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segunda-feira, 23 de março de 2009

QUEIXA DE FIEIS COM FOME


Pe Zezinho scj



Ele, engenheiro conceituado, ela, diretora e escola de bairro tomaram a liberdade e, juntos, ao saber que, desde l980, leciono Prática e Crítica de Comunicação nas Igrejas, desabafaram:
- Os fiéis da nossa diocese andam tomando sopa rala, não porque o desejem, mas porque nossos dois pregadores raramente oferecem sopa substanciosa, de conteúdo. Ou não sabem, ou não querem, porque o bispo prega maravilhosamente bem-, disse ele.
- O pároco que foi para Roma pregava coisa com coisa. Ele até trazia os livros para mostrar de onde tirava suas idéias. Acho que o bispo não está conseguindo tocar estes novos padres. Eles resolvem tudo mandando orar e dizendo que Jesus lhes disse para dizer. Pregam sempre a mesma coisa, com as mesmas palavras, domingo após domingo. Decoraram um sermão e não saem mais dele! E os erros que cometem contra a gramática são imperdoáveis!- emendou ela, eximia professora de português.



Desejei contradizê-los, mas infelizmente estão certos. Passaram-se quase trinta anos desde que optamos por lecionar em nossa escola de teologia Prática e Crítica de Comunicação nas Igrejas, para convencer os novos pregadores a lerem mais e a oferecerem um pouco do que leram aos fiéis, que nem sempre têm acesso aos documentos, aos livros e aos estudos da nossa fé. Deveríamos ser como os garçons que servem alimento sadio e sólido, preparado pela Igreja para o povo que vem sentar-se àquela mesa da Palavra. Leve, suave ou sólida, mas com suficiente conteúdo nossa pregação deveria ser recheada de textos e de conteúdo tirados do tesouro de tantos séculos de catolicismo. A maioria dos pregadores ignora esta caminhada. Parece que a sabedoria chegou com eles. Nem a pau eles citam os outros pensadores de outros caminhos da fé. Não citam nem mesmo as conferências episcopais e os papas.



Há os bem preparados e estudiosos que, graças a Deus são cada dia em maior número. Uma nova leva de seminaristas em alguns institutos gosta de livros e estuda até o cansaço. Eles nos dão esperança de pregações sólidas e de repercussão do que o papa diz a cada semana.



Mas a constatação daquele casal deveria chocar, incomodar e provocar seminaristas, catequistas, sacerdote e bispos. Não são os únicos a nos dizer que não estamos servindo bem à mesa da Palavra, nem saciando a fome do povo. Se há bispos e sacerdotes que quando abrem a boca oferecem um conteúdo para semanas de reflexão, há os outros dos quais os fiéis não guardam nenhuma palavra nova já que tudo é obvio demais.



No dizer daquele casal: é muito fervorzinho, muito “se entregue”,” ore”, “ouça” “dê seu coração”, muito entusiasmo de tocar e sentir Jesus e pouquíssimas citações explicadas do evangelho, de santos famosos, de autores profundos, de grandes teólogos de ontem e de hoje, ou de livros que merecem ser citados. Ignoram quase 2 mil anos de teologia católica.



Culpa de quem? Do povo é que não é! Alguém não abre os livros, às vezes nem sequer a Bíblia, alguém não lê os documentos e as palavras dos papas e dos bispos, alguém anda oferecendo sempre o mesmo do mesmo. Mas será que um artigo como este convencerá os pregadores a darem ao povo o que a Igreja disse mais do que aquilo que eles sentiram durante a última adoração?



-A pregação de muitos se individualizou e perdeu o conteúdo, de tal forma que até as duas merendeiras da escola que não tiveram chance de estudar, andam brincando com as pregações do nosso novo padre. Apostam para ver com que palavras ele vai começar e terminar o sermão no domingo seguinte. Já sabem que ele não trará nada de novo. Ele não estuda!



Não é que nós, professores, preguemos melhor ou sejamos mais santos do que estes irmãos piedosos. Não se pode negar que eles oram muito e amam a Igreja. Alguns deles são puros de sentimento e dedicados sacerdotes. Mas na hora de subir ao púlpito pecam por falta de leitura e por falta de transmitir o que leram ao povo que vem ouvi-los.



Um sacerdote que lê os documentos da Igreja, lê teologia, sociologia, filosofia, psicologia, antropologia certamente tem mais a dizer do que aquele que derrama maravilhosamente o seu coração diante do altar, mas no púlpito não resiste em falar de si mesmo, sempre as mesmas coisas e sempre do mesmo jeito. É que ele não lê.



Deus não precisa aprender mais quando o pregador lhe fala, mas o povo precisa! Por isso, o pregador que não lê livros profundos e cheios de sabedoria tem culpa. E como têm. Será como o médico que parou de ler. Há coisas das quais não gostamos, mas assim mesmo temos que nos valer: remédios e alimentos sólidos, por exemplo. Há outras que simplesmente não gostamos de fazer, mas que temos que fazê-las: por exemplo, ler mais e ler autores profundos! Também os que não dançam nem cantam, nem oram como nós!



Última Alteração: 10:54:00

Fonte: Pe. Zezinho, scj
Local:São Paulo (SP)

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