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quarta-feira, 9 de junho de 2010

A primeira coisa a entender é que não se trata de instâncias opostas entre as quais precisemos optar, nem de níveis diferentes de prioridade. Todas essas “obediências” estão ordenadas ao mesmo fim, que é unir o homem a Deus.

E já que Deus nos “cerca” de forma assim tão ampla, é bom lembrar que a união com Deus não é uma prisão ou uma limitação, mas é, ao contrário, a única forma pela qual o homem pode realizar-se e encontrar sua felicidade. Portanto, o objetivo que está por trás dessa “obrigação” de obedecer a Deus é, simplesmente, a nossa felicidade, o nosso interesse, o nosso bem.
Alguns teólogos pós-modernos sentem dificuldade para compreender isso, e, em seus pruridos de independência, olham feio para os antigos que, cheios de humilde reverência, diziam que nossa missão neste mundo era dar glória a Deus. E esquecem-se de que esses mesmos antigos sabiam muito bem que “a glória de Deus é o homem vivo”... Que Deus é glorificado quando o homem é feliz, quando tem vida em abundância, quando chega a desenvolver em plenitude todas as suas potencialidades, especialmente as mais nobres. Para isso Jesus se encarnou e morreu na cruz... E ouso acreditar que esses antigos, que se esqueciam de si próprios para dar glória a Deus e assim ensinavam a fazer, eram mais felizes e espalhavam mais felicidade em torno de si do que aqueles que, hoje, destronam Deus de sua glória com a desculpa de que o poder não combina com a misericórdia.
Acontece que, assim como não se beneficia a humanidade envenenando o ar que ela respira ou a água que lhe é essencial – ainda que, numa visão imediatista, tais coisas sejam feitas visando o progresso e o bem-estar – da mesma forma, não se promove o bem do homem afastando-o da fonte criadora e alimentadora de sua vida, que é Deus. Isso é feito, muitas vezes, de forma disfarçada, por uma sutil negação da superioridade e transcendência dessa fonte que é também a nossa meta, levando-nos assim a negligenciar a honra e a submissão que lhe devemos. Dessa forma, só conseguimos dificultar nossa felicidade, ainda que, dentro de um ponto de vista estreito, tal “rebeldia” possa às vezes parecer benéfica.
Nunca se busca demasiadamente a Deus, no sentido de renunciar a si próprio para entregar-se à sua vontade, de reconhecer-se dependente dele. Nesse campo, nunca se peca por excesso, apenas por falta, porque quanto mais completamente nos submetermos a Deus, melhor será para nós, em qualquer sentido. O que pode acontecer – e acontece com frequência – é nos enganarmos, pensando estar buscando a Deus quando, na verdade, estamos buscando a nós mesmos, iludidos sobre o que é melhor para nós.
Exatamente por isso é que existem essas “instâncias” complementares – instituídas pelo próprio Deus – para nos auxiliar no discernimento do caminho que nos levará à felicidade. A função da consciência é, justamente, indicar-nos qual é a vontade de Deus. Não se obedece a Deus “ou” à consciência, ou primeiro a Deus, e, depois dele, à consciência. Obedece-se a Deus sempre, e a consciência nos ajuda a fazer isso, como também as leis e as autoridades.
Mas é bom lembrar, também, que o mandamento de Deus é que o amemos acima de tudo, não que o obedeçamos acima de tudo. A obediência é consequência do amor, e não tem sentido sem ele. Sem amor ninguém obedece, e, quando o faz, é por medo, por coação, por imposição, como os escravos e prisioneiros. Trata-se então de uma obediência que não envolve a livre vontade e decisão, e, por isso, não tem valor para Deus. Ele não nos quer escravos, mas livres. Não nos quer servos, mas filhos (por isso as tábuas da Lei foram entregues depois da libertação do Egito, não antes). Quem se refere à obediência a Deus como algo castrador e imposto de forma tirânica, certamente não ama a Deus, nem compreende o seu amor.
Por outro lado, quem ama obedece naturalmente, espontaneamente, sem esforço e sem sentir-se pressionado, porque todo aquele que ama gosta de agradar ao ser amado e de realizar seus desejos, nisso encontrando sua própria realização. Quem ama a Deus nunca se sente “carregando um peso” ao obedecer-lhe; ao contrário, sente-se privilegiado, honrado, libertado, realizado.
Porque o que nos prende, nos limita e nos rouba a dignidade são exatamente aquelas coisas e atitudes que nos afastam de Deus e de seus caminhos, de sua vontade, de sua graça.
O que nos afasta de Deus, portanto, é mau e nos faz mal. Sabemos, porém, que o mal costuma disfarçar-se de bem, para melhor nos enganar e nos seduzir. Por isso, Deus colocou em nós esse “instinto” natural a que chamamos “consciência”, para nos ajudar a discernir entre o bem e o mal.
Mas a consciência não é autônoma: para exercer seu discernimento, ela depende do conhecimento que temos, das virtudes que cultivamos, etc. Como lembrou o leitor em sua carta, nossa visão é muitas vezes obscurecida por nossas faltas, por idéias erradas, por sentimentos como angústia, ansiedade, medo e dor. Todas essas circunstâncias podem amortecer, confundir ou sufocar a consciência...
Por isso existem os preceitos e mandamentos, como também as autoridades instituídas: para servir como balizas, sinais de trânsito que indicam a direção correta, para que não nos percamos no caminho. Cada uma dessas instâncias tem seu âmbito próprio de ação, e todas se complementam mutuamente.
São Tomás de Aquino dizia ser mais importante obedecer à consciência do que a qualquer outra instância, inclusive a Igreja. Mas isso não significa que a Igreja nos ensine algo errado, e sim, que as suas normas são genéricas, nem sempre prevêem as circunstâncias específicas. Por isso, cabe à consciência interpretar o “espírito” da norma em cada caso, o que não significa passar por cima da norma. Por exemplo, se estamos a caminho da missa e nos deparamos com um acidente onde podemos socorrer a vítima, a consciência nos diz que, nesse caso, a atitude correta é prestar serviço, mesmo que isso nos impeça de cumprir o preceito da missa dominical.
Mas esse discernimento nem sempre é fácil, e por isso Deus nos concede a ajuda das autoridades instituídas, a quem devemos obediência: os pais, os superiores religiosos, os bispos, o Papa...
Quando, por amor a Deus e por obediência, submetemo-nos à decisão de uma autoridade religiosa legítima, podemos ficar absolutamente tranquilos, ainda que não concordemos com a alternativa escolhida. É muito diferente fazer algo que não queremos, e fazer algo que nossa consciência condena. São Tomás de Aquino tinha em mente a preocupação em evitar o pecado, e não, ao contrário, em permiti-lo – que é geralmente a motivação que nos leva, hoje, a buscar pretextos para ignorar as leis de Deus.
Se, depois de esgotadas todas as possibilidades de diálogo com as legítimas autoridades religiosas, subsistir uma verdadeira objeção de consciência, esta deve prevalecer; mas isso dificilmente acontecerá, uma vez que todas essas instâncias visam ao mesmo objetivo: discernir a vontade de Deus.
Margarida Hulsho    Local:Holambra (SP) Inserida por: Administrador

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