A vida do cristão é permeada por
sacrifício e renúncia, pois, “já não sois hóspedes nem peregrinos, mas
concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Efésios 2,19), por
esse motivo, devemos viver como tal. Não basta denominar-se “católico de IBGE”, necessário é buscar as coisas do Alto.
A
Palavra de Deus diz em Colossenses 3,2: “Afeiçoai-vos às coisas lá de
cima, e não às coisas da terra”. À primeira vista, achamos uma palavra
comum, porém como é sacrificante viver esta palavra no seu sentido
total! Requer muita fé e disciplina. Explico: “Afeiçoar-se às coisas lá
de cima” quer dizer renunciar pequenas coisas do dia a dia, atos que nem
sempre fazemos.
Estamos atados, por assim dizer, às
coisas da terra, de tal maneira que, por diversas vezes, não cumprimos o
primeiro dos mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Se é
sobre “todas as coisas”, é preciso valer para tudo; não somente para o
que é conveniente a nós. Precisa valer sobre nossos afazeres, nossas
vontades, nossa própria família. Quantas vezes faltamos à Missa
dominical para irmos ao cinema, ao teatro, a um aniversário? Ser fiel a
esta Palavra significa viver estreitamente “as coisas do Alto”.
Enquanto nosso espírito aspira pelas
coisas eternas, nossa carne pede as coisas da terra como fofocas,
mentiras (mesmo aquela mentira aceita socialmente), olhares maliciosos,
pensamentos torpes, conversas libidinosas etc.; cedendo a essas coisas,
sufocamos nossa alma com nossa liberdade mal empregada. Por vezes, rezar
uma Ave-Maria durante o dia se torna entediante.
A Sagrada Escritura segue nos admoestando: “Mortificai, pois, os
vossos membros…” (Colossenses 3,5). Nossos membros e sentidos, com
efeito, estão imperando sobre nossa vida a ponto de não conseguirmos
ouvir uma exortação, pois logo revidamos, porque nunca estamos errados. Falta-nos ouvir em silêncio como Maria o fez, mesmo sem entender, ainda que o fogo de nossa vontade queime em nosso interior.“‘Afeiçoar-se às coisas lá de cima’ quer dizer renunciar pequenas coisas do dia a dia”Nossos erros, constantemente, são justificados; procuramos a quem culpar, não nos reconhecemos como pecadores. A arrogância, a autossuficiência do homem moderno chegou a uma estatura que não se admite mais sermos dependentes da misericórdia de Deus Pai. Toda essa realidade é afeiçoar-se às coisas do Alto e, consequentemente, mortificar nossos sentidos e membros, ou seja, toda vontade dentro de nós. Entretanto, será que conseguimos ainda dizer não a nós mesmos para satisfazer o próximo ou continuamos em nosso mundo egoístico?
Um desafio ao qual você pode
submeter-se, para testar sua busca pelas alturas, é marcar quanto tempo
consegue ficar navegando na internet pelas redes sociais e sites; e
depois comparar com o tempo que você permanece com a Palavra de Deus,
com a oração do terço. Isso somente se tornará um desafio para você
quando conseguir obter constância na oração, aliás, a constância
espiritual foi um dos vários segredos para que os santos conquistassem o céu.
Concluo lembrando da frase de Dom Bosco
que diz: “Quem obedece nunca erra”. Discípulo apaixonado por Jesus tem
um ouvido atento à voz do Senhor e daqueles que lhe orientam a alma.
Observando esses conselhos, estaremos macerando tudo em nós e deixando
Cristo imperar em nossa vida; somente assim poderemos fazer das palavras
de São Paulo as nossas, “ mas já não sou eu quem vive, é Cristo que
vive em mim” (Gálatas 2,20).
Graça e Paz!
Rodrigo Stankevicz
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