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quarta-feira, 27 de maio de 2009

O PAPEL DA MULHER NA CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE


Isabelle Ludovico da Silva

Deus criou uma natureza deslumbrante, uma profusão de formas, cores, cheiros, texturas, sabores e sons, para o nosso deleite. O ápice de sua criação foi o ser humano. Ele criou macho e fêmea à sua imagem e lhes deu autoridade sobre a terra. Porém, a ambição de ser igual a Deus os levou a usar o conhecimento a serviço desta ânsia pelo poder. Assim, rompeu-se a parceria com Deus, entre eles e com o resto da criação.

Adão assumiu o controle, chamou sua companheira Eva, que significa “mãe”, e a confinou ao espaço do lar, enquanto ele, sozinho, se encarregava de construir o mundo. Sua escolha por privilegiar o racional e o pragmático em detrimento do afetivo gerou um mundo muito desenvolvido do ponto de vista tecnológico, mas doente no aspecto relacional. O ser humano está desintegrado e construiu um sistema injusto em que a concentração de renda e poder produz cada vez mais excluídos, condenados à miséria. Os recursos naturais foram dilapidados para aumentar o lucro de alguns em detrimento da maioria, colocando em risco nossa própria sobrevivência.

A recente emancipação feminina abriu à mulher a possibilidade e a responsabilidade de afirmar a importância do ser humano e da paz, fruto da justiça. A vocação da mulher é gerar a vida e contribuir para sua conservação. Por meio da razão, o homem enxergou um mundo linear, fragmentado e excludente. Com os olhos do coração, a mulher apreende o mundo em sua totalidade, com todas as partes interligadas e interdependentes. Esta visão sistêmica é essencial para percebermos as consequências das nossas ações e precisa se traduzir em ações práticas. A pioneira do movimento ecológico foi uma mulher. Em 1962, Rachel Carson denunciou o efeito nefasto dos pesticidas em seu livro “Primavera Silenciosa”.

Morei um tempo em João Pessoa, na Paraíba, onde a natureza exuberante está sendo destruída pela ignorância e pela miséria. Pessoas sobrevivem enfiando a mão nos lixos domésticos com risco de ferir-se e contaminar-se. Vão jogando ao redor os restos, que o vento espalha. A caminho da praia, frequentemente encontrava fraldas sujas e plásticos que entopem o estômago das tartarugas que vêm desovar ali. Perto do Natal, fizemos um mutirão de limpeza e decoramos uma palmeira com a sucata que juntamos. Queríamos denunciar o descaso dos banhistas e a omissão da prefeitura. Aliás, diante da reivindicação por lixeiras, o prefeito declarou não gostar de lixeiras porque elas atraem lixo! O dono de um bar que fica em uma das dez praias mais lindas do Brasil respondeu que não precisa de lixeira porque o mar se encarrega de limpar!

A mulher acompanha a formação das crianças no dia-a-dia. É ela quem pode ensiná-las a não desperdiçarem a água do banho fechando a torneira enquanto se ensaboam e a fazerem as compras do supermercado com sacolas reutilizáveis. Parecem detalhes, mas pequenos atos praticados por muitos fazem uma grande diferença. É com nossas atitudes em relação ao semelhante e à natureza que demonstramos respeito, generosidade e solidariedade. Infelizmente, estes valores bíblicos geralmente são ignorados na igreja, onde focalizamos a moral sexual e nos esquecemos o chamado para sermos carvalhos de justiça, porta-vozes dos vulneráveis e mordomos dos recursos que Deus nos confiou para sinalizar o seu reino. Esta ética da reconciliação e do cuidado com o ser humano e com a natureza não é uma opção -- é a essência do cristianismo. “Ethos” significa “modo de viver”. A palavra nos lembra que, sem esta conversão, nossa oração é inútil.


• Isabelle Ludovico da Silva, francesa de nascimento e brasileira de coração, é psicóloga e terapeuta sistêmica. Aprendeu com a filha a separar o lixo e com o filho um estilo de vida mais simples.

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