O Novo Testamento começa com Deus fora do Templo e termina com Jesus fora da Igreja.
O apóstolo Paulo disse que sofria o que restava dos sofrimentos de Cristo pela Igreja. Não se referia a qualquer participação no sacrifício vicário, mas, certamente, a essa postura desobediente que se manifestou em Laodicéia e na história da Igreja, de modo geral.
Teimosamente, insistimos na ruptura, na divisão, no cisma.
A Igreja dos laodicenses estava encantada com o poder econômico, interpretando-o como benesse divina, enquanto o Senhor denunciava o seu isolamento.
A cada geração parece que nos encantamos com algo que acaba por nos apartar do Cristo, julgando estar sob suas bençãos.
Não podemos cair no equívoco da Igreja que estava em Corinto, que segundo Paulo, havia partido o Corpo do Cristo ou, ao menos, agido como se isso fosse possível.
João
Batista começa o seu ministério anunciando que era a voz daquele que
clamava do deserto. E quem clamava do deserto era Deus.
Jesus, em sua última carta, está à porta da igreja em Laodicéia, na expectativa de alguém o ouça e lhe abra a porta de sua casa.
Isto significa que, desde o início, estamos a lutar pela Igreja.
É
assim que vejo a Aliança Evangélica (ACEB), como um esforço para que o
Cristo não perca a esperança para com a Igreja que está no Brasil, como
parece ter perdido com a que estava em Laodicéia.
O apóstolo Paulo disse que sofria o que restava dos sofrimentos de Cristo pela Igreja. Não se referia a qualquer participação no sacrifício vicário, mas, certamente, a essa postura desobediente que se manifestou em Laodicéia e na história da Igreja, de modo geral.
Teimosamente, insistimos na ruptura, na divisão, no cisma.
A Igreja dos laodicenses estava encantada com o poder econômico, interpretando-o como benesse divina, enquanto o Senhor denunciava o seu isolamento.
A cada geração parece que nos encantamos com algo que acaba por nos apartar do Cristo, julgando estar sob suas bençãos.
Então,
os bispos da Igreja precisam encontrar-se sistematicamente, estar em
permanente concílio, para não ser traído ou atraído pelo espírito de
cada época, que é sempre espírito de rebelião.
Manter um
estado permanente de concílio entre iguais mantém-nos atentos a nós
mesmos e, mais, ao movimento da sociedade e de seu inspirador. A luta
por manter a catolicidade, a santidade, a unidade e indivisibilidade da
Igreja é hercúlea e necessária.
Não podemos cair no equívoco da Igreja que estava em Corinto, que segundo Paulo, havia partido o Corpo do Cristo ou, ao menos, agido como se isso fosse possível.
Alguém já disse que a “praia” protestante não é
a unidade, mas a verdade. Acho que foi assim, durante séculos, mas
houve e há a era moderna das perseguições aos cristãos, levada a cabo
por ideologias e por religiões com vocação hegemônica e, mais
recentemente, pelo secularismo; e a questão já não é se o sujeito assina
embaixo de todas as minhas convicções, mas se ele vai morrer comigo por
Cristo. E se ele vai morrer comigo, comigo poderia viver, ainda que
estivéssemos sempre nos amolando, como o ferro afia o ferro.
A
questão que afasta Jesus de Laodicéia é uma crise de valores, de perda
de identidade; não há menção de desvio confessional, há uma crise de
coerência. É, guardadas as devidas proporções, o que vemos no Brasil:
provavelmente, a maioria dos protestantes e evangélicos subscrevem
confissões de fé muito semelhantes, mas vivemos em meio a uma crise de
identidade quanto aos valores que devemos sustentar nesse momento da
história. E como os devemos sustentar.
Não entendo a
Aliança como uma questão de mera representatividade frente ao Estado,
mas como uma aglutinadora da Igreja frente ao novo Estado que se anuncia
no país - marcado pelo crescimento econômico, pelo estertor da luta
ideológica, pela necessidade de parecer moderno, pela tentativa de
deixar de ser uma sociedade que, principalmente, luta por sua
sobrevivência, para tornar-se uma sociedade global, moderna, capaz de
reinventar costumes e propor caminhos, mesmo tendo de conviver com o
analfabetismo funcional e com o remanescente da cosmovisão feudal,
quando não, medieval.
A Igreja que está no Brasil tem uma
tarefa nova: por estar crescendo a olhos vistos, se torna a nova fonte
de insumos para a construção da ética da nova Nação que se avizinha,
fruto de sua inserção nessa transformação global, que ameaça redefinir a
ordem do poder econômico e político no mundo.
Como
reduzir nosso papel a de mero espectador se, gostando ou não, somos
agentes na sociedade como sal e como luz, com a demanda de construir uma
cidade sobre uma montanha de forma a ser vista por todos em todos os
cantos?
Jesus está do lado de fora de Laodicéia, tentando
chamar a atenção da Igreja. O que há do lado de fora da Igreja? Que
lugar ele encontrou? E de onde chama a Igreja? Ele chama quem o ouve
para assentarem-se juntos no seu trono. Se não for dentro da Igreja, de
onde Jesus reinará? Quem é idôneo para responder tais questões? Acho que
o grande desafio de uma Aliança é esse, o de perceber o movimento de
Jesus na história, para que a Igreja continue sua relevância na
sinalização da presença do Reino entre e em nós.
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