FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

segunda-feira, 23 de junho de 2008

MARTIR



MÁRTIRES DE SI MESMOS
Sei que dito assim causará muito mal-estar a próxima frase, mas, com as salvaguardas que se seguirão a ela, traduz meus mais profundos sentimentos. Tenho uma antipatia natural pelos mártires, preciso conhecê-los intimamente para tornar a gostar deles e , em raros casos, admirar sua coragem. A maioria me passa uma sensação de inépcia para viver e relacionar-se com outros seres humanos, sempre imperfeitos, que é, de fato, constrangedora. Além da franca desconfiança de seus motivos íntimos. Sei que é ponto delicado da fé; sei que estou pisando em campo minado; mas, diante dos últimos acontecimentos em nosso conturbado mundo acho que é uma boa hora para analisarmos essa questão com toda a abertura de espírito e, se possível, até lançar alguma luz sobre o tema para os jovens, em geral tão apaixonados e vulneráveis ao fascínio das atitudes extremistas, a fim de oferecermos mesmo algum parâmetro para o julgamento de atitudes como a dos chamados "mártires muçulmanos" do World Trade Center. Apenas como exercício de exposição, sem qualquer pretensão de sistematização ou de um texto mais acadêmico, quero principiar falando com toda a sinceridade possível das minha sensações a respeito da questão dos mártires. Digo sensações porque, embora o bom senso me leve a algumas certezas, estou certo que mudo, cedo sem pestanejar à verdade seja lá quem for seu procurador. Assim, perdoe de antemão as expressões notoriamente pessoais. Duvido sinceramente que a maioria dos mártires chegue sequer perto da santidade, em que pese a todos os profundos e detalhados estudos que a Congregação para a Causa dos Santos sempre empreende antes de eleva-los ao panteão dos santos. A investigação, em geral sobre fatos passados e , claro, por sua própria natureza precariamente documentados, a Congregação tateia no escuro em busca de esclarecer a presença, em cada caso examinado, das 3 condições de martírio, quais sejam: a morte ter-se dado de forma violenta, o motivo ser ódio à fé católica e a livre aceitação do sacrifício pelas vítimas, isto é, que, diante do inevitável, elas tenham se submetido com o coração cheio de perdão pelos assassinos, sem reação de violência ou de ódio. Creio que a raridade de casos de mártires autênticos é maior do que a Congregação pôde (e, em alguns episódios, desejou) provar. Claro que é lisonjeiro para a Igreja a presença entre seus fiéis de pessoas tão firmes na fé que prefiram o martírio à renúncia de qualquer de seus fundamentos. Tão lisonjeiro que nem o mais inocente dos católicos há de achar que sempre se tenha provado sem sombra de dúvidas que os 3 requisitos foram cumpridos antes de atestar a veracidade do martírio. Ao contrário, alguns (talvez muitos) eram de tal modo úteis politicamente à Igreja que declara-lo era até mesmo uma forma de coibir novos casos, muito mais complexo e piedoso, portanto, que simples má-fé como se pode compreender. Embora má-fé possa ter havido quando os objetivos visados eram mais mundanos que piedosos, para dizer o mínimo. Mártir autêntico não pode deixar margem para dúvidas quanto a um aspecto prático: ele não desejou, não buscou e jamais aceitaria o suicídio. Esteja claro que um suicida útil não pode ter direito à honra de conviver em comunhão com Santos do quilate de São Paulo, São Pedro, São Francisco de Assis, Santa Clara, Santa Terezinha das Rosas, Santa Edwiges, dentre outros que se destacaram mais pelo serviço à caridade que , em alguns casos, pelo ocasional martírio. Um suicida útil é alguém que, perdendo o interesse pela existência, deseja dar significação ao seu ato extremo de covardia ou repúdio pela vida associando-o a uma causa nobre. Uma atitude de tal modo torpe que custa crer a vaidade humana chegar tão longe ou a ponto de desejar louros impossíveis de gozar sobre a tumba, uma vez que uma tamanha falsidade ideológica nenhum elogio pode esperar na presença de Deus Pai. Algumas correntes da psicologia, aliás, destacam essa característica presente em muitos comportamentos suicidas: uma vaidade sanguinária! Precisam de atenção e reconhecimento dos outros homens ao preço que custar. Antegozam o prazer do arrependimento póstumo dos seus agressores ou o reconhecimento, ainda que tardio, de suas qualidades desprezadas, ou que eles assim consideram em sua fome alucinada de aprovação e louvor. Um suicida não pode ser mártir, se ele no mais íntimo de seu ser, vendo hipótese de salvaguardar a vida não se valer dela, ao contrário, é culpado de induzir a crime o seu agressor, por isso mesmo aos olhos da Justiça até mesmo menos coberto de culpa pelo ato. Veja-se a sutileza desse fato e o quanto é difícil à Congregação afirmar a validade do martírio com absoluta certeza. Uma mesma vítima que a toda prova externa seja digno da honra do título de mártir, aos olhos da justiça divina pode ser culpado de suicídio e incitamento ao crime. Esse é o caminho mais improvável para a santidade! Aparentemente o mais fácil , porque, a olhos leigos, pouco demandaria da vida pregressa do vitimado, o que também não é verdade, porque para julgar sua condição será mister compreender o percurso espiritual da vítima. Um deslize e as dúvidas crescem sobre sua condição de mártir! Mártir verdadeiro é alguém que já seria Santo, ao menos com um grande potencial para tanto, antes do ato final! Outra característica que até dispensa análise maior do comportamento do mártir é a atitude pacificadora, jamais agredir, diante do agressor, ele é uma voz de concórdia e perdão. Ele não procura a violência, ele não deixa o ódio crescer em seu coração, ele submete-se à morte, mas não agride! Colossal habilidade espiritual para se adquirir no ato extremo se não estiver sendo preparada desde o berço! Quantos podem chegar às cinco da tarde na pele de um cordeiro tendo usado a de um leão até quatro horas? Mas a questão central ainda não foi tocada. A maior e quiçá maior habilidade a ser desenvolvida por um homem de bem é a Diplomacia, no seu sentido maior, mais figurativo que denotativo, isto é, a capacidade de conviver em harmonia com pessoas de crenças diferentes e, sendo necessário, até mesmo resguardar a fé no coração e não buscar a ira de pessoas intratáveis pela ostentação que é, em geral, mais uma face da vaidade que da fé verdadeira. Mais do que professar em altos brados um dogma de fé ou uma postura religiosa, é nossa atitude e exemplos que convertem, divulgam e fazem prosperar a palavra de Cristo. Menos pessoas foram convertidas por um megafone que por um pão na hora da fome, ou, menos ainda, por uma palavra amiga na hora da necessidade, ou por um exemplo de recato e equilíbrio do fiel que comove e convence aos infiéis. Há em muitos ditos mártires uma vaidade em afirmar a fé, que não parece cristã. Há uma exposição voluntária ao perigo que é mais cabotinismo que pregação da palavra, mais arrogância que coragem. Suprema lição é o que diz São Paulo em Romanos:
" Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo. Pois, se pela tua comida se entristece teu irmão, já não andas segundo o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu. Não seja pois censurado o vosso bem; porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. Pois quem nisso serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua. Não destruas por causa da comida a obra de Deus. Na verdade tudo é limpo, mas é um mal para o homem dar motivo de tropeço pelo comer. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece. A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado." (Romanos – 14)
Uma amiga certa vez me contou uma experiência inesquecível em seu aspecto chocante: a morte de um cordeiro. Disse que ele se comporta assustadoramente sem reação mesmo quando se percebe agredido. Não se move, encolhe-se e aceita o golpe. Faz isso por um estranho atavismo de sua espécie. Não me lembro de outra espécie animal assim. Note-se que o símbolo do cordeiro para Jesus Cristo é belo, mas, como todo símbolo, inverídico se levado às últimas conseqüências, porque Jesus sabia que ia morrer e porque, essa foi a razão pela qual chamou Pedro de Satanás quando ele, humana e amigavelmente, pede-lhe que não vá. O cordeiro não sabe porque o faz! O sacrifício de Jesus é transcendente, sacrifício único e bastante cujo mistério ainda hoje talvez não compreendamos, nenhum de nós está convidado a repeti-lo, uma vez que desnecessário. Necessário é viver para implantar o Reino de Deus o quanto antes, para não desperdiçar qualquer hipótese de auxiliar e salvar um irmão. Escusado dizer que o sacrifício dos Pilotos suicidas do WTC em nenhum aspecto pode ser comparado ao martírio nem para o Catolicismo, nem para o Islamismo, ali há uso indevido, subvertido e político das palavras do profeta Maomé para justificar o injustificável: a morte covarde de inocentes! Não são mártires nem para sua religião. São usurpadores de um título que sob qualquer ótica não lhes compete. O que buscam, não pode haver engano, sequer é a aprovação de Deus, mas a aprovação de homens enganados por falsos pastores, assassinos ensandecidos, que não são privilégio do Islamismo, cá entre nós os Cristãos, não faltam exemplos iguais! Pastores existem aqui e lá que buscam influência e poder político, economia pura sob disfarce do fundamentalismo, que, tanto lá quanto aqui, associam-se a quem tiverem que se associar para fazer valer seu sectarismo. Estar certo é sair vitorioso ao preço que custar, vitória que é mais importante que a verdade! Muitos de nossos mártires eram fundamentalistas e intolerantes, foram por isso martirizados, não pela fé! Ouso dizer que a vida é um bem maior, supremo, maior mesmo que a expressão da Fé!

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