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ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

NO MEIO DA CIDADE, O MEIO AMBIENTE

Se toda a poesia numa palavra

Eu ficaria com Jardim.
Gerson Borges
Há muitos anos, quando Jacques Cousteau revelava imagens da vida marinha, ao mesmo tempo em que mostrava preocupação com a manutenção do equilíbrio da ecologia e com a preservação das espécies, ambientalismo e ecologia eram assuntos para poucos. Parece que a ficha começa a cair cada vez mais para a maioria das pessoas. Ter consciência ecológica e cuidado com o planeta significa atentar-se para a própria casa. Aliás, a expressão eco, tão presente hoje em dia, vem do grego e significa “casa”.
A Bíblia começa num jardim e termina numa cidade. Há o jardim do Éden em Gênesis e há a Nova Jerusalém em Apocalipse. Ambos -- jardim e cidade santa -- não têm santuário, pois Deus mesmo é o seu santuário e em ambos a vida se dá em sua presença de forma ininterrupta, plena e sem obstáculos. Vivemos entre o jardim que passou e a cidade celestial que virá. Perdemos o jardim e dele sentimos saudade; moramos na cidade e vemos com esperança a Nova Jerusalém. Até a árvore da vida está lá. O jardim foi feito por Deus e lá ele colocou o homem, criado conforme sua imagem e semelhança, para com ele se relacionar e cuidar da criação. A Nova Jerusalém desce do céu, da parte de Deus, para se instalar entre os homens.
Se o jardim é criação das mãos bondosas de Deus, a cidade é realização das mãos ensanguentadas de Caim, que edificou a primeira, para nela habitar, depois de ter matado o irmão, Abel, e se retirado da presença do Senhor. Porém, o grande construtor de cidades foi Ninrode, neto de Cam, que era filho de Noé. É o primeiro homem descrito na Bíblia como poderoso e caçador. Edificou várias cidades, entre elas Babel e Nínive, cidades emblemáticas na história bíblica.
No livro “The Meaning of the City”, Jacques Ellul vê na edificação da cidade um ato de rejeição da proteção de Deus, pois quando o homem a edifica ele rejeita a criação de Deus, opondo-se ao jardim. Segundo Ellul, em sua origem a cidade é lugar da autoproteção do homem e ao mesmo tempo uma tentativa de fugir da maldição de Deus. Por isso, ela é resultado da alienação de Deus, e também elemento alienante para o homem do resto da criação. O homem refugiou-se na cidade para não ter de dizer: “O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela” (Sl 18.2). Na cidade o homem enganosamente pensou que não precisava mais do jardim.
A Nova Jerusalém é fruto da graça de Deus que trouxe redenção ao homem e a tantas das suas realizações. É fruto final da busca amorosa de Deus pelas cidades. É o caso de Nínive, Jerusalém, Samaria. Assim, a Nova Jerusalém é habitação eterna do Criador com sua criatura, a união dos propósitos divinos que santificam os projetos humanos por meio do Cordeiro. É cidade com alma de jardim.
A redenção de Jesus Cristo abrange toda a criação. Paulo deixa isso claro em Romanos 8.19-22. Ser discípulo de Jesus não é só voltar à comunhão com Deus perdida no jardim -- é encher-se de esperança pela realização da cidade santa trabalhando hoje para que o jardim brote novamente no meio da cidade. Isso é dar o devido valor e dignidade àquilo que Deus criou. É ter a mente de um cidadão e o coração de um jardineiro.

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