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Côn. Vidigal - As tensões hodiernas - 18/06/2008 - 15:51
O ser racional possui no mais íntimo de si mesmo a sede de sua realização pessoal. Em nossos dias, por força das dimensões de grandes aglomerados urbanos, econômicos e culturais em que se vive, o homem se sente confuso. Está, deste modo, sujeito a impactos exteriores os quais minam sua estrutura psicológica. Nunca se falou tanto em baixa estima e outros distúrbios de personalidade, o que significa que a personalização individual encontra óbices cada vez maiores. A constituição da identidade subjetiva se tornou o problema específico do ser humano. De um lado, a fobia diante da natureza impiedosamente agredida nas diversas formas de degradação do meio ambiente, avolumando-se fenômenos catastróficos, levando a uma mortandade assustadora de pessoas e outros seres vivos.De outro lado, a ética social, na qual domina outro tipo de poluição, ou seja, a mente humana bombardeada por uma multidão de mensagens via propaganda e a corrida econômica dos grupos aos quais só interessa o lucro a qualquer preço, aumentando o fosso entre pobres e ricos. O ser pensante se vê ameaçado na sua liberdade pela manipulação do controle social englobante. Deparam-se por toda parte pessoas incapazes de decisões individuais, autônomas e com critérios próprios, despreparadas, desprovidas de julgamento, despersonalizadas. Daí resulta toda uma lamentável situação de relativização total, na qual não há lugar mais para qualquer ordem fundamental de valores, ficando o indivíduo escravo dos critérios dos dominadores que intrumentalizam os formadores de opinião na defesa de seus interesses. Não seria exagerado afirmar que um bando de alienados resulta deste caos que impede o indivíduo a entrar no reduto de sua subjetividade própria, na sua beatífica relação consigo mesmo, para depois se abrir para os outros numa relação de autêntica fraternidade.Perante tal quadro o que fazer? Cumpre criar foras de resistência, isto é, estabelecer um poderoso anteparo contra essa sufocação através do aprimoramento do senso crítico, de momentos de reflexão profunda, de saudável fuga do barulho externo, estressante e desagregador. O que então Sócrates preconizara no século quarto antes de Cristo se faz o grande meio de libertação: “Conhece-te a ti mesmo”. Este é um pressuposto essencial para que haja a verdadeira comunicação, o diálogo que não conduz à dependência pessoal, nem ao domínio do outro, levando à empatia, à compreensão, à ajuda mútua para vencer a teia de uma globalização inteiramente despersonalizante em todos os sentidos. É ai precisamente que os meios de comunicação podem prestar sua ajuda maior para que haja comunidades bem estruturadas com a publicação de textos consistentes de escritores competentes que alertam, formam, informam, mas sem impedir a autorealização e o senso comunitário. * Professor no Seminário de Mariana – MG.
Última Alteração: 15:51:00
Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho Local:Mariana (MG)
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