Eduardo Galeano colheu esta frase irônica, colocada no
portão de Auschwitz, campo de concentração nazista: “O trabalho
liberta!”. Por outro lado, numa igreja frequentada pelo populacho pobre,
no centro da Cidade do México, estava o cartaz: “Amados paroquianos,
cuidado com seus pertences...”. Gandhi, na África do Sul, procurou uma
igreja protestante, depois de uma noite lendo os Evangelhos, e viu na
porta: “Proibida a entrada de cães e negros...”. O evangelho requer
atenção para com o convite de Cristo: “Que venham a mim todos os que
estão cansados e oprimidos, e eu lhes darei alívio” (Sl 40.18; Mt
11.28).
Temos um convite para desfrutar a alegria da vida com
Deus. Viver. Vida bem-aventurada, no chamado de Jesus. Evidente é que o
gozo, a alegria, se apoia na beleza e na simplicidade, no observar dos
mais humildes, ingênuos, pacíficos, não-violentos, enfim, os que são
amados por Deus. Tudo isso porque Cristo, antes de tudo, é revelação de
Deus, aquele que se apresenta com um coração terno, manso, pacificador
dos homens e das mulheres, e não como alguém em busca de sucesso a
qualquer custo, impondo-se sobre os outros, com força intelectual ou
política. Ou pelo poder econômico.
Um exemplo para a paz na
Igreja. É também sinal de acolhimento dos maltratados pela vida, até
pelo fato de estarem vivos, incomodando o mundo hostil com sua pobreza e
miséria. Se a identidade coletiva prevalece, como muleta para
atrofiados, escudo para temerosos, cama para preguiçosos, diversão
gospel para irresponsáveis, bem poderia ela ser albergue para os
desabrigados, porto para náufragos, nova família para órfãos, utopia
para os socialmente inconformados, terra para os despatriados, curral
seguro para os desgarrados, mãe nutriz para o crescimento das novas
gerações.
O que um budista indiano chama ahimsa, um personagem bíblico, como Jesus, chama de rahamim.
É a mesma atitude de compaixão, originalmente “não-machucar” o outro.
Uma atitude que se sobrepõe à vontade de dominar a qualquer custo; acima
da gana de pisar no pescoço de alguém para passar à frente, entrar em
sua realidade para dominá-lo. Praticar “limpeza” cultural ou social. Ao
contrário de nós, Deus não guarda rancor pelos “improdutivos”, à margem
da vida, os que não podem consumir, que são excluídos do bem estar
geral, inclusive porque não podem pagar pelas bem-aventuranças do mundo
do consumo. Para identificar a compaixão de Deus pelo oprimido, pobre,
aflito, despojado, sem-posses, sem-nada, o hebreu usa a palavra rahamim
(“ter entranhas”, “ter coração”, que é sede dos melhores sentimentos).
Deus é como a mãe que vê seus filhos com extremo cuidado, acolhendo-os
sempre com amorosa compaixão. O Deus da Bíblia ama menos que a mãe
humana? Não. E não fica magoado por nossas fugas, nossas desobediências;
não castiga nem pede obras reparadoras, retributivas, para doar graça e
misericórdia (hesed).
Cada geração tem interrogado
sobre Jesus Cristo, o Filho, de uma maneira peculiar, buscando entender
onde Deus se revela. Nem os primeiros cristãos imaginaram Jesus num
texto de louvor e gratuidade tão expressivo. De Jesus, ouvimos as
palavras audazes e dominantes: “Venham a mim!”. Essas palavras articulam
a experiência de Deus na forma de acolhimento mais profundo existente.
Não é a toa que a palavra pater, pai na língua grega – daí a
expressão “pátrio poder” – se sobreponha ao termo aramaico. Abbá, na
língua de Jesus tem um sentido doce: “Paínho”, no jeito baiano de
expressar o carinho. Ocorre o contrário do que a autoridade do nome pater sugere.
A experiência filial, humana, de Jesus, se harmoniza com o que homens e
mulheres mais procuram: cuidado, ternura, solidariedade amorosa.
Exatamente porque isso lhes é negado. Jesus é o homem que ama seus
semelhantes como Deus, Pai de Misericórdia que ama a todos sem eleições
preferenciais. Predestinação é heresia.
A interiorização
recomendada pelo Evangelho trata de absolutos éticos que escapam e
distanciam-se da inteligência prática. Induz à sensibilidade para com a
realidade dos esmagados e triturados pelos sistemas de pensar desse
mundo. Este é o mundo da ganância: ter-sem-ser e
aparecer-a-qualquer-custo; que se ocupem espaços ambicionados no
universo da superficialidade, valendo pisotear valores da solidariedade e
da misericórdia. Na verdade, as “revelações” de Deus aos pequenos e
mansos são um desafio à oração dos bem-postos, dos sábios e detentores
do conhecimento, que ensinam as melhores estratégias para “se dar bem na
vida”. A práxis de Jesus nos remete ao mundo prosaico dos simples,
mansos, humildes deste mundo, a quem faltam recursos mínimos para a
sobrevivência, enquanto expostos à ganância egoísta do mundo que
sobrecarrega de privilégios quem já é privilegiado.
FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA
ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM
AGRADECIMENTO
AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM
Nenhum comentário:
Postar um comentário