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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A PALAVRA DE DEUS, FONTE DE TODA PASTORAL


Introdução. O único Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja tratou os temas: A Voz da Palavra, O Rosto da Palavra, A Casa da Palavra e Os Caminhos da Palavra. Toca-nos tratar este último aspecto. Quero fundamentá-lo teológica e biblicamente, mediante a Condescendência da Palavra, partindo de João: E o Verbo se fez homem e veio habitar connosco (Jo 1,14).


Este trabalho será dividido em três partes ou três descidas da Palavra: a “Descida da Palavra eterna ao meio da humanidade”; a descida “Da Teologia da Palavra à Pastoral da Palavra”, terminando com a terceira descida: “Da Pastoral Bíblica à Animação Bíblica de toda a Pastoral”.

1. A PALAVRA ETERNA DE DEUS (LOGOS)

O Prólogo de João apresenta-nos Jesus como Palavra eterna do Pai, o que já traduz o culto que as comunidades cristãs prestavam, em forma poética e sobretudo teológica e orante, à divindade de Cristo como Palavra de Deus; por isso O intitulavam de LOGOS, Verbo (Palavra de Deus), talvez porque o termo “Sabedoria” (sophia), do AT, é feminino, o que poderia provocar algum escândalo, se fosse dado a Cristo!

2. A PALAVRA CONDESCENDENTE DE DEUS: 1ª Descida

DV 13 ressalta a “sun­katábasis” ou “con-descendência” de Deus em relação ao homem e reafirma que a Palavra de Deus é fruto do seu coração amoroso de Pai. Este tema é desenvolvido noutros números da Dei Verbum, que faz a comparação entre a encarnação do Verbo eterno na linguagem humana e no seio de Maria, ou seja, a condescendência por ter assumido a natureza humana e por ter assumido as palavras humanas. Consequência:

3. A PALAVRA MEDIADORA DA REVELAÇÃO. Porque a Palavra eterna desceu até nós, Jesus é o único mediador da Revelação de Deus à humanidade, pois só Ele conhece o Pai, e também o Pai é o único que o conhece plenamente a Ele (Mt 11,27; ver Jo 3,35-36; 13,3; Gl 1,16; Heb 1,2); É Ele a imagem do Deus invisível (Cl 1,15) e nele habita toda a plenitude de Deus (Cl 1,19). Se a Palavra é mediadora, é por ela que vamos até Deus.

4. DA TEOLOGIA DA PALAVRA À PASTORAL DA PALAVRA: 2ª descida

4.1. Sujeitos da interpretação da Bíblia

4.1.1. Pressuposto. Deus é Ágape, Logos e Pneuma. Todo o baptizado, enquanto sujeito crente, é directamente sujeito do Ágape, sujeito e intérprete da Palavra e sujeito portador do Pneuma.

4.1.2. A DV (cap. VI) trata da Sagrada Escritura na Vida da Igreja, que o Sínodo actualizou. Este tema torna o leitor sujeito da interpretação da Bíblia. Há três sujeitos de interpretação: Magistério, exegetas e povo. Cada um destes três sujeitos tem o seu espaço de interpretação da Bíblia: o bispo no espaço bíblico-jerárquico; o exegeta no espaço académico. O do povo de Deus necessita dos dois anteriores, mas deve ser um espaço com identidade específica.

5. A MISSÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA

5.1. O que é a Pastoral Bíblica? É o trabalho que a comunidade eclesial realiza servindo-se da Bíblia (leitura, interpretação e celebração), como instrumento de evangelização, de modo a torná-la “o apoio e o vigor da Igreja e fortaleza da fé para os seus filhos, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual” (DV 21). A tarefa da Pastoral Bíblica é a evangelização, que é a essência do agir da Igreja (EN 13). Evangelizar consiste na transmissão do Evangelho. A pastoral bíblica é a resposta aos desafios de hoje: Fundamentalismo...

Se a Igreja, sobretudo depois do Concílio, produziu tão belos documentos sobre a Bíblia para os católicos, porque é que estes se encontram no bem conhecido estado de “ignorância das Escrituras”? Para responder a esta questão, é urgente:

5.2. Evitar a ruptura entre os exegetas e o povo de Deus. Aqueles são objecto de desconfiança por parte de alguns grupos ou de algumas pessoas da Igreja. Desta crise de confiança, resulta uma certa desconfiança na própria Bíblia.

5.3. Os Agentes de Pastoral são essencialmente mediadores desta crise de confiança, entre o exegeta e o povo. Não é papel do exegeta baixar ao nível do povo; nem o povo tem obrigação de conhecer a Bíblia sem que ninguém o ensine. O que falhou na Igreja foi a acção dos Agentes da Pastoral.

* Deve, pois, haver uma relação estreita entre o exegeta e o pastoralista, sob pena de os estudos bíblicos não terem qualquer impacto real na leitura da Bíblia: relação de uma mútua colaboração.

* Podemos dizer que a relação vital entre os estudos bíblicos e a Igreja assenta em duas fidelidades inseparáveis: a fidelidade à Igreja e a fidelidade à Bíblia. Não se pode ser fiel à Igreja sem a Bíblia e não se pode ser fiel à Bíblia fora da Igreja.

* Para ser mais eficaz, a Pastoral Bíblica deve passar ainda por uma desclericalização da Bíblia.

6. Características da Pastoral Bíblica:

a) A pastoral bíblica não pode ficar encerrada em grupos católicos, mas deve ser ecuménica, de modo a atingir outros grupos e igrejas que se reclamam do Cristianismo.

b) Esta pastoral atinge diferentes níveis e âmbitos: diocese, paróquias, grupos, famílias…

c) Uma pastoral inculturada. O elemento fundamental de uma Pastoral Bíblica é que ela seja “inculturada”. Para que esta inculturação se faça, é necessário:

d) Uma Pastoral Bíblica que leva a uma correcta interpretação da Bíblia. A Bíblia nasceu na comunidade e é para a comunidade que ela é dirigida, a fim de se tornar alimento da comunidade (DV 21). A Pastoral Bíblica pretende levar as pessoas a ler a Bíblia com o mesmo Espírito com que foi escrita, segundo os critérios dos autores humanos e do Espírito Santo (DV 12): o fundamentalismo e o misticismo.

7. Finalidade: tornar a palavra eficaz

a) Todos estes Agentes de Pastoral Bíblica têm como cometido fundamental fazer que a palavra de Jesus se torne eficaz. A nossa civilização ocidental deu mais importância ao aspecto noético da Palavra que à sua eficácia, ao aspecto dinâmico (próprio da mentalidade semita), embora não tenha colocado de lado este último aspecto.

b) É neste sentido ainda que se pode falar do sacramento da Palavra. Na medida em que alguém está por detrás da Palavra, esta torna-se o sacramento do encontro com esse Alguém. Portanto, a Palavra não é o fim último da Pastoral Bíblica, mas o Alguém que está por detrás da parábola-palavra humana da Bíblia. Esse Alguém constitui, verdadeiramente, a Verdade da Bíblia.

c) Um outro motivo importante que nos deve levar a um estudo sério da Palavra de Deus é o facto de a própria Bíblia ser um dos sinais dos tempos, desde há um século a esta parte.

d) Que a Bíblia se torne o mais importante do programa de vida cristã dos católicos. Ainda não faz parte.

“Segundo um recente inquérito levado a cabo em França, Espanha e Itália, 80% dos “católicos praticantes” só ouve a Sagrada Escritura na missa do domingo, e apenas 3% desse grupo lê a Bíblia todos os dias; 40% dos inquiridos acredita que S. Paulo escreveu um Evangelho e 26% afirma o mesmo sobre S. Pedro.

8. A URGÊNCIA DE UMA PASTORAL BÍBLICA ORGANIZADA

* Será que a Bíblia é a verdadeira inspiradora da vida dos cristãos em todos os seus aspectos???

8.1. Pontos a ter em conta na formação bíblica:

* A centralidade da palavra de Deus, na formação teológica do clero e dos leigos e na pastoral.

Princípio fundamental: A Igreja só se renovará a partir de pessoas que tenham amadurecido a sua fé mediante um contacto habitual com a palavra de Deus.

8.2. Critério: “E necessário que toda a pregação da Igreja (...) se alimente e seja orientada pela Sagrada Escritura” (DV 21). O centro da palavra de Deus é a pessoa de Jesus, etc.

8.3. Materiais e meios da Pastoral Bíblica:

* E urgente criar no nosso país uma cultura bíblica, sobretudo no clero.

* Alertar para a urgência da formação bíblica. O preço desta negligência: muitos católicos foram parar a seitas fundamentalistas e anticatólicas; e a juventude não recebe uma evangelização capaz.

* Mas o mais importante será a formação de ANIMADORES/AGENTES DA PALAVRA, ou de Pastoral Bíblica, que deveriam constituir um verdadeiro Ministério da Palavra.

a) Os Animadores bíblicos devem nascer dentro da comunidade, para formar comunidades-fermento.

b) Ponto de partida (DV 22): “É preciso que esteja patente aos cristãos o acesso à S. Escritura”.

c) A metodologia é o contacto individual e comunitário, com a Bíblia, para uma “leitura fiel”.

d) A pastoral bíblica não pode ser pontual e isolada, mas um processo dinamizador da pastoral.

e) Fomentar a formação de grupos de reflexão bíblica — Lectio Divina.

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