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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

FAZER O BEM POR OBRIGAÇÃO TEM VALOR

Fazer o bem 'por obrigação' tem valor? - 12/09/2011 - 08:47
O arrependimento do pecado não acontece só porque alguém leu algum texto com instruções sobre como proceder (fazer orações, trabalhos voluntários para compensar as consequências que permanecem mesmo depois de perdoada a culpa...). Tem que vir do coração, a pessoa tem que ser tocada pelo Espírito Santo. Eu faço jejum e trabalhos voluntários, mas faço porque tenho certeza de que o divino Espírito Santo me tocou. Não li, nem ninguém falou comigo para fazer isso. Qual a opinião da senhora?                                        (Nelson – por e-mail)
O leitor toca numa questão importante, que preocupa muita gente. O contexto que motivou seu comentário é o da confissão sacramental, que faz chegar a nós o perdão de Deus, desde que estejamos arrependidos de nossos pecados, mas não apaga as suas consequências, permanecendo a necessidade da reparação; quando esta não pode ser feita de forma direta (desfazendo o mal cometido), resta-nos expressar o arrependimento e a conversão pela prática do bem de modo geral. “O amor cobre uma multidão de pecados”, diz São Pedro (1Pd 4,8).
Segundo me parece, o que o leitor quer dizer é que o arrependimento dos pecados não acontece “por encomenda”, nem pode ser substituído pela prática de boas obras, só por si, de forma apenas exterior.
Certamente Deus não quer “sepulcros caiados”, as boas obras têm de vir, sim, do coração. Mas a questão é um pouco mais complexa do que pode parecer à primeira vista. Esforçar-se honestamente para cumprir um dever ou para fazer o bem, ainda que custe, é algo bem diferente de fingimento ou falsidade. Não é raro ouvir alguém dizer, por exemplo, que “só vai à missa quando tem vontade, porque, caso contrário, não teria valor”. Será que podemos concordar com esse modo de pensar? Creio que não. Considero mais meritório ir à missa por saber que é importante, mesmo sem vontade, do que acomodar-se e ceder à preguiça, como se ela bastasse como desculpa. Esta segunda atitude só fará com que a “vontade” seja cada vez menos frequente, enquanto que, na primeira, o esforço de disciplina tende a criar o bom hábito a que chamamos “virtude”.
É preciso discernimento para entender o que significa “vir do coração” e “ser tocado pelo Espírito Santo”. “Ser tocado” não significa, necessariamente, gostar de fazer algo ou ter vontade de fazê-lo, mas sim, reconhecer em algo a vontade de Deus, ainda que seja algo que não nos agrada, e dizer “sim” com o coração, ou seja, submeter livre e conscientemente (ainda que não alegremente) a nossa vontade à de Deus.
Segundo uma obra clássica de espiritualidade que estou traduzindo1, a vontade de Deus se revela principalmente de duas formas, que podemos chamar de “vontade revelada” e “vontade de beneplácito”. A vontade revelada é aquela que Deus revelou e continua revelando “formalmente”, através dos mandamentos e conselhos bíblicos, e, além disso, das regras e obrigações em geral, que variam conforme o estado de cada um: para o religioso, sua regra e constituições; para o padre, as leis litúrgicas e do direito canônico; para o leigo, os deveres profissionais, sociais e familiares. Ou seja, cumprir o dever, expresso nos mandamentos e nas regras, é a forma ordinária de praticar a vontade de Deus. É Deus mesmo quem nos fala por meio deles e nos chama à obediência, mesmo que escutemos essa voz e a ela respondamos apenas com a inteligência e com a fidelidade da fé, sem que as emoções sejam envolvidas.
A outra forma pela qual Deus manifesta sua vontade – e à qual chamamos vontade de beneplácito – é aquela que atua de forma “livre” e independente de esquemas. Aqui, nossa resposta se dá não tanto por ações, mas principalmente pela aceitação: são as diversas circunstâncias da vida que escapam ao nosso controle, os imprevistos, os sofrimentos, as consolações e provações... Incluem-se aqui, também, as moções ou inspirações particulares de Deus a determinadas pessoas, em determinados momentos, segundo sua livre escolha; mas o autor da obra deixa bem claro que as duas formas de manifestação da vontade de Deus nunca se opõem uma à outra, mas se reforçam e se complementam. Por isso, não parece muito sensato alguém dizer que só faz determinada coisa exatamente porque nunca ninguém lhe aconselhou fazê-la...
Ninguém deve confiar unicamente nas próprias intuições e inspirações. Isso pode ser perigoso, pois podemos tomar como inspiração divina aquilo que, no fundo, não vem de Deus. Tudo o que fazemos, em matéria de fé, deve ser sempre submetido ao discernimento da Igreja. O próprio Deus escolheu falar-nos e conduzir-nos enquanto povo, enquanto comunidade organizada sob um governo visível, e não cada pessoa isoladamente. Aquilo que nos vem por meio da Igreja vem realmente de Deus, de forma ainda mais segura do que alguma eventual moção que não tenha passado pelo crivo da Igreja.
Outro ponto importante – e sempre revelador – é o motivo pelo qual realizamos nossas boas obras. Os fariseus rezavam, jejuavam e davam esmolas apenas para aparecer e ser valorizados. Trabalhavam para si mesmos, e não para Deus. Se o que nos move é o amor a Deus e aos irmãos, e não o nosso próprio interesse, então é grande a probabilidade de estarmos realizando, efetivamente, a vontade de Deus. A melhor forma de verificar a autenticidade de nossas boas intenções é ver se elas sobrevivem às intrigas, perseguições, ingratidões... ou mesmo aos nossos próprios fracassos. É por isso que Deus permite que tais provações sobrevenham, com tanta frequência, àqueles que se dispõem a trabalhar na vinha do Senhor (Eclo 2, 1-5).
De fato, o arrependimento dos pecados e a conversão não são coisas automáticas; a graça e a salvação são oferecidas a todos, mas a resposta é pessoal e livre. Entretanto, é preciso oferecer a oportunidade, fazer o convite, jogar a semente e criar condições para que ela germine, apresentar a pessoa e a mensagem de Jesus. “A fé vem pela pregação”, diz São Paulo. “E como crerão se não houver quem anuncie?” (Rm 10, 14.17). Foi Jesus quem mandou anunciar o Evangelho... (Mc 16,15) e deixou bem clara a importância do testemunho dos discípulos: “Rogo-vos pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim” (Jo 17,20). Definitivamente, não é só de forma pessoal, íntima e independente de nossas atitudes, que Deus nos fala. As pregações, leituras e orações, assim como a busca do conhecimento e o cumprimento do dever, são coisas muito importantes, pois predispõem nosso coração para que o Espírito Santo nos toque.                                                                                            

Última Alteração: 08:47:00
Fonte: Margarida Hulshof
Local:Holambra

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