FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

quarta-feira, 5 de maio de 2010

EM DEFESA DAS INSTIUTIÇÕES

Considero importantíssima a desconstrução dos conceitos acerca da igreja contemporânea. Não dá pra fugir desta discussão. Mas haverá fundamento sólido nos discursos que consideram que as instituições religiosas são o próprio anti-cristo?




No passado recente da história da igreja brasileira, enfrentamos desafios semelhantes aos da idade média, onde a igreja anterior à reforma tomou para si privilégios institucionais que, de tão danosos, tornou iminente a primeira Reforma. O problema é que não importa o que você tente empreender coletivamente, necessariamente terá que institucionalizar coisas. O próprio Jesus falava de maneira feroz contra a religiosidade institucional, mas não questionava os fundamentos das instituições estabelecidas em seu tempo. O problema não era a existência organizacional, mas a falta de eficiência de tais estruturas e também da falta de compromisso das pessoas envolvidas com a vontade de Deus.



Reconstruir é o passo seguinte a toda desconstrução. Não há outro caminho. Pois, ao menos metade do Novo Testamento trata de preceitos explícitos com relação ao convívio em comunidade. Talvez isto seja para que nos lembremos que, a Igreja é a única organização certificada e aprovada por Deus para a edificação do Reino. Então não basta repetir para si mesmo que “somos todos sacerdotes”, se não relembrarmos que nem todos fomos chamados para o GOVERNO na comunidade.



Há um ditado popular que afirma que “o poder corrompe… e o poder absoluto corrompe absolutamente”. Este é um ditado herético e que representa bem nossa insatisfação mal direcionada. Deus possui o poder absoluto, porém a própria palavra de Deus afirma que nele não há corrupção alguma. Igualmente, a Igreja de Cristo deve avançar, lembrando sempre de onde vem sua autoridade e poder. E nós jamais podemos nos esquecer que, instituições devem servir à Igreja de Cristo. Não iremos nos corromper por que aquele que é o TODO PODEROSO jamais se corrompe. Nossa luta não é contra a institucionalização, mas contra o governo dos interesses institucionais (que visam garantir a sobrevivência estrutural) sobre a Igreja de Cristo.



Não culpe a enxada pelo mau uso feito pelo agricultor.

O problema SEMPRE está nas pessoas. As estruturas são um mero detalhe.

JESUS E OS PASTORES

Se for verdade o que a Bíblia relata a respeito da vida sem enfeites e adereços do Messias Jesus, gostaria de saber por que os líderes religiosos deste país possuem tantos privilégios materiais e financeiros? Se o Jesus do evangelho nasceu numa manjedoura e caminhou para a morte em cima de um jumento, de onde tiraram a idéia de prosperidade ministerial com salários de fazer inveja qualquer milionário? Perante o abuso e proveito absurdos do poder de um contingente considerável de pastores, dá pra acreditar que tais pastores sejam realmente discípulos de Jesus?




Jesus viveu sem adornos. Não precisou de muito ornamento para cumprir a sua missão. Quando muito, utilizou lama pra curar um cego de nascença. A caminho da casa de Jairo, líder da sinagoga, foi interrompido por uma mulher que sofria já há 12 anos de um fluxo de sangue, todavia, não a ignorou em função do importante chefe do templo. Quando assegurava que não cabia ao seu discípulo fazer acepção de pessoas, era porque ele mesmo não o fazia. O discurso do Mestre era sua prática, e a compaixão por ele exercida não dependia de holofotes.



Jesus não atuava visando à repercussão de seu nome ou imagem, pelo contrário, ele evitava o personalismo. Diferente dos pastores do nosso tempo, ele atuou no anonimato. Quando não dava mais para esconder sua missão, era porque havia chegado o tempo da crucificação. O alvo do ministério cristão é sempre a cruz, a renúncia. Foi assim com Martin Luther King lutando até a morte pela igualdade entre brancos e negros, com Chico Mendes que morreu por sua intensa luta pela preservação da Amazônia, com Madre Teresa de Calcutá que morreu lutando contra a pobreza e decadência humana, e com a Irmã Dorothy assassinada por causa da sua luta permanente pela geração de emprego e renda com o desenvolvimento sustentável.



Enquanto líderes e também músicos religiosos lutam pela máxima exposição na mídia, o mundo carece de pessoas apaixonadas pela genuína missão: salvar vidas e o próprio planeta. Como teríamos um mundo bem melhor se todo o empenho de campanhas, marchas, congressos, fosse revertido para a melhoria da vida humana. Assim, não precisaríamos de programas assistencialistas para amenizar a culpa na consciência; ou ainda de líderes personalistas que se aproveitam da boa fé das pessoas.

A ORAÇÃO CRISTÃ É TRINARIA

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!




Assim começamos nossas orações, invocando a Santíssima Trindade. Na verdade, há ocasiões em que simplesmente fazemos o sinal da cruz, sem dizer nada. Seria uma oração muito curta? Depende da intensidade com a qual a fazemos.



Nesse artigo, abordaremos em poucas linhas a afirmação inicial do nosso texto: a oração cristã é trinitária!



Para nós, cristãos católicos, a maior oração que podemos apresentar a Deus é a Santa Missa. Ela é por excelência uma oração trinitária, oferecida ao Pai, por Jesus Cristo, no Espírito Santo. Já nos ritos iniciais, somos direcionados nesse sentido, quando fazemos o sinal da cruz. No momento em que pedimos perdão por nossos pecados, nos envolvemos no amor trinitário e dizemos: “Senhor (Deus Pai), tende piedade de nós; Cristo, tende piedade de nós; Senhor (Espírito Santo), tende piedade de nós”. As conclusões das orações são explicitamente trinitárias: por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



O prefácio da oração eucarística nos leva à ação de graças por meio de Cristo: “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso”. No momento da consagração se dá a invocação ao Espírito Santo: “Santificai, pois, estas oferendas, derramando sobre elas o vosso Espírito...”. Podemos verificar a harmonia da oração cristã, particularmente da oração eucarística, em torno da Santíssima Trindade.



Essa oração trinitária deve ter aplicação em nossa vida. Somos chamados a permanecer na sublime comunhão com nosso Deus, uno e trino. Se aceitássemos o convite de orar sem cessar, certamente reconheceríamos o valor que nossa vida tem. Em todas as circunstâncias daríamos graças, porque esta é a vontade de Deus em Jesus Cristo a nosso respeito. Não extinguiríamos o Espírito que habita em nós (cf. 1Tessalonicenses 5,17-19). Somos convidados a viver trinitariamente, em profunda e constante comunhão com Deus e com o próximo.



Mas como posso orar sem cessar se tenho que trabalhar, estudar, arrumar a casa, cuidar dos filhos...? Talvez muitos de nós tenhamos o pensamento de que só é possível orar sem cessar nos fechando no quarto, na capela do Santíssimo Sacramento, no alto da montanha, ou ainda na praia, ouvindo o som do mar. Esses, de fato, são lugares privilegiados de oração, mas nem sempre é possível estarmos lá. Às vezes estamos em meio ao caótico trânsito das grandes cidades, na agitação do trabalho, no consultório... ali também é possível orar sem cessar, pois Deus está presente.



“Não sabeis que sois o Templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Coríntios 3,16). Se tivéssemos a plena consciência de que a Santíssima Trindade habita em nós, certamente o mundo seria diferente. Essa diferença aconteceria a partir de nossa vida. Independentemente do lugar onde estivéssemos, estaríamos vivendo uma vida trinitária, ou seja, teríamos consciência de que o Deus uno e trino habita em nós e no próximo. Certamente diríamos menos palavrões, brigaríamos menos, pensaríamos mais antes de ofender alguém. Seríamos mais agradecidos, seríamos mais irmãos.

Quando se fala em orar sem cessar, a intenção é dizer que nossa vida deve ser um contínuo colóquio com Deus, um mergulhar em sua presença. Como diz o salmista: Quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda não me chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda. (Salmo 138,3-4). Constantemente estamos mergulhados na presença desse Deus uno e trino. Nossa existência é o transbordar do amor trinitário, pois somos frutos do amor de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

A PALAVRA É

Doxologia significa literalmente “palavra de glória”. É formada por dois termos gregos: doxa, que significa glória, e logos, que significa palavra. A doxologia é, portanto, uma fórmula de louvor e glorificação para honrar a Deus. Além do louvor, atribui glória e honra a Deus.






Na Bíblia existem muitas doxologias, tanto no Antigo Testamento como no Novo: Sede bendito no templo de vossa glória santa, digno do mais alto louvor e de eterna glória! (Daniel 3,53); Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém (Romanos 11,36); Tu és digno Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e a majestade, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade é que existem e foram criadas (Apocalipse 4,11).



Na missa também existem algumas doxologias. Logo no início da celebração, o hino de louvor é a primeira doxologia que fazemos. Mediante o Glória a Igreja eleva seu louvor à Santíssima Trindade.



Na conclusão da oração eucarística existe o que os liturgistas chamam de “doxologia final”: Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre. Amém. Essa oração exprime a glorificação de Deus e é ratificada e concluída pela aclamação do povo com o Amém. (Instrução Geral ao Missal Romano, no 80).



Na missa existe ainda outra doxologia: depois da oração do Pai-Nosso o presidente da celebração acrescenta: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!



Certamente a doxologia mais conhecida e repetida pelos cristãos é o Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém! Essa simples oração é um profundo louvor desinteressado a Deus Trino. Essa oração é chamada de “doxologia menor”.



Um exemplo de “doxologia maior” são as primeiras palavras do canto e mensagem que um dos anjos dirige aos pastores de Belém por ocasião do nascimento de Jesus: Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência divina (Lucas 2,14).



Portanto, uma doxologia é uma forma entusiasmada de se proclamar o louvor e a honra a Deus. Por meio de breves orações, expressamos nossa gratidão e louvor a Deus pelas imensas maravilhas que ele realiza a cada dia em nossa vida.



Na celebração eucarística, no momento do rito da doxologia final.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

TESTEMUNHO DA RESSURREIÇÃO

O cristianismo somente se desenvolveu porque encontrou pessoas que foram sensíveis as inspirações do Espírito Santo. Se os discípulos de Jesus tivessem se fechado em seu mundo limitado tudo teria ficado como antes! Eles fizeram na vida a experiência da ressurreição do Senhor. E uma vez tendo feito está experiência não puderam continuar sendo os mesmos. Muita coisa mudou na vida deles. Escolheram novos caminhos. Saíram do deserto que os aprisionava e fizeram de seus dias uma linda manhã de ressurreição.




De fato, os Evangelhos são relatos de comunidades que passaram pelo processo da Ressurreição. São frutos de experiências da ressurreição do Senhor na vida de cada membro das respectivas comunidades em que os Evangelhos foram redigidos.



O livro dos Atos dos Apóstolos nos diz que é o Espírito Santo que gera a Igreja. E quando falamos em Igreja nos referimos a uma comunidade de pessoas. Não uma instituição. Somente com o passar do tempo foi se criando a concepção de Igreja como religião estabelecida, tal como a conhecemos hoje. Antes de ser uma Igreja os cristãos eram uma comunidade de pessoas que fizeram em suas vidas a experiência pascal, passaram da morte para a vida, saíram das trevas da noite e caminhavam à luz do Sol.



A primeira comunidade cristã foi gerada no coração do Espírito Santo, ou seja, ela foi concebida no amor de Deus. Seus membros nasceram para uma vida nova. Ressuscitaram para serem testemunhas do amor de Cristo. Por testemunharem a fé em um Deus que ressuscita seu Filho das trevas da morte foram perseguidos e muitos mortos. A morte não vence uma vida que se entregou sem reservas a Jesus. Por isso mesmo, os primeiros cristãos eram pessoas de fé, anunciavam e denunciavam, pregavam e testemunhavam com a própria vida que Jesus Cristo continuava caminhando com eles e dando-lhes a força necessária para evangelizarem.



Muitos se convertiam não para terem uma vida próspera, nem para serem curados. A cura acontecia muitas vezes antes da conversão. Era apenas necessário ter fé. O que suscitava a conversão de tantas pessoas? O próprio livro dos Atos dos Apóstolos nos responde: o anúncio da Boa Nova (Atos dos Apóstolos 2,37-41).



O evangelista Lucas, autor do livro dos Atos dos Apóstolos nos apresenta um retrato da primeira comunidade cristã. A vida prática de seus membros se exprime por um novo modelo de relações: a fraternidade substitui a opressão e o poder; e a partilha dos bens supera a exploração do comércio. Para Lucas, a vida dessa comunidade mostra o ideal da Igreja e o projeto de uma nova sociedade (Atos dos Apóstolos 2,42-47).



Um segundo retrato dessa primeira comunidade cristã é apresentado. Todos partilhavam o que possuíam e depositavam o dinheiro aos pés dos apostolos. Porém, estes bens eram distribuídos a cada um conforme a sua necessidade. A partilha dos bens entre os primeiros cristãos é uma marca fundamental que esta comunidade traz consigo. O Reino de Deus exige partilha solidária e responsável. Tudo que foge a esta regra deve ser analisado (Atos dos Apóstolos 4,32-37).



Gerada no coração de Deus, nascida por meio do Espírito Santo e sendo testemunha da Ressurreição de Jesus Cristo, a primeira comunidade cristã tem muito a nos ensinar nos dias de hoje.

MARIA NA DEVOÇÃO POPULAR

Nossa Senhora MÃE




Entre todos os títulos dedicados a Maria Santíssima, o mais sugestivo é o de Mãe. Na verdade, poderíamos acrescentar MÃE a todos os títulos existentes. Assim, muitos já se desdobram em: Mãe de Deus, Mãe das Almas, Mãe da Divina Providência, Mãe e Nossa Senhora do “Magnificat”, do Divino Pastor, Mãe das Escutas, Mãe de Fátima, Mãe da Graça, Mãe dos Homens, Mãe da Igreja, Mãe de Misericórdia, Mãe dos Pobres, e tantos outros, como repetimos na Ladainha de Nossa Senhora.

O Papa Pio VII coroou a imagem de Nossa Senhora com uma coroa de ouro, dando-lhe o título “Mãe da Misericórdia”. Quanto ao título “Mãe da Igreja”, é bem mais recente. Foi o papa Paulo VI quem o proclamou em 1964, no discurso que proferiu no encerramento da terceira sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, com estas palavras: “Portanto, para glória da Virgem, e para nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima, Mãe da Igreja, como de todo o Povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores que lhe chamam Mãe Formosíssima. E querem que, com tal título suavíssimo, de agora em diante, a Virgem seja ainda mais honrada e invocada, por todo o povo cristão”.



Paulo VI, depois de anunciar solenemente que iria oferecer a Rosa de Ouro ao Santuário de Fátima, termina o seu discurso fazendo a primeira oração com a nova invocação a Nossa Senhora: “Ó Virgem Maria, Mãe da Igreja, recomendamos-te toda a Igreja, dá ao mundo inteiro a paz na Verdade, na Justiça, na Liberdade e no Amor”. Essa oração ecumênica não deixará de ser rezada por todo o povo pelos inúmeros favores recebidos de Nossa Senhora.



Em diversos lugares, esse título aparece como padroeira, por exemplo, “de Atalaia”, no Concelho de Gavião, no distrito e diocese de Portalegre, em Portugal. O poeta de Xabregas, Lisboa, Portugal, frei João de Nossa Senhora, no Brasil-colônia, fez larga propaganda de Nossa Senhora Mãe dos Homens, cuja imagem, em 1742, foi esculpida por José de Almeida (o romano Bolseiro de D. João V, em Roma).



ORAÇÃO

Ó Deus, que por intercessão da Imaculada Mãe do vosso Unigênito, colocando-nos sob o amparo de Nossa Senhora, sob todos os títulos carinhosos de Maria, dispensais generosamente a vossos servos os dons de vossa graça, concedei propício aos que celebramos na terra os louvores desta mesma Virgem, graças às suas preces maternais, mereçamos alcançar

a recompensa eterna

no céu.

Amém.

LADAINHA ?

O que significa intercessão de Maria?


Todo cristão é um intercessor. Somos membros do Corpo Místico de Cristo, ou seja, membros da Igreja que é o Corpo de Cristo. Isso significa que entre nós existe um laço de solidariedade espiritual. Rezo por você e você reza por mim. No Creio em Deus Pai isso aparece na expressão “comunhão dos santos”. Maria é a Mãe de Cristo e de todo o seu “corpo”, ou seja, é Mãe da Igreja. Neste sentido ela tem um laço materno de solidariedade com cada membro do Corpo de Cristo. Podemos considerá-la nossa mãe também. Já viu alguma mãe que não defenda seus filhos? Ainda que exista, Maria jamais se esquece de qualquer filho seu. Assim como em Caná, ela continua pedindo por todos nós, principalmente quando estamos em dificuldades.



Qual é o fundamento bíblico dessa intercessão?

A Igreja acredita na teologia do Apóstolo Paulo que acabei de indicar: somos todos membros de um só corpo. Essa unidade nos faz intercessores uns dos outros. A intercessão entre os vivos não é colocada em questão nem mesmo pelos evangélicos. Eles têm dificuldade de acreditar na intercessão de Maria e dos santos por não ter a mesma visão escatólógica que a Igreja Católica. Para a maioria dos evangélicos, quando a gente morre, não acontece imediatamente o juízo particular. Segundo eles, entramos em um sono profundo e acordaremos somente na hora do juízo final, para a salvação ou para a condenação. Segundo essa visão, os santos e Maria não intercedem por que estão dormindo. Nós, católicos, acreditamos que já foram julgados e estão no céu, de onde podem interceder junto a Jesus.



Qual a diferença entre a intercessão de Jesus e de Maria diante de Deus?

Jesus não é apenas intercessor, ele é mediador; é o caminho verdadeiro para a vida. Maria é apenas uma seta que aponta para o caminho, mas o caminho mesmo é Jesus.



Como se faz para pedir corretamente a intercessão

de Nossa Senhora?

Costumo dizer que não rezamos para Maria, mas “com Maria”. As diversas orações oficiais mostram essa dimensão claramente. A Ave-Maria, por exemplo, é bíblica, conforme relata Lucas em seu evangelho logo no capítulo primeiro. Outra forma popular de intercessão que a Igreja aprovou é a ladainha. São belíssimas invocações que nos recordam os diversos títulos de Maria. Não são meros elogios. São um reconhecimento do que a Graça de Deus pode fazer na vida de quem diz: “Eis-me aqui!”



Por que é chamada de Lauretana a Ladainha à Nossa Senhora?

Porque foi popularizada a partir do Santuário de Loreto, na Itália, a partir de 1532. Provavelmente surgiu bem antes. Temos notícia de uma coletânea de invocações já no século 12, segundo um manuscrito conservado na Biblioteca Nacional de Paris. Existem outras ladainhas a Nossa Senhora, como a Veneziana e mesmo a de Mogúcia. A mais popular é, sem dúvida, a Ladainha Lauretana.



Quais invocações da Ladainha que se referem aos dogmas de Nossa Senhora?

Os quatro dogmas marianos estão claramente expressos em mais de uma invocação por dogma. A virgindade é atestada em várias invocações. Muitas delas também invocam Maria pelo título de “Mãe”, o que alude ao dogma da Mater Dei (Theotokos): Mãe de Deus. A Assunção mereceu uma invocação e a Imaculada é invocada duas vezes.



A Ladainha de Nossa Senhora tem fundamento na Bíblia?

Há uma sequência de invocações que se referem a títulos marianos que são extraídos do Antigo e do Novo Testamento. Alguns são alegóricos, como “Torre de Marfim” ou “Torre de Davi”, mas todos possuem forte significado teológico. O livro que estou lançando Com Maria, louvamos o Senhor explica a origem e o significado de cada uma das 50 invocações marianas da Ladainha Lauretana.



Qual seria a mensagem final aos leitores do Mensageiro da Paz ?

A oração da ladainha é uma ótima catequese mariana orante. Rezar é uma maneira de mergulhar mais fundo no mistério. Se procurarmos conhecer o significado das invocações, rezaremos com mais saber e com mais sabor; rezaremos mais e melhor!



Padre Joãozinho, scj, é licenciado em Estudos Sociais, pós-graduado em Psicopedagogia, mestre em Teologia, professor, formador, doutor em Teologia Sistemática e em Educação. Participa de programas da TV “Canção Nova”, é autor de livros e tem músicas gravadas. Atualmente é diretor e professor na Faculdade Dehoniana de Taubaté, SP.