FICAMOS ALEGRES COM SUA VISITA

ESPERAMOS, QUE COM A GRAÇA SANTIFICANTE DO ESPIRITO SANTO, E COM O DERRAMAR DE SEU AMOR, POSSAMOS ATRAVÉS DESTE HUMILDE CANAL SER VEÍCULO DA PALAVRA E DO AMOR DE DEUS, NÃO IMPORTA SE ES GREGO, ROMANO OU JUDEU A NOSSA PEDRA FUNDAMENTAL CHAMA-SE CRISTO JESUS E TODOS SOMOS TIJOLOS PARA EDIFICACÃO DESTA IGREJA QUE FAZ O SEU EXODO PARA O CÉU. PAZ E BEM

AGRADECIMENTO

AGRADECEMOS AOS NOSSOS IRMÃOS E LEITORES, POR MAIS ESTE OBJETIVO ATINGIDO, É A PALAVRA DE CRISTO SEMEADA EM MILHARES DE CORAÇÕES. PAZ E BEM

terça-feira, 16 de setembro de 2008

PALAVRA DE DEUS


1ª leitura: (Eclo 27,33-28,9 [27,20-28,7]): Embora o presente texto contenha ensinamentos sobre o que não se deve fazer aos outros, ainda de fundo, percebemos que o pensamento do autor do Eclo ainda não conseguiu romper com a idéia veterotestamentária de uma retaliação, mesmo que esta seja futura. Contudo, ao atribuir a ira ao pecador (cf. 27,33), lembra que esse vai precisar do perdão de Deus (cf. 28,5). Assim, colocando a vida na perspectiva do Altíssimo e de sua Aliança (28,9), o autor consegue dar um passo na direção da superação da mera retaliação. Desta maneira, o autor nos chama a espelhar nossas ações no modo fiel e justo de Deus.

2ª leitura: (Rm 14,7-9): Por trás desta breve perícope, está um tema muito caro a Paulo: a unidade da Igreja. Alguns versículos antes, o Apóstolo está tratando do problema dos "fracos" (escrupulosos, ligados a práticas rituais) e dos "fortes" (aqueles que já conseguiram dar um salto na fé para além do escrúpulo). Embora ele mesmo se considere um “forte” (15,1), nos mostra que, na dinâmica do Amor de Deus manifesto em Jesus, o que deve reinar é o respeito e o cuidado dos irmãos, afirmando, assim, que não há lugar para discórdia por causa de coisas secundárias. Em nossa pluralidade que forma a Igreja, a busca da unidade não se reduz à uniformização que mata a criatividade da vida, mas sim, no pertencer completamente a Cristo e viver pelos nossos irmãos em Cristo.

Evangelho: (Mt 18,21-35): Este trecho do evangelho de Mateus que hoje lemos é a última parte do "Sermão eclesial" (Mt 18). Todos estes versículos são dedicados ao tema do perdão. Encontra-se dividido em duas partes: na primeira, surge a regra do perdão sem fim (18,21-22); a segunda a parte desta perícope é constituída pela parábola do servo que é perdoa, mas não é misericordioso com os outros (18,23-35). A regra do perdão sem medida não está fundamentada sob uma lógica de troca, como se eu tivesse que perdoar para ser perdoado. Pelo contrário, nasce no coração daquele que faz verdadeiramente a experiência do Amor misericordioso de Deus, compreende sua situação de alguém, como todos os outros seres humanos, passível de erro, e se abre em misericórdia para com os irmãos. Perdoar é imitar Deus, e dar chance a vida. Assim, quem não perdoa se coloca distante de Deus, pois não se abre para a vivência sincera do amor, que é perdão e justiça. O Pai-nosso ensina-nos a perdoar como Deus perdoa.

Breve Reflexão:
No capítulo 18 de Mt., também conhecido como o "Sermão sobre a Comunidade", depois de ter mostrado a importância da comunhão eclesial como sacramento do amor de Deus, encontramos o discurso sobre o perdão, tarefa primordial da comunidade eclesial. Na primeira parte desta narrativa, Mt nos apresenta Pedro - responsável da comunidade eclesial (lembremo-nos da profissão de fé de Pedro) - perguntando a Jesus até onde deve ir o perdão. É importante ter em mente que, na cultura judaica, o número 7 representa a perfeição, portanto, perdoar sete vezes já é prova de perfeição. Jesus multiplica esse número por setenta, ou seja, um número sem fim, infinitas vezes. Na segunda parte, Jesus conta uma parábola inspirada por Eclo 28,1-5 (cf. 1ª leitura): um funcionário, que tem uma dívida enorme (mil talentos, que representa a enorme quantia de trinta toneladas de ouro...), ganha do seu senhor o perdão completo da dívida. Saindo da presença de seu senhor; ele se encontra com um colega e, por causa de uma dívida ínfima de cem denários (hoje, mais ou menos, dois salários mínimos), lança seu colega na prisão. Diante da atitude do funcionário, o senhor volta atrás e o coloca na prisão até que pague o último centavo. Devemos ser misericordiosos como o nosso Pai celeste é misericordioso (Lc 6,26; cf. Mt 5,48). Contudo, o perdão não é moeda de troca com Deus, mas nasce da gratuidade de um coração que se encontra e experimenta o Amor infinito e misericordioso de Deus e, assim, pode se abrir em amor para com o irmão. Configura-se, desta forma, numa atitude fundamental pela qual o homem se torna semelhante a Deus e filho de Deus. É comunhão com Deus e nossos irmãos. Ao mesmo tempo em que o perdão gera a comunhão, somente onde existe esta comunhão, poderá existir o perdão.
É certo que, em toda experiência humana de “agressão”, ficam marcas naquele que sofre e em quem faz sofrer. Humanamente, tais feridas necessitam de tempo e de cuidado para serem curadas. A experiência cristã do perdão não significa simplesmente “passar uma borracha” sobre tais marcas, como se nunca tivessem acontecido. Contudo, o perdão se configura como passo fundamental para a cura das feridas, pois me retira do lugar egóico da “vítima”. Saber abrir o coração em perdão para aquele que feriu e se arrependeu, e dialogar francamente, implica na experiência comunitária de “curar juntos” as feridas deixadas, crescendo e amadurecendo, assumindo a responsabilidade pelos atos realizados.
Percebemos, desta forma, que o perdão cristão é “sacramento” do amor do Pai. Fundado no Pai que primeiro nos ama de maneira incondicional e nos constitui, em Jesus Cristo, seus filhos, portanto, irmãos uns dos outros, o perdão exercido na história é concreção do amor fraterno que nos une sob um mesmo Pai de toda a humanidade. É pena que, cada dia mais em nossa sociedade, a experiência do perdão seja colocada como estultice.

Durante esta semana, peça a graça de um coração aberto ao perdão, que possa manifestar, ser sinal, no concreto da história, do grande amor de Deus Pai em Jesus, que nos faz todos irmãos uns dos outros

Nenhum comentário: