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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A MISSÃO DO LEIGO NA IGREJA E NO MUNDO


Nesta palestra, vamos focalizar alguns pontos fundamentais da doutrina católica – e, dentro dela, dos ensinamentos de São Josemaria Escrivá –, sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo.

Como ponto de partida, procuraremos expor alguns critérios básicos, claros, da doutri-na do Magistério da Igreja sobre a vocação e missão específica dos fiéis leigos – conceitos nem sempre bem compreendidos, quer na doutrina quer na prática –, e veremos, ao mesmo tempo, como os ensinamentos do Fundador do Opus Dei iluminam essa doutrina;

Frisaremos depois também o fato de que, nas circunstâncias do mundo atual, o fiel cum-primento da missão "específica" dos fiéis leigos se torna cada vez mais importante e urgente.
I. A vocação e missão específica dos leigos:


1.1 A Constituição dogmática Lumen gentium, documento central do Concílio Vaticano II, diz, no n. 31: "É específico dos leigos, por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus e-xercendo funções temporais [os trabalhos profissionais, a participação em organizações profis-sionais, culturais, empresariais, operárias, políticas, etc.; em suma, a atuação em tarefas e ambi-entes que não são da Igreja, mas do mundo, laicais] e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, i. é., no meio de todas e cada uma das atividades e profissões, e nas circunstâncias or-dinárias da vida familiar e social, as quais como que tecem a sua existência. Aí os chama Deus a contribuírem, do interior, à maneira de fermento, para a santificação do mundo, através de sua própria função [...]. A eles, portanto, compete muito especialmente esclarecer e ordenar todas as coisas temporais, com as quais estão intimamente comprometidos, de tal maneira que sempre se realizem segundo o espírito de Cristo, se desenvolvam e louvem o Criador e o Redentor". Estas duas últimas referências a Deus Criador e Deus Redentor, como veremos mais adiante, ajudam a compreender as perspectivas da missão dos leigos.

A mesma doutrina é ensinada – citando esse texto do Concílio – pelo Catecismo da Igreja Católica (Cf. nn. 898-899); e também pela Exortação Apostólica de João Paulo II sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, Christifideles laici, de 30/12/1998, nn. 15, 55, etc. (O Ca-tecismo, a Exortação e os demais documentos pontifícios encontram-se à venda, em forma de folhetos, em todas as livrarias católicas, e podem ser achados no site do Vaticano: www.vatican.va).

1.2 Como é lógico, também faz parte essencial da missão dos leigos casados – que são a maioria – santificar a vida matrimonial e familiar: "nela – diz a Constituição Lumen gentium, n. 35 – têm os cônjuges a própria vocação para serem, um para o outro e para os filhos, testemu-nhas da fé e do amor de Cristo".

1.3 Naturalmente isso não exclui o fato de que, ”quando a necessidade ou a utilidade da Igreja o pedir, os pastores podem, segundo as normas estabelecidas pelo direito universal, con-fiar aos fiéis leigos certos ofícios e certas funções que, embora ligadas ao seu próprio ministério de pastores, não exigem contudo o caráter da Ordem [por exemplo, ministros da Comunhão, membros da Pastoral dos enfermos, responsáveis pela equipe de Liturgia, catequistas, etc.] . Todavia, o exercício de semelhante tarefa não transforma o fiel leigo em pastor [...]. A tarefa que se exerce como suplente recebe a sua legitimidade, formal e imediatamente, da delegação oficial que lhe dão os pastores" (Exort. Christifideles laici, n. 23).

1.4 Esse texto patenteia que a ação dos leigos nas estruturas eclesiásticas (diocese, paró-quia, uma determinada pastoral, etc.) não é o modo ordinário de viver a sua vocação e missão, mas um modo extraordinário, muito louvável e em muitos casos absolutamente necessário, em-bora não seja o que a Const. Lúmen gentium chama o específico dos leigos, ou seja, que deles é próprio e que só eles podem realizar.

1.5 A missão que compete propriamente ao leigo enquanto tal, por sua vocação específica, não lhe vem de nenhuma delegação por parte dos pastores da Igreja, mas diretamente de Deus em virtude da sua incorporação a Cristo pelo Batismo e a Crisma . A Const. Lumen Gentium, n. 33, ao falar da missão específica dos leigos no mundo, nas estruturas da sociedade, afirma: "A este apostolado são destinados todos [os leigos] pelo próprio Senhor ao receberem o Batismo e a Confirmação".

1.6 Neste mesmo sentido, São Josemaria Escrivá, dizia: “O modo específico de os leigos contribuírem para a santidade e o apostolado da Igreja é a ação livre e responsável no seio das estruturas temporais, a elas levando o fermento da mensagem cristã. O testemunho de vida cris-tã, a palavra que ilumina em nome de Deus e a ação responsável, a serviço dos outros e como contributo para a solução dos problemas comuns, são outras tantas manifestações dessa presen-ça através das qual o simples cristão cumpre a missão para a qual Deus o chamou”


II. Colaboradores de Deus Criador
2.1 Recordemos palavras já citadas da Const. Lumen Gentium, que têm um conte-údo teológico denso. Diz-se, no n. 31, que compete aos leigos, "muito especialmente, esclarecer e ordenar todas as coisas temporais, com as quais estão intimamente comprometidos, de tal ma-neira que sempre se realizem segundo o espírito de Cristo, se desenvolvam e louvem o Criador e o Redentor". Comecemos considerando a colaboração com Deus Criador.
2.2 O próprio relato da Criação transmite luzes claras sobre os desígnios de Deus. O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para o cultivar ["para que trabalhasse: ut operaretur"] e guardar ["et custodiret illum"] (Gên. 2, 15). Além disso, depois de criar o ser humano –homem e mulher Ele os criou –, Deus os abençoou e lhes disse: "Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a (Gên, 1,27-28). Há, pois, como que uma dupla missão confiada por Deus ao homem no mundo: a família, por um lado e, por outro, o desenvolvimento inteligente das potencialidades colocadas por Deus na obra da criação, potencialidades que o homem deve desenvolver (cultivar) , e não deteriorar (guardar). Dois aspectos importantes, pois, da missão que os leigos realizam como colaboradores de Deus no plano da Criação. Isto significa que a institui-ção do matrimônio e da família , bem como o trabalho, a pesquisa, o desenvolvimento, a ciência, a técnica, a organização da sociedade, etc ... não são realidades inteiramente “autônomas”, in-dependentes da Vontade e dos desígnios de Deus Criador, mas são queridas por Ele como parte do plano eterno do seu Amor e da sua Sabedoria.

2.3 Como acabamos de ver, o trabalho, as ciências, as artes, a técnica, enfim, to-das as atividades humanas honestas, grandes ou pequenas, são “tarefas” que fazem parte da missão dos seres humanos queridos por Deus, criados à sua imagem e semelhança, e chamados – por “vocação essencial”, poderíamos dizer, por serem o que são – a colaborar com Ele no de-senvolvimento do plano divino da criação. Nada, na criação, surgiu por acaso ou como fruto de leis e mecanismos cegos da matéria. Tudo está, digamos assim, “planejado” eternamente por Deus, com uma finalidade: dar glória a Deus, manifestando a grandeza e beleza do seu Amor, e levar os homens à plenitude da felicidade eterna com a Trindade.

2.4 Por isso, as obras do engenho e do esforço humano só são autênticas e têm sentido se sintonizam com o desígnio da sabedoria eterna de Deus, desígnio a que nós chama-mos Lei divina (positiva – p.e. os Dez Mandamentos – , ou natural). Conhecemos essa “Lei”, quer por revelação, pela Sagrada Escritura (Lei positiva), revelação cujo depósito e interpretação Deus deixou nas mãos da Igreja; quer por captá-la racionalmente no ser, no modo de ser, das coisas criadas (Lei natutal: cf. Rom 1, 19-20). Por isso, podemos “ordenar segundo Deus”, segun-do a sua sabedoria e vontade as realidades do mundo, com lembra o texto citado da Const. Lú-men Gentium, n. 31. E assim se compreende também a desordem radical que introduz no mun-do o pecado, a rebeldia contra a Lei divina, a pretensão do homem de ser “deus” (Cf. Gen 3, 5) e de desenvolver a si mesmo e à criação toda à margem de Deus ou contra Deus (o que hoje se observa em tantos campos, desde a bioética até a política) .


2.5 Da mesma maneira, João Paulo II , referindo-se à família na Exortação Apostó-lica Familiaris consortio, de 22/11/1981, frisa que "No plano de Deus Criador e Redentor a famí-lia descobre não só a sua «identidade», o que «é», mas também a sua «missão» [...]. Voltar ao «princípio» do gesto criativo de Deus é então uma necessidade para a família, se se quiser co-nhecer e realizar segundo a verdade interior do seu ser..." (n. 17). A família "por ser a célula primeira e vital da sociedade" (n. 42), "constitui o lugar nativo e o instrumento mais eficaz da humanização e personalização da sociedade" (n. 43). Por isso, quando a família é desarraigada e independizada do plano de Deus, toda a sociedade se desagrega e desconjunta.

2.6 Como vemos, estamos perante questões de grande transcendência e enor-memente atuais: hoje, o materialismo laicista pretendede focalizar todas as coisas criadas (desde o corpo humano, a sexualidade, os embriões e fetos, a biologia, as doenças terminais, as técnicas diversas que operam sobre a matéria viva, até à psicologia, o direito, a sociologia, etc.) exclusi-vamente como realidades materiais e autônomas, totalmente desvinculadas do Criador e das suas Leis; tudo fica entregue apenas à liberdade sem rumo, aos consensos momentâneos de vonta-des, ao interesse egoísta e ao prazer do homem, até ao ponto de se considerar qualquer perspec-tiva divina, nessas matérias como uma como intromissão inaceitável da religião, da Igreja, dos crentes no mundo e na sociedade.

2.7 Naturalmente, em face disso, o cristão não pode adotar posições de encolhimento ou pessimismo. São Josemaria tinha e transmitia o otimismo da fé: “Tenho-o ensinado constante-mente com palavras da Escritura Santa: o mundo não é ruim, porque saiu das mão de Deus, porque é criatura dEle, porque Javé olhou para ele e viu que era bom (Cfr. Gên, I, 7 e ss.). Nós, os homens, é que o fazemos ruim e feio, com nossos pecados e nossas infidelidades. Não duvi-dem, meus filhos; qualquer modo de evasão das honestas realidades diárias é para os homens e mulheres do mundo coisa oposta à vontade de Deus.
“Pelo contrário, devem compreende agora - com uma nova clareza - que Deus os chama a servi-Lo em e a partir das tarefas civis, materiais, seculares da vida humana. Deus nos espera cada dia: no laboratório, na sala de operações de um hospital, no quartel, na cátedra universitá-ria, na fábrica, na oficina, no campo, no seio do lar e em todo o imenso panorama do trabalho”

2.7 Não precisa fazer muitas considerações para compreender que a responsabi-lidade dos leigos católicos é muito grande. Víamos o que diz o Gênesis – et custodiret illum –, que Deus confiou a Criação ao homem para que a guardasse. A primeira condição para “guar-dar”, para zelar pela criação de Deus, é esforçar-nos para que o desenvolvimento do homem, do mundo e da sociedade decorra em harmonia com a Lei de Deus, ou seja, de acordo com a sua verdade intrínseca e a sua finalidade essencial. Essa é a primeira, a primeiríssima “ecologia”.

2.8 Essas considerações fazem ver, com nitidez, a clarividência e a importância do que ensinava Mons. Escrivá:

– “A específica participação do leigo na missão da Igreja consiste, precisamente, em san-tificar ab intra [de dentro] – de maneira imediata e direta – as realidades seculares, a ordem temporal, o mundo” .
– “Aos leigos, que trabalham imersos em todas as circunstâncias e estruturas próprias da vida secular, corresponde de forma específica a tarefa, imediata e direta, de ordenar essas rea-lidades temporais à luz dos princípios doutrinais enunciados pelo Magistério; mas atuando, ao mesmo tempo, com a necessária autonomia pessoal perante as decisões concretas que tenham que tomar [ou seja, como cidadãos, não como auxiliares ou “delegados” da Hierarquia] na sua vida social, familiar, política, cultural, etc.”

2.9 Como dizia alguém, ironizando, o católico, o cristão responsável, não pode contemplar o panorama atual do mundo só com um cântico piedoso na boca e uma medalha no pescoço. É preciso assumir as responsabilidades, sair a essa “luta” de paz, com fé, com decisão e espírito positivo –cada qual com os meios honestos ao seu alcance – para defender "o esplendor da verdade" e do “bem”. Para isso, é precisa uma sólida formação (maior que em outras épocas de valores menos controvertidos), uma vida espiritual séria, e a generosidade de não omitir-se, mas de agir, de comprometer-se, de fazer o possível para viver, defender, “guardar” e divulgar os valores autênticos em organismos de classe, na vida pública, no mundo do ensino, na mídia, em publicações bem orientadas, na Internet, etc. Assim seremos colaboradores de Deus Criador.


III. Colaboradores de Deus Redentor

3.1 Até agora, vimos, de modo geral, a função dos leigos no mundo – campo es-pecífico onde Deus lhes pede exercer a sua missão –, e focalizamos especialmente um primeiro aspecto: a sua missão de colaborar com Deus Criador. Neste item, vamos ver alguns aspectos principais da sua colaboração com Deus Redentor, colaboração que outra coisa não é senão o apostolado que os leigos devem realizar no mundo, no ambiente secular, nas estruturas da socie-dade, a fim de aproximar parentes, colegas, amigos, todos os que puderem, da fé e da vida cristã, despertando nos já batizados a consciência da sua vocação à santidade e ao apostolado.

3.2 Na Exortação Apostólica Christifideles laici, de 30/12/1988, sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, o Papa João Paulo II – glosando ensinamentos do Con-cílio Vaticano II e dos Papas anteriores – falava de que “é urgente refazer em toda a parte o te-cido cristão da sociedade humana [...]. Ora, os fiéis leigos [...] estão plenamente envolvidos nes-sa tarefa da Igreja. Pertence-lhes, em particular, dar testemunho de como a fé cristã seja a única resposta válida para os problemas e as esperanças que a vida põe a cada homem e a cada socie-dade” (n. 34).

3.4 Como farão isso? Como conseguirão isso? João Paulo II, Na Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, de 6/1/2001, n. 31, diz: “Agradeço ao Senhor por me ter concedido, nes-tes anos, beatificar e canonizar muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos que se santifica-ram nas condições ordinárias da vida. É hora de propor de novo a todos, com convicção, essa “medida alta”da vida cristã ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs de-ve apontar nessa direção [o Papa acaba de citar as palavras de Cristo: “sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste”: Mt 5, 48].

3.5 A primeira exigência para que os leigos realizem um apostolado eficaz, como instrumentos da Redenção operada por Cristo, é, portanto, a procura séria da santidade. Esta foi uma intuição decisiva que Deus colocou na alma do Fundador do Opus Dei, para fazer-lhe compreender o que Ele queria da Obra: “Um segredo. – Um segredo em voz alta: estas crises mundiais são crises de santos. Deus quer um punhado de homens «seus» em cada atividade humana. – Depois... «pax Christi in regno Christi» – a paz de Cristo no reino de Cristo” .

3.6 A visão de fé, faz ver que a “alma de todo o apostolado” deve ser a oração e a mortificação, os meios sobrenaturais, que serão como que a seiva da ação. “Elevar o mundo a Deus – dizia o Papa João Paulo II em 6/10/2002, na homilia da canonização de São Josemaria – e transformá-lo a partir de dentro: eis o ideal que o Santo Fundador lhes indica”. E lembrava que São Josemaria, movido por Deus, “sentiu surgir no seu interior a apaixonante chamada pa-ra evangelizar todos os ambientes”, e a seguir evocava o constante ensinamento do santo para que esse ideal apostólico se tornasse realidade: “Primeiro, oração; depois, expiação; em terceiro lugar, muito em terceiro lugar, ação ”(Caminho, n. 82). Esta convicção de que “a fecundidade do apostolado encontra-se, antes de tudo, na oração e numa vida sacramental intensa e constante – concluía o Papa – é, no fundo, o segredo da santidade e do verdadeiro sucesso dos santos”.

3.7 Sobre a base da união com Cristo – a santidade – e dos meios sobrenaturais, o apostolado dos leigos é descrito assim pelo Decreto Apostolicam actuositatem do Concílio Vati-cano II (sobre o apostolado dos leigos): “O próprio testemunho da vida cristã e as boas obras feitas em espírito sobrenatural possuem a força de atraírem os homens para a fé e para Deus [...]. Tal apostolado, no entanto, não consiste apenas no testemunho da vida. O verdadeiro apóstolo pro-cura ocasiões para anunciar Cristo por palavras, seja aos que não crêem para trazê-los à fé, seja aos fiéis para instruí-los, confirmá-los e despertá-los para uma vida mais fervorosa [...]. O Concílio exorta de coração todos os leigos, conforme a capacidade intelectual e a formação de cada qual, que, segundo a mente da Igreja, assumam mais conscientemente as suas responsabilidades no aprofundamento dos princípios cristãos, na sua defesa e na adequada aplicação dos mesmos aos problemas da nossa época” (n. 6). Testemunho [exemplo], palavra [palavra amiga, transmissão de doutrina, catequese, etc.], e preocupação por renovar a sociedade – da qual os leigos são “fer-mento” – com os princípios cristãos: três aspectos que deve assumir o apostolado dos leigos.

3.8 Em poucas palavras, já acima parcialmente citadas, São Josemaria resumia em 1968 essa doutrina, que vinha pregando desde 1928: “O modo específico de os leigos contri-buírem para a santidade e o apostolado da Igreja é a ação livre e responsável no seio das estru-turas temporais, a elas levando o fermento da mensagem cristã. O testemunho de vida cristã, a palavra que ilumina em nome de Deus, e a ação responsável, a serviço dos outros e como contribu-to para a solução dos problemas comuns, são outras tantas manifestações dessa presença atra-vés da qual o simples cristão cumpre a missão para que Deus o chamou. Faz muitíssimos anos, desde a própria data da fundação do Opus Dei, meditei e fiz meditar umas palavras de Cristo relatadas por São João: “E eu, quando for levantado sobre a terra, atrairei tudo a Mim” (João, 12, 32). Cristo, ao morrer na Cruz, atrai a Si a criação inteira; e, em seu nome, os cristãos, trabalhan-do em meio ao mundo, hão de reconciliar todas as coisas com Deus, colocando Cristo no cume de todas as atividades humanas”.

3.9 Finalmente, vale a pena lembrar um texto de São Josemaria, em que, com palavras simples, mostrava “ao vivo” o apostolado característico dos leigos, traçando um quadro do co-tidiano,: “Quem foi que disse que, para falar de Cristo, para difundir a sua doutrina, é preciso fazer coisas esquisitas, estranhas? Faze a tua vida normal, trabalha onde estás, procurando cumprir os deveres do teu estado [solteiro, casado, deveres de pai ou de mãe ...; deveres profis-sionais, deveres de cidadão...], acabar bem as tarefas da tua profissão ou do teu ofício, superan-do-te, melhorando dia a dia. Sê leal, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo. Sê mortificado e alegre. Esse será o teu apostolado. E, sem saberes por quê, dada a tua pobre misé-ria, os que te rodeiam virão ter contigo e, numa conversa natural, simples – à saída do trabalho, numa reunião familiar, no ônibus, ao dar um passeio em qualquer parte –, falareis de inquieta-ções que existem na alma de todos, embora às vezes alguns não as queiram reconhecer: irão en-tendendo-as melhor quando começarem a procurar Deus a sério”

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