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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

ASSUNÇÃO HUMANA NA FAMILA DE DEUS


Enquanto vive na história, a pessoa humana está a construir-se como ser consciente, livre, responsável e capaz de amar.

Isto quer dizer que a humanização do ser humano é um processo gradual e progressivo.

Nascemos como seres inacabados e, por isso estamos em realização, mesmo na sua dimensão espiritual.

A nossa dimensão espiritual não é uma alma estática introduzida em nós num determinado momento.

Deus criou-nos inacabados, a fim de nos criarmos e, deste modo, sermos autores de nós mesmos.

Eis a razão pela qual ninguém pode substituir uma pessoa na tarefa da sua realização.

Começamos por ser aquilo que os outros fizeram de nós, pois não escolhemos a raça, a língua, a família, a cultura ou nacionalidade.

Apesar de não termos escolhido estas coisas elas formam-nos dadas de formam o feixe dos talentos de que dispomos para nos realizarmos.

Os talentos são, pois, os dados preestabelecidos que recebemos dos outros.

Estes dados não se repetem e por isso cada pessoa se estrutura como ser único, original e irrepetível.

A força que faz emergir e robustece o nosso ser espiritual são as relações de amor. As relações são realmente a força geradora da emergência espiritual. Somos, de facto, os protagonistas da nossa humanização.

O que recebemos dos outros é o leque inicial dos nossos talentos e a matéria-prima para levarmos a efeito a nossa realização.

O processo da emergência pessoal culmina na convergência da comunhão universal.

É verdade que ninguém nos pode humanizar, mas a pessoa também não se pode realizar sem os demais, pois está talhada para o encontro e a comunhão.

Com o acontecimento da morte, o nosso ser pessoal-espiritual nasce para a plenitude.

Mas apenas nasce de modo definitivo o que construímos agora na História.

Assim como a nossa identidade biológica se identifica pelo nosso ADN e as nossas impressões digitais, a nossa identidade espiritual identifica-se pelo estilo das nossas relações e pelo nosso jeito de amar.

A nossa identidade fundamental, por ser espiritual é, pois eterna.

Como costumo dizer muitas vezes, dançaremos eternamente o ritmo do amor na Comunhão Universal com o jeito com que treinamos na História.

A pessoa realiza-se, como já afirmamos, através de relações de amor.

O Céu, como podemos compreender, não é um lugar, mas sim habitar a intimidade familiar da Santíssima Trindade e comungar com os irmãos.

É este o mistério da pessoa a emergir para a plenitude do Reino de Deus.

A meta para a qual a pessoa humana está a caminhar é, pois, a divinização mediante a assunção e incorporação na Família de Deus.

Trata-se de uma comunhão orgânica como Jesus diz no evangelho de São João:

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, do mesmo modo quem me comer viverá por mim” (Jo 6, 56-57).

A Carne e o sangue de Cristo ressuscitado é o Espírito Santo, o princípio vital que alimenta a interacção humano-divina de Cristo.

Por outras palavras, a interioridade espiritual humana de Jesus e a interioridade espiritual do Filho Eterno de Deus estão organicamente unidas, formando um só Cristo de grandeza humano-divina.

O Espírito Santo é o princípio animador desta interacção, como diz o evangelho de São João:

“Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes?

A carne não presta para nada. As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62-63).

O Pai e o Filho, em Deus, fazem um no Espírito Santo (Jo 10, 30).

Do mesmo modo, a pessoa de Jesus, o Filho de Maria e o Filho Eterno de Deus fazem um no Espírito Santo.

Podemos dizer que o alicerce da nossa divinização é sólido e inabalável, pois o homem Jesus nunca deixará de organicamente ligado à Santíssima Trindade pelo Espírito Santo.

Por ser homem, Jesus é a condição para que esta dinâmica da divinização se difunda para a Humanidade pela acção Espírito Santo.

Eis a razão pela qual São Paulo afirma que todos os que são movidos pelo Espírito Santo são filhos e herdeiros de Deus Pai, bem como co-herdeiros e irmãos do Filho de Deus (Rm 8, 14-16).

Pelo mistério da Encarnação o Filho único de Deus torna-se o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 29).

O Evangelho de São João diz que a união orgânica que nos liga a Jesus é semelhante à união que existe entre a cepa da videira e os seus ramos (Jo 15, 1-7).

Nós só podemos ser ramos vivos e fecundos se estivermos unidos a Cristo ressuscitado que é a cepa da videira da qual recebemos a seiva da vida, isto é, o Espírito Santo (Jo 15, 4-5).

É através de Cristo ressuscitado que acontece a nossa assunção e incorporação na Família de Deus. A plenitude da pessoa, portanto, acontece nessa Comunhão Universal a que chamamos o Reino de Deus.

No momento da morte e ressurreição de Jesus, a parcela de Humanidade que o precedeu, passou a fazer parte da Família de Deus, pois Cristo e a Humanidade formam um todo orgânico e dinâmico de grandeza humano-divina.

A Primeira Carta de São Pedro diz que Cristo, após a sua morte na cruz, esteve profundamente activo, a fim de difundir a dinâmica ressuscitante do Espírito Santo por todos os seres humanos que o precederam:

“Também Cristo padeceu pelos pecados de uma vez para sempre. O justo sofreu pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus.

Morto na carne, mas vivificado no Espírito Santo, foi então pregar aos que estavam cativos, muitos deles incrédulos como aqueles dos dias de Noé (1 Pd 3, 19-20).

No momento em que Jesus ressuscita, os que o precederam na história entram na plenitude da ressurreição.

Isto não quer dizer que tenham mudado de lugar, mas sim que mudaram de densidade espiritual ficando seres humanos divinizados.

Este salto de qualidade não acontece a cada indivíduo de modo isolado, mas sim porque as pessoas fazem um todo orgânico.

Os que voluntariamente se separaram desta união orgânica matando em si a dinâmica do amor, não são atingidos pela difusão da força ressuscitadora do Espírito Santo.

São Paulo diz isto mesmo, afirmando que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

E na Primeira Carta aos Coríntios acrescenta:

“Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (…). O templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (1 Cor 3, 16-17).

Graças ao mistério da Encarnação a Humanidade está entretecida de modo orgânico com Cristo e, através dele, com a Santíssima Trindade.

Eis como o Livro do Apocalipse descreve esta comunhão orgânica:

“E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: ‘Esta é a morada de Deus entre os homens.

Ele habitará com os seres humanos e eles serão o seu povo.

Deus estará com eles e será o seu Deus, enxugando todas as lágrimas dos seus olhos.

Por isso não haverá mais pranto, nem morte nem dor” (Apc 21, 3-4).

Com a ressurreição de Cristo a Humanidade, portanto, deu um salto de qualidade, fazendo que as pessoas passassem de não divinas à condição de pessoas divinizadas.

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