Foi dada a largada para as eleições de 2010, todos os candidatos estão em plena campanha eleitoral. Todos estão autorizados a fazer comícios, carreatas, propaganda móvel nas ruas e até via internet. Mas é preciso seguir regras definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Caro eleitor, você tem em suas mãos o poder para construir ou para destruir seu próprio Estado ou País. Seu voto é um tesouro para a construção de um mundo melhor se for bem utilizado.Seu voto poderá ser também uma bomba que destrói e arrasa com seus sonhos, travando o progresso, castigando o povo, piorando tudo; talvez enriquecendo poucos, às custa de todos. Por isso, seu voto não pode ser trocado por favor algum. Não há recompensa que possa pagar o valor do voto. Ele não tem preço.
Em artigo escrito pelo Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho ele faz profunda reflexão e nos instrue que "...O ideal seria que, dentre os que desejam se incorporar à edilidade, a comunidade escolhesse um ou dois e neles centrasse seus votos, o que seria um óbice aos aventureiros locais ou às aves de arribação. Entretanto, todos os que desejam servir à sua urbe necessitam ir além da estrutura social para sempre contemplar as pessoas que vivem os acontecimentos históricos. Devem estar dispostos a ações concretas, longe da maldita corrupção que tem enxovalhado tantos homens públicos. Cientes de que as instituições e a sociedade no seu conjunto devem estar a serviço sobretudo dos mais pobres e deserdados da fortuna. É participando da história do mundo visível que cada um trabalha no crescimento da sociedade, mas com critérios bem definidos e humanos. São atos, decisões, engajamentos que tomam sentido e valor numa atividade em prol do bem comum. Cabe ao eleitor não confiar mandato aos míopes que não enxergam a complexidade dos problemas a serem solucionados por lhes faltarem perspicácia ética e pragmática. Merecem votos os que têm plena consciência do respeito ao contribuinte que vê, tantas vezes, malbaratados os altos impostos que paga. O grande perigo é, de fato, a malversação, a dilapidação do dinheiro público, a má administração, a má gerência dos recursos que devem estar a serviço do desenvolvimento de todo o povo. Há necessidade de políticos de visão concernente a todos os aspectos da vida econômica, social, individual. Mister se faz a reforma das administrações públicas para que se solucionem as questões que afligem as comunidades. Modificação da lógica que considera os seres humanos como objetos submetidos à quantificação e não como seres dotados de autonomia, inteligência e afetividade. Cumpre haja uma política de restauração ou instauração da qualidade de vida. Políticos preocupados não com obras faraônicas, mas com a vida cotidiana do cidadão, sobretudo com a diminuição das doenças sócio-psico-somáticas provocadas pelo descuido com a saúde pública, firmes no combate a todo tipo de desordem." * Professor no Seminário de Marina - MG
Em pronunciamento Dom Luciano Mendes de Almeida (em memória) ele nos orientou sabiamente que "No período eleitoral, todos devemos nos voltar para o nosso povo sofrido e atender as suas necessidades religiosas.Para as exigências de uma vida mais digna, que os partidos devem considerar cada vez mais essa prioridade e colocar a pessoa em primeiro lugar. Isso para o bem do país, que há de atrair as bênçãos de Deus."
Os Bispos Católicos do Regional Sul 1, da CNBB (Estado de São Paulo), no cumprimento de sua missão pastoral, oferecem as seguintes orientações aos seus fiéis para a participação consciente e responsável no processo político-eleitoral deste ano:
1 - O poder político emana do povo. Votar é um exercício importante de cidadania, por isso, não deixe de participar das eleições e de exercer bem este poder. Lembre-se que seu voto contribui para definir a vida política do País e do nosso Estado.
2- O exercício do poder é um serviço ao povo. Verifique se os candidatos estão comprometidos com as grandes questões que requerem ações decididas dos governantes e legisladores: a superação da pobreza, a promoção de uma economia voltada para a criação de postos de trabalho e melhor distribuição da renda, educação de qualidade para todos, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e defesa do meio ambiente.
3- Governar é promover o bem comum. Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com a justiça e a solidariedade social, a segurança pública, a superação da violência, a justiça no campo, a dignidade da pessoa, os direitos humanos, a cultura da paz e o respeito pleno pela vida humana desde a concepção até à morte natural. São valores fundamentais irrenunciáveis para o convívio social. Isso também supõe o reconhecimento à legítima posse de bens e à dimensão social da propriedade.
4 -O bom governante governa para todos. Observe se os candidatos representam apenas o interesse de um grupo específico ou se pretendem promover políticas que beneficiem a sociedade como um todo, levando em conta, especialmente, as camadas sociais mais frágeis e necessitadas da atenção do Poder público.
5 - O homem público deve ter idoneidade moral. Dê seu voto apenas a candidatos com “ficha limpa”, dignos de confiança, capazes de governar com prudência e equidade e de fazer leis boas e justas para o convívio social.
6 - Voto não é mercadoria. Fique atento à prática da corrupção eleitoral, ao abuso do poder econômico, à compra de votos e ao uso indevido da máquina administrativa na campanha eleitoral. Fatos como esses devem ser denunciados imediatamente, com testemunhas, às autoridades competentes. Questione também se os candidatos estão dispostos a administrar ou legislar de forma transparente, aceitando mecanismos de controle por parte da sociedade. Candidatos com um histórico de corrupção ou má gestão dos recursos públicos não devem receber nosso apoio nas eleições.
7 - Voto consciente não é troca de favores, mas uma escolha livre. Procure conhecer os candidatos, sua história pessoal, suas idéias e as propostas defendidas por eles e os partidos aos quais estão filiados. Vote em candidatos que representem e defendam, depois de eleitos, as convicções que você também defende.
8 - A religião pertence à identidade de um povo. Vote em candidatos que respeitem a liberdade de consciência, as convicções religiosas dos cidadãos, seus símbolos religiosos e a livre manifestação de sua fé.
9 - A Família é um patrimônio da humanidade e um bem insubstituível para a pessoa. Ajude a promover, com seu voto, a proteção da família contra todas as ameaças à sua missão e identidade natural. A sociedade que descuida da família destrói as próprias bases.
10 - Votar é importante, mas ainda não é tudo. Acompanhe, depois das eleições, as ações e decisões políticas e administrativas dos governantes e parlamentares, para cobrar deles a coerência para com as promessas de campanha e apoiar as decisões acertadas.
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