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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

JOÃO PAULOll COMENTA O SALMO 61


1. Acabam de ressoar as doces palavras do Salmo 61, um canto de confiança, que começa com uma espécie de antífona, repetida na metade do texto. É como uma jaculatória forte e serena, uma invocação que é também um programa de vida: «Só em Deus descansa minha alma, porque dele vem minha salvação, só ele é minha rocha e minha salvação, minha fortaleza: não vacilarei» (versículos 2-3.6-7).
2. O Salmo, contudo, mais adiante põe em contraposição duas formas de confiança. São duas opções fundamentais, uma boa e outra perversa, que comportam duas condutas morais diferentes. Antes de tudo, está a confiança em Deus, exaltada na invocação inicial, onde aparece um símbolo de estabilidade e segurança, a «rocha», ou seja, uma fortaleza e um baluarte de proteção.
O Salmista confirma: «De Deus vem minha salvação e minha glória, ele é minha rocha firme, Deus é meu refúgio» (versículo 8). Diz isso após ter evocado as confabulações de seus inimigos que «só pensam em derrubar-me de minha altura» (Cf. versículos 4-5).
3. Mas está também a confiança de caráter idólatra, ante a qual aquele que ora fixa com insistência sua atenção crítica. É uma confiança que leva a buscar a segurança e a estabilidade na violência, no roubo e na riqueza.
Então se faz um chamado sumamente claro: «Não confieis na opressão, não ponhais ilusões no roubo; e ainda que cresçam vossas riquezas, não lhes deis o coração» (versículo 11). Evoca três ídolos, proscritos como contrários à dignidade do homem e à convivência social.
4. O primeiro falso deus é a violência À qual a humanidade segue recorrendo por desgraça também em nossos dias ensangüentados. Este ídolo é acompanhado por um imenso cortejo de guerras, opressões, prevaricações, torturas e assassinatos execráveis, cometidos sem remorsos.
O segundo falso deus é o roubo, que se manifesta na extorsão, na injustiça social, na usura, na corrupção política e econômica. Muita gente cultiva a «ilusão» de satisfazer deste modo sua própria cobiça.
Por último, a riqueza é o terceiro ídolo ao que «se apega o coração» do homem com a esperança enganosa de poder-se salvar da morte (Cf. Salmo 48) e assegurar-se o prestígio e o poder.
5. Ao servir a esta tríade diabólica, o homem esquece que os ídolos não têm consistência, e mais, são daninhos. Ao confiar nas coisas e em si mesmo, esquece que é «um sopro», «aparência», e mais, se se pesa na balança, seria «mais leve que um sopro» (Salmo 61, 10; Cf. Salmo 38, 6-7).
Se fôssemos mais conscientes de nossa caducidade e de nossos limites como criaturas, não escolheríamos o caminho da confiança nos ídolos, nem organizaríamos nossa vida segundo uma hierarquia de falsos valores frágeis e inconsistentes. Optaríamos mais pela outra confiança, a que se centra no Senhor, manancial de eternidade e de paz. Só Ele «tem o poder»; só Ele é manancial de graça; só Ele é plenamente justo, pois paga «a cada um segundo suas obras» (Cf. Salmo 61, 12-13).
6. O Concílio Vaticano II dirigiu aos sacerdotes o convite do Salmo 61 a «não apegar o coração à riqueza». O decreto sobre o ministério e a vida sacerdotal exorta: «hão de evitar sempre toda classe de ambição e abster-se cuidadosamente de toda espécie de comércio» (Presbyterorum ordinis, n. 17).
Agora, este chamado a rejeitar a confiança perversa e a escolher a que nos leva a Deus é válido para todos e deve converter-se em nossa estrela polar no comportamento cotidiano, nas decisões morais, no estilo de vida.
7. É verdade, é um caminho árduo, que comporta inclusive provas para o justo e opções valentes, mas sempre caracterizadas pela confiança em Deus (Cf. Salmo 61, 2). Deste ponto de vista, os Padres da Igreja viram no Salmo 61 uma premonição de Cristo e puseram em seus lábios a invocação inicial de total confiança e adesão a Deus.
Neste sentido, no «Comentário ao Salmo 61», Santo Ambrósio argumenta: «Nosso Senhor Jesus, ao assumir a carne do homem para purificá-la com sua pessoa, não deveria ter cancelado imediatamente a influência maléfica do antigo pecado? Pela desobediência, ou seja, violando os mandamentos divinos, a culpa se havia introduzido, arrastando-se. Antes de tudo, portanto, teve de restabelecer a obediência para bloquear o foco do pecado... Assumiu com sua pessoa a obediência para transmitir-nos» («Comentário aos doze salmos»-- 61, 4: SAEMO, VIII, Milano-Roma 1980, p. 283).

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