Se você ouvisse Levi dizendo: nossos antepassados, que ficaram muito
tempo entre os egípcios, perambularam nas regiões desérticas e depois se
fixaram na chamada terra prometida, viviam debaixo de mandamentos, não
debaixo do amor - qual seria a sua reação?
Vamos examinar. Quando saíram do ambiente paradisíaco onde tinham estado, Adão pode ter dito a Eva: bem, mulher, a pena que o Criador nos impôs foi severa, mas, tá bom, ele também foi benevolente para conosco e nos preservou a vida. Até fez vestes de pele para nós! (Gn 3).
Depois, o coração de mãe, sofrendo com a brutalidade do filho mais velho que espancou o irmão até a morte, pode ter encontrado forças numa conversa em casa. Abel foi morto, não volta mais. E Caim foi embora, marcado, a essas horas está muito longe de nós. Mas podemos agradecer por Abel, que foi aceito por Deus na oferta que apresentou. Também por Caim, que seguiu o seu caminho com uma proteção especial, apesar de ter feito o que fez (Gn 4). Aquela marca foi o sinal de que ele contaria com um favor divino. Favor imerecido.
Vejamos agora o bisneto do patriarca. Foi jogado num poço, por causa de inveja. Depois foi vendido e seguiu numa caravana de mercadores. Acabou sendo preso sem ter cometido crime algum. Mas, com o tempo tudo ficou claro. Isso fazia parte de um plano bem superior, que levou José à maturidade suficiente para exercer uma forte liderança no Egito e salvar aqueles seus irmãos e toda a região, na época de escassez (Gn 50). Não foi pura graça? Ele usou a autoridade que tinha, mas beneficiou generosamente a muitos.
Que dizer dos dez mandamentos, tidos como o núcleo principal de todo o trabalho de Moisés? As tábuas da lei porventura não são demonstrações da graça endereçada a toda humanidade? Trazem quatro instruções sobre como se relacionar com o Criador, e seis orientações sobre como proceder para com os semelhantes ( Êx 20). O nazareno, mais tarde, mostrou que a primeira parte significa amar a Deus sobre todas as coisas, e a segunda amar ao próximo como a si mesmo. A verdade é que os israelitas sempre enxergaram a lei como instrução, não como punição. É a graça querendo boa qualidade de vida para todos nós.
Estamos acostumados a associar a graça com a atuação do Espírito Santo em nós. Alguns dizem que essa bênção veio com o Novo Testamento. Mas, o Espírito atuava intensamente no tempo do Antigo. Para trabalhar no artesanato com tecidos, peles de animais, e também com ouro, cobre, prata, madeira e pedras preciosas, os hebreus contavam com a graça que os qualificava (Êx 31). E Ageu fez o solene registro de que o Espírito do Senhor mora com os israelitas, então a sua graça os ajuda a prosseguir sem medo. Claro que ele conhecia e cantava os Salmos 13 e 63, repetindo sempre: “no tocante a mim, confio na tua graça (benevolência)”, e “a tua graça (magnanimidade) é melhor que a vida”.
Todo ato de misericórdia é um ato da graça, você não acha? Ezequiel, quando recorda os acontecimentos, afirma que Deus se fez conhecer aos homens, tirou o seu povo da escravidão, e o fez passar pelo deserto para receber os estatutos e aprender os costumes que levam a uma vida de liberdade, fartura e bem estar (Ez 20). É a graça articulada com a disciplina. Ele repreende a quem ama (Pv 3), assim como nós aos filhos a quem queremos bem. Quão grandes e perceptíveis sinais da graça foram a nuvem de dia e a coluna de fogo à noite sobre o povo no deserto! Lei e graça sempre estiveram juntas. Uma nunca excluiu a outra.
Por acaso no período entre os dois testamentos foi diferente? Naquele tempo se fortaleceu o costume de se reunir para estudos em sinagogas. Naqueles anos se consolidou o sinédrio como tribunal de justiça. Naquela época um tanto conturbada se formaram grupos com diversas ênfases na vida judaica. E a graça preservou o povo israelita. O esforço de viver na lei sempre foi confirmado com a graça. A nossa resposta à graça é jamais vivermos fora da lei, nem acima dela.
A primeira aliança já possibilitava ter familiaridade com a lei e reconhecer o milagre da graça. Na segunda aliança, que renova e confirma a primeira, são corrigidos os excessos que algumas lideranças haviam ensinado indevidamente. Assim como Levi não diria que cumpre o mandamento sem o auxílio gracioso dos céus, o discípulo de Jesus não diria que vive na graça sem observar a lei. “Crer e observar” é o seu hino.
Certamente cresce em nosso tempo o número dos que percebem esta verdade claramente. A Bíblia inteira é o livro da firme instrução disciplinar e do abundante amor construtivo. É preciso estar na lei, com a graça, sem o legalismo, pois é assim que valorizamos a vida. Paz e bem
Vamos examinar. Quando saíram do ambiente paradisíaco onde tinham estado, Adão pode ter dito a Eva: bem, mulher, a pena que o Criador nos impôs foi severa, mas, tá bom, ele também foi benevolente para conosco e nos preservou a vida. Até fez vestes de pele para nós! (Gn 3).
Depois, o coração de mãe, sofrendo com a brutalidade do filho mais velho que espancou o irmão até a morte, pode ter encontrado forças numa conversa em casa. Abel foi morto, não volta mais. E Caim foi embora, marcado, a essas horas está muito longe de nós. Mas podemos agradecer por Abel, que foi aceito por Deus na oferta que apresentou. Também por Caim, que seguiu o seu caminho com uma proteção especial, apesar de ter feito o que fez (Gn 4). Aquela marca foi o sinal de que ele contaria com um favor divino. Favor imerecido.
Vejamos agora o bisneto do patriarca. Foi jogado num poço, por causa de inveja. Depois foi vendido e seguiu numa caravana de mercadores. Acabou sendo preso sem ter cometido crime algum. Mas, com o tempo tudo ficou claro. Isso fazia parte de um plano bem superior, que levou José à maturidade suficiente para exercer uma forte liderança no Egito e salvar aqueles seus irmãos e toda a região, na época de escassez (Gn 50). Não foi pura graça? Ele usou a autoridade que tinha, mas beneficiou generosamente a muitos.
Que dizer dos dez mandamentos, tidos como o núcleo principal de todo o trabalho de Moisés? As tábuas da lei porventura não são demonstrações da graça endereçada a toda humanidade? Trazem quatro instruções sobre como se relacionar com o Criador, e seis orientações sobre como proceder para com os semelhantes ( Êx 20). O nazareno, mais tarde, mostrou que a primeira parte significa amar a Deus sobre todas as coisas, e a segunda amar ao próximo como a si mesmo. A verdade é que os israelitas sempre enxergaram a lei como instrução, não como punição. É a graça querendo boa qualidade de vida para todos nós.
Estamos acostumados a associar a graça com a atuação do Espírito Santo em nós. Alguns dizem que essa bênção veio com o Novo Testamento. Mas, o Espírito atuava intensamente no tempo do Antigo. Para trabalhar no artesanato com tecidos, peles de animais, e também com ouro, cobre, prata, madeira e pedras preciosas, os hebreus contavam com a graça que os qualificava (Êx 31). E Ageu fez o solene registro de que o Espírito do Senhor mora com os israelitas, então a sua graça os ajuda a prosseguir sem medo. Claro que ele conhecia e cantava os Salmos 13 e 63, repetindo sempre: “no tocante a mim, confio na tua graça (benevolência)”, e “a tua graça (magnanimidade) é melhor que a vida”.
Todo ato de misericórdia é um ato da graça, você não acha? Ezequiel, quando recorda os acontecimentos, afirma que Deus se fez conhecer aos homens, tirou o seu povo da escravidão, e o fez passar pelo deserto para receber os estatutos e aprender os costumes que levam a uma vida de liberdade, fartura e bem estar (Ez 20). É a graça articulada com a disciplina. Ele repreende a quem ama (Pv 3), assim como nós aos filhos a quem queremos bem. Quão grandes e perceptíveis sinais da graça foram a nuvem de dia e a coluna de fogo à noite sobre o povo no deserto! Lei e graça sempre estiveram juntas. Uma nunca excluiu a outra.
Por acaso no período entre os dois testamentos foi diferente? Naquele tempo se fortaleceu o costume de se reunir para estudos em sinagogas. Naqueles anos se consolidou o sinédrio como tribunal de justiça. Naquela época um tanto conturbada se formaram grupos com diversas ênfases na vida judaica. E a graça preservou o povo israelita. O esforço de viver na lei sempre foi confirmado com a graça. A nossa resposta à graça é jamais vivermos fora da lei, nem acima dela.
A primeira aliança já possibilitava ter familiaridade com a lei e reconhecer o milagre da graça. Na segunda aliança, que renova e confirma a primeira, são corrigidos os excessos que algumas lideranças haviam ensinado indevidamente. Assim como Levi não diria que cumpre o mandamento sem o auxílio gracioso dos céus, o discípulo de Jesus não diria que vive na graça sem observar a lei. “Crer e observar” é o seu hino.
Certamente cresce em nosso tempo o número dos que percebem esta verdade claramente. A Bíblia inteira é o livro da firme instrução disciplinar e do abundante amor construtivo. É preciso estar na lei, com a graça, sem o legalismo, pois é assim que valorizamos a vida. Paz e bem
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