FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA
ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM
AGRADECIMENTO
AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
OS TEÓLOGOS QUE MARCAM A HISTÓRIA DA BIBLIA
A Patrística. A escola da Alexandria. Estes autores foram os criadores da leitura alegórica da Bíblia.
Filão é o primeiro a ter em conta: um judeu formado na cultura grega. Defendia que as verdades eternas não podiam ser expressas em linguagem comum, mas em alegoria. Em Gen 2, 16 Deus diz a Adão para “comer livremente” de todas as árvores do paraíso: assim, para Filão, a alma humana deve adquirir todas as virtudes e não apenas uma.
Na mesma veia, Orígenes, distinguia os sentidos literal e alegórico como corpo e alma do texto, o visível e o invisível (2Cor 4, 18) de que Deus é o Criador. A leitura de Is 11, 6, que descreve como no reino messiânico o lobo habitará com o cordeiro não pode ser literal: foi esse o motivo de os judeus não terem reconhecido Jesus como Messias, uma vez que estas coisas não aconteceram.
OS PADRES OCIDENTAIS. A característica é a fuga da leitura alegórica. O grande iniciador da literatura latina foi Tertuliano.
São Jerónimo foi o que mais estudou a Bíblia e o maior biblista da antiguidade: a Vulgata é, ainda hoje, a tradução para latim mais usada. Ele usou a Héxapla de Orígenes e o texto hebraico mas distanciou-se da leitura alegórica.
S. Agostinho respondeu à questão do comportamento, por vezes inaceitável, de alguns dos patriarcas bíblicos: a linguagem tem significados que Deus pretende e que vão além da intenção do autor humano. Ele regressa à alegoria mas mantém a atenção ao sentido literal das narrações.
A Idade Média. A época que preparou muitas das descobertas que vieram mais tarde, contrariando a designação de “Idade das Trevas”. Avançou-se no conhecimento da gramática das línguas bíblicas. Destaca-se entre todos S. Tomás de Aquino. Os seus comentários envolviam filosofia tanto como teologia. Ele marca uma viragem para a consideração do sentido literal e para o uso de outros textos bíblicos para explicar um texto.
O Renascimento e a Reforma. Com o aparecimento da imprensa no séc. XV, o poderio da Igreja sofreu um resvés. As ideias espalhavam-se rapidamente e começou uma certa contestação às decisões de Roma. Aparece então Lutero, figura essencial neste período. Um monge ele próprio, revoltou-se contra a simonia e a ganância do clero, e começou a defender a doutrina da salvação pela fé, prescindindo das obras (baseado em Rom 1, 17: “o justo viverá da fé”, cf. Hab 2, 4). Escreveu 30 comentários bíblicos.
Outra figura essencial deste tempo, e o pai da exegese moderna, foi João Calvino. A sua interpretação partia do sentido literal, o que o próprio autor humano do texto pretendera transmitir; trabalhou a partir das línguas bíblicas e usou a edição crítica do NT de Erasmo de Roterdão. Tudo isto em coerência com o princípio de que a tarefa do exegeta é abrir aos leitores actuais a mente do autor antigo. Ele entrou em polémica com os Padres e as alegorias por os considerar artificiais; propôs-se escrever sobre todos os livros da Bíblia mas quando faleceu faltava ainda mais de um terço da Bíblia.
Entre os responsáveis pela resposta católica aos reformadores figuram Tomás de Vio e Roberto Belarmino. O primeiro escreveu vários comentários bíblicos que tiveram influência em Trento; o segundo foi responsável pela revisão da Vulgata, a chamada Bíblia Clementina que e que vigorou até ao Vat. II.
Iluminismo e a força da razão. Uma nova confiança no poder da inteligência humana foi visível nas ciências naturais e a razão, a nível filosófico, passou o princípio essencial para os intelectuais. Descartes Kant sobressaem na Filosofia; outros foram teólogos, como Espinoza. Este descendente de judeus portugueses defendia que a Bíblia tinha de ser conhecida de forma indutiva, tal como a natureza; muito do que ela contém é fruto de uma cultura que nos é desconhecida mais do que da verdade eterna de Deus.
Dignos de nota foram também os luteranos Bauer e David Strauss. Strauss escreveu uma “Vida de Jesus” em que considerava como mitos alguns dos acontecimentos da vida de Jesus: mito para ele era o resultado do que tinha sido visto pelas testemunhas e posteriormente enriquecido ou revestido com outras roupagens e detalhes. Ele negava não só o dilúvio, mas também o nascimento virginal de Jesus e a ascensão; o que é novo neste contexto é uma acentuada tendência a negar qualquer valor histórico aos evangelhos.
A crítica das formas, séc XX. Um pioneiro no estudo comparado da literatura bíblica foi Hermann Gunkel. O famoso “sitz in leben”, o contexto vital é aqui um conceito chave; há uma reconstituição dos estados de formação do texto, até ao ponto das suas origens não israelitas. Este método faz reconhecer os elementos mitológicos do livro do Génesis e foi mais tarde provado pela arqueologia; a autoria dos textos é vista como resultado da experiência colectiva de um povo e não de simples indivíduos.
A leitura canónica. Brevard Childs defendeu a necessidade de se fazer uma leitura canónica dos textos bíblicos. O estudo de um texto deve levar em linha de conta que os diferentes livros foram recolhidos há muitos séculos pelos redactores. Será, por isso, necessário considerar como é que estes redactores interpretavam esses livros; é a ideia de que cada texto não pode ser interpretado de forma isolada em relação ao resto do cânone.
Outras tendências recentes. Existe uma grande diversidade de correntes interpretativas, algumas dignas do nome de método, outras melhor entendidas como “aproximações”. Alguns exemplos são a recente leitura a partir das ciências sociais, como a antropologia cultural; é uma tentativa de reconstituir o ambiente daquele tempo em todos os seus aspectos. Pioneiros foram J. Elliot e Malina, entre outros.
Sob a designação de abordagem narrativa há um número cada vez maior de autores a desenvolver um trabalho meritório. Não esquecendo que a chamada análise literária engloba coisas tão diferentes como géneros literários ou assuntos de crítica textual… a novidade de que falamos aqui é a da introdução de uma série de novas palavras na linguagem exegética.
Categorias como leitor, narrador, leitor implícito, construção de personagens, caracterização das personagens, sistema de valores inerente à narrativa, ponto de vista dos intervenientes, etc. Este “método” usa as mesmas ferramentas que os autores dedicam a toda a grande literatura mundial; o objectivo é mostrar e descrever a riqueza dos textos e evidenciar a arte literária dos seus autores. Robert Alter.
Teólogos que marcaram a história da Bíblia - Textos
“Há duas razões pelas quais os textos não são compreendidos: se estão velados por sinais que são desconhecidos ou ambíguos. Os sinais podem ser simples ou metafóricos. São simples quando são usados para designar aquelas coisas para que foram orientados originalmente, como quando dizemos boi para significar o animal que todos aqueles que partilham a língua (latina) connosco chamam por este nome.
São metafóricos quando as próprias coisas que significamos com as palavras simples são usadas para significar outra coisa, como quando dizemos boi, e por esta sílaba entendemos o animal que normalmente assim é chamado, mas também por este animal entendemos o evangelista, o qual a própria escritura significa, de acordo com a interpretação do Apóstolo de não açaimarás o boi que debulha o grão (1Cor 9, 9; Dt 25, 4).
S. Agostinho, De doctrina christiana, livro 2, 15.
“Aquilo que é ensinado de forma metafórica numa parte da Escritura é ensinado de uma forma mais aberta em outras partes”.
Suma Teológica, 1.1.9
“Eu respondo que o autor Das Escrituras é Deus, a quem pertence o poder de significar o seu sentido não apenas em palavras (como o homem também faz), mas também nas próprias coisas. Assim, enquanto em todas as outras ciências as coisas são significadas por palavras, esta ciência tem a propriedade de que as coisas significadas pelas palavras têm elas próprias significado. Por isso, o primeiro significado, no qual as palavras significam coisas, pertence ao primeiro sentido, o histórico ou literal.
Aquele significado pelo qual as coisas significadas pelas palavras têm elas próprias significado é chamado sentido espiritual, que é baseado no literal e o pressupõe. Ora, este sentido espiritual tem uma divisão tripartida. Porque, como diz o apóstolo (Heb 10, 1) a Velha Lei é a figura da Nova Lei, e Dionísio diz “a Nova Lei é, ela própria, uma figura de glória futura”. Novamente, na Nova Lei, o que quer que a nossa Cabeça tenha feito é um tipo do que nós devemos fazer.
Então, enquanto as coisas da Velha Lei significam as coisas da Nova Lei, há um sentido alegórico; enquanto as coisas feitas em Cristo ou as coisas que significam Cristo são tipo do que devemos fazer, há sentido moral. Mas enquanto significam o que se relaciona com a glória eterna, há sentido anagógico. Uma vez que o sentido literal é aquele que o autor pretende e o autor da Sagrada Escritura é Deus, que por um acto compreende todas as coisas no seu intelecto, não é desadequado, como diz Agostinho, se mesmo de acordo com o sentido literal, uma palavra na Escritura tem vários sentidos.”
Suma Teológica, 1.1.10.
Para Lutero, o Novo Testamento era constituído principalmente pelo Evangelho de São João e pelas Cartas de São Paulo e São Pedro; ao contrário, os três Evangelhos sinópticos não lhe mereciam muito apreço. No prólogo de uma de suas edições do Novo Testamento, escreve:
"Deve-se distinguir entre livros e livros. Os melhores são o Evangelho de São João e as Epístolas de São Paulo, especialmente aquelas aos Romanos, aos Gálatas e aos Efésios, e a 1ª Epístola de São Pedro; estes são os livros que te manifestam a Cristo e te ensinam tudo o que precisas para a salvação, ainda que não conheças nenhum dos outros livros. A Epístola de São Tiago, diante destas, nada mais é que palha, pois não apresenta nenhuma marca evangélica".
De outro lado, nega que a Epístola aos Hebreus pertença a São Paulo; e da Epístola de São Judas, diz que é um extracto da de São Pedro e, portanto, desnecessária. A respeito do Apocalipse, expressa sua rejeição, pois não concebe que Cristo aja como um juiz severo:
"Não encontro neste livro nada que seja apostólico, nem profético"
Quanto aos livros do Antigo Testamento, faz uso do mesmo procedimento arbitrariamente selectivo de aceitá-los ou rejeitá-los conforme coincidam ou não com as suas próprias interpretações teológicas. Apesar disso, a Bíblia de Vitembergue seguiu seu incessável curso e continuou a ser aceita por um amplo sector do povo alemão e também dos países do norte da Europa.
Lluís Pifarré
http://www.veritatis.com.br/article/4894
“É Ele que nos torna aptos para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, enquanto o Espírito dá a vida.” (2Cor 3, 6)
A exposição forçada por Orígenes divulgou-se bastante –segundo a qual por letra dever-se-ia entender gramatical e genuíno sentido da Escritura, ou sentido literal, (como é chamado) e de que por espírito se entende o sentido alegórico que é normalmente reconhecido por ser o sentido espiritual. Dessa maneira, durante vários séculos, nada era mais difundido e aceite do que isto –que Paulo aqui fornece a chave para se expor a Escritura por alegorias, embora nada fosse mais alheio às suas intenções.
Porque pelo termo letra ele quer dizer a pregação exterior, do tipo que não chega ao coração; e, por outro lado, por espírito ele quer dizer doutrina viva, de uma tal natureza que é eficaz (1Ts 2, 13) nas mentes dos homens, pela graça do Espírito. Pela palavra letra, portanto significa-se pregação literal –ou seja, morta e ineficaz, percebida apenas pelo ouvido.
Pelo termo espírito significa-se doutrina espiritual, ou seja, não apenas dita com a boca, mas que chega de facto às almas dos homens com um sentimento vivo.
Comentário a Coríntios, João Calvino.
(Critérios para distinguir o não histórico na Narrativa dos Evangelhos)
Quando a narração é irreconciliável com as conhecidas leia universais que governam o curso dos eventos. De acordo com estas leis, em acordo com todas as justas concepções filosóficas e toda a experiência credível, a causa absoluta nunca disturba as causas secundárias por actos arbitrários actos isolados de interposição, mas antes manifesta-se na produção do agregado de causalidades finitas e da sua acção recíproca.
Quando, por isso, encontramos um relato de certos fenómenos e acções das quais é expressamente afirmado ou subentendido que foram produzidas pelo próprio Deus de forma imediata (aparições divinas, vozes do céu, e assim), ou por seres humanos possuídos por poderes sobrenaturais (milagres, profecias), tal relato adequa-se a ser considerado não histórico.
E, porquanto o misturar do mundo espiritual com o humano é encontrado apenas em registos não autênticos e não pode ser reconciliado com as concepções justas; então narrações de anjos e diabos, da sua aparição em forma humana e interferência em assuntos humanos, não podem ser recebidas como históricas.
A Vida de Jesus, David Strauss
Muitos mitos respondem a questões e ensinam. Assim é com as histórias primordiais do Génesis. A história da criação pergunta: de onde vêm o céu e a terra? Porque é o sábado santo? A narração do jardim pergunta: de onde vêm o intelecto humano e o destino da morte? De onde vêm o corpo humano e o espírito? De onde vem a linguagem? De onde vem o amor entre os géneros?
Porque é que a mulher sofre tanto no parto, o homem tem de lavrar a terra teimosa e a serpente rasteja sobre o seu ventre? E por aí fora. Nestes casos, a resposta à questão constitui o conteúdo intrínseco da história.
As histórias do Génesis, Hermann Gunkel
A aproximação canónica à Bíblia Hebraica não faz afirmações dogmáticas sobre a literatura separadas da própria literatura, como se estes textos contivessem apenas verdades intemporais ou comunicadas num idioma único, mas antes estuda-os como escritos histórica e teologicamente condicionados aos quais foi dada uma função normativa na vida desta comunidade.
Também é reconhecido que os textos tiveram uma função religiosa, em relação directa com o culto e o serviço de Deus que Israel professava ser a fonte da palavra divina. A testemunha que é o texto não pode ser separada da realidade divina de que Israel deu testemunho como sendo quem provocou uma resposta
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