, vislumbrar as possibilidades de um mundo novo reconciliado com o projeto de Deus.

O egoísmo eclesiástico, porém, frustra os esforços para alcançar a utopia, a salvação do mundo, contaminado por projetos de poder. Cada igreja quer salvar-se a si mesma. Confiar no Espírito, como Paulo ensina, ajudar a sair do subjetivismo oportunista, individualista, para se poder encontrar realmente a plenitude de vida, que todos aspiramos, certamente. A ortodoxia doutrinária, a religião da prosperidade, estão na Igreja, e dentro de nós mesmos, confundindo jovens e maduros. Encontramo-nos deslumbrados com falsos rasgos de
networker modernity, eletrônicos, midiáticos, administrativos, terapêuticos. Há escuridão quanto à justiça social. Breve, também estaremos como as igrejas européias secularizadas. Um contínuo contratempo para a colheita da boa semente semeada (vida em comunhão, irmão!). A cizânia que cresce no meio do trigo mistura-se, mas terá de ser separada no tempo próprio. Não prevalecerá no campo de centeio.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

UM OLHAR DE AMOR

Foi um choque para aquela jovem mãe quando recebeu o diagnóstico de câncer. Sucederam-se os tratamentos e, naquele dia, após o internamento, quando ela voltava para casa, se sentiu muito triste.
 
Ela estava consciente da sua aparência. Estava sem cabelos, por causa da radioterapia.
 
Sentia-se desencorajada. Seu marido continuaria a amá-la? E seu filho? Ele tinha apenas seis anos.
 
Quando chegou em casa, sentou-se na cozinha, pensando em como explicar a seu filho porque estava tão feia.
 
Ele apareceu na porta e ficou olhando-a, curioso. Quando ela iniciou o discurso que ensaiara para ajudá-lo a entender o que via, o menino se aproximou e se aconchegou em seu colo, quietinho, a cabeça recostada em seu peito.
 
Ela acariciou a cabecinha do filho e disse: "você vai ver como daqui a pouco o meu cabelo vai crescer e eu vou ficar melhor, como era antes".
 
O menininho se levantou, olhou para ela, pensativo. Depois, com a espontaneidade da sua infância, respondeu: "seu cabelo está diferente, mãe. Mas o seu coração está igualzinho."
 
A mãe não precisava mais esperar por daqui a pouco para melhorar. Com os olhos cheios de lágrimas, ela se deu conta de que já estava muito melhor.
 
O essencial é invisível aos olhos, dizia o pequeno príncipe, no livro de Antoine de Saint Exupéry. Quem ama vê além da aparência física e é isto que ama: a essência.
 
Por isto os casamentos em que o amor é o autêntico laço de união perdura, apesar dos anos transcorridos. Para quem têm olhos de amor, o olhar penetra além do corpo físico que perdeu um tanto do vigor e já não apresenta a exuberância plástica dos verdes anos.
 
Para esses, o amor amadurece a cada ano, solidificando-se a cada dificuldade enfrentada, a cada óbice superado, a cada batalha vencida.
 
Enquanto os cabelos vão sendo prateados pelo exímio pintor chamado tempo, enquanto a artista plástica chamada idade vai colocando pequenos sinais na face, aqui e ali, o amor mais cresce.
 
O sentimento se engrandece à medida que o passo deixa de ser tão vigoroso e um se apóia no outro para descer os degraus, para subir uma escadaria.
 
A solidariedade se torna mais intensa, enquanto a vista se embaça um pouco e o extraordinário computador que é o cérebro já não consegue fazer as corretas equações matemáticas, para aquilatar se dá ou não tempo para atravessar a rua. Uma mão segura a outra, muda, para afirmar: esperemos um pouco.
 
Envelhecer ao embalo do amor é maravilhoso. Desfrutar do aconchego um do outro é reconfortante.
 
Felizes os casais que envelhecem juntos. Felizes os filhos que sabem aproveitar da companhia generosa de pais e avós que o tempo alcançou.
 
***
 
De todos os momentos da vida os mais preciosos são os desfrutados com amor.
 
Quando as dificuldades se avolumam, os problemas crescem, os dias solitários chegam, é maravilhoso ter momentos de carinho para serem recordados.
 
Momentos que recebemos ou que ofertamos. Momentos que nos fizeram extremamente felizes. Momentos que, revividos, pelos fios invisíveis do pensamento, ainda nos reconfortam e aquecem o coração.
 
Por tudo isso, ame muito e permita-se amar por seus amores.
Paz e bem
Fonte: Luiz.C.Gomes


SEMPRE RESTA ALGUMA COISA PARA AMAR

A peça de teatro intitulada "Raisin in the sun", de Lorraine Hansberry, traz um trecho realmente admirável, que convida o público a refletir sobre os valores que guardam suas almas.

Na peça, uma família afro-americana recebe dez mil dólares provenientes do seguro de vida do pai.

A dona da casa vê no dinheiro a oportunidade de deixar o gueto onde vivia no Harlem, e mudar-se para uma casa no campo, enfeitada com jardineiras.

A filha, uma moça muito inteligente, vê no dinheiro a oportunidade de realizar seu sonho de estudar medicina.

O filho mais velho, contudo, apresenta um argumento difícil de ser ignorado. Quer o dinheiro para que ele e um amigo iniciem um negócio, juntos.

Diz à família que, com o dinheiro, ele poderá trabalhar por conta própria e facilitar a vida de todos. Promete que, se puder lançar mão do dinheiro, proporcionará à família todos os confortos que a vida lhes negou.

Mesmo contra a vontade, a mãe cede aos apelos do filho. Ela tem de admitir que as oportunidades nunca foram tão boas para ele, e que ele merece a vida boa que esse dinheiro pode lhe oferecer.

No entanto o tal "amigo" foge da cidade com o dinheiro. Desolado, o filho é forçado a voltar para casa e dizer à família que suas esperanças para o futuro lhe foram roubadas e que seus sonhos de uma vida melhor foram desfeitos.

A irmã atira-lhe no rosto toda sorte de insultos. Qualifica-o com as palavras mais grosseiras que se possa imaginar. Seu desprezo em relação ao irmão não tem limites.

Quando ela pára um pouco para respirar, a mãe a interrompe e diz: "pensei que tivesse ensinado você a amar seu irmão."

A filha então responde: "amar meu irmão? Não restou nada nele para eu amar."

E a mãe diz: "sempre sobra alguma coisa para amar. E, se você não aprendeu isso, não aprendeu nada. Você chorou por ele hoje?"

Não estou perguntando se você chorou por causa de si mesma e de nossa família, por termos perdido todo aquele dinheiro. Estou perguntando se chorou por ele: por aquilo que ele sofreu e pelas conseqüências que terá de enfrentar.

Filha, quando você acha que é tempo de amar alguém com mais intensidade? No momento em que faz coisas boas e facilita a vida de todos?

Bem, então você ainda não aprendeu nada, porque esse não é o verdadeiro momento para amar. Devemos amar quando a pessoa está se sentindo humilhada e não consegue acreditar em si mesma, porque o mundo a castigou demais.

Se julgar alguém, faça-o da forma certa, filha, da forma certa. Tenha a certeza de que você levou em conta os revezes que ele sofreu antes de chegar ao ponto em que está agora.

Essa é a graça misericordiosa! É o amor ofertado quando não se fez nada para merecê-lo. É o perdão concedido quando não se fez nada para conquista-lo.

É a dádiva que flui como as águas refrescantes de um riacho para extinguir as labaredas provocadas por palavras de condenação carregadas de ira.

O amor que o pai nos oferece é muito mais abundante e generoso. A misericórdia de Deus é muito mais grandiosa e sábia.

Pense nisso

Pense com o coração no que esta lição nos traz, e reflita sobre o seu amar, sobre as condições que você impõe ao outro para que o ame, e descubra a oportunidade de amar de verdade.

Por mais que as pessoas, com suas imperfeições, tragam-nos mágoa, desapontamento ou desilusão, lembremos de que sempre resta alguma coisa para amar.  Paz e bem .



Fonte: Luiz.C.Gomes

UM LAR DE VERDADE

O mundo daquela mãe havia desabado, com o divórcio. Herdou muitas contas atrasadas, incluindo as prestações da casa e o plano de saúde.

Seu emprego de meio expediente gerava uma renda muito pequena e poucos benefícios.

Sem nenhum apoio financeiro, ela perdeu a casa.

Para não ficarem ao relento, com muito sacrifício conseguiu alugar um trailer que ficava estacionado num acampamento local, para ela e seu filho de cinco anos.

Aquilo era só um pouco melhor do que morar em seu pequeno carro, mas ela desejava, de coração, poder proporcionar algo mais para sua criança.

Certa noite, depois de brincar um pouco com um jogo de tabuleiro e ler algumas estórias, a mãe mandou seu filho ir brincar do lado de fora até a hora de ir dormir.

Enquanto o garoto se distraía, ela sofria sobre o talão de cheques.

De repente, ouviu vozes e deu uma olhada pela janela. Lá estava o gerente do acampamento falando com seu filho:

Hei, garoto, você não gostaria de ter um lar de verdade?

A mãe ficou tensa, prendeu a respiração e chegou mais perto da janela para ouvir a resposta.

Uma emoção muito forte tomou conta daquele coração de mãe, tão sofrido e tão dedicado, quando ouviu a resposta de seu filho:

Mas nós já temos um lar de verdade. Só não temos, por enquanto, uma casa para colocá-lo.

Em sua inocência infantil, aquele garotinho de apenas cinco anos de idade, já sabia o que é um verdadeiro lar.

Há tantas construções luxuosas, tantos castelos imensos, que servem apenas para proteger seus habitantes das intempéries, mas não se prestam a oferecer o calor do afeto de um lar aconchegante.

O espaço físico pode ser amplo, mas se não houver os laços do amor, não será um lar de verdade.

Uma casa é fácil de construir, mas também é fácil de desmoronar, basta uma forte tempestade, um terremoto, um maremoto, ou outro fenômeno equivalente.

Mas a construção de um lar requer um investimento diferente. É preciso muita atenção, renúncia, entendimento, perdão, ternura, afeto, companheirismo e confiança.

Um lar assim jamais será destruído, porque seus alicerces são invisíveis e resistentes até mesmo às mais ameaçadoras catástrofes.

Dentro desses lares, dificilmente o vício terá acesso. Mas se por acaso penetrar sorrateiramente, logo será vencido pelo diálogo sóbrio que faz parte dessa construção.

As lutas podem ser difíceis, mas a união baseada no amor vencerá sempre porque suas estruturas são inabaláveis.

Quantas famílias vivem sob o mesmo teto e não se conhecem...

Quantos familiares se isolam nos vastos cômodos, carregando sozinhos seus dramas sem compartilhar com ninguém, pois são estranhos vivendo na mesma casa.

Mas se há um lar verdadeiro, podem faltar recursos financeiros e até o necessário, mas os laços do afeto estarão sempre bem apertados, dando sustentação e esperança para aqueles que nele vivem.

***

O lar é um templo onde podemos cultivar e manter as mais puras afeições e os mais sagrados laços de amor.

Por isso, façamos do nosso lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz.
Paz e bem


Fonte:  Luiz.C.Gomes

PERDOAR SEMPRE

A vida do cristão deve se desenrolar no ritmo do perdão. Cristo não apenas ensinou a rezar ao Pai: “Perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, como também respondeu a Pedro que o indagou sobre quantas vezes se deve anistiar o irmão, tendo o Apóstolo colocado como padrão o número sete: “Não te digo sete vezes, mas até setenta vezes sete”, ou seja, remissão sem limites. Ele mesmo daria o exemplo quando, pregado na cruz, rogou o indulto total para seus cruéis e gratuitos inimigos: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem”. “Pai, perdoai-lhes”! Eis aí o lema glorioso do verdadeiro cristão, distintivo supremo do epígono do Mestre, admirável penhor de eterna salvação, atitude glorificada numa das bem-aventuranças: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). Oitenta anos antes daquela cena lá no Calvário expirava em Roma o famoso Sila. Ele ditara o seu epitáfio que era bem o símbolo do mundo antigo: “Nenhum amigo jamais me serviu e nenhum inimigo jamais me ofendeu sem que eu tivesse deixado de me vingar”. Imperava o ódio: “Dente por dente, olho por olho”. Eram cabeças de desafetos a enfeitarem os acampamentos. Reinavam as retaliações mais desumanas. Jesus instalou uma nova ordem nesta terra. Lançou a mensagem de clemência, de compreensão, de perdão, de benignidade, de bondade, de tolerância. Iluminou ele os caminhos dos homens, esmaltando todos os pensamentos, suavizando todas as atitudes; plasmou heróis formidáveis como a do proto-mártir Santo Estevão a repetir quase suas mesmas palavras ao ser apedrejado e morto por seus perseguidores: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7,60). Estevão, o primeiro a imitar Jesus e, depois dele, uma série de santos a reproduzirem com ênfase a postura do Mestre divino, espalhando no mundo aquela mútua bondade que desculpa sempre e que distingue e honra o verdadeiro cristão. A doutrina e o exemplo de Cristo retroaram até na eternidade e repercutiram nos sábios do passado, na mente de todos os chefes e líderes dos povos antigos. De fato, quem lhes dera ter recebido as lições do Meigo Rabi da Galiléia para poderem pregar a seus seguidores sabedoria tamanha, sublimando-a com exemplos que patenteiam a grandeza de uma alma nobre, repleta de ternura. O ensinamento e a conduta de Jesus rasgaram para a humanidade perspectivas de serenidade, harmonia e tranqüilidade. O mundo seria muito diferente se tudo sempre fosse olhado com o olhar de Jesus, com a transcendente visão que o divino amor inspira, porque é sempre a bondade e nunca o ódio, sempre o perdão e nunca o rancor que tem razão no céu e na terra. Na vida humana multiplicam-se as ocasiões de clemência a desanuviar as revoltas ante as atitudes do próximo. O perdão deve ser um estilo de vida do seguidor de Cristo o qual promove por toda parte a cultura da compreensão e da paz no lar, nas escolas, no lazer, no ambiente de trabalho, seja onde estiver um verdadeiro cristão. Nota-se, porém, nos dias de hoje uma regressão do perdão na deterioração das relações pessoais, na incapacidade crescente de restaurar rupturas, na maneira brusca que impera nas relações cotidianas. Uma sociedade repleta de conflitos faz estampar nos meios de comunicação social os gestos mais absurdos de desforra, muitos consumados com assassinatos desumanos. A violência que surge das polêmicas mais insignificantes se extravasa tantas vezes não apenas em palavras de baixo calão, em ameaças, mas, até, realmente em agressões físicas indesculpáveis. São as fronteiras do perdão ultrapassadas desumanamente num subjetivismo indigno de batizados. Cumpre que se restaure o império da fraternidade através da anistia cordial, pois esta é capaz de tocar o coração do ofensor que acaba por perceber a mesquinhez de seu ultraje. Isto significa fazer o culpado, entrar num processo de transformação e purificação interiores. Bento XVI mostrou como “a cidade dos homens deve ser edificada não apenas nas relações de direitos e deveres, mas ainda nas relações de gratuidade, de misericórdia, de comunhão. A caridade, doutrinou o Papa, manifesta sempre o amor de Deus nas relações humanas também”. É que o cristão tem que ser um semeador de paz e de serenidade. A caridade age em círculos concêntricos de dentro de um coração compreensivo para fora, ao contrário do que se passa no círculo ofensa-vingança que pode ser representado por uma espiral que atira tudo contra seu centro destruidor para tudo arrasar com sua passagem. O perdão deve ser uma postura que flui de um espírito inebriado pela caridade, fruto da coerência cristã. Precisa se tornar um hábito e não pode aparecer em alguns momentos apenas. Na escola de Jesus se aprende a perdoar, porque nela se aprende a amar!

*Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
 
Última Alteração: 14:16:00
Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Local:Mariana (MG)

DEPENDE DE VOCÊ !

Nada se compara à preciosidade de uma vida. Num tempo em que os bens materiais são mais importantes que o bem estar do indivíduo, pois que este se submete a qualquer sacrifício para obtê-los, mesmo passando por cima da própria dignidade, o sentido da vida perde espaço para a prioridade da posse. Viver torna-se um jogo competitivo, onde muitos dão as cartas e outros sucumbem sob o mando e desmando de uma minoria.
 Uma parábola do mundo budista dizia que certo homem, muito rico, um dia viu seu ouro se transformar em cinzas. Recolheu-se em seu leito de angústias recusando qualquer alimento. Sem seus bens, a vida não tinha razão de ser. Um amigo tentou confortá-lo e reanimá-lo: “Tu não fizeste bom uso de tua riqueza, pois que Ouro acumulado não vale mais que cinza. Agora escuta com atenção o meu conselho. Estende esteiras na praça, junta em montes essas cinzas e finge negociar com elas”.
 Perdido por perdido, não custava tentar. Então o rico moribundo assim o fez. Os amigos lhe perguntavam: “Por que vendes cinzas?” E comentavam sua loucura. Algum tempo depois uma criança órfã e muito pobre passou pelo seu improvisado bazar e se encantou com suas mercadorias: “Senhor, por que empilhas ouro e prata para vender?” Admirado, o homem que se dispunha a desfazer-se das “cinzas” que lhe restavam, pediu à menina que lhe apontasse suas riquezas. A menina encheu as mãos de cinzas e estas se transformaram em ouro.
 Descobriu assim que o ouro nas mãos do avarento de nada vale, mas quando posto nas mãos do pobre, partilhado e não apenas retido para si, de cinza que era, torna-se ouro puro, abençoado.
 A história nos remete para outra, quando duas pessoas fizeram uma aposta de vida ou morte. A pessoa que se julgava mais esperta, dona de soluções que sempre lhe favoreciam na vida, topou o desafio com ares de dono da verdade. Afinal, tinha em mãos um pássaro, um segredo de vida que lhe possibilitara muitas conquistas. Ao outro cabia desvendar esse segredo, responder-lhe acertadamente se o pássaro que possuía em mãos estava vivo ou morto. Se dissesse não, abriria a mão e daria liberdade ao pássaro. Se dissesse sim, o apertaria impiedosamente, até tirar-lhe a vida. De qualquer forma, ganharia a aposta... Mas eis que a resposta pôs por terra sua pretensa sabedoria: “Depende de você”.
 Sim, a vida depende de nós. Juntar riquezas, acumular bens, também depende da visão mental que vem da sabedoria do Espírito, não da esperteza humana. Essa é a aposta que Deus faz com os homens. Esse é o pacto: colocar em nossas mãos o privilégio da escolha entre a vida e a morte, entre a riqueza do mundo material – as cinzas que nos sobram – e o vislumbre das cinzas que somos – a consciência de que nenhuma riqueza será verdadeira sem a visão do pobre, a solidariedade, a responsabilidade de bem gerir as riquezas que a vida nos concede. Um pássaro nas mãos vale mais que dois voando, diz o povo. Mas enquanto o temos, enquanto a decisão de permitir-lhe a vida ou asfixiá-la apenas e tão somente para dela obtermos proveito, não é uma aposta ganha. Quem assim joga na vida, perderá – com certeza – a visão beatífica dos tesouros verdadeiros, aqueles que acumulamos do outro lado.
 Junte as cinzas que lhe restam. Não as lance ao vento; negocie com elas, faça-as reluzentes, brilhantes aos olhos não dos homens, mas de Deus, do Cristo que passa na pessoa do pobre. Não aprisione um pássaro só para dele se aproveitar, ganhar, ganhar, ganhar. Liberte-se, liberte-o. Pois sua vida depende de você, está em suas mãos.
 
Última Alteração: 10:13:00
Fonte: Wagner Pedro Menezes
Local:Assis (SP)