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segunda-feira, 19 de abril de 2010

DEPENDENCIA QUIMICA.

A dependência química sem fronteiras






O desafio da integração do tratamento e do atendimento ao usuário de drogas constitui uma ação preponderante para a mudança do paradigma que há muitas décadas vem contribuindo direta ou indiretamente para o agravamento das estatísticas negativas em saúde pública no nosso país.

Quando antes discutia-se a respeito das estratégias de intervenção no paciente dependente de drogas, hoje torna-se indispensável a evolução do conceito e do reconhecimento da doença enquanto principal causadora, na maioria dos casos, do surgimento de outras inúmeras patologias, assim como, de acidentes e do agravamento do quadro de violência urbana e doméstica.

A mudança de parad igma se faz necessária principalmente na formação acadêmica dos profissionais de saúde, que ainda tendem a diagnosticar as conseqüências mais superficiais da doença, deixando de lado o foco principal do tratamento da compulsão e de outros transtornos comuns ao usuário dependente. Em termos comparativos, podemos lembrar do paciente depressivo que recorre a inúmeros médicos e onerosos tratamentos sem obter resultado algum para uma patologia que acredita concretamente estar no corpo ou em algum órgão qualquer e não em sua mente. Passa a tratar dos sintomas recorrentes da depressão, a fim de ver-se livre de sua angústia em vez de encará-la como o problema central.

Na dependência química, essa dinâmica se faz presente a partir do momento em que os prejuízos clínicos começam a surgir, sem contar com outros prejuízos relacionados aos vínculos sociais e familiares. Assim, o paciente inicia uma eterna busca por tratamento de um mal que n ão pode aparecer ou que precisa permanecer escondido e ou negado até mesmo por toda sua família.



Esse é o quadro que permanece em vigor, custando muito caro aos cofres públicos nas despesas hospitalares e no prejuízo da perda prematura de vidas não apenas pela doença propriamente dita, mas, também como conseqüência da violência no trânsito, no caos urbano e na violência doméstica.

Tratar, portanto, a dependência química significa acima de tudo, quebrar barreiras e estigmas sociais presentes há muito tempo em nossa cultura. A afinação de um mesmo discurso constitui uma ponte sólida para o sucesso do tratamento do paciente dependente e de sua própria família.

O compromisso de tratamento firmado não pode e nem deve ficar apenas a cargo do usuário dependente, mas, permeada também, à todos aqueles ligados a ele. De sta forma, a abordagem interdisciplinar encontra recursos suficientes e uma maior probabilidade de obter resultados satisfatórios no tratamento continuado.

Superada a primeira etapa que é a conscientização da doença pelo dependente e por sua família, o indivíduo chega ao atendimento psicológico, onde deverá ser convidado a participar de um tratamento em grupo. Essa modalidade pode ser considerada um poderoso instrumento de atuação para que sejam alcançadas as mudanças necessárias nos hábitos e na vida do indivíduo, no controle da doença e no fortalecimento dos laços transferenciais que possibilitam dar continuidade à empreitada.

Olhar-se no espelho e não ver apenas sua própria imagem solitária refletida significa identificar-se com os demais membros do grupo de atendimento, não apenas com seus sofrimentos diversos, mas também com o desejo de expor-se no esforço do desvendamento de su as idéias. Essa troca entre “iguais” possui um papel bem definido, não sendo a única forma de obtenção de ajuda. Em muitos casos, além do acompanhamento médico e medicamentoso, o usuário recorre ao atendimento psicológico individual, somando-o, assim, ao tratamento.



Os grupos anônimos de ajuda mútua são peças de grande importância como coadjuvantes no tratamento das dependências químicas. Estes trabalham na esfera concreta da troca, do compromisso e na introjeção de valores e normas que proporcionam, ao usuário, a distância necessária da droga, a fim de evitar a recaída ou a reincidência no quadro de compulsividade. Seus membros falam em forma de depoimento, acolhendo àqueles que chegam por conta própria e convidando-os sempre a se encorajarem no relato de seus males. A porta permanece aberta e, nos mais diversos horários e dias encontram-se prontos a receber e reforçar positivamente seus membros.

Acima de tudo, o esforço de interação dos setores públicos e privados em busca da interdisciplinalidade, as sim como a vontade política, fazem-se necessários na construção de uma nova mentalidade, de um novo conceito com o principal objetivo de proporcionar, às gerações futuras, o reconhecimento do problema enquanto doença no sentido mais real da palavra. Tratar o indivíduo dependente, portanto é, antes de mais nada, oferecer-lhe recursos concretos, livre de estigmas e preconceito, visando, desta forma, a conscientização necessária para o sucesso do tratamento.



“Os métodos mais interessantes de evitar o sofrimento são os que procuram influenciar o nosso próprio organismo. O mais grosseiro, embora também o mais eficaz desses métodos de influência é o químico: a intoxicação” (S.Freud)



Dr. Frederico Ramos

Psicólogo clínico e coordenador do grupo de atendimento psicológico da Casa Dias da Cruz

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